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A importância de falar sobre o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo

O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil foi estabelecido em 28 de janeiro. Ainda no século XXI, percebemos a necessidade de reflexão e conscientização sobre como a questão histórica reverbera até os dias de hoje em nosso país.

Isso porque, de acordo com dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Brasil encontrou 2.575 pessoas em situação deplorável em  2022. Nesse mesmo estudo, no período de 2003 a 2022, as mulheres resgatadas representaram 5,73%. Já em 2021, foram 10,42% mulheres em situação de trabalho precário.

Aqui, vamos refletir um pouco sobre o passado histórico do Brasil, como essa escravização reverbera nos dias de hoje em nossa população e como a inclusão produtiva pode ser um dos caminhos para mudar esse cenário. Você vai encontrar:

28 de Janeiro: Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo

O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo foi marcado em 28 de janeiro para manter viva a memória do motorista Aílton Pereira de Oliveira e dos auditores fiscais do trabalho Nélson José da Silva, João Batista Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves. 

Em 2004, na cidade de Unaí, no noroeste de Minas Gerais, eles foram brutalmente assassinados por ordem de empresários insatisfeitos com as investigações sobre denúncias de trabalho escravo na região.

Assim, para marcar a luta contra a exploração humana no ambiente de trabalho, nasceu a Lei 12.064/2009, que instituiu o dia 28 de janeiro como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Essa data também coincide com o Dia do Auditor Fiscal do Trabalho.

A escravização no Brasil e os números atuais

O período da escravização, extenso e brutal, perdurou por mais de três séculos, iniciando-se com a chegada dos colonizadores portugueses no século XVI e persistindo até a promulgação da Lei Áurea em 1888, que oficialmente aboliu a escravidão. 

Durante esse tempo, milhões de negros foram trazidos para o Brasil como escravizados, sendo submetidos a condições desumanas, trabalhando principalmente nas plantações de açúcar, nas minas e nas propriedades rurais. Após a abolição da escravatura, o Brasil enfrentou desafios significativos na integração dos ex-escravizados à sociedade. 

A ausência de políticas efetivas de inclusão, aliada à persistência de preconceitos, contribuíram para a marginalização e a desigualdade persistente desta população. Essa lacuna na abordagem histórica repercute nos dias de hoje, principalmente nos locais de trabalho ocupados por pessoas negras. A prevalência dessas comunidades em subempregos contribui para uma maior vulnerabilidade social. 

Assim, e como resultado desse contexto histórico, vemos a predominância deste perfil no Instituto C. Isso tudo reverbera no lugar onde as pessoas negras trabalham nos dias de hoje. Sabemos e entendemos que elas ocupam a maior parte dos subempregos. Somado a isso, ainda temos a questão de as mulheres serem, em sua maioria, sozinhas, e ainda menos valorizadas”, afirma Lualinda Toledo, Pedagoga do Instituto C no Polo Centro. Para ela, a escravização moderna vende a ideia de que quanto mais você trabalha, mais você alcança seus objetivos – em troca, não tem quem cuide dos seus filhos.

Ainda de acordo com dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2022 foram resgatadas 2.575 pessoas em situação degradante. Dessas, 61,66% das mulheres autodeclaram parda, mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça. Elas residiam em Minas Gerais (30,57%), 19,69% moravam na Bahia. Em São Paulo (16,58%), em Goiás (8,81%) e Maranhão (8,81%). 

A escravização moderna

Hoje, a escravização moderna assume diversas formas, abrangendo desde o trabalho forçado e tráfico humano até o trabalho infantil, condições precárias de trabalho, dívida por servidão, exploração sexual, restrição à liberdade de movimento e discriminação sistêmica. Combater essa realidade complexa exige esforços globais abrangentes, incluindo regulamentação eficaz, conscientização pública e a promoção de práticas éticas para garantir o respeito aos direitos humanos em todas as esferas da sociedade.

Lualinda enfatiza a conexão entre a escravização moderna e as mães que, por necessidade de trabalhar, enfrentam dificuldades para encontrar cuidado adequado para seus filhos. Isso resulta em cargas de trabalho exaustivas, afetando negativamente o tempo que as mães podem passar com suas crianças. A pedagoga relata casos de crianças próximas a máquinas em ambientes de trabalho, colocando em risco suas vidas devido à falta de alternativas para o cuidado infantil. A escravização moderna, para a mulher que é mãe solo, põe em risco também a vida das crianças, ressalta.

Além disso, os filhos mais velhos também acabam sendo impactados, já que precisam assumir o papel de cuidadores da casa.É um ciclo histórico, onde os mais velhos cuidam dos mais novos para que os pais possam ir trabalhar. As mães não veem isso como uma normalidade, mas sim como uma necessidade”, afirma Lualinda. Daí, temos ainda outra consequência, onde o jovem troca a educação pelo trabalho. “É normalizar o trabalho infantil”, acrescenta.

A escravização moderna ainda se revela nas demandas do trabalho, como a necessidade de trabalhar aos fins de semana, restringindo ainda mais o tempo disponível para o convívio familiar e lazer. Essa condição cria uma narrativa que desvaloriza o tempo de descanso, perpetuando a ideia de que o tempo integral deve ser dedicado ao trabalho, em detrimento do bem-estar e do convívio familiar.

A pedagoga também aborda a questão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) como uma forma de controle do Estado sobre as mães, limitando suas opções de emprego. “A mãe que recebe esse auxílio não pode ter um trabalho de carteira assinada, enquanto esse dinheiro deveria ser apenas para o cuidado da criança”, explica.

Isso porque o benefício, previsto na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, é a garantia de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade – desde que a renda por pessoa do grupo familiar seja igual ou menor que 1/4 do salário-mínimo. Para Claudete Marcolino, Psicóloga no Polo Centro, além de ser uma forma de escravização, é uma forma de manutenção da vulnerabilidade social.

De acordo com ela, nos atendimentos do Instituto C é presente a questão das mulheres que, muitas vezes, precisam se submeter a trabalhos informais sem nenhuma garantia de direitos.Os acessos a esses trabalhos são para aqueles com maior força física, o que também está conectado à ideia de que somos mais fortes. Daí, são mais horas de trabalho, sem benefício nenhum, sem direitos!”, pontua Claudete.

Para a psicóloga, a preocupação é constante com as crianças e adolescentes dessas famílias. “Eles assumem precocemente responsabilidades em que não há maturidade emocional, nem física e psíquica. Nós temos crianças de 7 ou 8 anos que estão assumindo uma casa. O que isso vai impactar em uma sociedade futura é preocupante, afirma – principalmente porque existe um encadeamento social que impacta várias gerações.Não é um aspecto que acomete apenas a mãe ou apenas o pai, ele acomete toda essa sociedade não-branca, inclusive as crianças, jovens e adolescentes. É uma questão que tem resquício do nosso passado, porque o racismo não acabou – ele existe”, reforça. 

Inclusão produtiva

A inclusão produtiva no Brasil é um desafio complexo, revelando as profundas raízes da cultura escravocrata que ainda persistem. Giovana Santos, analista de geração de renda do Instituto C, destaca a presença constante de exploração em diferentes formas de trabalho, seja sob o regime CLT, PJ ou como autônomo. No Polo Centro, ao atender famílias atípicas, ela também observa a dificuldade enfrentada por mães dependentes do BPC, cuja renda per capita as impede de trabalhar com carteira assinada, colocando barreiras significativas ao acesso aos direitos trabalhistas. “O nosso trabalho se dá ao compreender o contexto de cada indivíduo e de suas condições para buscar soluções juntos”, afirma Giovana.

Além disso, ao atender famílias bolivianas, ela também acrescenta a exploração flagrante e as condições de trabalho precárias. A gente tem que refletir como nós, enquanto população brasileira, acabamos reproduzindo a cultura escravocrata em outras populações, acrescenta. 

Assim, a conscientização sobre a inclusão produtiva é fundamental, como ressalta Maria Eduarda, analista de geração de renda do Instituto C no Polo Zona Norte. Ela observa que muitas das mulheres atendidas pelo projeto, sobretudo negras, estão envolvidas em trabalhos autônomos, desconhecendo seus direitos laborais – apesar de uma jornada fixa de trabalho. “A falta de fiscalização sobre horas extras é apenas um exemplo dessa desinformação“, afirma. Maria Eduarda também destaca a necessidade de trabalhar dentro do contexto de cada família, oferecendo orientações básicas e construindo, junto com elas, soluções adaptadas à sua realidade.

Percebemos que a inclusão produtiva envolve compreender o cenário e as condições individuais, considerando o que é possível no momento a partir de uma escuta atenta e acolhedora. A conscientização sobre direitos trabalhistas, a elaboração de currículos e a orientação sobre processos seletivos são ferramentas essenciais para empoderar essas famílias e promover uma transformação efetiva na inclusão produtiva no Brasil. Para aprender mais sobre o termo, não deixe de conferir este outro artigo para entender as soluções oferecidas pelo Instituto C. 

Institucional

Retrospectiva Instituto C – 2023

Em 2023, o Instituto C completou 12 anos de história – e os motivos para comemorar são vários, vamos relembrar?

Tivemos muitos marcos também em relação aos impactos sociais no ano de 2023 , como a marca de mil famílias atendidas pelos projetos. “Esse é um número muito significativo para nós, pois representa não só o crescimento do nosso trabalho, mas significa mais pessoas sendo transformadas e impactadas pela nossa missão.”, afirma Katia Moretti, coordenadora do Polo Centro.

Paloma Costa, Coordenadora de Comunicação e Parcerias, também celebra ao olhar para o ano que passou: “Foi um ano muito importante e produtivo para o Instituto C, marcado por conquistas significativas, avanços notáveis, além do fortalecimento de parcerias estratégicas que ampliaram nosso impacto e influência na comunidade!”. 

Conquistas e reconhecimentos

Entre os reconhecimentos positivos do Instituto C, há que se destacar o prêmio das 100 Melhores ONGs do Brasil, no qual a organização fez parte pelo sétimo ano consecutivo. “Para nós, é uma responsabilidade nos mantermos entre as melhores. Cada vez mais o prêmio vai se aprimorando e a concorrência aumentando. Então, temos que olhar para dentro para aperfeiçoar ainda mais a nossa transparência e gestão para conseguir estar entre as melhores. E conseguimos”, afirma Paloma.

A expansão para o Guarujá também foi um destaque de 2023. A partir da parceria com a ONG Alimentando o Bem, o Instituto C ampliou sua operação e começou a atuar em uma outra cidade. 

Para Paloma, a novidade é um grande ganho, afinal, foi uma forma de levar a metodologia de atuação do IC para uma comunidade que ainda não tinha esse serviço e em parceria com uma organização local. “Esse modelo reduz o nosso custo de equipe na região e, por outro lado, leva nossa metodologia para uma organização, que já atua na região, para que ela possa fortalecer os serviços oferecidos. É um modelo que poderemos replicar em parceria com outras organizações e em outros locais”, completa.

Saiba mais sobre nossa expansão para o Guarujá, aqui! 

Temos mais motivos para comemorar! 

Em 2023, o Instituto C entrou para o ranking internacional The Dot Good como uma das 50 melhores ONGs do Brasil. “Ele é produzido por uma organização internacional que faz uma avaliação das organizações do Brasil e destaca as que têm maior transparência, qualidade de gestão e impacto social. Foi uma grande conquista”, conta Paloma.

Impacto social

E, mais do que celebrar os prêmios, o impacto social também merece ser comemorado. 

Em 2023, as famílias que passaram pela organização:

Retrospectiva

 

Reflexões e Conquistas

No contexto de crescimento dos atendimentos, em 2023 foi colocado em prática o projeto de pré-atendimento para as famílias que estão na lista de espera para adentrar aos projetos.

A partir de uma preocupação crescente da equipe técnica e da gestão do Instituto, essa iniciativa surgiu com o intuito de garantir informações sobre os direitos (pelo menos os mais básicos) às famílias. “Hoje, temos uma lista de espera grande para participar do projeto, mas desenvolvemos ações de contato para fazer um pré-atendimento com algumas orientações iniciais”, conta Kátia –   que acrescenta que algumas famílias, inclusive, já participaram de rodas de conversas informativas.

Em 2023, 66 famílias encerraram seus ciclos de atendimento no Polo Centro. “Com isso, conseguimos visualizar as conquistas de cada uma delas e os caminhos que puderam trilhar sozinhas. Perceber todo o trabalho que foi desenvolvido ao longo da trajetória da família no projeto é sempre muito emocionante. Nos encerramentos, celebramos juntos todas essas conquistas que elas obtiveram através das orientações, dos encaminhamentos e dos atendimentos”, conta Kátia.

Para ela, 2023 também foi um ano de aprendizado e capacitação para a própria equipe do Instituto C. “Investimos bastante em treinamentos internos e externos, e também em integração da equipe para que a gente possa cada vez mais fortalecer a nossa política de cuidar do cuidador”, finaliza

Tudo isso foi possível graças ao apoio dos nossos doadores, parceiros, voluntários e equipe. O ano de 2023 foi um ano de grandes conquistas e muitas histórias transformadas!

Vídeo de retrospectiva IC – Celebrando as conquistas de 2023

Venha celebrar conosco essas realizações do Instituto C! No nosso vídeo de encerramento, compartilhamos detalhes sobre as conquistas, os marcos sociais e os números impactantes que moldaram o ano de 2023.

Juntos, vamos reviver momentos inspiradores e entender como nossas parcerias estratégicas fortaleceram nosso papel na comunidade. Clique aqui e assista agora e inspire-se no poder da mudança positiva!

Áreas de atendimento

Assistência social: o que é e como se aplica no Instituto C?

Você com certeza já ouviu falar em assistência social, mas, já parou para refletir o que, de fato, ela faz? De acordo com o Governo Federal Brasileiro, a assistência social é uma política pública que tem como objetivo garantir a proteção social aos cidadãos – ou seja, apoio a indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades, por meio de serviços, benefícios, programas e projetos.

No Brasil, temos a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) do Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). O órgão, então, é responsável pela gestão nacional da política de Assistência Social e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que tem em sua articulação benefícios assistenciais – como o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), Auxílio-Inclusão, Benefícios Eventuais e BPC na Escola; e unidades de atendimento – como o Cras, Creas, Centro POP, Centro-Dia e Unidades de Acolhimento.

Baixe aqui a cartilha da Secretaria Nacional De Assistência Social para entender mais sobre os benefícios

A articulação entre organizações do terceiro setor e assistência social é fundamental para criar soluções integradas e abordar as complexas questões sociais enfrentadas por comunidades em todo o mundo – e no Instituto C essa articulação é um dos pilares dentro dos atendimentos às famílias.

Acredito que, no Instituto C, a assistência social desempenha um papel crucial no processo de garantia de direitos. Assim, conseguimos obter o maior ganho como Instituição, assegurando e orientando esses direitos sociais, tanto no âmbito da política pública quanto social”, afirma Sheila Silva, Agente de Ação Social.

Te convidamos para explorar a imagem a seguir, do nosso Relatório, que ilustra essa atuação em rede do Instituto C e que se torna um poderoso elo na transformação social:

Assistância social

Assistência Social e o Instituto C

Dentro dos atendimentos do Instituto C, a assistência social tem constante presença. No Polo Centro, por exemplo, famílias em vulnerabilidade social que possuem crianças e adolescentes com alguma deficiência ou doença crônica enfrentam questões de saúde que são beneficiadas, principalmente com orientações voltadas para essa área.

Polo Centro 

O Polo Centro é voltado para famílias com crianças que possuem algum tipo de diagnóstico, seja deficiência ou problema de saúde, então a assistência social é direcionada principalmente para os direitos relacionados à saúde. Eu me encarrego de toda a parte relacionada aos direitos”, explica Franciele Fernandes, Assistente Social. Uma de suas atividades é orientar essas famílias sobre o BPC, o Benefício de Prestação Continuada – benefício que garante um salário mínimo à pessoa portadora de deficiência (independente da idade e ao idoso com 67 anos ou mais, que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção.  “Ofereço muitas orientações nesse sentido e explico como recorrer em casos indeferidos. Também auxilio na obtenção dos direitos relacionados a benefícios em geral, como o Bolsa Família”, completa.

A assistência social também dá assistência para a obtenção de remédios. “Algumas crianças necessitam de determinados medicamentos para ter uma boa qualidade de vida, e o SUS não os fornece. Nesses casos, ou indicamos as farmácias de alto custo, ou explicamos outros caminhos, como solicitar judicialmente via Defensoria Pública. Nos esforçamos para garantir os direitos das famílias atendidas, principalmente na área da saúde”, conta Franciele.

Para ela, a persistência pelos direitos das famílias faz toda a diferença. Prova disso é um caso relatado por Franciele, no qual o Instituto C tentou obter o auxílio através da atenção primária, por outras instâncias e, quando não resolveu, recorreu ao Ministério Público. “Todos precisaram se articular. É uma questão de persistência. Conseguimos alcançar lugares com as famílias que, se não estivessem no instituto, não teriam conseguido chegar”, completa.

Polo Zona Norte

Já Alexandre Anjos, Assistente Social do Polo Zona Norte, adiciona que a escuta qualificada é um dos maiores instrumentos de sua profissão. “Com ela, percebemos muitas demandas. Às vezes, a pessoa simplesmente quer ser ouvida e, a partir disso, começamos a interlocução com a rede intersetorial”, diz.

Alexandre pontua que uma escuta atenta pode fazer diferença na vida das famílias, pois é possível identificar as demandas reais daquela pessoa. “Assim, articulamos com as redes intersetoriais para entender o melhor caminho: Cras, Creas, via judicial, entre outros. Acredito que atendemos demandas da baixa, média e alta complexidade, dialogando constantemente com serviços de alta complexidade”, completa. 

No Instituto, temos a oportunidade de dedicar um tempo de qualidade aos usuários, o que considero essencial e algo que, muitas vezes, falta na rede de assistência, contribuindo para um vínculo mais sólido”, afirma Sheila. Para ela, isso é crucial para explicar todos os benefícios e acessos a que se têm direito, afinal, trata-se de vidas e fragilidades. “Nesse contexto, o Instituto C desempenha um papel significativo na área da assistência social, sendo um dos maiores ganhos no âmbito do terceiro setor”, completa.

Atendimentos de qualidade e individualizados

No Instituto C, cada caso é único, por isso não há uma regra sobre a periodicidade dos encontros das famílias com os assistentes sociais. “Os atendimentos podem ter periodicidade semanal, quinzenal ou mensal, dependendo da demanda. No Polo Zona Norte, o WhatsApp é de livre acesso, o que é benéfico, pois nos mantém atualizados e nos permite pensar em estratégias futuras”, explica Alexandre.

Para ele, o trabalho do assistente social é o carro-chefe do serviço social, destacando-se pela articulação e flexibilidade com a rede e a equipe multidisciplinar. “Atendemos situações de luto, divórcio, violência doméstica, investigação de paternidade, pensão alimentícia, auxílio para uma criança atípica na escola, entre outras demandas”, conta Alexandre – que adiciona que muitos casos de violência doméstica já foram identificados a partir de uma escuta qualificada. “A mulher, muitas vezes, chega fragilizada e com receio, e a partir da escuta, ela vai se sentindo mais confortável e liberando informações que revelam a situação, muitas vezes encarada como algo normal devido à sua naturalização”, diz.

Mesmo estando na proteção básica, que é a prevenção, atravessamos lugares para além do que é nossa atribuição. O atravessamento hoje, enquanto assistência social, é realizado de forma legal, estruturada e com a garantia de direitos. Tornamo-nos bons atravessadores, proporcionando qualidade e salvando vidas”, conclui Sheila.

Assim, cada diálogo estabelecido e  cada conexão feita a partir dos atendimentos representa o auxílio para uma família, independentemente do contexto. Para nós, a qualidade na escuta é uma forma de acolhimento. 


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História de Mulheres

Histórias de mulheres (Graziela e Mariane) – Episódio 3

De tempos em tempos, assistimos ao encerramento de ciclos no Instituto C, e é nesses momentos que somos convidados a olhar para trás e refletir sobre as trajetórias e conquistas de muitas das mulheres que passam por nós – como Graziela e Mariane, duas forças que deixaram uma marca conosco.

Para celebrar suas realizações, lançamos a série “Histórias de Mulheres” em nosso blog, destacando as jornadas singulares daquelas que, por meio de dedicação e força de vontade, superaram desafios e alcançaram seus objetivos, tornando-se fontes de inspiração para outras.

Por dentro da istória de Mulheres – Episódio 3

Graziela e Mariane, atendidas pela psicóloga Claudete Marcolino e pela assistente social Franciele Fernandes, respectivamente, percorreram seus caminhos com determinação e coragem. Sob a orientação atenta do Instituto C, elas cultivaram autonomia, resiliência e reforçaram sua resolução para enfrentar os percalços da vida.

Assim como Milena e Kelly (personagens do nosso episódio 2), Graziela e Mariane, estão agora embarcando em novas jornadas, prontas para os próximos capítulos de suas vidas. Conheça agora a inspiradora história dessas mulheres:

Graziela Duarte de Araújo

Graziela chegou ao Instituto C em fevereiro de 2022 ainda em estado de luto pela perda de seu marido há 11 anos. Juan, um de seus filhos, estava em processo de atendimento médico que, posteriormente, foi identificado como um distúrbio cognitivo e alergia à proteína do leite. Ao longo do tempo, observamos questões similares com outro filho, que também recebeu um diagnóstico comportamental.

Os atendimentos foram centrados na conscientização da necessidade de autocuidado, resultando em encaminhamentos para atendimentos e cuidados da saúde mental. Gradualmente, notamos uma evolução na aceitação por parte de Graziela, compreendendo a importância do fortalecimento dos vínculos afetivos  reconheceu  a necessidade dese aproximar dos filhos através da comunicação e do apoio ”, explica Claudete.

A aceitação do diagnóstico relacionado à sua saúde mental levou-a a buscar atendimento psicoterapêutico, promovendo uma mudança em seu comportamento. Graziela contou que, com os atendimentos, pode se desfazer da crença de que mulheres não conseguem batalhar por um futuro melhor. 

O Instituto C, para mim, foi um presente. O IC olhou para mim como um ser humano, como pessoa, como membro da família”, diz Graziela. 

Para ela, com os atendimentos, ela pode colher frutos bonitos em todos os aspectos de sua vida. “Me ensinou a continuar, persistir pela minha casa, acreditar mais em mim, nas minhas crenças e no meu potencial”, afirma.

E, a partir da compreensão do contexto que abrange a família e a maneira de lidar com os atravessamentos deste cenário, Graziela foi dando abertura para pequenas mudanças possíveis em sua dinâmica familiar, conquistando cada vez mais sua autonomia e bem-estar.

O Instituto C me mostrou uma dimensão de cores que eu não conseguia enxergar, que estava à prontidão da minha visão, mas eu não via. Então, eu continuo dimensionando as minhas pequenas sementes onde eu passo que até o modo de eu me expressar eu consigo visualizar aquilo que o IC deixou em mim: plantas boas, raízes boas, frutíferas terras, e que eu posso fazer um lindo jardim”, finalizou.

Mariane dos Santos Pereira

A vida é um conjunto de histórias, de vivências e experiências. E a de Mariane é repleta de união e determinação. 

Mãe de três filhos, ela chegou ao Instituto C em função de seu filho do meio, o Enzo, diagnosticado com autismo. “Ela sempre demonstrou muita habilidade em articular suas necessidades, dedicando-se incansavelmente à promoção da autonomia dele”, diz Franciele.

Em uma de nossas rodas de conversa, ela disse que nunca pensou em colocar Enzo em uma escola especial, pois ela sempre acreditou que ele deveria frequentar a escola regular como forma de inclusão, e desde que ele iniciou na escola, ele vem se desenvolvendo muito bem, principalmente na interação com outras crianças”, celebra a assistente social.

Com os direcionamentos e articulações promovidas pelos atendimentos do IC, Mariane foi conquistando cada vez mais os direitos de seu filho, assim como enriqueceu a experiência e troca com outras mulheres.

“O Instituto C foi maravilhoso para mim. Eu vou sentir muitas saudades”, diz Mariane. 

Para ela, os auxílios conquistados e os atendimentos fizeram diferença em sua vida. “Nós, mães atípicas, passamos por tantas coisas e às vezes queremos carregar o mundo nas costas, e ninguém entende. No IC, todo mundo me entendia. Passei momentos muito bons com os atendimentos e rodas de conversa. Foi um período muito gratificante.”, celebra.

Explore os outros episódios:

Ou ainda, clique aqui e entenda melhor sobre a jornada das famílias atendidas dentro do Instituto C! 

Parcerias

Natal Solidário: qual a importância e como fazer?

Com o Natal se aproximando, é hora de refletir sobre o verdadeiro espírito da época: a solidariedade. 

Em meio a todas as celebrações e trocas de presentes, muitos estão se conscientizando sobre a importância de ajudar aqueles que estão enfrentando desafios.

A data costuma despertar a solidariedade em muitas pessoas, que buscam formas de colocar isso em prática em doações e ações de apoio – que são de extrema importância para organizações do terceiro setor. 

Nesta época do ano, muitas empresas e pessoas procuram o Instituto C para realizar alguma ação de Natal solidário.Este é um momento em que as pessoas ficam mais sensibilizadas, principalmente com questões de vulnerabilidade social envolvendo crianças. A gente sempre se coloca à disposição para pensar junto com os interessados em uma ação”, afirma Paloma Costa, coordenadora de comunicação e parcerias do Instituto C.

Ações para o Natal Solidário

O IC já organizou diversas campanhas e ações com empresas que se interessaram no Natal Solidário, entre elas o Shopping Iguatemi e a McKinsey & Company. “O Shopping Iguatemi já fez campanhas na época da pandemia, quando convidaram seus clientes para realizar uma doação de natal para o Instituto C dentro do site deles, também já fizeram junto com a decoração de Natal no shopping onde colocaram uma caixinha para arrecadar doações”, conta Paloma.

Já a empresa de consultoria empresarial McKinsey convidou seus funcionários para fazer uma doação de brinquedos para as crianças do Instituto C – arrecadando mais de 500 itens que foram entregues em uma festa de final de ano organizada pelo IC. “Existem várias formas de fazer uma campanha de Natal com uma simples doação, que nos ajuda muito, principalmente nessa época do ano em que precisamos fechar as contas”, afirma a coordenadora.

Outra possibilidade bacana é a de arrecadar doações nas festas de confraternização. “Quando todas as empresas reúnem seus funcionários e colaboradores em algum momento no final do ano. Essa pode ser uma ocasião para sensibilizar as pessoas e as incentivarem a doar algo. É uma ação simples de se realizar, e transformar esse momento de celebração em uma ação solidária”, explica Paloma. Leite em pó, por exemplo, pode ser um dos itens a ser arrecadado – e que é de extrema importância para o Instituto C: são mais de 1000 pacotes distribuídos mensalmente para as crianças atendidas.

Uma das campanhas bem sucedidas que tem acontecido nos últimos anos é a parceria com a Berton, uma empresa de engenharia, que procurou o Instituto com uma ideia diferente e muito criativa. “No final do ano, eles costumavam enviar brindes de Natal para os seus clientes. Então, eles decidiram substituir esses itens, que costumam ficar nas estantes das empresas, por uma doação financeira para o Instituto C”, conta Paloma.

Os clientes da Berton recebem ao final de cada ano um cartão postal com uma foto de alguma atividade que o Instituto C realizou com as famílias atendidas junto com a explicação de que o brinde foi substituído por uma doação. “Nós já realizávamos doações para o Instituto C e aí, em um ano próximo ao Natal, pensamos na ideia de fazer uma doação que divulgasse o Instituto e que não fosse apenas no nosso nome, mas que envolve também os nosso clientes”, conta Marcos Bertoncello, sócio diretor da Berton Engenharia.

A ação foi tão bacana que este é o terceiro ano em que ela acontece. “É muito bacana fazer algo legal em nome de outras pessoas, e não apenas da nossa marca. O retorno dos nossos clientes também foi muito positivo, acho que desperta a solidariedade do Natal”, diz Marcos.

A importância de um Natal solidário

 A importância da doação neste final de ano é muito importante. Para a Paloma, essa é uma cultura que tem crescido no país. “Seguimos fomentando a cultura de doação no nosso país. Nos últimos anos, o Brasil tem se despertado para isso e as datas comemorativas são legais para servir de gancho e incentivar a solidariedade entre as pessoas. É sempre importante ressaltar que é por meio de doações que a gente consegue seguir com o nosso trabalho e transformar a vida de tantas famílias, ou seja, o ato de doar não só fomenta o trabalho de organizações sérias como o IC, como também faz um bem danado para quem doa ”, afirma.

Saiba como fazer um Natal solidário 

Quem desejar fazer qualquer tipo de doação ou ação com o Instituto C, basta entrar em contato por:

 “Para quem quiser fazer uma doação em itens, é sempre legal falar conosco para entendermos juntos a necessidade do momento”, pontua Paloma.

Faça parte deste momento! “O importante é estarmos juntos e, para nós, qualquer doação é sempre muito bem-vinda”, finaliza.

Voluntariado

Dia Internacional do Voluntário no Instituto C

O Dia Internacional do Voluntário é celebrado em 5 de dezembro e oferece uma oportunidade para refletir sobre a importância do voluntariado. 

No Instituto C, os voluntários são extremamente especiais e necessários, desempenhando um papel fundamental para a existência  da instituição. 

Para Liliane Moura, assistente social institucional, o trabalho voluntário vai além do ato de serviço: “…é um compartilhar de uma inquietação por uma sociedade mais justa e igual. A gente vê o brilho no olhar de cada voluntário que chega e diz que quer contribuir. Essa troca é muito rica porque é sobre desenvolver pessoas também”, diz.

Nayara Oliveira, psicóloga institucional, também reflete em como esse ato está no cenário do Instituto C. “Lá no início de tudo, tínhamos duas contratações, e todos os outros trabalhos realizados eram com suporte voluntário. E aí a gente foi crescendo, e o número de pessoas contratadas também, mas o trabalho voluntário sempre foi a fundação da nossa estrutura”, diz. 

Para ela, a ação voluntária é uma forma de contribuir ativamente com a mudança social que deseja, usando a revolta e a indignação como movimento de transformação.

Para ela, a ação voluntária é uma forma de transformar a revolta e a indignação sobre a desigualdade da sociedade em uma resposta de mudança. “Muitas vezes, a o mais angustiante é a sensação de impotência frente ao que vemos ao nosso redor Então, o trabalho voluntário se coloca como uma ponte de ação, onde eu participo ativamente da realidade que eu quero viver”, reflete.

Aqui, vamos entender como o Dia Internacional do Voluntário surgiu e como participar do voluntariado no Instituto C.

O significado do Dia Internacional do Voluntário

O Dia Internacional do Voluntário é um dia para celebrar e agradecer a todos aqueles que dedicam seu tempo, habilidades e energia para ajudar os outros. É uma ocasião para reconhecer o impacto positivo que os voluntários têm nas comunidades e no mundo como um todo. 

O voluntariado é uma forma poderosa de contribuir para a sociedade, promovendo a justiça social, a igualdade e a solidariedade.

A data foi criada pelas Nações Unidas em 1985, como uma maneira de promover e incentivar o voluntariado em todo o mundo. Desde então, tem sido comemorado anualmente em 5 de dezembro. A escolha desse dia não foi aleatória. Ela marca o aniversário da assinatura do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em 1970, que estabeleceu o voluntariado como uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento econômico e social.

O voluntariado e o Instituto C

Existem várias maneiras de se envolver no Dia Internacional do Voluntário e fazer a diferença na vida de outras pessoas. Você pode começar pesquisando organizações locais que precisam de voluntários e entrar em contato com elas para oferecer seu tempo e habilidades. Além disso, muitas organizações realizam eventos especiais no Dia Internacional do Voluntário, nos quais você pode participar e contribuir para uma causa específica.

Atualmente, cerca de 35 voluntários atuam de forma fixa ou recorrente com diferentes demandas do Instituto C – como o cadastro da Nota Fiscal Paulista, entrega dos benefícios e auxílio com as crianças na brinquedoteca, por exemplo.

O Instituto C conta também com os voluntários pontuais, ou seja, aqueles que participam de atividades e ações específicas. “Esse ano tivemos a festa do Dia das Crianças, que contou com 84 voluntários. Também temos ações do voluntariado corporativo – que reuniu atividades com as empresas Sales Force e do Google”, lembra Liliane.

Os voluntários podem chegar até o Instituto C através das redes sociais, telefone e site. Após o primeiro contato, existe uma reunião onde a Instituição explica quais são as vagas em aberto e o funcionamento do trabalho. “Quando recebemos um formulário, temos o cuidado de entrar em contato com o interessado o mais rápido possível. Explicamos as possibilidades e pedimos para ele pensar com carinho no que se encaixa melhor em sua rotina”, explica Liliane. “Depois, a gente vai conversar com o voluntário para que não seja um trabalho rígido e que ele possa nos ajudar em outras áreas caso sinta vontade ou interesse. É comum que ele entre e depois queira fazer outra atividade no Instituto”, acrescenta.

Nayara lembra que também existe uma outra possibilidade na qual o voluntário conta quais são suas habilidades e é pensado em alguma atividade específica para as crianças ou adultos. “Temos, por exemplo, um médico que quis iniciar um trabalho voluntário conosco e ele faz atendimento aqui”, conta. “Para algumas atividades, a gente pede que a pessoa estabeleça um tempo de vínculo de três meses com a família para que a gente organize o nosso planejamento com essas demandas”, acrescenta. 

Para este Dia Internacional do Voluntário, 05, o Instituto C preparou um café da manhã especial para um encontro próximo com seus voluntários.Nós sempre fazemos questão de agradecer e reconhecer nossos voluntários, por isso preparamos algo especial para a manhã do dia 05. Pedimos para a Tatiana, uma das nossas mães atendidas do Polo Zona Norte, gravar um depoimento sobre sua jornada dentro do IC, assim nossos voluntários conseguirão sentir de perto o impacto positivo dessa contribuição.”, explicou Liliane sobre a celebração.

O bem para todos os lados

Por tudo o que foi exposto, a contribuição voluntária não apenas beneficia as pessoas e comunidades que são ajudadas, mas também traz inúmeros benefícios para os próprios voluntários. 

Ao se envolver em atividades voluntárias:

  • Você fortalece suas habilidades interpessoais;
  • Ganha experiência prática;
  • Amplia sua rede de contatos e desenvolve um senso de propósito e satisfação pessoal.

 “O trabalho voluntário está independente dessa lógica financeira, onde a gente está doando o nosso tecido de vida, que é o tempo. Então, por isso, é algo tão potente e sustentável”, finaliza Nayara.

O Dia Internacional do Voluntário proporciona a todos nós uma chance de refletir o significado e importância do voluntariado e também para considerarmos como podemos colaborar para construir um mundo mais positivo e solidário.

Para Liliane, é a união dessas duas forças – voluntário e instituição – que faz com que mais famílias sejam beneficiadas. “Só conseguimos evoluir como instituição, porque estamos unidos com pessoas que compartilham desse desejo com a gente”, finaliza Liliane. 

Ao se envolver em atividades voluntárias, estamos não apenas ajudando os outros, mas também inspirando outros a fazerem a diferença!

Conheça mais sobre os benefícios do voluntariado no IC, aqui!


Seja um voluntário do Instituto C. Clique aqui e faça parte da nossa história!
Doação

Dia de Doar: o que é e como apoiar a causa?

dia de doarJá ouviu falar no Dia de Doar? A data, marcada para o dia 28 de novembro de 2023, é muito mais do que um simples dia no calendário. Trata-se de uma grande ação  descentralizada que busca fomentar a generosidade e promover uma sociedade mais solidária.

O Dia de Doar é um movimento dinâmico e inclusivo que une pessoas de diferentes origens e setores, fortalecendo os laços da sociedade e promovendo um impacto positivo duradouro. A ideia é fazer com que essa mobilização inspire uma cultura de doação contínua e solidariedade.

Afinal, o que é o Dia de Doar?

O mais bacana do Dia de Doar é que ele não é uma ação única, ou seja, focada em uma só instituição, mas sim um empenho coletivo para que a doação aconteça – independente para quem. Na plataforma, inclusive, qualquer pessoa pode criar a sua iniciativa e falar mais sobre os recursos para conquistar tal objetivo. A ideia reflete a essência do movimento, onde ações individuais podem transformar um coletivo.

Por isso, o Dia de Doar só acontece quando pessoas que estão do outro lado se movimentam para alguma ação, seja doando recursos financeiro, tempo ou promovendo ações que estimulem a doação por parte de outros.

A beleza desse movimento reside na diversidade de formas como as pessoas podem contribuir, destacando que o ato de doar vai além do aspecto financeiro, abrangendo também a doação de tempo e habilidades. 

Quando surgiu o Dia de Doar?

A data foi criada originalmente nos Estados Unidos em 2012. No ano seguinte, 2013, chegou no Brasil também – e hoje o Dia de Doar integra atualmente 85 países em uma mobilização global.

A iniciativa, liderada pela ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos, é parte integrante do Movimento por uma Cultura de Doação. Este movimento é uma cooperação de organizações e indivíduos dedicados a incentivar o engajamento das pessoas com causas sociais e organizações da sociedade civil, reconhecendo a doação como uma ferramenta vital para fortalecer a democracia.

dia de doarDia de Doar em 2023

Marcado para acontecer em 28 de novembro, milhares de organizações em todo o Brasil estarão prontas para receber doações, enquanto milhões de brasileiros também podem mostrar seu apoio, compartilhando suas doações nas redes sociais com a hashtag #diadedoar

Essa celebração não se trata apenas de doar, mas de reconhecer a alegria intrínseca neste ato e incentivar o hábito contínuo de contribuir com causas que fazem a diferença. 

Resultados do Dia de Doar em 2022

Na edição do ano passado, foram doados R$2.300.00,00 online e R$2.400.00,00 doados diretamente. Também foram arrecadadas 58 toneladas de alimentos pelas campanhas comunitárias.

A divulgação do movimento também foi grande: foram 72 campanhas comunitárias realizadas e 28 milhões de pessoas alcançadas nas redes sociais. Muita coisa, não é mesmo? 

Então, como participar do Dia de Doar?

Existem muitas formas de participar do Dia de Doar, não apenas no dia 28 de novembro, mas em qualquer data do ano. 

Há 12 anos o Instituto C atende famílias com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, desenvolvendo com elas um Plano de Ação que possibilita a saída do assistencialismo para uma vida com protagonismo e autonomia. Com nosso trabalho, já foram mais de 4000 famílias beneficiadas. O Instituto C, inclusive, já foi eleito por 7 anos consecutivos uma das 100 Melhores ONGs do Brasil!

dia de doarNeste ano, para a ação do Dia de Doar, o Instituto C está arrecadando leite – item essencial para as crianças e adolescentes atendidas. Na plataforma, é possível doar valores a partir de R$16, o que contribui  para uma criança atendida com a doação de 1 pacote de leite em pó. É possível escolher outros valores, e também a periodicidade da doação. 

E, para além da ação do Dia de Doar, o  Instituto C oferece diferentes possibilidades para quem queira apoiar nossa causa: apoio financeiro pontual ou mensal, doação de produtos, doação no imposto de renda e a doação de crédito na nota fiscal paulista.

A importância de apoiar uma causa

O poder da doação é uma força transformadora que pode gerar um impacto significativo em vidas e comunidades. 

Ao reconhecer a importância da generosidade e solidariedade, podemos compreender como a doação pode ser um catalisador de mudanças positivas. O ato de doar não apenas beneficia os destinatários diretos, mas também fortalece os laços sociais, promove a empatia e constrói um senso de responsabilidade coletiva.

A importância da doação vai além do aspecto material, pois também influencia positivamente o bem-estar emocional e psicológico das pessoas envolvidas. A sensação de contribuir para algo maior do que nós mesmos traz um profundo sentido de propósito e satisfação, enriquecendo nossa vida de maneira significativa. Além disso, a doação promove a conscientização sobre questões sociais e inspira outros a se envolverem, criando um efeito cascata de generosidade e solidariedade.

Clique e faça sua doação para o Instituto C neste dia de doar!
Serviços IC

Racismo: o que é, leis que combatem e como o IC atua na pauta

Racismo é um assunto complexo que tem impactado comunidades ao redor do mundo. A Lei 7.716/89, conhecida com Lei do Racismo, pune todo tipo de discriminação ou preconceito, seja de origem, raça, sexo, cor, idade. “Quando se aborda o tema do racismo, é possível afirmar que a subjetividade de um ser humano é moldada pelos costumes. Qualquer indivíduo, detentor de direitos, necessita ser amado, reconhecido e valorizado. E, ser alvo de preconceito, resulta em sofrimento. Por isso a importância de trabalhar essas questões para reduzir tal dor entre aqueles que vivenciam essa realidade”, introduz Enia Moura, psicóloga do Instituto C.

Neste artigo, vamos explorar o que é racismo, a origem dele no Brasil, as leis que combatem o racismo no país, recursos disponíveis para educar e combater o racismo sistêmico, e como o Instituto C atua na pauta – através de rodas de conversas, mas também de medidas práticas.

“Dentro do Instituto, a gente entende a importância de falar sobre o racismo estrutural e como esse racismo velado afeta cada um de nós – e a nossa sociedade”, afirma Lualinda Toledo, pedagoga do Polo Centro. Ela ainda acrescenta que as famílias atendidas pela organização já estão consumidas pelo diagnóstico de suas crianças, e que o racismo não é algo que elas compreendam como parte estrutural. “As mães não percebem que elas acessam ou não o direito delas pela cor da pele de seus filhos”, completa. O impacto de todo esse cenário é perverso e, além de atingir os acessos aos direitos, também influencia na saúde mental das famílias. Para mudar tudo isso, é preciso conversar sobre o tema, mas também tomar medidas práticas, como ações antirracistas – que cabem a toda a sociedade.

O que é racismo?

O racismo é a crença de que algumas raças são superiores a outras, resultando em discriminação e tratamento injusto para com as pessoas pertencentes a essas raças. Muitas vezes, o racismo é manifestado através de atitudes preconceituosas, estereótipos negativos e exclusão social. Essa forma de discriminação pode ocorrer em várias esferas da vida, como no ambiente de trabalho, na educação, na saúde e no acesso a serviços básicos.

O racismo pode assumir muitas formas, desde a discriminação explícita até a velada. É importante entender que o racismo não se limita apenas a ações individuais, mas também está enraizado em instituições e estruturas sociais, resultando em desigualdades sistêmicas. Reconhecer e combater o racismo é crucial para criar uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.

Para Claudete Marcolino, também psicóloga do Instituto C, o racismo surge frequentemente durante os atendimentos, mas de uma maneira não verbalizada. “Isso ocorre porque não há uma construção de pensamento em relação à estrutura social, dificultando a identificação do racismo pelas famílias, já que não existe uma estrutura formalmente organizada para tal”, explica.

Um dos lugares onde ele aparece é no diagnóstico das crianças. Segundo ela, estatisticamente, está comprovado que crianças negras recebem um diagnóstico com mais atraso do que crianças brancas. “Esse atraso é mais evidente quando se trata de transtornos comportamentais, pois as questões reais do diagnóstico não são consideradas. Em vez disso, é associado ao contexto uma falta de educação e comportamento inadequado, colocando a responsabilidade na mãe negra e atribuindo tudo aos valores estruturais de uma sociedade que já universalizou seus próprios valores”, explica.

E, uma vez que o diagnóstico é atribuído a uma criança negra, o acesso à saúde, ao tratamento e ao acompanhamento é afetado por impactos físicos e sociais relacionados à melanina. O racismo estrutural se reflete na disparidade de diferença entre uma criança branca com diagnóstico e uma criança negra na mesma situação. Portanto, esse também é um impacto significativo na saúde mental das famílias que lidam com o diagnóstico de uma criança. “Assim, podemos começar a perceber o impacto gerado por uma sociedade que apresenta uma estrutura marcada por um racismo sistêmico e estrutural, os quais dificultam o acesso a diversos recursos. Este é um cenário concreto enfrentado por muitas famílias, que frequentemente não conseguem identificar ou nomear as situações como sendo racistas, nem reconhecer que estão sendo vítimas de violações de direitos decorrentes do racismo”, reflete Claudete.

Origem do racismo no Brasil

No Brasil, o racismo tem raízes profundas que remontam ao período colonial, quando milhões de africanos foram trazidos à força para trabalhar como escravos. Essa exploração e desumanização das pessoas de ascendência africana criou uma hierarquia racial que ainda permeia a sociedade brasileira. Mesmo após a abolição da escravidão, a discriminação racial persistiu de diversas formas, afetando a vida e as oportunidades das pessoas negras no país.

O mito da democracia racial, que sustenta a ideia de que no Brasil não há racismo e que todas as raças convivem em harmonia, tem sido desmascarado ao longo dos anos. A realidade é que o racismo estrutural e institucionalizado continua a impactar negativamente a vida das pessoas negras no Brasil, limitando seu acesso a oportunidades e recursos. Entender a origem do racismo no país é fundamental para promover ações eficazes de combate a essa realidade.

Claudete também reforça outros dois pontos importantes que o racismo atravessa: a solidão e o luto. É visível a falta de rede de apoio e sobrecarga enfrentada por mães negras solteiras, localizadas em regiões periféricas e em condições de vulnerabilidade. Em relação ao luto, também há uma diferenciação para com as mães negras, que não têm o “luxo” de se permitirem o tempo necessário para elaborar a perda de seus filhos, sendo pressionadas a prosseguir imediatamente na luta diária. Isso tudo, lembrando que, cerca de 85% das famílias atendidas no Instituto C são lideradas por mulheres negras, muitas das quais não se reconhecem como negras, destacando a influência também do padrão narcísico de beleza e a não-visibilidade da mulher negra na saúde humana.

Daí, a equipe multidisciplinar reconhece a necessidade de abordar temas que ampliem o pensamento das famílias, capacitando-as a protagonizarem suas próprias vidas com autonomia e independência. Esse processo possibilita que as famílias avaliem, reconheçam e nomeiem suas dores internas e sociais, contribuindo para o fortalecimento da autonomia e independência”, pontua Claudete.

Leis que combatem o racismo no Brasil

No Brasil, existem leis específicas que visam combater o racismo e promover a igualdade racial. A Constituição Federal de 1988 estabelece a igualdade de todos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo a proteção contra a discriminação racial. Além disso, a Lei nº 7.716/1989 define os crimes resultantes de preconceito de raça ou cor, tornando puníveis as práticas discriminatórias.

O Estatuto da Igualdade Racial, instituído pela Lei nº 12.288/2010, estabelece políticas de promoção da igualdade racial e combate à discriminação, além de criar mecanismos de reparação para as vítimas de racismo. Essas leis representam avanços importantes na luta contra o racismo, mas é fundamental que sejam efetivamente aplicadas e que haja um trabalho contínuo de conscientização e educação para combater essa realidade.

Entretanto, a conquista efetiva dos direitos contra o racismo talvez demande muitos anos. Apesar da presença das leis, como expresso na Constituição, que proclama a igualdade, ainda há um longo caminho a percorrer. “Embora o racismo seja considerado crime, a batalha atual se dá para a efetivação das medidas legais para combater esse delito. É preciso renunciar aos padrões educacionais e estruturais tradicionais em prol de uma educação antirracista. E, para isso, é necessária uma mudança de perspectiva e uma revolução nos padrões de beleza e estrutura estabelecidos”, ressalta Claudete.

Vale lembrar que o racismo é uma forma de discriminação que se baseia em diferenças raciais, promovendo a inferiorização de um grupo étnico; o preconceito é um juízo prévio e desfavorável sobre algo ou alguém sem conhecimento adequado, e que pode ser relacionado a diversas características, incluindo raça, gênero, religião, entre outros. Já a injúria racial é uma ofensa direcionada à raça, cor, etnia, religião ou origem de alguém. Atualmente, no Brasil, o racismo é considerado crime inafiançável e imprescritível, conforme a Constituição Federal. A prática de discriminação racial, injúria racial e preconceito são consideradas infrações penais

Rodas de conversa sobre o racismo

No início de todo ano, a equipe do Instituto C se reúne para pensar nos temas das rodas de conversas dos meses seguintes. “Pensamos em temas que dialoguem com aquilo que vamos percebendo ao longo do ano anterior. A violência contra a mulher, o não acesso das pessoas com deficiência e a questão racial, por exemplo, são questões urgentes”, explica Lualinda.

A questão racial, no entanto, é ainda mais gritante. “A gente percebe isso ao notar que o maior número de famílias atendidas pelo Instituto C é de pessoas negras. Ainda que muitas delas não se declaram negras, por uma questão estrutural, nós enquanto técnicas temos essa consciência de que elas fazem parte de um grupo étnico racial e que elas vivenciam essa questão todos os dias”, diz a pedagoga.

Em outubro, então, aconteceu a roda de conversa sobre racismo – que contou também com uma atividade lúdica sob o comando da artista Raki. “O tema é pesado, né? Então, na primeira parte dessa roda trouxemos as dores e o contexto histórico do racismo no Brasil, para depois finalizar com a atividade artística e temas como representatividade e identidade”, explicou Lualinda.

Fomos apresentando historicamente às famílias como o racismo se desenvolve, desde os filhos de Noé até a maldição de Cam, e como as religiões utilizam isso para afirmar que o povo negro é amaldiçoado. Abordamos como essa ideia foi empregada para justificar a escravidão do povo negro e como ela contribuiu para naturalizar a concepção de que o negro não possui alma. Relatamos às famílias o percurso de tirar o negro da África, trazê-lo para o Brasil, destacando a persistência das guerras, mas ressaltando que a escravidão tem um caráter perverso, resultando na perda de nossa identidade. Também discutimos a tentativa de embranquecer o Brasil e todo o contexto histórico, visando proporcionar às famílias uma compreensão do passado e, assim, desmistificar o que é ensinado nas escolas”, explicou.

A pedagoga conta que foram momentos de choro e de dor, mas também de reflexão e conhecimento – finalizado com uma série de atividades artísticas.

No Instituto, o trabalho também se desenvolve no sentido de proporcionar uma abordagem clínica ampliada. “Busca-se levar as famílias a compreenderem essa dor não verbalizada, que, apesar de não ser expressa verbalmente, é real e relevante, associada a uma estrutura que coloca essas famílias em situações desconfortáveis, de falta de acesso e violação de direitos”, reforça Claudete.

Medidas e ações antirracistas

É preciso ter essa conversa, mas também adotar práticas que possam mudar esse cenário. “É compreender como denunciar o racismo e entender o funcionamento das leis. É importante também reconhecer que o papel da pessoa branca é tomar partido ao testemunhar situações discriminatórias. É fundamental abordar esse espaço antirracista, reconhecendo que todos nós podemos agir para combater essa problemática. Devemos unir forças para promover mudanças – e de diferentes formas, seja através do voto, da denúncia ou da contratação de pessoas negras”, diz Lualinda.

Muitas das famílias chegam ao Instituto C desconhecendo o racismo e, por isso, naturalizando essa questão. “O pior é quando esse ciclo se perpetua de geração em geração, especialmente se houver a mesma reprodução de cor”, pontua Enia. A psicóloga conta que nos atendimentos das situações provenientes do racismo, é nítida a percepção de desconhecimento dos direitos. “É nosso papel fornecer informações sobre isso, para que a pessoa possa ser mais assertiva nos ambientes em que vive. Promovemos o entendimento sobre o racismo e suas implicações na saúde mental, utilizando uma estratégia chamada acolhimento, que oferece escuta e apoio. Através do diálogo, buscamos modificar a situação que ela está enfrentando para que ela possa sair desse contexto”, afirma.

Em julho deste ano, por exemplo, o Instituto C conquistou o selo Igualdade Racial, promovido pela Secretaria Municipal dos Direitos Humanos. Este reconhece instituições privadas cujo quadro de profissionais contratados contemple, ao menos, 20% de pessoas negras, distribuídas em hierarquias e funções. “Essa sempre foi uma preocupação do Instituto C quanto à equipe nas contratações”, reforçou Vera Oliveira, Diretora Executiva do Instituto C, na época.

Para Lualinda, é fundamental ter pessoas diversas dentro das instituições para que as famílias se reconheçam. “Há demandas que precisam ser abordadas por pessoas específicas, exigindo sensibilidade e compreensão. Quando se trata da relação afetiva e amorosa de uma mulher negra, se uma profissional branca não reconhece historicamente o lugar dessa mulher na sociedade e a experiência da solidão, ela não pode orientar adequadamente essa família, uma vez que o afeto é o único espaço de conexão que essa mulher conhece”, pontua.

Não se trata de classificar quem está sofrendo menos ou mais, mas sim de direcionar políticas públicas para compreender o contexto do racismo estrutural. “Isso envolve diálogo, estudo e a compreensão. Não é sobre virar inimigo do outro, é sobre o outro entender o seu lugar, nós entendermos o que acontece à nossa volta – e o que se faz com isso. Essa é a questão”, finaliza Lualinda.


Contribuição:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Áreas de atendimento

A psicologia no Instituto C: como funciona?

Uma das áreas de atendimento dentro do Instituto C é dedicada à psicologia, a ciência que estuda o comportamento humano e os processos mentais. 

O tema ganhou ainda mais destaque após a pandemia do coronavírus, mas fato é que a psicologia, se desenvolvida e trabalhada, pode ser uma ferramenta essencial para a promoção e fortalecimento do bem-estar geral da sociedade.

Dentro do Instituto C, a psicologia é trabalhada em um viés social, diferente do tradicional conhecido pela sociedade, individual e clínico. “A psicologia social é um trabalho profissional e previsto dentro da assistência social”, introduz Nayara Oliveira, psicóloga institucional.

Para ela, esse trabalho se atenta muito às questões de intersecções, de exclusão e inclusão na sociedade. “Atuamos por meio de uma escuta qualificada, considerando contextos históricos, sociais e econômicos, especialmente influenciados por intersecções  de gênero, classe e raça, bem como outras populações marginalizadas, como povos originários e comunidades ribeirinhas”, explica Nayara.

Aqui, vamos explicar um pouco mais sobre a psicologia social e como funciona a área de psicologia dentro do Instituto C. 

O que é a psicologia social?

A psicologia social é uma abordagem dentro da psicologia que se concentra no estudo do comportamento humano em contextos sociais. 

Um pouco diferente do que se conhece tradicionalmente na sociedade, este tem uma base comunitária e coletiva – analisando as questões sempre vinculadas ao território e ao coletivo. “A função da psicologia social é identificar as potencialidades e as vulnerabilidades das pessoas atendidas e seus territórios, principalmente numa lógica familiar, sempre pensando no fortalecimento dessas potências e promovendo a garantia do acesso aos direitos fundamentais”, explica Nayara.

A psicóloga ainda reflete como essa visão é algo recente. “Identificar uma pessoa como um sujeito de direitos é algo muito novo na sociedade brasileira. Isso vem da Constituição de 1988, né? Estamos falando que entender o ser-humano como uma pessoa digna de direitos vem de 35 anos. A psicologia social, então, luta para garantir a efetividade disso”, pontua.

Ainda de acordo com essa teoria, vale lembrar que a pobreza e a vulnerabilidade possuem muitas esferas, que não só a ausência do dinheiro. Daí a importância de uma escuta ativa e qualificada para a reflexão desses marcadores sociais de maneira ética – sempre atuando de maneira interdisciplinar e pensando nos acessos de políticas públicas. 

Como é dividida a área de psicologia no Instituto C?

No Instituto C, temos psicólogas que atuam no atendimento da psicologia social. Elas atendem de forma individual e também no coletivo, em rodas de conversa e grupos de fortalecimento. Em demandas urgentes, quando se identifica a urgência do atendimento, elas também atuam em atendimento domiciliar. É importante ressaltar que, caso seja identificada demanda de um trabalho psicoterapêutico, as psicólogas sociais do Instituto C articulam, seja com a rede pública ou privada, meios para que a família seja atendida e cuidada em sua demanda.

Já a frequência dos atendimentos é conforme as necessidades aparecem. No Polo Centro, por exemplo, as famílias estão presencialmente uma vez por mês –sempre em contato remoto caso haja necessidade. Já no Polo Zona Norte, a agenda é aberta e montada de acordo com as demandas das famílias e a disponibilidade da equipe, em encontros semanais, individuais ou coletivos.

Dentro da psicologia, temos o código de ética e um dos primeiros artigos é a luta ativa pela promoção de igualdade e contra as opressões e violência, então a psicologia no Instituto C está sempre unida a esses princípios”, reforça Nayara. 

Como funcionam os atendimentos da psicologia?

A partir da visão da psicologia social, os atendimentos são sempre pensados no coletivo, a partir daquilo que é dito – e não dito. “A gente vai pensando no adoecimento e na fragilidade daquela família não só pelo que ela diz, mas também pelo que o território está produzindo”, diz Nayara.

Isso porque muitas violações de direitos e vulnerabilidades são naturalizadas pela sociedade, e acontecem por conta de uma estrutura social e coletiva antiga. “Existe também o trabalho de ajudar a identificar essas questões. A violência de gênero e doméstica, por exemplo, é algo que a mulher muitas vezes nem consegue perceber que acontece. Então, temos um trabalho muito grande de não individualizar o problema, mas também de ir amplificando essas vozes”, completa a psicóloga. 

A área de Desenvolvimento Institucional

Além dos atendimentos nos projetos, também existe a área de desenvolvimento institucional, onde a psicologia também está presente e Nayara está à frente. “Nessa área, o atendimento não é direto com as famílias, mas sim com equipe do Instituto C. É um trabalho de escuta em busca  de cuidar das pessoas e dos processos para que a gente tenha vínculos fortalecidos e sustentáveis”, explica.

Assim, a psicologia dentro do Instituto C é prioritariamente social – da mesma forma dentro da área institucional. “A minha escuta também passa por esses marcadores e por essa luta coletiva. É uma construção transversal, costurando os atravessamentos de toda a equipe”, completa. 

Os benefícios da psicologia social

A luta pela igualdade é um benefício para toda a sociedade. E, quando pensamos em uma psicologia não elitista e individual, produzir saúde e fortalecer vínculos se torna ainda mais potente. “Quando a gente faz isso, a gente evita que as violências sejam perpetuadas ou repetidas”, garante Nayara.

É claro que a psicologia social possui desafios – ainda mais em um País com tanta opressão e desigualdade, mas é um caminho possível. “Pensar no fazer cuidadoso e ético, que mais inclua do que exclua, é uma forma de promover transformações. Se a gente está pensando em produzir saúde e cuidado para uma grande população que é marginalizada, não daria para ser individual, tem que ser coletivo. E, aos poucos, é caminhando que se faz o caminho”, finaliza. 


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Aniversário ICServiços IC

Dia das Crianças e Aniversário do Instituto C

Outubro é um mês muito especial para nós. Celebramos o aniversário do Instituto C, que completa 12 anos em 2023, e comemoramos também o Dia das Crianças – que são parte essencial do nosso trabalho

Aliás, as duas datas estão conectadas. “O Instituto C foi fundado coincidentemente no Dia das Crianças, e isso é maravilhoso porque é a melhor data para a gente comemorar uma organização que preza justamente por formar crianças que se tornem cidadãos conscientes de seus direitos e com todas as oportunidades que eles merecem ter na vida“, afirma Vera Oliveira, diretora executiva.

Tradicionalmente no Brasil, no dia 12 de outubro, celebramos a infância e homenageamos os pequenos que trazem alegria e esperança para o mundo. É um dia dedicado a enaltecer a importância das crianças em nossa sociedade e reconhecer seus direitos e necessidades.

Aqui, vamos nos aprofundar um pouco mais na história, simbologia da data, reunir ideias de brincadeiras para fazer com os pequenos e, claro, te contar também um pouco mais dos nossos 12 anos de trabalho

História do Dia das Crianças

Assim como em outras datas comemorativas, o Dia das Crianças tem origens que remontam a diversas culturas e tradições ao redor do mundo. No Brasil, a data foi oficializada em 1924, inspirada pelo movimento internacional que buscava garantir os direitos das crianças.

A data, então, foi criada por um decreto sancionado em 1924, no governo de Artur Bernardes, durante a Primeira República do Brasil. No entanto, a celebração já ocorria em outros países, como nos Estados Unidos, onde foi estabelecido em 1857. 

Por que celebramos o Dia das Crianças em 12/10?

A escolha do dia 12 de outubro para comemorar o Dia das Crianças está relacionada à celebração de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. A data já era um feriado nacional e, por isso, foi escolhida para homenagear as crianças também. Essa escolha fez com que a data se tornasse ainda mais significativa para os brasileiros.

Além disso, a data varia em diversos países. Por exemplo, nos Estados Unidos, é comemorado no terceiro domingo de junho. Já na Índia, é celebrado em 14 de novembro, durante o aniversário de Jawaharlal Nehru, o primeiro primeiro-ministro do país, que era conhecido por seu amor pelas crianças. 

Qual é o objetivo de celebrar esse dia? 

O propósito de celebrar o Dia das Crianças é destacar a importância das crianças em nossa sociedade e garantir que seus direitos sejam respeitados. É uma oportunidade de refletir sobre a infância, promover a igualdade e oferecer um ambiente seguro e saudável para que as crianças possam crescer e se desenvolver plenamente.

Além disso, é uma data de celebração e diversão. É um momento para criar memórias felizes e fortalecer os laços familiares. Através de brincadeiras, presentes e atividades especiais, podemos demonstrar o nosso amor e carinho pelas crianças e proporcionar momentos de alegria e aprendizado. 

Dia Universal das Crianças 

Como falamos acima, esse dia é celebrado em datas diferentes ao redor do mundo. No entanto, também existe o Dia Universal das Crianças, também conhecido como Dia Mundial das Crianças. Ele é comemorado em 20 de novembro e foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1954.

Na data, é importante trabalhar para a conscientização da sociedade sobre a importância de garantir os direitos das crianças, como o direito à educação, à saúde, à proteção contra a violência e à liberdade de expressão. É uma oportunidade de refletir sobre as questões que afetam as crianças em diferentes países e buscar soluções para melhorar suas condições de vida. 

4 Atividades e brincadeiras para fazer com as crianças

Brincadeiras e, principalmente, jogos educativos são uma excelente forma de tornar o Dia das Crianças ainda mais especial e significativo. Eles proporcionam diversão e aprendizado ao mesmo tempo que estimulam o desenvolvimento cognitivo, motor e emocional das crianças.

Abaixo, vamos te dar 4 ideias de atividades fáceis de fazer para tornar o dia mais divertido. Confira! 

Jogo da memória

O jogo da memória é um dos clássicos da infância. Ele é ótimo pois ajuda a exercitar a memória das crianças, além de trabalhar a concentração e a capacidade de observação. Para tornar o jogo mais divertido, você pode utilizar cartas com imagens de personagens ou objetos que as crianças gostem. 

Jogo de palavras

Você pode criar um jogo de caça-palavras ou um jogo de formação de palavras com letras embaralhadas. Esse tipo de jogo também ajuda a desenvolver o vocabulário, a ortografia e a capacidade de raciocínio das crianças. 

Corrida no saco

Se você tem a opção de fazer uma brincadeira ao ar livre, seja no quintal de casa ou em uma praça, uma ideia de jogo divertido é a corrida de saco. Basta providenciar sacos de batata e delimitar uma linha de chegada. As crianças devem entrar dentro dos sacos e, ao sinal, correr até a linha de chegada. O vencedor é quem chegar primeiro! 

Queimada 

A queimada também é uma brincadeira tradicional, principalmente nas escolas. Para fazer, reúna as crianças da família ou do bairro e organize dois tiques, com uma linha no meio do campo. O objetivo é acertar os jogadores do time adversário com a bola, sem deixar que a bola seja pega pelos adversários. O time que eliminar todos os jogadores adversários vence. 

Presentes simbólicos para o Dia das Crianças 

Sabemos que, além dos jogos, os presentes também fazem parte do Dia das Crianças. Afinal, as crianças ficam na expectativa de recebê-los. Porém, eles também podem ser simbólicos e, ainda assim, são uma excelente forma de demonstrar o carinho e amor pelos pequenos.

Uma opção de presente simbólico é uma carta das pessoas queridas por ela. Uma simples mensagem escrita à mão pode carregar um significado profundo que a criança levará para sempre. Nessa carta, os parentes e amigos podem expressar seus sentimentos, compartilhar lembranças especiais, colocar algumas fotos e transmitir palavras de encorajamento. É uma maneira de fortalecer os laços afetivos e criar memórias eternas!

Aniversário de 12 anos do Instituto C

Por tudo o que foi exposto, não haveria data melhor para comemorar o aniversário do Instituto C. Como adiantamos, a organização nasceu em 12 de outubro de 2011 e em 2023 celebra seus 12 anos. Para Vera Oliveira, diretora executiva e fundadora do IC, a comemoração dupla é simbólica e especial. “É a melhor data para comemorar uma organização que preza justamente por formar crianças que se tornem cidadãos conscientes de seus direitos e com todas as oportunidades que eles merecem ter na vida“, diz. 

Para ela, os 12 anos do Instituto são a consolidação da metodologia usada pela organização. “Desenvolvemos esse sistema durante todos esses anos e agora começamos a replicar em parceria com outras organizações. Estamos prontos para expandir ainda mais“, celebra Vera.


Leia Agora:

“Um ano de grandes conquistas para o Instituto C”


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