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Desenvolvimento de linguagem das crianças

Diferente do que muita gente acredita, o desenvolvimento da linguagem das crianças, não acontece de forma “natural”, ao contrário disso há um caminho a ser percorrido até que elas adquiram a linguagem verbal – forma de comunicação pela qual a criança pode se fazer ser compreendida por qualquer pessoa, independente de quem seja, isto é, alguém de seu convívio diário ou um completo desconhecido.
É comum que os adultos não falem com as crianças pequenas por acharem que pela idade e falta de respostas por eles reconhecíveis, elas não os compreendam. Porém é importante esclarecer que o pensamento e o sentimento da criança existem independentemente da possibilidade da fala verbal, mesmo que ela não possa se expressar oralmente com palavras, ela continua pensando e sentindo. Ou seja, sua capacidade de compreensão não necessariamente depende da aquisição da linguagem verbal.
Dessa forma, neste percurso reconhecemos como linguagem qualquer forma de comunicação da criança no sentido de se dirigir ao outro com alguma intenção. Assim, o desejo de comunicação está presente no ser humano desde o bebê recém-nascido que, ao experimentar algum tipo de desconforto (fome, frio, cólica, entre outros), chora, convidando o adulto responsável a cuidá-lo, de modo a identificar e sanar seu incômodo.
Já um bebê um pouco mais velho, a partir dos três meses é capaz de demonstrar, através de seu olhar e de seu sorriso, que reconhece o outro, procurando-o com os olhos quando sente alguma necessidade e respondendo à interação do cuidador com uma risada. Neste momento do desenvolvimento é frequente as tentativas de imitação do bebê, mesmo que ainda mais por reflexo do que por intenção, como mostrar a língua ou produzir sons com a boca.  Um observador mais atento pode compreender que, nesse jogo de imitação, troca de sorrisos e olhares, se estabelece uma forma de comunicação a partir da construção da relação afetiva entre a criança e seus cuidadores, sendo este último aspecto importantíssimo para a estimulação do desenvolvimento infantil.
Mais tarde, por volta dos 4 meses de vida, começam os balbucios – língua particular dos bebês -, que nada mais são do que esboços da fala falada. É entre um balbucio e outro que o adulto supõe ouvir algumas palavras como “mamã”, “papá”, “bó”, “au” e que, a partir deste reconhecimento, incentiva o uso de tais palavras para designar a mamãe, o papai, a comida, a bola, o cachorro, respectivamente. Nesse momento as imitações passam a ser totalmente intencionais, ganhando complexidade, por exemplo, quando os pequenos tentam reproduzir sons e gestos dos adultos, acenando com as mãos (o famoso “tchauzinho”), batendo palmas ou mandando beijos. Aqui também os bebês começam a desenvolver outras formas de comunicação a fim de demonstrar o que desejam: apontam com o dedo, levam a mão do adulto na direção do objeto almejado e assim por diante.
Diante deste contexto vemos então como os adultos responsáveis pela criança – pais, demais familiares, educadores, e etc. – tem um papel fundamental na aquisição da linguagem infantil. É o adulto quem empresta à criança palavras para expressar o que ela sente e pensa quando ela ainda não é capaz de fazê-lo. Neste sentido, poder reconhecer as diferentes formas de comunicação da criança é o que possibilita o adulto compreender sua participação neste processo, servindo como interlocutor entre a criança e o mundo ao seu redor.
Um exemplo disso, são as mordidas, tapas e puxões de cabelo tão presentes em determinado momento do desenvolvimento infantil nas relações entre as crianças (e por quê não na relação que estabelecem com os adultos também?!). Se considerarmos que essas atitudes têm, para a criança, função de comunicação, por exemplo durante uma disputa por brinquedos ou atenção dos pais e/ ou professores, seremos capazes de compreender que estes não são comportamentos de uma criança mal-educada ou agressiva como muitas vezes são vistas. Na realidade, tratam-se de expressões em ato ao invés de palavras. Nestas ocasiões a participação do adulto fica muito evidente na medida em que ele serve como mediador do conflito, nomeando a situação para a criança e oferecendo outros recursos, socialmente mais aceitos, para que ela atinja seus objetivos:
“Vi que você queria muito que a mamãe brincasse com você, mas agora a mamãe está ocupada e você precisa esperar. Quando você quiser mostrar algo para ela você pode chamá-la ou cutucá-la com sua mão, mas não pode machucá-la! ”
Ou ainda: “Estou entendendo que você quer brincar com aquele boneco, mas agora quem está brincando é seu amigo. Você pode pedir para ele emprestado ou propor de vocês brincarem juntos, mas não pode arrancar da mão dele nem o machucar. ”
Em algumas situações específicas é importante estar atento para os casos em que a criança apresenta, sob um viés evolutivo do processo de aquisição da linguagem, algum atraso nesta função. Por exemplo, quando ela não consegue passar do choro para o balbucio ou do balbucio para as palavras ou então outras dificuldades nesta área, o que poderia indicar um risco para o seu desenvolvimento pleno, sugerindo a necessidade de uma observação e intervenção junto à profissionais especializados, como o psicólogo e o fonoaudiólogo.
Pensando nessas questões, aqui no Instituto C realizamos rodas de conversas organizadas em módulos psico-educativos sobre a aquisição da linguagem durante a primeira infância com o intuito de desmistificar algumas crenças e incentivar que os pais possam conversar com seus filhos estimulando assim o desenvolvimento da linguagem e ajudando-os a detectar algum sinal de risco, quando for o caso!
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Temos um novo sistema!

Após a mudança de Saúde Criança São Paulo para Instituto C, e com as demandas das novas atividades da organização sentimos a necessidade de aprimorar as nossas ferramentas de trabalho e avaliação. Para isso, desenvolvemos um novo sistema de atendimento.
Em parceria com a empresa Mínimo, o novo sistema de atendimento às famílias ficou mais simples e completo, e com um controle de estoque mais preciso. O sistema possui telas detalhadas de cada uma das áreas de atendimento, o que permite um melhor acompanhamento da evolução das famílias e dos objetivos traçados para cada uma delas no plano de ação.
Mas a principal mudança é que agora os indicadores das atividades dos projetos serão gerados diretamente pelo sistema.
Esses indicadores são fundamentais para acompanhar e monitorar os nossos projetos. Com eles é possível avaliar o impacto das nossas atividades e entender quanto estamos contribuindo para alcançar nossa missão de empoderar famílias para que promovam um ambiente onde as crianças e adolescentes possam desenvolver todo seu potencial.
Segunda Natalia Cavechini, nossa gerente de projetos “A construção do sistema de atendimento do projeto PAF tem sido um aprendizado constante. Poder unir os instrumentos de atendimento, avaliação e organizá-los todos em uma só ferramenta, é um sonho que pouco a pouco vai ganhando corpo e se concretizando. Ainda precisamos nos adaptar, às novas perguntas e aos novos caminhos que o sistema nos dá, mas tenho certeza de que essa ferramenta de trabalho vai nos ajudar muito ”
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Reescrevendo histórias

*Por Maria Helena Pugliesi
Quando Esther Marjori nasceu em 4 de julho de 2013 e o Teste do Pezinho a diagnosticou com anemia falciforme, a vida dos pais Ricardo e Jéssica Caren Pedroso Amaral da Silva desmoronou.
“Descobrimos que se trata de uma doença incurável, de tratamento contínuo e cuidados intensivos. Não tínhamos condições de arcar com tamanha despesa”, lembra a mãe. “Se não fosse o apoio do Saúde Criança São Paulo, hoje Instituto C, nossa história seria muito diferente, bem mais triste e difícil”.
A chegada da pequena Esther coincidiu com a fratura de joelho do pai, que o fez ficar desempregado. O salário de assistente de cozinha de Jéssica mal dava para sustentar os outros dois filhos e pagar o aluguel. “Tivemos que ir morar com minha mãe, que também nos ajudava com a alimentação. No entanto, sobrava muito pouco para comprar os remédios, o leite e até as fraldas da Esther. Sem dinheiro para a condução, deixei de levar a menina a muitas consultas na Santa Casa de Misericórdia”, diz Jéssica. “Um dia, eu estava no hospital e a assistente social me perguntou por que minha filha estava tão magrinha e qual o motivo de nossa ausência. Contei o drama pelo qual passávamos, agravado ainda pela minha demissão no emprego, pois a menina precisava que eu estivesse sempre a disposição.”
Foi assim que em julho de 2014 Jéssica conheceu o trabalho do Instituto C e, segundo ela, sua vida voltou a ter sentido. “Aqui encontrei uma família pronta a me ajudar. Cheguei chorando, inconformada com meu destino, mas ombros amigos, como os da Natália Cavechini (coordenadora de atendimento), me fizeram entender que para tudo há solução.” Ela emociona-se ao enumerar as inúmeras descobertas feitas ao longo destes dois anos de atendimento. “Eu não tinha a menor ideia que existiam benefícios do governo como o BPC – Benefício de Prestação Continuada, assistência à pessoa com deficiência, que garante um salário mínimo mensal, ou a Farmácia do AME Maria Zélia, onde posso retirar medicamentos de alto custo gratuitamente. Tudo isso aprendi com as meninas daqui.”
Recuperado do joelho, Ricardo foi orientado pelo profissional na área de geração de renda a elaborar seu currículo. O resultado não poderia ser melhor, ele conseguiu um trabalho. Enquanto isso, Jéssica prefere se dedicar integralmente à Esther. “Nossa menininha ainda é muito frágil. Sua doença a torna vulnerável a infecções e quando isso acontece ela tem que ser internada. Esse tipo de anemia também tende atacar todos os órgãos, os médicos precisam monitorá-la constantemente. Claro que sofro vendo minha filha chorar ao tomar a cada 21 dias as injeções de Benzetacil, mas agradeço à Deus por poder lhe dar esse tratamento. Só assim Esther terá chance de seguir em frente.”
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Atelier C

O projeto Atelier C tem como objetivo estimular o empoderamento dos artesãos das famílias atendidas pelo Instituto C, proporcionando oportunidades de capacitação, geração de trabalho e renda, melhora na autoestima e ampliação de conhecimento sobre empreendedorismo.
Os produtos são desenvolvidos pelos profissionais que atuam no Atelier C e produzidos pelas mães atendidas, que recebem pelo material produzido, e com isso têm um complemento na renda familiar. A venda dos produtos fica por conta da equipe do Instituto C.
Hoje, um dos grandes desafios do projeto é realizar a venda dos produtos. Por isso, esse ano, focamos em realizar bazares ou em empresas parceiras, que abrem suas portas para vendermos os produtos para os funcionários, ou pessoas que organizam o evento em suas casas e convidam seus amigos para participar. Esse tipo de venda é muito importante e tem trazidos ótimos resultados.
O Atelier C também atua na criação de brindes corporativos para o final do ano, temos um portfólio de produtos que fazemos que podem ser personalizados, mas também podemos avaliar a viabilidade de fazer outros brindes diferentes a partir de ideias vindas dos clientes.
Atualmente 4 mães participam do Atelier C, e no dia 09/10/2017 fizemos a capacitação de mais duas mães para ingressarem no projeto. De janeiro a setembro de 2017, foram arrecadados R$ 73.700,19 com a venda de produtos.
Se você conhece alguma empresa em que possamos fazer nosso bazar, alguém que gostaria de realizar um bazar em casa, ou tem interesse em brindes corporativos, entre em contato com a gente: atelierc@institutoc.org.br
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Aniversário do Instituto C

Dia de 12 de outubro sempre foi uma data muito especial para nós! Hoje comemoramos 6 anos da nossa história e um ano que nos tornamos Instituto C!
Nesse último ano foram muitas conquistas e desafios. Com muito esforço, consolidamos o Instituto C, atendemos até hoje mais de 1.500 pessoas no projeto PAF- Plano de Ação Familiar, diversificamos  os produtos e técnicas do projeto Atelier C, realizamos módulos com diferentes temas do projeto Primeira Infância e iniciamos o projeto Educação em Rede, que em setembro começou a atender as primeiras famílias.
Além disso, nesse ano demos um passo muito importante que foi a mudança para nossa nova sede, uma vez que o Instituto C cresceu e a sede anterior já não comportava mais todas as nossas atividades. Nossa nova sede foi uma grande conquista, e nos deixa muito feliz ter um espaço mais adequado para atender as famílias e para todos que participam no dia a dia da construção do Instituto C.
Junto com todas as mudanças, nesse ano também lançamos nosso site novo e vídeo institucional, que você pode assistir clicando aqui: http://bit.ly/VídeoInstitutoC
Para coroar esse nosso primeiro ano como Instituto C, fomos premiados como uma das 100 melhores ONGs do Brasil, segundo a Revista Época e o Instituto Doar.
Estamos muito felizes com essas conquistas e queremos aproveitar o aniversário do Instituto C para agradecer a cada um dos nossos voluntários, funcionários, padrinhos e parceiros que trabalham todos os dias junto conosco contribuindo para que as famílias atendidas promovam um ambiente no qual as crianças e adolescentes possam desenvolver todo seu potencial. Muito obrigado por construírem essa história com a gente!
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Como acessar os benefícios oferecidos pelo governo.

Nos atendimentos do serviço social do Instituto C, orientamos as famílias a terem acesso a alguns benefícios oferecidos pelo governo, como por exemplo, o Bolsa Família.
O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda do Governo Federal. O objetivo do programa é a garantia mínima do direito à alimentação, acesso à educação e a saúde, para famílias em situação de extrema pobreza e/ou pobreza, definido pelo MDSA (Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário). Portanto, podem fazer parte do programa:
– Famílias com renda per capita de até R$ 85,00 mensais;
– Famílias com renda per capita entre R$ 85,01 e R$ 170,00 mensais, desde que tenham crianças ou adolescentes de 0 a 17 anos.
Para ter acesso ao benefício, a família precisa se enquadrar no critério de renda, se inscrever no CADÚnico (cadastro único para programas sociais) e ter o perfil avaliado por técnicos do MDSA. Algum dos critérios de avaliação do perfil são: 85% de frequência na escola (para crianças em idade escolar); carteira de vacinação atualizada; acompanhamento pré-natal e participação das atividades educativas convocadas pelo Ministério da Saúde para mulheres gestantes.
Muitas famílias atendidas no Instituto C se enquadram no perfil para receber o Bolsa Família. Nos atendimentos do serviço social dos projetos do Instituto C, as famílias são orientadas a realizarem seu cadastro no CADÚnico, que pode ser no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) de sua região de moradia, ou em outro espaço público governamental gerenciado pela Secretária Municipal de Assistência Social. Depois do cadastramento, o MDSA, de forma automatizada, seleciona as famílias que serão incluídas para receber o benefício. É necessário entrar em contato com o responsável pelo programa ou fazer uma consulta na internet para saber se a família foi contemplada.
No Instituto C, existem também muitos casos em que a família já teve acesso ao benefício, mas por algum motivo ele está bloqueado ou suspenso, e existem muitas dúvidas em como reativá-lo. Nesses casos, além de procurar entender o motivo do bloqueio ou suspensão, as assistentes sociais do Instituto C avaliam se a família ainda se enquadra nos critérios do programa e a orienta a entrar em contato com os profissionais responsáveis pelo cadastro no CADÚnico, para uma nova avaliação do perfil, e assim continuarem recebendo o benefício.
O acesso aos benefícios oferecidos pelo MDSA é uma forma de garantir os direitos fundamentais do cidadão. Diariamente orientamos as famílias atendidas no Instituto C a maneira de garanti-los.
Para Priscila, o trabalho realizado pelo Instituto C foi fundamental.“Já corri atrás de bastante coisa depois que eu passei a frequentar aqui: remédios, bolsas, benefícios, tudo o que eu e meu filho temos direito. Antes eu me virava, mas não sabia muito dos meus direitos”.
O Bolsa Família é um dos benefícios oferecidos pela rede, e que muitas vezes é fundamental para minimizar a situação de vulnerabilidade das famílias que atendemos, pois em muitos casos é a única renda fixa das famílias.
Áreas de atendimento

“Meu filho não faz xixi e nem cocô na privada”

É com frequência que escutamos essa preocupação das mães de crianças de 0 a 6 anos que são acompanhadas pelo Projeto Primeira Infância. “Mas o que será que acontece? Por que será que esses filhos (danados!) não fazem xixi e cocô na privada?”. Tal preocupação é mesmo pertinente quando se trata de crianças na faixa etária na qual o desfralde é esperado  (18 a 24 meses), já que ele é um dos marcos que podemos utilizar como parâmetro para avaliar o desenvolvimento infantil.
Antes de partir para uma orientação a este respeito, em muitos casos, uma escuta mais atenta revela que o desfralde é, para uma grande maioria, compreendido como algo inato, que depende única e exclusivamente do desenvolvimento orgânico do bebê e de sua “vontade”. Isso pode acontecer, entre outros motivos, porque os “passos” para que uma criança desenvolva essa “habilidade” são tão sutis, quase imperceptíveis, que apenas um observador mais cuidadoso consegue notá-los.
Assim, o primeiro ponto a ser trabalhado é a noção de que o desfralde é um processo que só pode ser compreendido na articulação com outros aspectos do desenvolvimento infantil, todos eles em direção à autonomia da criança. O desfralde, juntamente com outras etapas do desenvolvimento infantil, funciona como ponto de referência para a inserção da criança na vida coletiva, afinal de contas, na cultura ocidental atual espera-se que as necessidades sejam feitas na privacidade de um banheiro e não em qualquer lugar, a qualquer momento, como acontece com as crianças que usam fraldas.
Vale resgatar que, a partir do primeiro ano de vida em diante, embora não apenas, a autonomia do bebê em relação a seus pais e principais cuidadores começa a ficar visível: ele já sustenta o próprio corpo, arrisca seus primeiros passos ou anda com certa desenvoltura, já não depende exclusivamente da amamentação para se alimentar e é capaz de fazer seu desejo ser compreendido através dos dedinhos que apontam e/ ou de algumas (ou muitas) palavras que pronunciam.
Todavia, todas essas conquistas também fizeram parte de um percurso que necessitou de adultos interessados em oferecer os recursos necessários para que elas fossem alcançadas e de etapas que se sucederam, nem sempre de forma cronológica. Por exemplo, para que os primeiros passos acontecessem, o bebê precisou primeiro sustentar a cabeça, sentar sem apoio, se esforçar para se virar/ rolar sozinho, se arrastar, engatinhar. Ou para aprender a falar de forma compreensível, foi necessário um adulto que o interpretou, numa conversa que à princípio poderia parecer um monólogo, mas que através do olhar, do sorriso e do balbucio do bebê vão contando para a gente que, na realidade, havia diálogo desde o início.
Para que o desfralde aconteça, é preciso então que essas outras áreas também estejam caminhando e é imprescindível que o bebê, através da sua relação com o mundo, vá se dando conta de que é um ser separado de seus cuidadores, se reconhecendo enquanto um “eu”.
Quando ele já consegue se reconhecer como uma unidade, fato que podemos contemplar quando vemos um bebê se reconhecer no espelho, ou quando o ouvimos dizer que tal brinquedo “é meu” ao invés de “ é do João”, podemos observar também sinais de que ele já possui alguns recursos para iniciar seu desfralde.
Nesse sentido é importante apontar que esse processo depende de uma participação ativa tanto da criança quanto dos adultos por ela responsáveis, como os pais e os educadores nas creches. Assim, do ponto de vista prático, considerando o desenvolvimento prévio da criança, quais seriam os comportamentos das crianças entre os 18 e 24 meses que nos contam que a vida sem as fraldas se aproxima?! Que perguntas os adultos podem se fazer para ajudá-los na observação e estimulação para contribuir para o sucesso deste processo?
Abaixo listamos algumas delas:
  • O momento das trocas de fralda costuma ser um momento prazeroso de interação entre o adulto e a criança? Há brincadeiras no trocador?
  • O adulto incentiva a criança, convidando-a a participar de alguma forma, por exemplo propondo à criança que jogue a fralda no lixo depois da troca?
  • A criança demonstra curiosidade em ver outras pessoas no banheiro (irmãos mais velhos, colegas de creche), brinca de trocar a fralda de bonecas? É convidada a sentar no penico/ privada mesmo que o adulto já saiba que as chances de fazer suas necessidades ali são remotas? Pode dar a descarga e dizer tchau as fezes?
  • A criança sabe identificar e nomear as partes de seu próprio corpo? Tem uma noção de onde sai o cocô e de onde sai o xixi? Onde se formam?
  • A criança sabe identificar quando ela sujou as fraldas? Ela avisa de alguma forma?
  • Ela é respeitada pelo adulto neste momento (sem piadas ou cobranças)?
  • A criança consegue identificar quando está fazendo suas necessidades? Sua privacidade é respeitada neste momento?
  • Se ela ainda não é capaz de reconhecer quando está fazendo, o adulto é capaz de ajudá-la a identificar, através de perguntas como: “Você tá fazendo careta de força, está com vontade de ir ao banheiro? ”, “Você está sentindo desconfortos em sua barriga”?
  • Quando o adulto percebe que a criança está com vontade ele a incentiva a ir ao banheiro?
  • O momento de espera pelo xixi/ cocô na privada/ penico é um momento prazeroso (com histórias e conversas) ou é um momento tenso (com pressa, expectativas e cobranças)?
Para finalizar, é preciso reforçar que, quando se trata do desenvolvimento infantil, somos todos responsáveis. Isso significa que o estabelecimento de relações saudáveis com os demais responsáveis pelos cuidados com a criança ao longo de seu desenvolvimento é fundamental: parcerias entre pais e educadores, educadores e profissionais da saúde e assim por diante garantem que todos os envolvidos no bem estar daquela criança estejam alinhados e se apoiando mutuamente formando uma rede que só traz benefícios aos futuros cidadãos. Já pensou em como você pode contribuir?!
Aqui no Instituto C, oferecemos uma roda de conversa sobre desfraldamento para os responsáveis de crianças que estejam iniciando esse processo ou crianças que vem apresentando alguma dificuldade relacionada a este tema. A roda funciona como um espaço para a reflexão e acolhimento das questões apresentadas por cada responsável, bem como proporciona a troca de experiências e informações entre os participantes ajudando-os a identificar que ações podem exercer diante dos obstáculos que atravessam no processo do desfralde, levando sempre em consideração sua dinâmica familiar e as particularidades de cada criança. Após a participação nas rodas, essa temática continua sendo acompanhada através dos atendimentos individuais que fazemos com os responsáveis ou com os responsáveis e a criança, até que o desfralde não seja mais uma demanda daquela família!
Quer saber mais sobre desenvolvimento infantil? Então CLIQUE AQUI e baixe a apostila CONHECENDO O SEU FILHO!
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A doação via nota fiscal paulista mudou

A doação via nota fiscal paulista é muito simples e não custa nada ao contribuinte!
Antes o contribuinte depositava seu cupom fiscal em urnas disponíveis nos próprios estabelecimentos.
Agora é o contribuinte cadastra o cupom fiscal no aplicativo da Nota Fiscal Paulista em favor da organização social.
Siga o passo a passo para fazer a sua doação:
1) Baixe o aplicativo da Nota fiscal Paulista em seu celular (para Apple ou Android)
2) Escolha a opção DOAR
3) Faça a leitura do QR Code ou digite os dados
4) Selecione: INSTITUTO C CRIANÇA CUIDADO CIDADÃO
5) Clique na estrela para nos deixar como favoritos e facilitar as próximas doações
6) Clique em DOAR
Saiba mais sobre doação via nota fiscal paulista, clicando aqui.
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Projeto Educação em Rede

Desde 2011, o Instituto C veio atuando no projeto PAF – Plano de ação familiar, junto a famílias que tenham crianças ou adolescentes com alguma doença grave ou crônica. Através deste trabalho, foi possível identificar possibilidades de ampliação do escopo de atuação da organização, e, desde 2016, por meio de diferentes projetos, o Instituto C passou a atender não apenas famílias com crianças doentes, mas também famílias que tenham crianças e adolescentes que, por algum motivo, não tenham seus direitos básicos sendo plenamente atendidos.
Considerando que a educação é a maior forma de transformação social e de enfrentamento das vulnerabilidades sociais e, além disso, espaço fundamental para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças e adolescentes, surge, em 2017, o projeto “Educação em Rede”, que visa a complementar ações já desempenhadas nas escolas em apoio com as famílias.
Desta vez, nosso público alvo são famílias de crianças com dificuldades no processo de escolarização e que vivam em vulnerabilidade social. O projeto tem como principal objetivo potencializar o desenvolvimento desses estudantes, promovendo o fortalecimento dos vínculos familiares e a garantia de seus direitos.
Acreditamos que o olhar e o cuidado com a família são fundamentais para a proteção das crianças e adolescentes. Para isso, neste projeto, nossa atuação se dá por meio de diferentes atividades: atendimento multidisciplinar individual nas áreas de psicologia e serviço social; rodas de conversa sobre temas específicos com as famílias; oficinas de estudo; oficina do “brincar livre”; e articulação com a rede de serviços assistenciais do município.
Pretendemos, com essas ações, que as famílias sejam atendidas em suas demandas, conquistando autonomia, empoderamento e maior envolvimento no processo de aprendizagem de seus filhos.
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Temos uma grande novidade!

Há quase 6 anos, numa garagem de uma casinha em Santa Cecília – SP, começamos um projeto com o objetivo de auxiliar famílias em vulnerabilidade social a caminharem com suas próprias pernas e viverem de forma autônoma. Em fevereiro de 2012, recebemos as 5 primeiras famílias que foram atendidas pelo Instituto C. E hoje, com 160 famílias sendo atendidas por mês, nosso espaço ficou muito pequeno, por isso alugamos um espaço maior que em breve será nossa nova sede!
Estamos muito felizes com essa conquista e com a expansão do nosso trabalho. Com a ajuda de um arquiteto voluntário, estamos reformando a nova sede, que está quase pronta. O espaço será muito mais adequado para atender as famílias com ainda mais qualidade e para desenvolvermos os novos projetos.
Enquanto isso, estamos vivendo nossas últimas semanas na casinha onde vimos um sonho se tornar realidade, com ansiedade para começar esse novo capítulo da nossa história! Em breve, e com muita alegria, apresentamos nossa nova sede!