Premiações

Um ano de grandes conquistas para o Instituto C

Melhores OngsO ano de 2022 está chegando ao fim e ainda é tempo de recordar (e celebrar) as grandes conquistas do Instituto C ao longo dos últimos meses. Pela sexta vez consecutiva, o IC esteve presente na lista das 100 Melhores ONGs do Brasil – e não só: ficou entre os três finalistas na categoria de Melhor ONG do Estado de São Paulo. 

Na última sexta-feira, 25 aconteceu a entrega desse importante prêmio. Desde que foi criada a premiação, há seis anos, o Instituto esteve entre as 100 melhores colocações. “Esse ano, demos um grande passo, ficamos entre as 3 Melhores ONGS do estado de São Paulo. Estamos muito orgulhosos por essa conquista e entendemos que assim como tudo na vida que se faz bem feito, é um passo de cada vez”, comemorou Vera Oliveira, diretora executiva do Instituto C.

Na lista das 100 melhores organizações brasileiras do terceiro setor, disponível no site, é possível conhecer o nome das organizações reconhecidas por suas boas práticas em quesitos como governança, transparência, comunicação e financiamento. Vale destacar que o Instituto C faz parte de um pequeno grupo de sete ONGs que aparecem todos os anos entre as 100 melhores!

O Prêmio Melhores ONGs é realizado pelo Instituto O Mundo que Queremos, pelo Instituto Doar e pelo Ambev VOA, com apoio de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Instituto Humanize e da Fundação Toyota do Brasil e reconhece o trabalho fundamental prestado pelas instituições não-governamentais no Brasil e também funciona como um farol para orientar doações.

Outro grande destaque do ano para o Instituto C foi a entrega pela Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania do Selo de Direitos Humanos e Diversidade e o Selo de Igualdade Racial, um reconhecimento importante que atesta o compromisso com a promoção dos direitos humanos, diversidade e igualdade racial. “Ficamos muito felizes com a conquista dos dois selos que refletem o nosso  compromisso e responsabilidade com esses temas que são fundamentais para todos”, celebra Vera.

Áreas de atendimentoCidadania em RedeInstitucionalParcerias

Instituto C passa a atuar dentro do CRAS, e mostra que é possível ir além

CRAS Brasilândia IIIO Cidadania em Rede é o projeto mais recente do Instituto C e uma de suas propostas é a articulação dentro do território – uma vontade que existia há tempos, mas faltava braço para ser colocada em prática. Da junção e da experiência acumulada nos projetos PAF (Plano de Ação Familiar), Educação em Rede e Primeira Infância, a “casinha amarela”, apelido carinhoso para a sede do polo Zona Norte que abriga o novo projeto, agora consegue conhecer e agregar seu trabalho aos serviços da região.

“Desde o início, há oito meses, fizemos o trabalho de articular com os serviços para se fazer conhecido e conhecer, conquistando essas fontes encaminhadoras de novas famílias. Ao longo do tempo, os próprios serviços começaram a nos procurar, alguns para encaminhar famílias, outros para promover parcerias”, diz Talita Lima, coordenadora do Projeto. Um desses serviços é o CRAS, o Centro de Referência da Assistência Social, que é a porta inicial de uma família dentro da assistência social.

O CRAS Brasilândia III, por exemplo, identificou no Instituto C uma oportunidade de agregar atividades que eles não possuem. “Hoje, estamos uma vez por semana dentro do espaço deles com quatro profissionais, sendo duas técnicas focadas no atendimento de crianças e adolescentes, e duas em adultos”, explica Talita.

O foco dessas parcerias é sempre fortalecer a rede de assistência junto às famílias. “A gente percebe que, economicamente, essa família não tem como vir até nós, então nós criamos uma estratégia para que possamos atendê-la também”, explica Sheila Silva, Assistente Social, que reforça que estar dentro da comunidade exige uma outra percepção. “Quando a gente expande nossos serviços, surgem outras problemáticas que precisamos estar atentas para dar conta. A articulação não é só se colocar no lugar, mas ampliar o serviço de uma maneira muito mais efetiva”, completa Sheila.

Neste processo, já ocorreram duas ações coletivas: uma oficina de nutrição e uma sobre geração de renda. “Nossa ideia é expandir o nosso trabalho entrando nesses serviços de políticas públicas”, diz Talita. Hoje, além do CRAS Brasilândia III, o Instituto C já firmou parceria também com o Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Canarinho.

“Nosso trabalho vai muito de encontro a estar perto, de perceber o que é necessário e fazer. Antes de uma família acessar um serviço, a gente pega na mão e faz a articulação disso. Somos um mediador e um facilitador dessas conquistas. Na maioria das vezes, nem é preciso tantos recursos – o nosso maior valor somos nós, profissionais qualificados, humanos e com empatia”, diz Sheila, que acredita que esse atendimento individualizado é diferencial no Instituto.

Já Talita, acredita que este é um caminho para um futuro em que todos saem ganhando. “Nós não temos nenhum vínculo com o governo hoje, mas acho que quanto mais próximo estivermos desses serviços, mais a gente se apropria e tem condições para transformar isso em uma política pública, para que o serviço que oferecemos chegue ao maior número de pessoas”, conclui.

Áreas de atendimentoGestão de PessoasInstitucional

O constante cuidado com quem cuida

cuidado com quem cuida

O cuidado sempre esteve no DNA do Instituto C, seja para com as famílias, as crianças ou com seus colaboradores e voluntários. A partir desse princípio, o instituto realiza encontros formais e presenciais com quem atua na instituição para escutar sugestões e necessidades do cuidador. “A gente trabalha com pessoas e para pessoas”, introduz Liliane Moura, assistente social institucional. 

Assim, Flávia Almeida, responsável pelo RH e administrativo, que faz o trabalho de gestão e integração das pessoas, Liliane e Nayara Oliveira, que têm como foco o desenvolvimento institucional, reuniram-se para pensar em estratégias de cuidados e ações de integração para os colaboradores. “Essas ações sempre existiram, mas passaram por alguns formatos diferentes ­– sempre com a intenção de integrar as equipes, contar as novidades dos projetos e oferecer capacitações em diversas áreas de atuação do Instituto”, explica Nayara.

Além dos encontros que fortalecem o clima organizacional, o instituto vem promovendo estratégias de cuidados mais focados na saúde mental dos colaboradores. Nayara conta que, no primeiro semestre deste ano, o Instituto C formou grupos de cuidado aos profissionais da linha de frente com o apoio de duas psicanalistas. Os encontros aconteceram em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise e tinham como objetivo trabalhar questões sensíveis que afetam muito o profissional, que tem uma escuta ativa e é exposto em seu dia a dia à histórias de violência, pobreza e situações que, se não cuidadas, podem desgastar muito sua saúde emocional. “A partir dessa primeira experiência, que contou com oito encontros de escuta em grupo e foi muito potente, entendemos também que precisamos de estratégias mais individuais de cuidado. E a partir dessa colheita, buscamos outras abordagens para cuidar de nossos profissionais”, explica.

Como no Instituto C nada acontece por acaso, quando o trio responsável pelas ações de integração e cuidado com os funcionários estava pensando nas ações individuais para ofertar internamente, os diretores do IC foram procurados por Tatiana Castro, que realizou uma doação no primeiro semestre do ano e quando foi conhecer pessoalmente o trabalho do Instituto, ficou encantada. Ela trabalha com Mindfullness e ofereceu gratuitamente um módulo de atenção plena, para todos colaboradores do Instituto C, que estão sendo realizados em parceria com Ana Oliveira.

“Essa oferta chegou em um momento perfeito. Ficamos muito felizes pois era exatamente o que estávamos buscando e pudemos oferecer para todos nossos colaboradores, tanto os que atuam na linha de frente, como para quem está nos bastidores”,  reforça Flávia. Assim, cada colaborador foi convidado a participar dos encontros de Mindfulness, que acontecerão em três momentos diferentes, para que todos sejam contemplados. 

Além das ações focadas no cuidado, o trio também é responsável pelas ações de integração entre os colaboradores, que acontecem presencialmente a cada dois meses. As ações são sempre diferentes, em espaços e formatos que valorizam o encontro entre todos, mas cada vez buscamos um objetivo. “Vemos com muita potência esses momentos de integração, uma vez que nossa equipe não trabalha fisicamente no mesmo espaço e achamos fundamental proporcionar momentos para que todos possam se conhecer. Sabemos o quanto isso faz a diferença para o nosso dia a dia e auxilia na troca de saberes constante entre os nossos profissionais”, finaliza Flávia.

Institucional

Uma noite incrível de reencontro e muita celebração!

DJ Gui Pimentel no Evento anual do Instituto COntem, dia 17 de novembro, realizamos o nosso 8º Evento Beneficente do Instituto C, no Espaço Priceless localizado no Rooftop do Shopping Light. Após um hiato de 2 anos sem poder realizar eventos presenciais por conta da pandemia, a noite de ontem foi marcada por reencontros e celebração das inúmeras conquistas do Instituto C.

Um evento para celebrar as conquistas de 2022

Somente no último mês fomos eleitos pela 6ª vez uma das 100 Melhores ONGs do Brasil e estamos entre as três finalistas na categoria de Melhor ONG do Estado de São Paulo, além disso recebemos da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania o Selo de Direitos Humanos e Diversidade e o Selo de Igualdade Racial, reconhecimentos importantes que atesta o nosso compromisso com a promoção dos direitos humanos, diversidade e igualdade racial.

Em um ambiente muito agradável, ao sabor da culinária do recém premiado chef do ano pela Comer & Beber Onildo Rocha, nossos mais de 200 convidados desfrutaram de uma vista privilegiada do Centro Histórico de São Paulo e participaram de sorteios e leilões de itens exclusivos como joias, obras de arte, camiseta da Seleção Brasileira autografada, entre outros itens doados ao Instituto C.

Nada disso seria possível sem o apoio de muitas pessoas comprometidas com a nossa missão de ajudar famílias na superação de suas vulnerabilidades e por isso queremos agradecer com muito carinho os nossos patrocinadores Vidigal Brokers, Amaral Lewandowski Advogados, La Pastina e World Wine que com seus vinhos e espumante deixaram a noite ainda mais agradável; ao Espaço Priceless que nos atendeu com muito carinho e competência; ao DJ Gui Pimentel que comandou o som da nossa noite; a Raquel Correia Joias, Emar Batalha, Mixed, Porcelanas Schmidt, Terral, Esporte Club Corinthians e o nosso conselheiro José Luis Lima que nos doaram os itens para os sorteios e leilões; a toda nossa equipe, voluntários e conselheiros que são fundamentais para a existência do Instituto C e finalmente queremos agradecer as mais de 3.500 famílias que já atendemos, tudo isso é por elas.

Até o nosso próximo encontro.

PAFRodas de ConversaVoluntariado

Estudantes de psicologia promovem atividade sobre defensoria pública com as crianças

Crianças aprendendo sobre defensoria públicaSomos estagiários de psicologia e estamos desde o início do ano acompanhando a equipe do Instituto C e pensando, de forma conjunta, ações dentro da brinquedoteca. Uma destas ações era expandir os temas e reflexões vividos nas rodas de conversas com as mães e responsáveis. O espaço de fala e troca também poderia acontecer lá, com atividades e vivências.

Em outubro, o tema discutido foi “Defensoria Pública”. Convidamos as famílias a trazerem suas crianças e, no primeiro dia vieram cinco, entre 6 e 10 anos. Para começar, fizemos uma roda em pé e nos apresentamos falando nossos nomes junto com um gesto. Todos repetiam, como um cumprimento. Dessa forma o grupo todo pareceu se integrar, dizendo seu nome e do outro, reconhecendo ali seu espaço e abrindo espaço para o outro também estar.

¨Naquele momento, não caberia definir o certo e errado, mas sim viver um exercício de reflexão crítica em que todos pudessem caber e somar. As crianças sortearam, ao todo, 5 palavras: dever, cidadão, direito, ajuda e grupo.”

Para aquela ação, preparamos previamente um baralho de palavras que possuíam ligação com o tema (Defensoria Pública) e imagens diversas. Sentamos em roda, espalhamos as imagens no chão e pedimos para uma das crianças sortear uma palavra. O espaço ali era para criarmos sentidos e significados em conjunto a partir da conversa sobre as palavras e a associação com as imagens, e atravessamentos com suas vivências e repertórios. Naquele momento, não caberia definir o certo e errado, mas sim viver um exercício de reflexão crítica em que todos pudessem caber e somar. As crianças sortearam, ao todo, 5 palavras: dever, cidadão, direito, ajuda e grupo.

A palavra dever, segundo as crianças, significava algo que precisaria ser feito. Através das imagens, explicavam que era dever do adulto não brigar com a criança, assim como era dever do adulto levá-las para passear. Uma imagem de tintas e cores representava o dever da criança de ter e fazer artes, e a imagem de pessoas abraçadas significava o dever de todos de receber e dar carinho.

Já com a palavra cidadão, as crianças disseram que era uma pessoa. Fomos perguntando e provocando para entender melhor quem seria essa pessoa.

  • ‘Todos podem ser cidadãos, tooooodos mesmo?’,  indagamos;
  • ‘Sim, mas quem machuca e agride o outro não pode mais ser cidadão’, respondeu uma das crianças. ‘Mas, claro que se a gente perdoasse ele, poderia então voltar a ser cidadão’;

Esse momento gerou uma pausa de reflexão no pequeno grupo. Escolheram então imagens de um grafite em que havia um indígena com cabelos de árvore, outra imagem de olhos, outra de pessoas conversando e uma quarta imagem de pessoas com deficiência.

Interessante perceber como é a concepção das crianças em relação aos conceitos escolhidos por palavras. Traziam os conceitos para o concreto, para o dia a dia, em forma de exemplos e lembranças. Nessa troca, nós não éramos os protagonistas. Nessas semelhanças e diferenças de vivências, as crianças se reconheciam, ajudavam-se e questionavam-se nas falas umas das outras. Isso fez com que a reflexão fluísse de uma maneira mais aprofundada.

Vale lembrar que escolhemos imagens inclusivas, com pessoas com deficiências exercendo atividades diversas, o que percebemos que fez muita parte das escolhas das crianças. Isso nos faz pensar sobre como elas reconhecem aquelas diferentes pessoas em suas rotinas, e como a inclusão faz parte da vivência delas. No chão, ia surgindo um desenho entre imagens e palavras, um mapa de toda aquela discussão.

Em seguida, sortearam a palavra direito. As imagens escolhidas representavam diversas formas de se olhar essa palavra:

  • ‘Essas casas estão desenhadas direito’, trazendo o sentido de ordem, retas, alinhadas;
  • ‘Nessa rua tem dois lados, o direito e o esquerdo’, sendo aqui um lado;
  • ‘A vacina precisa ser dada direito para não doer’, ‘precisa atravessar a rua direito’, ou seja, de maneira correta, jeito certo.

Perguntamos então, sendo direito igual a certo, o que seria certo para as crianças. É direito da criança o que? Como se fosse uma voz só, todas disseram: “Brincar”. Histórias de casa e de família foram surgindo. E, antes de perguntarmos, já começavam a compartilhar: havia o direito a comida, a casa, e também a poder andar de cadeira de roda.

  • ‘A pessoa tem direito de andar de cadeira de rodas?’, perguntamos;
  • ‘Sim;’ 
  • ‘Mas, e se eu construo uma rua em que você não consegue passar com a sua cadeira. Eu tô atrapalhando o seu direito?’
  • ‘Acho que não;’

Mas, neste momento sua amiga questionou:

  • ‘Ai amiga, você já não consegue nem andar, já está de cadeira de rodas e aí você não consegue passar na rua? Não pode atrapalhar a cadeira de rodas. É direito; 

Montamos novamente um mural no chão.

Então sortearam a palavra ajuda. As crianças separaram imagens. Compartilhavam que era importante ajudar quem precisa andar com a cadeira de rodas, e também ajudar as pessoas que estavam tristes a se sentirem melhor. Ajudar era cuidar.

  • ‘Como poderíamos fazer isso?’;

Foram dando exemplos de piadas, falas e acolhimentos que usavam no dia a dia para ajudar as pessoas se sentirem felizes e melhores.

Por fim, sorteamos a palavra grupo. A reflexão foi sobre como poderia ser um conjunto de pessoas, que se conheciam ou não. Seus integrantes poderiam ser diferentes. Este grupo poderia ter animais. Além disso, “a família também poderia ser um grupo”.

Percebemos que, aos poucos, as palavras sorteadas passaram a se misturar, e  aquele mapa no chão, cada vez maior, não criava divisões, mas sim um emaranhado de sentidos que conversavam e se complementavam.

Olhamos juntos aos mapas mentais, admirando o tamanho de nossa conversa, satisfeitos com aquela reflexão tão concreta ali ao nosso lado. O convite, por fim, era de sermos multiplicadores desses conhecimentos. Através de uma colagem – com revistas e cartolinas – escolherem palavras que tenham lhes atravessado e organizar seus próprios mapas mentais. As palavras escolhidas foram ajuda e grupo.

Aquele momento não era de esgotar a discussão, mas sim deixar a porta aberta e escancarada para que esses temas pudessem se esparramar, transbordar e reverberar no grupo, nos seus espaços, amigos e familiares!

* Texto escrito por Zoé Coin e Rafael Martinelli, estagiários do 10º e 9º semestre de psicologia da Universidade UNIP – Universidade Paulista.

Saiba mais sobre defensoria pública.