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A história da Analiude e sua família

Irapuã e Analiude vieram para o Instituto C por conta do filho Vitor Gabriel, diagnosticado com neurofibromatose, um distúrbio genético que causa tumores no sistema nervoso. A condição de Vitor foi descoberta em Recife, cidade natal da família, e devido a complicações na coluna aos três anos de idade, era imprescindível que ele realizasse uma cirurgia. Em Recife, porém, não havia hospitais especializados na área, o que obrigou a família a realizar o procedimento em outro Estado. Irapuã e Analiude conseguiram o encaminhamento para a Santa Casa de São Paulo depois de um longo tempo de espera.

Em julho de 2008, Vitor, então com três anos, e os pais chegaram a São Paulo. O menino ficou internado por um mês, entre cirurgia e recuperação. Foi um período difícil. Apenas uma pessoa podia ficar com ele, de modo que pai e mãe se revezavam. Como eles não tinham condições de alugar moradia próxima ao hospital, quem não acompanhasse o garotinho era obrigado a perambular pelos quarteirões, ao relento. A situação só melhorou um pouco quando o governo liberou a ajuda de custo garantida aos que precisam se transferir para outro Estado para tratar problemas de saúde.

Após a cirurgia, Vitor ficou engessado da cintura para cima, envolvendo inclusive a cabeça, por oito meses. Como as idas ao ambulatório eram mensais, a família resolveu fixar moradia em São Paulo. Vitor tomava leite por sonda e seu tratamento necessitava de vários medicamentos, além de acompanhamento psicológico. O quadro se agravou também devido a um AVC que acometeu Analiude nesse período, o que a impossibilitava de cuidar do filho, e Irapuã trabalhava o dia todo para sustentar a família.

Aos 13 anos, Vitor precisou fazer outra operação bastante delicada, para ajustar a coluna ao seu crescimento. Foi nessa época, em 27 de abril de 2018, que a família foi encaminhada ao Instituto C por uma assistente social do setor de Pediatria da Santa Casa. O casal foi informado de que, aqui, receberia apoio em suas necessidades, com profissionais para ajudá-los nas questões escolares do filho, com os remédios, documentações e atendimento em áreas complementares, como psicologia, nutrição, renda e serviço social.

“Por mais conhecimento que tivéssemos sobre nossa situação e sobre a doença de nosso filho, se não fosse o Instituto C, hoje estaríamos com muitas necessidades”, constata Irapuã. “Os psicólogos nos ajudam a enfrentar melhor os problemas. Aprendi com o pessoal da Renda a administrar corretamente nossas finanças, além de receber apoio para escrever meu currículo e para o encaminhamento a capacitações. As nutricionistas sempre nos alertam sobre a boa alimentação. Incentivados por elas, fizemos uma hortinha em nosso quintal. Já as técnicas da Educação estão nos dando apoio em relação à matrícula do Vitor na escola. Até então, os médicos não tinham liberado nosso filho para estudar fora. Apesar do pouco tempo que disponho e das limitações físicas de minha mulher, conseguimos alfabetizá-lo razoavelmente em casa também graças aos atendimentos que recebemos aqui”, continua o pai.

A área do Serviço Social do IC também orientou a família a buscar seus direitos à moradia. “Agora já vislumbro sair do aluguel. Com emprego e com os documentos encaminhados para o programa governamental Minha Casa Minha Vida, esse sonho em breve vai virar realidade”, alegra-se o pai de Victor. Irapuã conta ainda mensalmente com o fornecimento de remédios para seu filho não disponíveis nos Postos de Saúde, bem como fraldas e cesta básica. “Ana e eu só temos a agradecer ao Instituto C. Eles passaram a ser nossa família. É uma alegria estar aqui nos dias de atendimento, principalmente pela acolhida calorosa por parte de todos os profissionais, sempre dispostos a nos ouvir e nos dar uma palavra de incentivo e de carinho”.

No mês de abril, arrecadamos R$ 33.390,00 com madrinhas e padrinhos que acreditam no nosso trabalho. Com esse valor, conseguimos dar conta dos itens emergenciais básicos que entregamos às famílias atendidas, como alimentos, fraldas, fórmulas nutricionais infantis e remédios que o SUS não fornece. Tendo em vista o crescimento dos nossos atendimentos, a nossa meta é atingir um volume mensal de R$ 40.000,00 reais em doações até o final de agosto. Ajude agora e faça parte do nosso trabalho: CLIQUE AQUI

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Famílias do Educação em Rede encerram seu ciclo

Entre os meses de abril e maio de 2019, algumas famílias encerraram seu ciclo de atendimentos no Projeto Educação em Rede, que tem o apoio do Instituto Credit Suisse Hedging-Griffo. Ao longo desse processo, crianças, adolescentes e suas famílias foram atendidos nas áreas da Cidadania, Geração de Renda e Psicologia, recebendo acolhimento e orientação de toda a equipe multidisciplinar.

O encerramento foi um momento importante para que as famílias avaliassem o processo de atendimentos e refletissem sobre suas trajetórias dentro do Instituto C; os responsáveis fizeram considerações sobre a importância da participação no processo de escolarização de seus dependentes e observaram a necessidade de uma boa interlocução com as escolas. O Educação em Rede atende famílias de crianças em risco social que apresentam desafios de aprendizagem para auxiliar o aluno e sua família na melhora do desempenho escolar, dinâmica familiar e questões socioassistenciais. Além dos atendimentos, as famílias participam de rodas de conversa que aproximam os responsáveis das famílias do processo de aprendizagem de seus filhos.

A finalização do ciclo foi registrada por meio da produção de um azulejo (pintado pelas mãos de todos os membros do núcleo familiar) que, de forma simbólica, marca o percurso realizado pela família no projeto.

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“Conflitos familiares” foi tema das rodas do PAF

No mês de maio, as famílias atendidas no PAF – Plano de Ação Familiar participaram de rodas de conversa com o tema “conflitos dentro de casa”. A partir da exibição do filme “Era uma Vez uma Família”, que retrata de forma lúdica situações das relações interpessoais no dia a dia, os presentes puderam construir reflexões sobre a convivência entre pais e filhos.

 

Com o início da roda de conversa, e com a mediação de um técnico da área da psicologia, as situações passadas em vídeo foram pouco a pouco sendo esclarecidas à luz do que as próprias famílias traziam das relações que possuem dentro de seus núcleos familiares. Com as ocorrências do filme e as vivências dos participantes da roda, adicionadas às considerações trazidas pelos técnicos do Instituto C, os presentes observaram que o diálogo e a conversa, ao invés de atitudes agressivas e gritos, auxiliam um ambiente mais positivo, além de contribuírem para o desenvolvimento das crianças, que vivem um tempo e emoções diferentes. E hoje em dia, em espaços pequenos e com a tecnologia, elas precisam lidar com situações que antigamente não aconteciam.

 

O fenômeno da naturalização foi abordado, na medida em que hábitos de violência dentro de casa são replicados de geração em geração e são tratados com naturalidade muitas vezes não somente pelos que produzem a violência, como também pelas pessoas que são vítimas dela. Alguns presentes disseram que pelo estresse do dia a dia acabam descontando no relacionamento com os filhos. E os filhos, por conta do pouco tempo que ficam com os pais, acabam se comportando mal para chamar a atenção. Então a ausência dos pais dentro de casa, reflexo do modo de vida hoje, entrou como um dos principais pontos da reflexão sobre os conflitos familiares e como podemos fazer para transformá-los em boas atitudes.

 

Por fim, a importância e a função da família, seu objetivo quando uma pessoa nasce nesse núcleo, foram questões que concluíram as conversas da roda. Como podemos nos analisar nas vivências e convivências diárias? Como mudamos as nossas atitudes, e fazemos aquilo que gostaríamos de produzir para que nossos filhos e as crianças em geral, no seu tempo de desenvolvimento, possam reproduzir no futuro? Os presentes entenderam que a família norteia os principiais elementos do desenvolvimento das crianças, que são o futuro da nossa sociedade.

 

Clique aqui para assistir ao vídeo reproduzido para as famílias nessa roda.