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BPC: o que é o benefício e quem tem direito?

BPC

Já ouviu falar no BPC? O Benefício de Prestação Continuada está previsto na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, criada em 1993, e é a garantia de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade. Ele ainda é cercado de muitas dúvidas, entre elas o “quem tem direito?” e, claro, “como acessar?”ele é um benefício importante, sendo o benefício social de maior valor, ele foi criado para efetivar a proteção social, por meio de segurança de renda às pessoas com deficiência e idosas do nosso país, que estejam em situação de risco, vulnerabilidades sociais ou violação de direitos, que podem ser agravados por insuficiência de renda”, introduz a Assistente Social do Polo Centro, Franciele Fernandes.

E, ao contrário do que se pensa, o BPC não é uma aposentadoria. “O idoso pode ter direito mesmo sem ter contribuído para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O BPC não paga 13º salário e não deixa pensão por morte”, explica Alexandre Anjos, Assistente Social do Polo Zona Norte.

A aprovação deste direito, no entanto, é muito individual e carece de uma avaliação de um perito do INSS. “Casos de autismo, por exemplo, são complicados de garantir que o benefício será aceito pois existem diferentes níveis, quem irá determinar se a deficiência é perfil deste benefício é o Perito do INSS, que irá avaliar se a deficiência da pessoa a incapacita para o trabalho e para a vida independente. explica Franciele.  

Quem tem direito e como acessar o BPC?

Idosos com idade igual ou superior a 65 anos ou a pessoa com deficiência de qualquer idade. No caso da pessoa com deficiência, esta condição tem de ser capaz de lhe causar impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (com efeitos por pelo menos 2 anos), que a impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. É necessário também que a renda por pessoa do grupo familiar seja igual ou menor que 1/4 do salário-mínimo, ou seja, R$325,50 e, no caso da pessoa com deficiência, é feita uma avaliação médica e social no INSS para a aprovação (ou não) do benefício. Aqui, é válido lembrar que programas de estágio ou Jovem Aprendiz não entram no cálculo da renda.

Para solicitar o benefício, é necessário que o requerente tenha primeiro a inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) – essa inscrição é feita nos CRAS – Centro de Referência de Assistência Social.  “É via o Cadastro Único que o INSS avalia a situação socioeconômica do solicitante e será feita uma atualização de dois em dois anos para a manutenção ou não do benefício”, explica Alexandre.

“Feita a inscrição no CadÚnico o requerente pode solicitar o BPC no INSS, essa solicitação pode ser feita pelo telefone 135 (ligação gratuita de telefone fixo), pelo site ou aplicativo de celular ‘Meu INSS‘ ou pode ser feita também nas Agências da Previdência Social (APS). Daí, será agendada uma perícia médica para comprovar a deficiência e uma avaliação social para analisar a questão socioeconômica”, explica Franciele. A assistente social ressalta que, ainda que a renda não seja igual ou menor que 1/4 do salário-mínimo, é válido o agendamento pois pode haver a comprovação que o gasto com o idoso ou com o deficiente é maior do que o ganho. “Por isso é importante guardar comprovantes de compra de medicamentos, fralda geriátrica, entre outros”, diz.

“Percebemos que em muitos casos as famílias dão entrada neste benefício pela via judicial com advogado particular, o que não é necessário. Com a orientação certa ela consegue realizar o processo sozinha e, caso necessite, ela pode requerer apoio jurídico gratuito pela Defensoria Pública da União”, afirma Franciele. 

Sheila Silva, Agente de Ação Social do Polo Zona Norte, ressalta ainda que o trabalho realizado no Instituto C é fundamental para que as famílias acessem esse e outros direitos. “Nos nossos atendimentos orientamos as famílias sobre todos os processos que ela precisa realizar para acessar o benefício e as ajudamos com essas etapas burocráticas. Assim as famílias não perdem tempo e recurso indo em vários lugares diferentes para buscar orientação”. Ela ainda lembra que não é só do dinheiro que a família precisa, mas também dessa escuta qualificada e acolhedora. “Aqui tem sempre um técnico que irá escutar, acolher e direcionar as famílias, proporcionando também acesso a nossa estrutura física (telefone, computador e internet) caso ela necessite, promovendo não só a conquista de um direito, mas também a autonomia dessa família”, finaliza Sheila.

Áreas de atendimento

A nutrição como forma de melhorar a qualidade de vida

A nutrição

Muito além da estética, a nutrição é parte importante para a saúde integral de qualquer pessoa. Hábitos alimentares saudáveis contribuem para o bem-estar e a autoestima, e não só em um número específico na balança. E é esse o objetivo do trabalho realizado com as famílias pelas nutricionistas do Instituto C,  Ana Paula Hummel e Silmara Souza. Assim como qualquer segunda-feira, um início de ano vem com muitos planos e promessas que envolvem a alimentação. “Nos atendimentos, percebo sempre o foco do emagrecimento entre as metas de um novo ano, mas uma boa dieta envolve outras questões”, inicia Ana.

Para elas, um dos pontos fundamentais dos atendimentos é esclarecer que alimentação é muito mais do que a estética, e também de que é possível ter um cardápio saudável dentro da realidade de cada família. “A nutrição quer, de fato, que você adote hábitos alimentares saudáveis para hoje, amanhã e sempre porque é isso que irá te proporcionar uma melhor qualidade de vida”, diz Silmara. A nutricionista reforça que isso está atrelado a saúde, a um estado emocional estável e até a uma melhor velhice. “Por que você quer ter uma dieta fitness no começo do ano se você pode ter uma alimentação saudável para a vida toda?”, questiona Silmara.

E, adaptar um cardápio bom para dentro da realidade individual, é muito mais simples do que parece ser. “Atendo famílias em vulnerabilidade social quase que extrema, e é possível ajustar uma dieta saudável com o que está dentro do armário. Até porque, não é só o alimento, mas também as rotinas alimentares. Muitas vezes, o que a família precisa não é que mude os ingredientes da casa dela, mas uma orientação para que ela faça ajustes com o que já tem!”, explica Silmara. 

A simples troca da preparação, um grelhado, ao invés do frito, por exemplo – já é uma mudança positiva. “Trabalho também a ideia de que uma atividade física não precisa ser na academia. Pode ser uma caminhada no parque, na rua, descer e subir de escada ao invés de usar o elevador. Tudo é possível de adaptar ao tempo disponível, à cultura e ao que se consegue adquirir. E tenho visto resultados significativos de pessoas que estão ajustando seus preparos, horários e quantidades”, garante Silmara.

O uso integral do alimento também é importante – principalmente pela quantidade imensa que temos de legumes, verduras e frutas no Brasil. “Não precisa ser só alface e tomate. Tem que andar na feira, perguntar o que está mais barato, qual é o alimento da estação, como preparar aquilo. Explorar novos legumes e verduras é uma forma de você aprender a se alimentar melhor. Inclusive, isso vai ajudar também na seletividade alimentar das crianças, que é um dos grandes problemas atuais”, pontua Ana.

Muitas famílias hoje em dia também preferem os alimentos industrializados para ter mais praticidade – o que também é possível com uma organização nutricional. “Nos atendimentos, eu também tento abordar uma maneira daquela família ter um alimento mais saudável, mas que também seja prático. Dá para planejar um dia da semana para cozinhar e congelar as porções, facilita muito e você se alimenta melhor, reflete Silmara.

Entre todos os resultados já possíveis de visualizar nos atendimentos, as nutricionistas mostram exemplos de muitos que não estão atrelados à estética. “A nutrição também vem para ajudar doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e colesterol. Às vezes, só de ajustar o cardápio, os sintomas já são aliviados. As respostas são melhores quando o tratamento é atrelado a uma boa alimentação. É isso que a nutrição traz: não só qualidade de vida para quem já está bem, mas para aquela pessoa que está adoecida é um tratamento complementar muito bom”, finaliza Silmara. Já Ana também reforça que a nutrição também está envolvida em todas as fases da vida: “Na manutenção do funcionamento do nosso corpo, na prevenção de doenças e na recuperação quando algo não está legal. Ou seja, é importante sempre”.

Áreas de atendimentoGestão de PessoasVoluntariado

O voluntariado como atividade que ajuda a saúde mental dos idosos

Idosos e o voluntariado

Escolhemos iniciar o ano de 2023 com um texto sobre aquilo que faz bem a quem pratica e a quem recebe – o voluntariado, em especial, o feito por pessoas acima dos 60 anos de idade. Esse é o caso de Cleide Barreira, uma voluntária do Instituto C engajada em arrecadar Notas Fiscais sem CPF doadas com o apoio de estabelecimentos comerciais que as emitem e que, para nós, é de suma importância.

A Nota Fiscal Paulista é um programa de incentivo à cidadania fiscal, criado pelo governo do estado de São Paulo em 2007. Com o tempo, o valor gerado em créditos por ela deixou de ser relevante para pessoas físicas – mas não para as ONGs. Quando a Nota Fiscal é doada para uma instituição, o crédito dela é recalculado e pode chegar a ser 200 vezes maior que o que iria para o consumidor. “Ela é uma fonte de renda extremamente valiosa para nós”, explica Breno Pereira, analista de comunicação e parcerias do Instituto C.

Sabendo disso, Vivian Barreira, uma voluntária no IC, comentou com sua mãe sobre a possibilidade de ela arrecadar essas notas em comércios próximos de sua casa – sem ter que fazer muito esforço. “Eu fiz muito voluntariado anos atrás e tinha essa vontade de voltar a ajudar, mas como eu tenho uma certa dificuldade de locomoção, não é algo muito simples”, inicia Cleide. Ela, que mora na região do Itaim Bibi, decidiu, então, aproveitar o movimento dos restaurantes por quilo para tentar algumas parcerias. “Passei em alguns locais e um, em especial, me atendeu muito bem. Sempre frequentei o Grano Restaurante, na Rua Bandeira Paulista, e ficava impressionada com o movimento e, por consequência, o descarte das notas fiscais na hora do pagamento. Conversei com o proprietário, expliquei a importância delas para o Instituto C e ele prontamente se disponibilizou em guardar as notas para mim”, conta.

Atualmente, Cleide reúne cerca de duas ou três caixas grandes de Notas Fiscais deste estabelecimento – e o Instituto C as coleta semanalmente em sua casa. “Hoje, aproximadamente 20% do total que arrecadamos com a Nota Fiscal Paulista vem dos cupons sem CPF que são doados por comércios parceiros”, diz Breno.

O ato, muito simples, tem uma importância enorme para o Instituto C – e para quem o pratica também. O último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a expectativa de vida vem aumentando no nosso país, o que faz com que a gente olhe para o processo de envelhecer de nossa população. Os idosos lideram o ranking dos quadros depressivos entre os brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, de 2019.

Criar oportunidades de participação social dos idosos é essencial para que a velhice seja positiva – e, para isso, é preciso comprometimento de pessoas e instituições neste ato. O voluntariado, por exemplo, proporciona interação social, criação de metas e estabelecimento de relações afetivas importantes para qualquer pessoa.

O retorno positivo deste estabelecimento animou Cleide com a ação. “É tão pouquinho o que eu faço, mas fico muito bem em saber que estou ajudando de alguma forma. Passo lá pelo menos duas vezes por semana, converso com as meninas que guardam as Notas para mim e, sempre que o encontro, agradeço o proprietário do restaurante. Nunca pensei que algo tão simples pudesse ajudar tanto. Me sinto gratificada por isso”, celebra.

Cidadania em Rede

Cidadania em Rede atinge a meta de 500 famílias – e Projeto está pronto para mais!

Cidadania em rede

O ano de 2022 está chegando ao fim e a sensação é de dever cumprido – e fica o desejo de alçar voos ainda maiores. Isso porque o projeto Cidadania em Rede, realizado no Polo Zona Norte de São Paulo, atingiu a sua meta de atender 500 famílias. “Sendo bem clichê, acho que a trilha sonora deste ano foi ‘Emoções’, do Roberto Carlos, sabe? Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi…”, brinca Talita Lima, coordenadora do Projeto.

Da junção e da experiência acumulada nos projetos PAF (Plano de Ação Familiar), Educação em Rede e Primeira Infância, o Cidadania em Rede começou a atuar presencialmente em março deste ano – e a meta era impactar 500 famílias. “Continuo dizendo que era um número grandioso, principalmente por estarmos tirando o projeto do papel”, lembra Talita. Menos de um ano depois, a meta não só foi atingida, como ultrapassada: são 538 famílias cadastradas, e 44 na fila de espera por novas vagas.

Talita lembra que parte do desafio esteve também em encontrar essas famílias em um território novo. “Quando a gente fala de famílias em vulnerabilidade, a gente sabe que existem muito mais do que 500, então por isso seria ‘fácil’, mas como acessá-las?”, relembra. Daí, foi preciso esforço e vontade de fazer acontecer – a panfletagem nas ruas e parcerias com os serviços, como com o CRAS – Centro de Referência da Assistência Social, foram essenciais.

Com trabalho, dedicação e brilho nos olhos, o resultado não poderia ser outro. “Quando a gente foca na qualidade do atendimento e em proporcionar uma real transformação na vida dessas famílias, os indicadores vêm de uma maneira muito natural”, conta Talita – emocionada ao fazer a retrospectiva deste ano. “A gente conseguiu de uma maneira muito natural que houvesse uma coesão entre todos nossos indicadores. Não foram só 500 famílias atendidas, foram 500 famílias nas quais a gente garantiu uma real transformação de vida”, completa.

E, se a meta em 2022 foi atingida, a meta para 2023 é ir além, claro. “Para o próximo ano temos como objetivo atingir 700 famílias. É um número alto, sim, mas a Talita que o recebe é diferente da que recebeu no início de 2022. Primeiro porque a gente já alcançou – e uma vez que você atinge um objetivo, você se sente fortalecido – e segundo porque a gente agora está com um projeto consolidado”, diz.

Durante o mês de dezembro, então, a equipe do Cidadania em Rede fez uma pausa nos atendimentos para olhar para trás e analisar os que passaram pela casinha amarela. “A qualidade desses atendimentos era uma preocupação muito grande e eu posso garantir que a gente conseguiu não só manter, como ir além. A sensação de felicidade é muito grande e não só pelo número, mas também por entender o tamanho da força do nosso trabalho. Não tem nada que pague a sensação de um objetivo alcançado. E não é só uma meta, são vidas que foram mudadas”, completa Talita.  Pelas 538 famílias e pelas muitas outras que virão! E que venha 2023!

InstitucionalVoluntariado

A importância do voluntariado e sua expansão no Instituto C

Voluntariado no IC

No dia 5 de dezembro foi celebrado o Dia Internacional do Voluntário – aquele que faz toda a diferença no Instituto C. Seja no dia a dia entre os projetos, nos atendimentos às famílias ou cadastrando notas fiscais doadas ao Instituto, o voluntário é parte essencial para a engrenagem de qualquer organização seguir funcionando. “E quanto mais pessoas se unem nessa roda, mais famílias conseguimos alcançar. Para nós, os voluntários são multiplicadores de ações cidadãs e transformadoras”, lembra Nayara Oliveira, psicóloga institucional.

Pensando nisso, o Instituto C organizou uma ação especial para celebrar seus  voluntários. “Mandamos para a casa de todos eles, os ativos e os inativos, um creme personalizado e uma carta escrita à mão reforçando a importância do voluntariado”, conta Nayara. Para ela, a principal ideia é reforçar que a ação voluntária é também uma ação de amor. “Agradecemos e presenteamos com esse gesto simbólico de cuidado – que conversa com o cuidado que eles oferecem para nós e para as famílias”, completa.

A carta era também um convite para uma confraternização virtual, que aconteceu no último dia 05, segunda-feira. “Contamos com a condução cuidadosa e muito generosa da Liliane Moura, nossa assistente social institucional, que é também uma amante e estudiosa de práticas de bem-estar e saúde. A ação convidou todos os presentes à exercícios de respiração, além de uma técnica milenar japonesa chamada Jin Shin Jyutsu, uma prática de saúde a partir das mãos. Retribuindo, às mãos que tanto dão, a possibilidade de receber também este cuidado carinhoso”, conta Nayara.

Assim, 11 anos após a sua fundação, o Instituto C tem pensado cada vez mais em melhorias para sua expansão, como a reestruturação do programa de voluntários, por exemplo. “Eu e a Liliane assumimos a liderança dessa área somando com a Flávia – coordenadora adm financeira, que já estava a frente do programa e estamos repensando o fluxo de chegada dos nossos voluntários, tanto nos projetos que acontecem nos Polos Centro e Zona Norte, como também no voluntariado corporativo. Queremos aumentar o número de voluntários fixos, mas também criar metodologias e áreas para trabalhos pontuais e rotativos, como os programas corporativos, que têm dado bastante certo”, explica.

Isso tudo pensando sempre no voluntário de maneira singular e individual, afinal cada um tem um motivo para estar ali. “Nessa reestruturação, temos feito entrevistas e conversas para entender a motivação daquele voluntário, o que ele gostaria de desenvolver e que práticas faz sentido para ele. O voluntário é quase que um trabalhador formal, é preciso gestão dessa área também – para fazer sentido para ele e para nós. Colocando isso em prática, a gente já percebe a diferença do entusiasmo e do desejo de participar das pessoas que estão chegando. É mais produtivo para todo mundo”, finaliza Nayara.

Ainda buscando celebrar e valorizar seus voluntários, o Instituto promoveu na última sexta-feira, dia 16 de dezembro, uma confraternização presencial organizada com muito carinho para os voluntários. “Chegamos  ao final de mais um ano, são muitos os motivos para celebrarmos, foram muitas conquistas, fruto de um lindo trabalho realizado por todos do Instituto C. Entre eles, destaco nossos  queridos voluntários que fazem a  diferença doando seu tempo e seu trabalho, ajudando a transformar a vida de tantas famílias”, comenta Liliane.

A confraternização contou com muita prosa e descontração, onde todos tomaram um delicioso café da manhã e participaram de uma roda de conversa onde cada participante foi convidado a conectar-se consigo mesmo, buscando o reconhecimento  de  suas habilidades e o quanto são especiais,  refletindo  e completando a frase :

 Sou incrível porque…. Sou incrível por ser….

“Observamos que as pessoas  têm  dificuldade de expor e falar sobre  suas qualidades, habilidades e  conquistas, com medo de julgamentos, ou até mesmo parecer inadequadas, nossa proposta foi justamente que elas pudessem identificar o quanto são potentes e incrivelmente únicas. Foi lindo e emocionante ouvir cada uma falar de si,  com tanto orgulho, beleza, delicadeza e acolhimento” conclui Liliane.

Institucional

Os desafios da comunicação e a metodologia LEGO® SERIOUS PLAY®

legoEm todos os seus anos de história, o Instituto C expandiu fisicamente, criou novos projetos e abraçou mais famílias. Nesse processo, também surgiram alguns desafios, entre eles a forma de se comunicar. Com quem falamos? Como falamos? E por que falamos? “Pensando sempre em melhorar, decidimos que era preciso repensar a nossa comunicação, no sentido de entender o que essa área realmente precisa para acompanhar o crescimento do Instituto”, introduz Paloma Costa, coordenadora de parcerias – e agora também de comunicação.

A partir deste pensamento, a equipe decidiu buscar um apoio externo que auxiliasse neste processo. Foi quando Claudia Oliveira, madrinha do Instituto e consultora para desenvolvimento organizacional, contou que havia feito a formação na metodologia LEGO® SERIOUS PLAY® e poderia contribuir. “A gente não tinha a menor ideia do que era isso, mas mergulhamos de cabeça nessa aventura”, disse Paloma.

A metodologia é reconhecida por usar uma variedade de blocos Lego para facilitar a expressão e uso de uma nova linguagem, criando um ambiente seguro para que as pessoas possam se comunicar para refletir, esclarecer e integrar os objetivos e as estratégias das equipes e organizações. “Eu fiz essa formação pela Associação de Master Trainers, no final de agosto, e propus aplicar no Instituto C. Basicamente, o que ela propõe é fazer as pessoas conversarem sobre qualquer tema de uma forma mais leve e divertida. O Lego te ajuda a descobrir o que você não sabia que sabia”, conta Claudia.

Assim, Claudia com os facilitadores Luís e Ana, se reuniram em três encontros presenciais com as lideranças das áreas do Instituto C e a diretoria. “Você propõe uma pergunta e as pessoas constroem com blocos de Lego a resposta. Cada uma conta a sua resposta para os demais, que também vão questionando os modelos. A ferramenta traz uma reflexão sobre as escolhas e permite uma reunião onde todos os presentes participam”, explica a facilitadora.

Para Paloma, a metodologia trouxe resultados surpreendentes, um deles, inclusive, sobre a persona do Instituto. “Foi muito incrível porque foi uma unanimidade, por exemplo, que a nossa persona é uma mulher. Acredito que muito pelas características de atendermos majoritariamente mães”, reflete. “Também se revelou muito forte a questão do cuidado – com as relações, com os atendimentos, com a equipe e entre a gente”, completa.

A partir desse processo algumas mudanças práticas dentro do Instituto C já foram tomadas: como onde a área de comunicação deve se encaixar. “Percebemos que o objetivo central da nossa comunicação é atrair e fidelizar apoiadores. Assim, não fazia sentido ter a área de parcerias separada da comunicação”, reflete Paloma. “Entendemos que faz muito sentido unir as duas áreas com uma única equipe que vai criar estratégias para ambas”, conclui.

“Fiquei muito impressionada com o poder do Lego e como foi muito além do que imaginamos. Além de chegar em um resultado fluido e coeso, a facilitação da Cláudia, do Luís e da Ana trouxe também um sentimento de formação de um grupo de líderes do Instituto C. Foi muito impressionante e muito bonito participar desse processo”, disse Vera Oliveira, diretora executiva. Para Katia Moretti, coordenadora do PAF, o processo de pensar sobre a comunicação através da facilitação com Lego permitiu com que a equipe se expressasse de forma leve e criativa. “Graças a essa metodologia e a esse entendimento, vamos começar a trilhar um caminho que faz mais sentido para o futuro do Instituto”, finaliza Paloma.

PAF

Famílias se despedem do projeto PAF em encontro emocionante

Famílias encerradas

No último mês, 20 famílias encerraram o seu ciclo no PAF – Plano de Ação Familiar, projeto desenvolvido no Polo Centro do Instituto C. Nele, os atendimentos são oferecidos a famílias em vulnerabilidade social que tenham crianças e adolescentes com questões de saúde. Depois de passarem por um ciclo de atendimentos e acompanhamentos multidisciplinares nas áreas de renda, serviço social, educação, nutrição e psicologia, essas famílias conseguiram solucionar suas demandas e conquistaram autonomia para seguirem seus caminhos. “É um dos momentos mais especiais do nosso trabalho, é quando temos a certeza que mudamos para melhor a vida de muita gente”, afirma Katia Moretti, coordenadora do PAF.

No dia do encerramento, em um primeiro momento, as famílias se sentaram com as técnicas para responderem uma avaliação do projeto – existe a opção também de escrever suas sugestões e considerações de forma anônima. Depois, elas pintam um azulejo que deixam como recordação para o Instituto C. Entre devaneios e olhos marejados, algumas das frases mais repetidas pelas famílias no dia foram “vou sentir muita saudade de vocês” e “eu só tenho gratidão pelo projeto” – além de agradecimentos pelas doações de alimentos e medicamentos que não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde. “Ter participado do projeto me deu mais independência e autonomia para buscar meus direitos. As rodas de conversa foram muito legais, principalmente aquela com a Defensoria Pública, que me deu informações que eu não sabia”, avaliou Jaciara Andrade.

Para Keyde Regina, que ficou no projeto por 3 anos, a avaliação teria que ser ainda maior que excelente. “Não é puxando o saco, mas vocês são a minha segunda família. Na verdade, vocês foram a minha primeira família. Não sinto que vocês estão aqui por obrigação do trabalho, é algo mais humano. Essa empatia e preocupação que vocês têm é extremamente valiosa. Vocês foram a mão que eu tive segurando a minha”, disse.

Após as avaliações e a pintura dos azulejos, há o momento da entrega do certificado – ponto alto do dia. As técnicas começam a ler um texto e cada família vai se reconhecendo na história e se emocionando. “Eu não queria chorar, mas tudo o que resumo hoje é gratidão a cada uma de vocês, que me abraçaram e me acolheram. No meu momento de maior desespero, vocês me ensinaram a ter força, fé, afeto e amor. Me ensinaram a nunca desistir”, disse Rosemary Andrade,  mãe de Yasmin, que foi diagnosticada com um tumor, ao receber seu certificado.

“Os médicos falavam que meu filho não ia nem andar, e olha ele aí! Eu espero que todo mundo que passe por aqui consiga sentir esse amor humanitário, que nos ergue e nos mostra que não estamos sozinha”, disse Keyte. “O que eu não tive da minha família de sangue, eu tive de vocês. Só gratidão por tudo”, afirmou Ana Paula Santos, mãe de gêmeos.

Jilmara Lima, ao receber seu certificado, disse que já sabia que o PAF seria apenas um capítulo de sua vida: “Hoje, se encerra um ciclo. Que tudo o que passamos aqui seja apenas uma página de nossa história, e que a gente ainda possa escrever mais páginas bonitas como essa. A nossa jornada não acaba aqui. A gente tem muita luta pela frente. Continuamos a busca por melhorias para os nossos filhos, e isso nunca vai acabar. Eu recebi do Instituto C um abraço que não recebi da minha família e dos meus amigos. Um aplauso para nós!”, disse em um discurso emocionante e potente.

Depois de tantas histórias emocionantes, um lanche é servido e é chegada a hora de confraternizar e celebrar todos juntos tantas conquistas. “Vibramos por cada um de vocês, mas nosso coração também fica apertadinho. Nossas portas seguem abertas – é um encerramento de um ciclo de atendimento, mas queremos vocês para sempre por perto”, finaliza Kátia.

Premiações

Um ano de grandes conquistas para o Instituto C

Melhores OngsO ano de 2022 está chegando ao fim e ainda é tempo de recordar (e celebrar) as grandes conquistas do Instituto C ao longo dos últimos meses. Pela sexta vez consecutiva, o IC esteve presente na lista das 100 Melhores ONGs do Brasil – e não só: ficou entre os três finalistas na categoria de Melhor ONG do Estado de São Paulo. 

Na última sexta-feira, 25 aconteceu a entrega desse importante prêmio. Desde que foi criada a premiação, há seis anos, o Instituto esteve entre as 100 melhores colocações. “Esse ano, demos um grande passo, ficamos entre as 3 Melhores ONGS do estado de São Paulo. Estamos muito orgulhosos por essa conquista e entendemos que assim como tudo na vida que se faz bem feito, é um passo de cada vez”, comemorou Vera Oliveira, diretora executiva do Instituto C.

Na lista das 100 melhores organizações brasileiras do terceiro setor, disponível no site, é possível conhecer o nome das organizações reconhecidas por suas boas práticas em quesitos como governança, transparência, comunicação e financiamento. Vale destacar que o Instituto C faz parte de um pequeno grupo de sete ONGs que aparecem todos os anos entre as 100 melhores!

O Prêmio Melhores ONGs é realizado pelo Instituto O Mundo que Queremos, pelo Instituto Doar e pelo Ambev VOA, com apoio de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Instituto Humanize e da Fundação Toyota do Brasil e reconhece o trabalho fundamental prestado pelas instituições não-governamentais no Brasil e também funciona como um farol para orientar doações.

Outro grande destaque do ano para o Instituto C foi a entrega pela Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania do Selo de Direitos Humanos e Diversidade e o Selo de Igualdade Racial, um reconhecimento importante que atesta o compromisso com a promoção dos direitos humanos, diversidade e igualdade racial. “Ficamos muito felizes com a conquista dos dois selos que refletem o nosso  compromisso e responsabilidade com esses temas que são fundamentais para todos”, celebra Vera.

Áreas de atendimentoCidadania em RedeInstitucionalParcerias

Instituto C passa a atuar dentro do CRAS, e mostra que é possível ir além

CRAS Brasilândia IIIO Cidadania em Rede é o projeto mais recente do Instituto C e uma de suas propostas é a articulação dentro do território – uma vontade que existia há tempos, mas faltava braço para ser colocada em prática. Da junção e da experiência acumulada nos projetos PAF (Plano de Ação Familiar), Educação em Rede e Primeira Infância, a “casinha amarela”, apelido carinhoso para a sede do polo Zona Norte que abriga o novo projeto, agora consegue conhecer e agregar seu trabalho aos serviços da região.

“Desde o início, há oito meses, fizemos o trabalho de articular com os serviços para se fazer conhecido e conhecer, conquistando essas fontes encaminhadoras de novas famílias. Ao longo do tempo, os próprios serviços começaram a nos procurar, alguns para encaminhar famílias, outros para promover parcerias”, diz Talita Lima, coordenadora do Projeto. Um desses serviços é o CRAS, o Centro de Referência da Assistência Social, que é a porta inicial de uma família dentro da assistência social.

O CRAS Brasilândia III, por exemplo, identificou no Instituto C uma oportunidade de agregar atividades que eles não possuem. “Hoje, estamos uma vez por semana dentro do espaço deles com quatro profissionais, sendo duas técnicas focadas no atendimento de crianças e adolescentes, e duas em adultos”, explica Talita.

O foco dessas parcerias é sempre fortalecer a rede de assistência junto às famílias. “A gente percebe que, economicamente, essa família não tem como vir até nós, então nós criamos uma estratégia para que possamos atendê-la também”, explica Sheila Silva, Assistente Social, que reforça que estar dentro da comunidade exige uma outra percepção. “Quando a gente expande nossos serviços, surgem outras problemáticas que precisamos estar atentas para dar conta. A articulação não é só se colocar no lugar, mas ampliar o serviço de uma maneira muito mais efetiva”, completa Sheila.

Neste processo, já ocorreram duas ações coletivas: uma oficina de nutrição e uma sobre geração de renda. “Nossa ideia é expandir o nosso trabalho entrando nesses serviços de políticas públicas”, diz Talita. Hoje, além do CRAS Brasilândia III, o Instituto C já firmou parceria também com o Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Canarinho.

“Nosso trabalho vai muito de encontro a estar perto, de perceber o que é necessário e fazer. Antes de uma família acessar um serviço, a gente pega na mão e faz a articulação disso. Somos um mediador e um facilitador dessas conquistas. Na maioria das vezes, nem é preciso tantos recursos – o nosso maior valor somos nós, profissionais qualificados, humanos e com empatia”, diz Sheila, que acredita que esse atendimento individualizado é diferencial no Instituto.

Já Talita, acredita que este é um caminho para um futuro em que todos saem ganhando. “Nós não temos nenhum vínculo com o governo hoje, mas acho que quanto mais próximo estivermos desses serviços, mais a gente se apropria e tem condições para transformar isso em uma política pública, para que o serviço que oferecemos chegue ao maior número de pessoas”, conclui.

Áreas de atendimentoGestão de PessoasInstitucional

O constante cuidado com quem cuida

cuidado com quem cuida

O cuidado sempre esteve no DNA do Instituto C, seja para com as famílias, as crianças ou com seus colaboradores e voluntários. A partir desse princípio, o instituto realiza encontros formais e presenciais com quem atua na instituição para escutar sugestões e necessidades do cuidador. “A gente trabalha com pessoas e para pessoas”, introduz Liliane Moura, assistente social institucional. 

Assim, Flávia Almeida, responsável pelo RH e administrativo, que faz o trabalho de gestão e integração das pessoas, Liliane e Nayara Oliveira, que têm como foco o desenvolvimento institucional, reuniram-se para pensar em estratégias de cuidados e ações de integração para os colaboradores. “Essas ações sempre existiram, mas passaram por alguns formatos diferentes ­– sempre com a intenção de integrar as equipes, contar as novidades dos projetos e oferecer capacitações em diversas áreas de atuação do Instituto”, explica Nayara.

Além dos encontros que fortalecem o clima organizacional, o instituto vem promovendo estratégias de cuidados mais focados na saúde mental dos colaboradores. Nayara conta que, no primeiro semestre deste ano, o Instituto C formou grupos de cuidado aos profissionais da linha de frente com o apoio de duas psicanalistas. Os encontros aconteceram em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise e tinham como objetivo trabalhar questões sensíveis que afetam muito o profissional, que tem uma escuta ativa e é exposto em seu dia a dia à histórias de violência, pobreza e situações que, se não cuidadas, podem desgastar muito sua saúde emocional. “A partir dessa primeira experiência, que contou com oito encontros de escuta em grupo e foi muito potente, entendemos também que precisamos de estratégias mais individuais de cuidado. E a partir dessa colheita, buscamos outras abordagens para cuidar de nossos profissionais”, explica.

Como no Instituto C nada acontece por acaso, quando o trio responsável pelas ações de integração e cuidado com os funcionários estava pensando nas ações individuais para ofertar internamente, os diretores do IC foram procurados por Tatiana Castro, que realizou uma doação no primeiro semestre do ano e quando foi conhecer pessoalmente o trabalho do Instituto, ficou encantada. Ela trabalha com Mindfullness e ofereceu gratuitamente um módulo de atenção plena, para todos colaboradores do Instituto C, que estão sendo realizados em parceria com Ana Oliveira.

“Essa oferta chegou em um momento perfeito. Ficamos muito felizes pois era exatamente o que estávamos buscando e pudemos oferecer para todos nossos colaboradores, tanto os que atuam na linha de frente, como para quem está nos bastidores”,  reforça Flávia. Assim, cada colaborador foi convidado a participar dos encontros de Mindfulness, que acontecerão em três momentos diferentes, para que todos sejam contemplados. 

Além das ações focadas no cuidado, o trio também é responsável pelas ações de integração entre os colaboradores, que acontecem presencialmente a cada dois meses. As ações são sempre diferentes, em espaços e formatos que valorizam o encontro entre todos, mas cada vez buscamos um objetivo. “Vemos com muita potência esses momentos de integração, uma vez que nossa equipe não trabalha fisicamente no mesmo espaço e achamos fundamental proporcionar momentos para que todos possam se conhecer. Sabemos o quanto isso faz a diferença para o nosso dia a dia e auxilia na troca de saberes constante entre os nossos profissionais”, finaliza Flávia.