Doação

Conheça os benefícios da Nota Fiscal Paulista para Ongs

Quantas vezes, ao finalizar uma compra, o atendente do caixa lhe fez a seguinte pergunta: “CPF na nota?” – o ato de cadastrar o seu documento em uma nota fiscal é simples e pode ajudar muito uma instituição. A Nota Fiscal Paulista é um programa de incentivo à cidadania fiscal, criado pelo governo do estado de São Paulo em 2007. “Quando você pede o CPF na nota de uma compra, automaticamente aquele estabelecimento é obrigado a declarar a venda e pagar o imposto para o governo”, explica Breno Yves, analista de captação de recursos do Instituto C.

 

No início, para incentivar o consumidor, o valor gerado em créditos a partir das compras com CPF na nota era relevante. Com o tempo, o governo mudou os parâmetros, beneficiando as ONGS, e diminuiu o valor para o consumidor. Em 2017, o governo lançou um novo incentivo: a doação automática de cupons fiscais para instituições filantrópicas. “A doação automática é muito mais vantajosa para as ONGs pois quando o cupom é doado de forma automática pelo consumidor o valor do crédito é maior, além de não ter o trabalho de coleta e digitação dos cupons fiscais, e para o consumidor é também muito interessante porque ele pode escolher a ONG de sua preferência para apoiar – bastando fazer um único cadastro no sistema da Nota Fiscal Paulista e solicitar o CPF na nota. Assim, o crédito será transferido automaticamente para a instituição”, explica Breno.

 

Mas, os créditos não são pequenos? Não para ONGs! Quando a nota fiscal é doada para uma instituição, o crédito dela é recalculado e pode chegar a ser 200 vezes maior que o que iria para o consumidor. “Atualmente, nós temos uma base de 330 doadores ativos e isso corresponde a 20% da receita anual do Instituto C”, celebra Breno. Essa forma de captação é ainda mais importante e segura pois está ancorada em uma lei estadual: “É uma fonte de renda extremamente valiosa para nós”.

 

Outra coisa muito legal dessa nova forma de doação é que o consumidor segue concorrendo aos sorteios mensais mesmo quando ele doa para uma ONG. “Costumamos dizer que é mais fácil ganhar 1 milhão nos sorteios da Nota Fiscal Paulista do que nos sorteios da Loteria Federal, pois no primeiro temos bem menos concorrentes por ser só estado de São Paulo e muita gente no estado ainda não participa do programa”, comenta Breno. Esse é mais um incentivo para sempre pedir o CPF na nota, pois tanto a doação quanto a participação no sorteio só é possível quando o consumidor coloca o CPF na nota.

 

E, como fazer o cadastro automático?

 

Além de ser uma forma simples de doação, o processo para o cadastro também é feito uma única vez. Existe um sistema desenvolvido pela Secretaria da Fazenda onde o consumidor faz o cadastro com seus dados pessoais e escolhe uma instituição para apoiar.

 

Breno também reforça que após o cadastro, para que a doação possa ser ativada, primeiro é necessário que o consumidor realize o saque do saldo que estiver no sistema para uma conta bancária em nome dele. A partir do valor de R$ 0,99 o saque já pode ser realizado e, sem esse procedimento, o cadastro fica restrito e as doações não são realizadas. “Hoje, além dos 330 doadores ativos, temos 180 pessoas restritas por não terem feito esse saque. É um processo simples, mas que muitos não se atentam ao chegar no final”, alerta.

 

Vale lembrar também que a instituição não tem acesso a nenhum dado de compra do doador – nem sequer seu nome. “O sistema é muito seguro e restrito. Nós sabemos apenas a quantidade de doadores que temos, mas não quem são eles. Muitas vezes as pessoas têm medo de se cadastrar com receio da instituição ter acesso às suas compras e dados, mas isso é impossível”, explica.

 

“A doação automática de créditos da Nota Fiscal Paulista é uma forma de ajudar sem ter que mexer no bolso. Muitas pessoas querem fazer algo, mas não têm tempo para ser voluntário e nem dinheiro para fazer doação. A Nota Fiscal Paulista é uma possibilidade de todos poderem colaborar e faz toda a diferença para o Instituto C”, diz o analista. 

 

Confira o passo a passo para o cadastro:

 

1: Acesse o sistema da Nota Fiscal Paulista no link https://www.nfp.fazenda.sp.gov.br/Principal.aspx

 

2: Se você ainda não é cadastrado, clique em “Novos Cadastros – Cadastro Pessoa Física” e siga os passos. Se você já é cadastrado, faça o Login com seu CPF e senha

 

3: Ao entrar no sistema, clique em “Entidades – Doação de Cupons com CPF (automática)”, no menu principal

 

4: Encontre o Instituto C digitando, no campo indicado, o CNPJ 14.644.881-0001/98 e clique em avançar, confirmando a doação automática por tempo indeterminado.

 

5: Ah, não se esqueça de fazer o primeiro saque para sua conta e sempre que fizer comprinhas, peça o CPF na nota!

 

6: Se desejar, mande uma mensagem pra gente pelo Instagram @instituto.c ou pelo WhatsApp (11) 94581-9225 contando que você virou um doador para que possamos te enviar novidades do nosso trabalho.

Para saber mais acesse nossa página sobre Nota Fiscal Paulista, clicando aqui!

PAF

8 famílias se despedem do Projeto PAF

Hoje, 17 de novembro, o PAF – Plano de Ação Familiar encerrou mais um ciclo de atendimento e despediu-se de oito famílias. O projeto, que é o primeiro realizado pelo Instituto C, atende famílias de crianças e adolescentes que apresentem alguma doença grave ou crônica e que vivam em situação de vulnerabilidade social. “Foi um dia para relembrar histórias, celebrar conquistas e deixar registrada uma lembrança de cada uma dessas famílias que passaram por nós”, conta Katia Moretti, líder do projeto. 

 

Durante a pandemia, nenhuma família foi desligada do projeto, portanto o ciclo que foi encerrado teve uma duração mais prolongada – alguns até com mais de dois anos em atendimentos. “Nos reunimos para entender quais famílias já estavam com demandas resolvidas e objetivos alcançados. Chegamos, então, em um grupo de oito famílias para esse encerramento”, explica Kátia. A líder conta que o planejamento do fim do ciclo é feito com bastante antecedência. “Gostamos de avisar as famílias, no mínimo, três meses antes do encerramento até para elas já irem se programando, muito por conta dos benefícios que a gente entrega”, diz.

 

Desde 2019, o encerramento do ciclo é feito em grupo e, desta vez, a manhã foi dividida em alguns momentos. As famílias compareceram na sede do Instituto C e responderam uma avaliação do projeto. “É importante ter esse instrumento para análise do nosso trabalho pela percepção das famílias que já foram atendidas por nós”, conta Kátia. Depois, cada família recebeu um azulejo em branco para que, com tinta guache e muita criatividade, pudessem fazer uma lembrança: “Aqui, nós temos o mosaico das famílias, um painel com azulejos feitos por todas elas, para lembrarmos das conquistas de cada uma que passou pelo Instituto”. 

 

O encerramento ainda contou um um terceiro momento, onde as famílias foram reunidas e, em apresentação de slides, contadas as histórias individuais. “No início, não revelamos de quem é a trajetória apresentada. Algumas famílias já se identificaram logo no começo, claro. Foi bem emocionante”, revela Kátia. Depois, voluntários e equipes do Instituto C entregam para as famílias um certificado de participação no projeto, junto com a história contada e uma foto de recordação. “As famílias se emocionaram, algumas se sentiram livres para dar depoimentos e falar mais detalhes sobre suas conquistas. E, por fim, celebramos todos juntos”. 

 

Entre as oito famílias que se despediram hoje do PAF, Kátia lembra da Grazi que, mesmo com pouco tempo de projeto, conseguiu ela mesma identificar que já havia tido conquistas. “Ela conseguiu emprego na sua área de atuação e solicitou o desligamento de sua família justamente porque compreendeu que agora outras famílias poderiam se beneficiar do projeto”, conta Kátia. A líder alerta que não é porque a família está trabalhando, ou está em um novo emprego, que o ciclo se encerra – depende de outros fatores de desenvolvimento.

 

Uma outra Grazi também se desligou hoje. Esta, veio para São Paulo gravida comprar o enxoval dos gêmeos que esperava, até que eles nasceram prematuros na cidade. “Os bebês precisaram de acompanhamento e ela acabou ficando por aqui. Hoje, eles já têm três anos e nós os acompanhamos desde pequenos. No encerramento do ciclo, ela nos contou que decidiu ficar em São Paulo e voltou a estudar”, celebra. Sem conseguir falar, por causa da emoção, Grazi trouxe escrita uma carta de agradecimento a todos do IC e pediu para sua técnica de referência, Nayara, fazer a leitura que gerou ainda mais emoção em todos presentes. 

 

E, por fim, Kátia relembra também a trajetória da família de Délia, que veio da Bolívia para o Brasil há 11 anos. “Ela chegou até nós por conta de sua filha, que tem Síndrome de Down. Sem muitas informações sobre a doença, ela também engravidou durante o período que ficou conosco e, depois dos atendimentos, estão todos bem encaminhados e com muitos planos para o empreendimento familiar que está iniciando”, afirma.

 

Entre as muitas conquistas, agora o PAF já planeja o próximo ciclo de encerramento e, claro, a recepção das novas oito famílias que vão adentrar ao projeto – e com mais histórias para contar e objetivos para celebrar!

Áreas de atendimentoCidadania em RedeServiços IC

Acessos, direitos e aprendizados no Educação em Rede

Iniciado em 2017, o projeto Educação em Rede, patrocinado pelo Instituto Credit Suisse Hedging-Griffo, tem como objetivo potencializar o desenvolvimento de crianças e adolescentes com dificuldades escolares, cujas famílias estejam em situação de risco ou vulnerabilidade social. “A gente faz atendimento de reforço escolar e psicológico para os alunos e também atendimento social e psicológico para as famílias e responsáveis”, diz Talita Lima, líder do projeto.

 

Os alunos chegam ao projeto encaminhados pelas escolas parceiras ou até mesmo pela busca direta das famílias. “Quando a gente fala de dificuldade escolar, a gente fala tanto de dificuldades pedagógicas, como ler e escrever, quanto dificuldades no quesito de comportamento, como evasão, ansiedade e timidez”, esclarece a líder.

 

Em tempos de pandemia, muitas escolas até forneceram material para as mães e pais orientarem seus filhos em casa, entretanto estes não possuem habilidades técnicas para conduzir essas atividades e, muitos, inclusive, nem acesso à internet que permita a construção do vínculo escolar. “O projeto já era muito necessário, pois nem sempre a escola consegue ter um olhar atento e individual com todos os alunos. Além disso, muito daquilo que o aluno apresenta dentro da sala de aula está relacionado com o contexto familiar dentro de casa – e a escola não tem ferramentas suficientes para acessar essa história”, diz a líder. 

 

Viviane de Paula, pedagoga do projeto, diz que os trabalhos desenvolvidos no reforço escolar não substituem a escola e sim complementam. “Procuramos entender as dificuldades individuais de cada criança e conduzir de maneira intencional à autonomia para resolução de suas questões, sempre utilizando os recursos de escrita e leitura”, conta. A pedagoga também celebra que muitas crianças que participaram da primeira turma deste ano, saíram compreendendo o sistema de escrita e leitura: “A gente acredita que a linguagem é a porta para compreensão de todas as outras disciplinas e mundo. E temos expertise para isso”.

 

A líder, por exemplo, conta a história de um menino de 7 anos que chegou ao Projeto ainda sem frequentar a escola (por conta da pandemia) e sem estar alfabetizado. “Com a gente, ele já reconhece o alfabeto sozinho. Agora, ele escreveu uma carta para o Papai Noel dizendo que a meta dele é aprender a ler e escrever até o fim do ano”, comemora Talita – que reforça também a importância do próprio aluno reconhecer seu avanço e se sentir estimulado com ele.

 

Já Kátia Souza, assistente social do projeto, também menciona as conquistas de direitos que as famílias têm acesso a partir dos atendimentos: “Nos atendimentos, eu identifico as problemáticas e o contexto social dessa família e, a partir daí, encaminho para a rede, UBS, defensoria pública…”. Ela conta a história de uma mãe que chegou ao projeto com o filho, que estava recebendo reclamações da escola. “Mesmo reticente, eu a orientei a buscar uma UBS e o clínico encaminhou para o neurologista. Eu fiz toda a mediação com o posto de saúde e, depois dos exames feitos, o médico identificou que ele tem uma deficiência intelectual leve. Com esse laudo, a gente está aguardando para passar na perícia do INSS”.

 

“É significativo e perceptível que o nosso trabalho é reconhecido também pelas famílias. Elas conseguem identificar os avanços das crianças e a nossa conquista é justamente torná-las aptas para poder continuar em seu ciclo de série e idade e, principalmente agora no retorno às escolas”, diz Viviane, que completa: “Acreditamos que além de conteúdos, é necessário repensar essas crianças que estão voltando para suas interações com questões muitas vezes sérias que precisam ser olhadas e trabalhadas antecipadamente. O nosso trabalho busca ver essa totalidade e proporcionar a interação entre elas, com atividades que façam sentido para que sintam-se capazes e autônomas em seu desenvolvimento, reverberando também em sua vida escolar”. 

 

Por fim, Kátia celebra: “As conquistas são diárias. Muitas vezes, a família não sabe os direitos que ela possui como cidadã. E, quando a gente explica isso, eles conseguem criar autonomia e fazer essa busca” – conquistas de um trabalho de conscientização e com um olhar atento para cada um dos atendimentos.

Aniversário ICGestão de Pessoas

Chegaram os 10 anos do Instituto C!

Quando comecei a pensar na ideia de trabalhar com algo que eu pudesse contribuir para o mundo no meu dia a dia, realmente não tinha ideia do que eu estava projetando, mas sempre me comovi muito com a desigualdade social que vivemos e tinha algo muito forte que me movia para fazer alguma coisa.

Conheci a Dra. Vera Cordeiro e comecei a estruturar toda essa ideia com o apoio de muita gente, muita mesmo. Originalmente, o Instituto C chamava-se Saúde Criança São Paulo e atuava como uma franquia social que usava uma metodologia multidisciplinar para atender famílias com crianças doentes a terem mais autonomia e qualidade de vida. Começamos atendendo 5 famílias, depois 10, 15….

Com o passar dos anos, a organização foi crescendo e ganhando maturidade, e eu também.

Expandimos a nossa atuação, aumentamos consideravelmente o número de pessoas atendidas, e consequentemente a equipe e voluntários do Instituto C; e nesse ano tivemos a oportunidade incrível de ampliar o nosso trabalho para a comunidade Minas Gás. Hoje são 360 famílias atendidas por mês, mais ou menos 1.500 pessoas.

Nesses 10 anos, aprofundamos muito o nosso conhecimento sobre o trabalho em rede, encaminhamento de demandas e trabalhamos com muito acolhimento e escuta atenta para ouvir as histórias de cada família atendida.

Mas o que acho mais impressionante é o Instituto C ser tão necessário justamente quando ele completa 10 anos.

Infelizmente, desde que nasci, nosso país nunca esteve tão desigual, com tanta gente passando fome, sem acesso à educação, aumento da violência doméstica, com muitos direitos violados e isso se reflete na lista de espera que temos de mais de 80 famílias que procuram desesperadas por nosso trabalho.

Então, meu desejo para os 10 anos do Instituto C é que a gente possa dar conta logo dessa lista de espera, e que possamos também oferecer o nosso trabalho a cada vez mais pessoas – pensando na sustentabilidade de forma integral, começando pelo bem-estar da nossa equipe (porque fazer os atendimentos não é moleza), na expansão do trabalho para outras comunidades com um crescimento estruturado.

Acesso à informação, acolhimento e autonomia são fundamentais para todo cidadão. Que a gente possa juntos oferecer isso para toda família em vulnerabilidade que precise de atendimento para conhecer e acessar seus direitos.

Um muito obrigada  especial a cada um que faz o Instituto C existir, vocês fazem toda a diferença!