*Por Maria Helena Pugliesi
Solteira, impossibilitada de trabalhar devido a uma queda e mãe de gêmeos prematuros, Juliana Santos de Siqueira jamais se deixou vencer pelas adversidades. “Minha vida não é nada fácil, mas meus filhos são meus maiores estímulos para eu não desanimar.”
Arthur e Cecília nasceram com 34 semanas, em junho de 2015, na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. “Foi tudo muito rápido. Eu sabia que minha menina estava com restrição de crescimento fetal, mas não esperava fazer o parto aos sete meses de gestação.” Pelo ultrassom, o médico constatou a necessidade urgente da cesárea a fim de assegurar a sobrevivência de Cecília. Juliana, que já estava hipertensa, com a notícia teve um pico de pressão, ocasionando pré-eclampsia. Devido à urgência da cirurgia, ela também não teve tempo de tomar a injeção de corticoide, que ajuda no fortalecimento dos pulmões dos bebês. Conclusão, os três tiveram que ficar na UTI. Após nove dias, mãe e filho tiveram alta, Cecília ainda permaneceu no hospital por mais 28 dias.
“Em casa, Arthur não ia bem, na primeira semana, em vez de engordar, perdeu peso. Tive que incrementar sua amamentação para que ele chegasse aos 3 quilos recomendados. Nas visitas à minha filha, eu conversava muito com os doutores, que me alertaram sobre a necessidade de acompanhamento médico até ela completar dois anos. Eu me sentia perdida e amedrontada com tudo isso. Foi então que a assistente social da Santa Casa me indicou o Instituto C.”
Juliana continua: “Eu já havia me cadastrado na igreja de meu bairro para receber cesta básica, mas era muito pouco. O Instituto C chegou no momento certo. Em agosto de 2015 eles me receberam de braços abertos, ouviram minhas queixas como ninguém jamais tinha feito. Nem tanto pelos meus filhos, que em relação às demais crianças assistidas, estão se desenvolvendo com saúde, mas sim pelo meu histórico de vida, fui acolhida com todo amor, carinho e profissionalismo. Venho aprendendo muito com seus psicólogos e assistentes sociais. Agradeço a ajuda quanto ao leite e aos remédios do Arthur e da Cecília, que fizeram os dois se curarem da anemia da prematuridade. Além disso, fui orientada a procurar o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS para limpar meu nome devido à dívidas contraídas. Meus filhos, sem dúvida, são minha maior alegria, porém, sem o apoio do Instituto C seria muito mais difícil seguir em frente.”