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Perfil das Famílias atendidas pelo PAF

Com o início do isolamento social em março, adaptamos o formato das histórias inspiradoras das mães atendidas pelo PAF – Plano de Ação Familiar, uma vez que as entrevistas eram feitas presencialmente, no escritório do Instituto C. Desde então, começamos a publicar na nossa página do instagram e facebook um perfil destas famílias escrito pelas nossas colaboradoras, Katia Moretti e Nayara Paula, responsáveis pelo atendimento no PAF e, por isto, com total conhecimento para contar um pouco sobre cada uma destas famílias.

Ao todo, já foram publicadas 11 histórias, as quais você pode acessar nos nossos canais. A partir de agora, faremos um compilado, aqui no nosso blog, das últimas histórias publicadas no mês, confira!

Essa é a família do Lucas

Essa é a família do Lucas (4), ele e sua mãe Gildete chegaram ao Instituto C em outubro de 2019, por meio de uma indicação de uma mãe que já participava do projeto PAF – Plano de Ação Familiar. Apesar do pouco tempo, eles já contagiaram não só toda a equipe e voluntários, como têm tecido boas amizades com outras mães e famílias, amizades estas que vão compondo e fazendo parte de sua rede de apoio aqui em São Paulo, depois de sua vinda da Bahia.

Mãe solo, Gildete compartilhou conosco como foi difícil receber o diagnóstico de Síndrome de Down, quando Lucas completou 1 mês de vida. Muitas expectativas precisaram ser revistas e desconstruídas, para que ela aprendesse junto com seu filho questões sobre a maternidade e como lidar com os impasses de uma sociedade ainda pouco inclusiva, desigual em oportunidades e acesso aos direitos básicos.

Nesse percurso, eles têm enfrentado muitas dificuldades, mas sempre com esse sorriso bonito que vemos na foto que nos transmite muita força e desejo de continuar educando seu filho com amor e cidadania, entendendo cada vez mais a importância de seu protagonismo na tessitura da sua história, o papel transformador da educação em suas vidas e o alcance de sua autonomia.

Com a rotina atravessada por muitos tratamentos de saúde e desenvolvimento de Lucas, Gildete não consegue um trabalho fixo e formalizado, ressaltando ainda mais a importância de acessar a rede de apoio socioassistencial, para alcançarem o que entendemos como a saúde em sua amplitude, biopsicossocial.

Estaremos juntas e juntos nessa caminhada durante o projeto, com ótimas expectativas de partilharmos aí importantes vitórias!

Essa é a família do Miguel

Esta é a família do Miguel (1), ele está no colo da sua mãe Suelen, junto de seu irmão Nicolas (8) e de sua avó materna Omara. Miguel chegou ao Instituto C para participar do projeto PAF – Plano de Ação Familiar em agosto de 2019, quando estava internado para a realização de uma cirurgia cardíaca para correção de uma má formação. Foram momentos difíceis e de muita preocupação com a saúde dele. 

 

Neste momento, quem frequentava os atendimentos era a sua avó, que nunca perdia a esperança de que o neto se recuperaria. Alguns meses depois, com Miguel recuperado da cirurgia, Suelen passou a frequentar o projeto.

 

Aqui a família recebeu orientações em todas as áreas de atendimento, teve acesso e conhecimento sobre seus direitos e qual caminho percorrer para conquistá-los. Já tiveram muitos avanços, Suelen é engajada e não mede esforços para garantir tudo o que possa melhorar a qualidade de vida da família. Estão aguardando aprovação de alguns benefícios, pois a jornada de tratamento de Miguel ainda não está encerrada; mas enquanto isso, Suelen busca formas alternativas de garantir a renda da família e tem se dedicado a venda de bolos de pote. Suelen tem refletido sobre seu empoderamento e demonstrando resiliência e força para superar cada obstáculo.

 

Nós continuamos acompanhando e apoiando a caminhada dessa família, nos unindo na certeza que Miguel veio para trazer muitos ensinamentos e revelar toda a potencialidade que sua família pode ter. Somos gratos por ter conhecido essa família tão especial e por toda troca e carinho demonstrados até o momento.

 

Miguel tem outros dois irmãos, Gabriel (15) e Ana Beatriz (12).

 

Essa é a família do Lucas

Esta é a família do Lucas (2), que está no colo de sua mãe Jeane, mas a família toda não está nesta foto. A expressão do amor e do cuidado que eles transmitem uns com os outros e com todo o Instituto C também não caberia nela.

Jeane é mãe solo de cinco filhos, Samuel (5), Sara (10), Mateus (13) e Gabriel (15) e Lucas (2), que chegou ao projeto PAF – Plano de Ação Familiar em maio de 2019, encaminhados pelo Hospital Santa Casa, onde o mais novo faz tratamento de uma má formação congênita rara, chamada hipospádia e bronquiolite. Eles moram na Zona Norte de São Paulo com seus avós maternos, compondo assim essa grande família.

São muitos afetos que atravessam e potencializam os atendimentos desta família, desde as poesias deixadas com muita sabedoria por Sara na brinquedoteca, pela participação dela e Samuel nas oficinas da nutrição lá na nossa cozinha, ou pelo engajamento de Jeane em todas as orientações trocadas pela equipe multiprofissional.

Juntos, refletimos muito sobre seu empoderamento, auto estima, ampliação de sua rede de apoio, conhecimento sobre a rede socioassistencial e os serviços disponíveis de acesso à direitos sociais. 

Aos poucos, sua autonomia vem sendo fortalecida, na medida em que acessa novos conhecimentos e vai reconhecendo seu protagonismo. Acreditamos que ainda virão muitas vitórias e boas novas na trajetória de todos, que teremos o prazer de partilhar!

Essa é a família do Yann

Esse garotinho é o Yann, ele tem 10 anos e participa do projeto PAF – Plano de Ação Familiar desde outubro de 2019.

Ele mora com a avó materna, Maria de Lourdes, desde bebê. Ela é a responsável pelos cuidados de Yann, os dois são muito unidos e fazem tudo juntos. Maria de Lourdes está sempre preocupada em proporcionar o melhor para o neto que é autista. Eles foram encaminhados para o Instituto C para serem orientados sobre os benefícios que Yann tem direito, além de ter mais clareza sobre outros assuntos, a fim de ganharem mais autonomia, garantindo assim a qualidade de vida da criança.

Yann é super carismático e inteligente, adora quando é o dia de atendimento, momento em que ele vai encontrar com as tias da nossa brinquedoteca. Ele já conquistou o coração de todos aqui com seu jeitinho todo especial.

Essa semana recebemos uma mensagem de Maria de Lourdes contando que Yann não vê a hora de retornar aos atendimentos presenciais para reencontrar as tias <3. Nós ficamos muito felizes com o vínculo criado e também estamos morrendo de saudades de encontrar o Yann e muitas outras crianças que assim como ele preenchem nossa brinquedoteca com sons, cores e sorrisos. 

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Estatuto da Criança e do Adolescente completa 30 anos

Ontem, 13 de julho, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 30 anos  sendo o principal marco regulatório dos direitos da criança e do adolescente no Brasil, mas apesar dos avanços conquistados nesses anos, algumas medidas ainda pedem muita atenção, principalmente em tempos de pandemia.

 Queda na mortalidade infantil, aumento no número de registros civis, aumento de matrículas nas escolas e diminuição do trabalho infantil estão entre as conquistas das últimas três décadas, mas que ainda precisam avançar, principalmente entre a parcela mais vulnerável da população que, com o início do isolamento social, viu sua renda diminuir consideravelmente, além de ter escancarada a deficiência e o despreparo das escolas para que seus filhos seguissem com o ensino à distância. (leia mais aqui).

 Sendo assim, o novo coronavírus trouxe consigo novos desafios para as comemorações dos 30 anos de ECA, uma vez que, ao agravar a situação de vulnerabilidade social das crianças e adolescentes, pode torná-las as maiores vítimas deste momento, mesmo não sendo consideradas grupos de risco nessa pandemia. Afinal de contas, elas são afetadas direta e indiretamente, seja por conta dos impactos econômicos e/ou desemprego que a sua família esteja enfrentando, a falta de acesso à educação a distância, falta de alimentação, saneamento básico, moradia, aumento considerável da violência doméstica, maior risco de exploração sexual, trabalho infantil e insegurança alimentar, questões que se agravam ainda mais durante a pandemia. 

 Por isto, é preciso reafirmar o nosso compromisso com o ECA a todo instante, priorizando absolutamente a infância e adolescência no Brasil, conforme previsto pelo Artigo nº 227 da Constituição Federal, obrigações quanto às crianças e aos adolescentes são do Estado, da sociedade e da família. 

 Totalmente conectado ao Estatuto da Criança e do Adolescente, os programas desenvolvidos pelo Instituto C levam ao conhecimento das famílias atendidas todas as informações importantes sobre o tema nos diversos encontros realizados durante os respectivos ciclos. Além de proporcionar um olhar multidisciplinar para estas questões, atuando com foco na primeira infância, momento que pede uma atenção para o desenvolvimento pleno das crianças, garantindo um ambiente favorável com estímulos, proteção e cuidado (Primeira Infância), mas que se estende com o trabalho de fortalecimento dos vínculos familiares, articulação da rede de apoio e participação da criança na escola durante a jornada destes jovens (Educação em Rede).   

 Essa semana, nós paramos para celebrar a criação da Lei n° 8.069/90, afinal de contas, ela é fruto de uma luta diária de diversas pessoas que atuam na área, as quais não medem esforços para assegurar os direitos da infância e adolescência. Mas também aproveitamos a data para repensar a melhor maneira de alcançarmos os objetivos para os próximos anos, chamando a atenção da sociedade como um todo para esta caminhada. 

Texto escrito por Vanessa Gonçalves, Assistente Social do projeto Educação em Rede do Instituto C

Áreas de atendimento

Primeira Infância encerra ciclo com escolas

Na sexta-feira, 26 de junho, o projeto Primeira Infância realizou a última capacitação com os profissionais da CEI Pinocchio IV, localizada no Pacaembu, caminhando assim para o encerramento do primeiro ciclo do projeto que trabalhou em 2019/2020 in loco em três Centros de Educação Infantil. Naquela mesma semana, em dias diferentes, também participaram das atividades a CEI Pinocchio III e CEI Sagrada Família.

Com início em maio de 2019, o ciclo que envolveu os profissionais e responsáveis pelas crianças nas três CEIs já haviam participado de outras 3 capacitações: Descobrindo o Saber, Explorando o Universo Infantil e Desvendando o Universo Infantil das Deficiências e Transtornos. Nesta quarta e última, chamada de Cuidando de quem cuida de mim, a equipe do Primeira Infância decidiu olhar com mais atenção aos educadores, abordando relações de trabalho, técnicas de relaxamento, o cuidado para consigo mesmo e desmistificando alguns tabus sobre alimentação.     

Para Talita Lima, analista do Primeira Infância, esse momento de finalização encheu a equipe de muito orgulho e gratificação. “Vi o projeto se reinventar e renascer. Foi um piloto e contamos com todo o apoio do Instituto Samuel Klein e das escolas parceiras que acreditaram na potência do nosso trabalho. Com a pandemia, tinha receio de perder a qualidade dos vínculos por conta da distância, mas pudemos constatar no olhar e na fala de cada profissional que conseguimos garantir a qualidade, confirmando, mais uma vez, a essência desse projeto: o poder de se reinventar!”.

O ciclo, que estava previsto para ser encerrado em  abril de 2020, precisou ter seu calendário totalmente readaptado por conta da pandemia do novo coranavírus. “Foi ótimo ver como conseguiram adaptar e encerrar o nosso projeto este ano com tanta propriedade! Parabéns a toda equipe do Primeira Infância por fazerem acontecer.”,  comemorou Nayara Bazzoli, gerente de projetos do Instituto Samuel Klein, patrocinador do projeto, que participou desta última capacitação via Meet. “O encerramento do ciclo, apesar de ter sido muito diferente do que esperávamos, foi com certeza muito gratificante. Um desafio pra nós todas, adaptar conteúdo e também a forma de se comunicar, mas que deu e tem dado bastante certo.”, acrescentou Ana Bueno, nutricionista do projeto.

Ainda como parte das atividades, mas, dessa vez, com foco nas famílias, que são outro pilar do projeto, a equipe se reuniu virtualmente com cada família atendida para checar as evoluções de cada criança e fazer as últimas orientações sobre o desenvolvimento infantil. “Foram significativos para nós por ouvir relatos de evolução das crianças e por notar que muitas famílias estão mais seguras na busca de seus direitos, no cuidado com a criança e mais seguras de si mesmas como pessoas.”, explicou Zelaine Anjos, Psicóloga do Primeira Infância. 

Agora a equipe do projeto se prepara para iniciar o ciclo com 3 novas escolas parceiras. “De um lado fica a saudade, gratidão e o carinho por todos que contribuíram e passaram pelo projeto nesse primeiro ciclo. Do outro, a expectativa de mais aprendizado e a certeza de que outras boas relações serão construídas com as novas unidades.” finalizou Cristiane Oliveira, assistente social do Primeira Infância.

Foto: Equipe da CEI Pinocchio IV durante capacitação com a nutricionista do Primeira Infância em fevereiro de 2020.