A história da Maria Rosimar
“Sou baiana, mas vivi em Alagoas desde criança. Aos 24 anos, fui morar com meu irmão em São Paulo, em busca de uma vida melhor. Foi aqui que conheci Ademar, meu primeiro companheiro. Resolvemos morar juntos e pouco tempo depois fui trabalhar como empregada doméstica para um casal. Nesse tempo, engravidei do meu primeiro filho, Davi, que nasceu aparentemente bem de saúde, apenas com algumas manchas no corpo. Mas eu não era feliz ao lado do pai dele, que bebia muito. Sentia-me só, sobrecarregada de trabalho. Decidi, então, voltar para a casa de minha mãe em Alagoas com meu bebê recém-nascido”.
Pouco tempo depois, devido à falta de oportunidades em Alagoas, Maria Rosimar resolve voltar a São Paulo para trabalhar como empregada doméstica por meio de uma indicação de amigos na capital paulista. O dinheiro que ganhava era pouco: quase não sobrava para comprar as fraldas de Davi, na época com dois anos, e menos ainda para as necessidades básicas. Além disso, nesse período, ela começou a perceber atitudes estranhas de seu filho, como bater nervosamente a cabeça na parede.
Um dia, Davi passou mal com falta de ar e Maria Rosimar o levou ao hospital. Quando a médica o examinou, percebeu as manchas no corpo do menino e explicou que se tratava de um problema grave, que precisava ser investigado imediatamente. No posto de saúde, o neurologista e a psiquiatra identificaram a neurofibromatose, além de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD), sendo os dois últimos problemas causadores de sua irritação e agressividade. Com o posterior encaminhamento para a Santa Casa de Misericórdia, Davi começou seu tratamento.
Na época, Maria Rosimar conheceu Roberto, seu segundo companheiro, que a acolheu em sua casa. Ela havia deixado o trabalho de empregada e estava sem dinheiro para se manter sozinha com seu filho. Com poucos recursos, Maria Rosimar e Davi se alimentavam com os restos de carne, frutas e verduras que Roberto pegava no final da tarde nos açougues e sacolões do bairro. Nessa época, Maria Rosimar engravidou de Roberto e deu à luz ao seu segundo filho, Igor. Em condições precárias e com muitas dificuldades, ela teria que cuidar de uma criança com sérios problemas e um bebê.
Numa tarde, Davi queixou-se de uma forte dor de cabeça e desmaiou. Terminaram na Santa Casa de São Paulo, onde foi feita uma ressonância magnética que detectou um AVC hemorrágico. Davi foi submetido a uma cirurgia e passou apenas um dia na UTI, sem sequela de visão e de movimentos. Enquanto acompanhava a recuperação de seu filho, Maria Rosimar conversava com a assistente social da Santa Casa, que a indicou para os atendimentos do Instituto C.
Muito abalada psicologicamente, mas com o intuito de procurar toda a ajuda possível para ela e para a sua família, Maria Rosimar aceitou a indicação e resolveu ir até o Instituto C. Com demandas significativas nas áreas de atendimento do PAF – Plano de Ação Familiar, tanto Maria quanto seus filhos receberam todas as orientações e o apoio necessários para se fortalecerem. “As psicólogas e as assistentes sociais conversaram muito comigo, me orientaram na maneira como eu deveria agir frente à violência doméstica que eu ainda sofria. Todas elas me diziam que acreditavam em mim e aos poucos eu aprendi a confiar no meu potencial”.
Ao iniciar os atendimentos no Instituto C, a família já possuía o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e com as orientações sobre planejamento financeiro começaram a se organizar dentro de casa. Depois de algum tempo, foram contemplados com um apartamento do programa “Minha casa, minha vida”, e Rosi não encontrou dificuldades para assumir as novas despesas, pois estava fazendo uma boa administração de sua renda com o auxílio da equipe do PAF. Depois de participar de uma roda de conversa sobre a importância do planejamento financeiro, ela se determinou a guardar dinheiro para fazer uma festa de aniversário para Davi e alcançou o seu objetivo; percebeu, então, que poderia reservar uma quantia todo início de mês. Nos últimos atendimentos na área da renda contou que se surpreendeu com sua capacidade, disse que nunca imaginou conseguir poupar dinheiro.
Prestes a encerrar seu ciclo no IC, Maria Rosimar diz que se sente outra mulher, mais confiante e sem medo de ir atrás de seus direitos. “Além das cestas básicas, dos leites e dos brinquedos, agradeço ao IC também pelo auxílio que me deu em relação aos direitos e aos medicamentos caros de Davi. Isso me deu forças para enfrentar as dificuldades, que são próprias da vida de qualquer pessoa. Não acho mais que os problemas do meu filho são os piores do mundo. Sem dúvida, o Instituto C passou a ser minha família. Aqui conquistei amor próprio!” conclui ela.
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