A Importância do brincar no fortalecimento do vínculo familiar
O papel do brincar na família
Brincar é uma ferramenta poderosa no IC, valorizamos esses momentos lúdicos e trabalhamos para conscientizar as famílias sobre seus benefícios.
O ato de brincar proporciona uma troca de afeto, aprendizado e a construção de memórias. Ana Lucia explica: “O vínculo é estabelecido pela interação e conexão entre pais e filhos, e o brincar é um momento especial para isso. Ele proporciona troca de afeto, aprendizado, construção da relação e a criação de memórias.“
Giovana destaca que brincar contribui para que os pais passem mais tempo de qualidade com seus filhos: “As crianças sentem que aquele tempo está sendo dedicado a elas e a algo que elas se interessam, criando memórias afetivas importantes para o desenvolvimento de um ser humano“, diz ela. Essas interações fomentam a empatia e a comunicação, elementos essenciais para uma convivência harmoniosa.
As brincadeiras em família também são fundamentais para a sensação de pertencimento das crianças. Ana observa que: “a interação em família traz para a criança a sensação de pertencimento e de que ela é muito importante. As relações vão se fortalecendo, e é através do lúdico que a criança vai conhecendo o mundo e aprendendo a interagir com ele.” Giovana complementa que se divertir juntos demonstra interesse e afeto: “O fato do adulto dedicar um tempo às brincadeiras faz com que, no inconsciente da criança, questões de pertencimento, autoestima e valor sejam registradas.“
Brincar também ajuda no desenvolvimento emocional e social. A Assistente Social ressalta: “Brincar implica em organizar, seguir regras, repensar regras, dialogar, considerar o outro, se movimentar, explorar, sentir, cair, levantar, ganhar, perder… Todas essas são experiências indispensáveis para a formação de adultos com repertório social e emocional.” Ana Lucia afirma: “A criança aprende a lidar com suas emoções e a se autorregular diante de um ‘não’. É no brincar que ela vai aprender a organizar suas ideias, lidar com frustrações e criar.”
Assim, brincar oferece às crianças um espaço seguro para explorar o mundo ao seu redor e entender suas próprias emoções, permitindo que cresçam com uma base sólida de habilidades emocionais e sociais que serão essenciais ao longo da vida.
Atividades lúdicas para fortalecer laços familiares
Há diversas atividades lúdicas que podem ser eficazes na criação de laços familiares fortes. A pedagoga sugere que “O mais importante é que o tempo do brincar seja respeitado e que todos envolvidos estejam participando de fato. Resgatar as brincadeiras antigas é um ótimo caminho. O importante é que precisam ser pensadas em relação à idade das crianças, elas podem ser mais físicas (pega-pega, esconde-esconde, dança das cadeiras etc.) ou em espaços fechados (brinquedos de montar, mímica, cantar e dançar, stop, memória, teatro, cinema em casa, bingo etc.). Desafios são sempre bem-vindos!”
Com isso, Giovanna introduz um método muito interessante, chamado de Montessori, e diz: “Estudando mais sobre esse método, é interessante notar que ele não propõe atividades fixas, mas sim maneiras de enxergar a experiência da infância com mais cuidado. Por exemplo, sugere comportamentos como permitir que a criança erre, escolha o que quer comer e vestir, e como quer usar o cabelo (quando possível e coerente). Esses comportamentos, quando bem trabalhados no cotidiano, abrem espaço para relações baseadas na sinceridade e no afeto dentro das composições familiares.”
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Tipos de brincadeiras que são mais apropriadas para diferentes idades e estágios de desenvolvimento:
- Brincar solitário – Menos de 2 anos: Nesta fase, os bebês balbuciam para ouvir o som da própria voz, pegam objetos e levam na boca, e batem objetos para aprender sobre repetição. Isso faz parte do aprendizado de habilidades motoras e cria bebês ativos e curiosos.
- Brincar paralelo – 2 anos de idade: O jogo paralelo é quando a socialização começa. Os bebês brincam próximos uns dos outros, mas não interagem diretamente. Este é o primeiro estágio em que eles começam a perceber os outros.
- Brincar imitativo – 2-3 anos: As crianças começam a imitar pessoas ao seu redor, adotando ações das crianças da mesma idade. Este é o primeiro sinal externo de reconhecer os outros.
- Brincar associativo – 3-4,5 anos: As crianças brincam juntas, mantendo interesses independentes e discutem o que estão fazendo, mas ainda não trabalham em direção a um objetivo comum.
- Brincar cooperativo – 4-6 anos de idade: Durante o jogo cooperativo, as crianças começam a trabalhar em direção a um objetivo comum. Elas interagem e colaboram, desenvolvendo habilidades de socialização importantes.
Essas informações não são uma regra fixa, mas servem como uma referência para pais, familiares e profissionais compreenderem em qual fase de desenvolvimento uma criança está.
Benefícios do brincar para os pais e responsáveis
Existem benefícios também para os cuidadores! Giovana observa que “o principal benefício que os pais recebem inicialmente é ter o vínculo com os filhos fortalecido. Posteriormente, podem desfrutar de jovens mais autônomos, que conhecem melhor suas capacidades, que sabem se comunicar e que se propõem a diferentes atividades.“
Ana aponta que “o maior benefício para os pais durante o brincar, no meu entender, é a oportunidade de estar junto de uma maneira mais relaxada e descontraída.”
Dessa forma, o envolvimento nas brincadeiras pode servir como uma alternativa para o estresse advindo da rotina, além de enriquecer a conexão emocional.
Superando desafios – Incorporar o Brincar na Rotina
Sabemos que incorporar o brincar na rotina familiar pode ser um desafio devido às demandas do dia a dia. Giovana comenta que “os desafios são diversos: algumas mães, por exemplo, se queixam das duplas/triplas/quadruplas jornadas que assumem e, por isso, não conseguem ter disposição, disponibilidade ou tempo para investir em brincadeiras com as crianças.“
Pensando na rotina e nos desafios, Ana diz que “não precisam se preocupar em ter muitos brinquedos. O importante é tentar encontrar, dentro das atividades do cotidiano, formas de interação. Durante as refeições pode-se brincar de inventar histórias onde cada um inventa uma parte, ao escovar os dentes, brincar de fazer caretas…”
Essas sugestões mostram que mesmo pequenos momentos de descontração podem ser transformados em oportunidades de interação e aprendizado!
A cultura no brincar
As diferentes culturas abordam o conceito de maneiras únicas. Ana Lucia menciona que “o brincar está presente em todas as culturas. A brincadeira traduz valores, costumes e formas de pensar.”
Giovana destaca que “é um desafio para os adultos entender que além de permitir que as crianças brinquem, é necessário permitir que elas façam isso de forma livre e espontânea.”
Além disso, comunidades e instituições desempenham um papel crucial nisso! Ana compartilha sua experiência: “no Instituto C, o brincar apareceu como tema da Roda de Conversa, encontros semanais onde as famílias conversam, trocam ideias e refletem sobre um assunto.“
Esses encontros e discussões ajudam a conscientizar sobre a importância e a incentivar a incorporação de atividades lúdicas na rotina familiar, promovendo um ambiente de aprendizado contínuo.
Ao superar os desafios diários e incorporar o lúdico nas interações familiares, as famílias podem desfrutar de laços mais fortes e saudáveis.
Agora você já sabe! Investir tempo e energia no brincar é um passo importante para construir uma base sólida para o futuro das crianças!