O primeiro projeto do Instituto C nasceu em 2012, e é o PAF – Plano de Ação Familiar. Desde então, famílias com crianças que tenham alguma doença grave ou crônica, e que vivam em situação de vulnerabilidade social, passam por atendimentos específicos, participam de rodas de conversas e recebem doação de alimentos e remédios que o SUS não fornece.
Realizado na sede, no bairro da Santa Cecília de São Paulo, o PAF atende mensalmente 200 famílias, que têm ciclos de participação que variam de um ano e meio a dois. Por isso, a lista de espera para ingressar no projeto é grande.
“A gente vê essa demanda como algo importante, já que nosso trabalho está sendo recomendado e requisitado. Enxergamos isso como algo bom, mas, por outro lado, sabemos que não é apenas um número naquela lista, mas uma família que está precisando de orientação e auxílio”, diz Katia Moretti, coordenadora do PAF.
O aumento da procura – PAF
Antes da pandemia, o projeto passou por uma fase onde estava recebendo poucos encaminhamentos dos hospitais parceiros.
“Foi quando, em 2019, decidimos tornar o PAF um projeto de portas abertas. Assim, as famílias poderiam nos indicar e nos procurar – e não mais haver necessidade de um encaminhamento da rede”, explica. A partir disso, as procuras espontâneas começaram a representar a maior parte das famílias recebidas.
Não demorou para a pandemia do coronavírus paralisar os atendimentos presenciais, impossibilitando o Instituto C de receber novas famílias. “Quando voltamos, mesmo que ainda em formato híbrido, a lista só foi crescendo. Afinal, tínhamos um grande número de encaminhamentos e procuras espontâneas, e mais vulnerabilidade por conta da pandemia”, lembra. Inclusive, as indicações entre as famílias cresceram tanto que atualmente representam 85% da lista de espera – que hoje conta com 118 famílias.
Em outubro de 2021 o projeto atingiu o marco de 200 famílias ativas, sendo essa a capacidade máxima para atendimento. Desde então, novas famílias são recebidas apenas quando há vagas disponíveis.
“Como a nossa rotatividade não é alta, as famílias que estão na lista acabam esperando muito”, diz Katia.
PAF em crescimento
A partir dessa preocupação crescente da equipe técnica e da gestão do Instituto, surgiu um projeto piloto de pré-atendimento, com o intuito de garantir informações sobre os direitos (pelo menos os mais básicos) às famílias.
“Queremos ofertar atendimentos em grupo para orientação acerca de proteção social básica e como acessá-la”, conta.
A porta de entrada para a Política de Assistência Social é o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), sendo assim, todas as famílias da lista de espera, poderiam ser beneficiadas com informações e encaminhamentos para esse serviço a partir de uma roda de conversa didática e satisfatória, promovida pelo PAF.
“A gente acredita muito na potência do trabalho em grupo. Pensamos em reunir cerca de 30 famílias e ir repetindo grupos até alcançar a totalidade da lista. Na conversa, explicaremos que ainda não é o início dos atendimentos do projeto em si, mas que temos esse auxílio de orientação para informações. Também vamos oferecer uma cesta básica à família”, explica Katia.
O primeiro pré-atendimento deve acontecer até o início de junho. “Às vezes, a família já recebeu tantos ‘nãos’, que queremos ser um incentivo para ela alcançar seus direitos, com as orientações e auxílio que elas precisam. Acreditamos que será um trabalho bem potente. Estamos animados”, celebra a coordenadora.
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