Dados preliminares apontam um aumento de 20% no engajamento da nova turma do projeto Educação em Rede, quando comparadas com a primeira turma de 2020. Para a líder do projeto, Talita Lima, este número é explicado por diversos fatores. “Neste ciclo, nós fizemos uma divulgação de vagas diferente do que fazíamos anteriormente, quando as crianças eram encaminhadas pelos parceiros da rede socioassistencial. Foram as próprias famílias que buscaram este serviço de forma ativa.”, explica.
O Educação em Rede é o projeto do Instituto C que atua com famílias de crianças e adolescentes em risco social que apresentam alguma queixa escolar, com o intuito de auxiliar no fortalecimento dos vínculos familiares, articulação da rede de apoio e participação da criança na escola. Por meio de atendimentos semanais, os alunos se reúnem em grupo para participar das atividades desenvolvidas pela área de psicologia e reforço escolar para consolidação do processo de alfabetização básica. Além disso, as famílias participam de atendimento junto ao Serviço Social para acompanhamento de seus filhos.
A busca direta é provavelmente um dos principais fatores que explicam o aumento expressivo do indicador que alcançou 76% ante os 56% registrados na última turma, mas o valor também pode ser atrelado ao formato de atendimento oferecido pelo projeto que apresentou diversas melhorias após adaptação inicial por conta da pandemia. “Neste ciclo (2), nós melhoramos o processo do atendimento remoto, até pela bagagem já adquirida. Saímos do Whatsapp para os atendimentos na plataforma Google Meet, deixando os encontros mais profissionais e organizados.”. Com esta melhoria, a técnica consegue visualizar toda a turma, o que era difícil de fazer no celular, além de conseguirem compartilhar arquivos que dão o suporte para o atendimento remoto, como exibir vídeos por exemplo.
Outro fator importante e que deve ser levado em conta é o perfil das famílias atendidas neste ciclo. “O número de famílias atendidas remotamente é maior do que presencialmente. Isso porque, identificamos que estas famílias estão com menos problemas envolvendo acesso à internet e o uso de aparelhos eletrônicos. Com os atendimentos remotos, nós conseguimos atender famílias de regiões mais distantes, expandindo a nossa atuação”.
Por fim, Talita explica que o impacto da pandemia na frequência assídua seja também porque os alunos não estão acessando as aulas e estão há quase 1 ano longe da escola. “As lacunas de aprendizagem estão gritantes e as famílias estão buscando desesperadamente por auxílio, porque mesmo aquelas que antes não tinham dificuldade de aprendizagem, hoje se encontram com lacunas em seu processo de aprendizagem pela falta da escola.”, finaliza.