Cidadania em Rede

Cidadania em Rede atinge a meta de 500 famílias – e Projeto está pronto para mais!

Cidadania em rede

O ano de 2022 está chegando ao fim e a sensação é de dever cumprido – e fica o desejo de alçar voos ainda maiores. Isso porque o projeto Cidadania em Rede, realizado no Polo Zona Norte de São Paulo, atingiu a sua meta de atender 500 famílias. “Sendo bem clichê, acho que a trilha sonora deste ano foi ‘Emoções’, do Roberto Carlos, sabe? Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi…”, brinca Talita Lima, coordenadora do Projeto.

Da junção e da experiência acumulada nos projetos PAF (Plano de Ação Familiar), Educação em Rede e Primeira Infância, o Cidadania em Rede começou a atuar presencialmente em março deste ano – e a meta era impactar 500 famílias. “Continuo dizendo que era um número grandioso, principalmente por estarmos tirando o projeto do papel”, lembra Talita. Menos de um ano depois, a meta não só foi atingida, como ultrapassada: são 538 famílias cadastradas, e 44 na fila de espera por novas vagas.

Talita lembra que parte do desafio esteve também em encontrar essas famílias em um território novo. “Quando a gente fala de famílias em vulnerabilidade, a gente sabe que existem muito mais do que 500, então por isso seria ‘fácil’, mas como acessá-las?”, relembra. Daí, foi preciso esforço e vontade de fazer acontecer – a panfletagem nas ruas e parcerias com os serviços, como com o CRAS – Centro de Referência da Assistência Social, foram essenciais.

Com trabalho, dedicação e brilho nos olhos, o resultado não poderia ser outro. “Quando a gente foca na qualidade do atendimento e em proporcionar uma real transformação na vida dessas famílias, os indicadores vêm de uma maneira muito natural”, conta Talita – emocionada ao fazer a retrospectiva deste ano. “A gente conseguiu de uma maneira muito natural que houvesse uma coesão entre todos nossos indicadores. Não foram só 500 famílias atendidas, foram 500 famílias nas quais a gente garantiu uma real transformação de vida”, completa.

E, se a meta em 2022 foi atingida, a meta para 2023 é ir além, claro. “Para o próximo ano temos como objetivo atingir 700 famílias. É um número alto, sim, mas a Talita que o recebe é diferente da que recebeu no início de 2022. Primeiro porque a gente já alcançou – e uma vez que você atinge um objetivo, você se sente fortalecido – e segundo porque a gente agora está com um projeto consolidado”, diz.

Durante o mês de dezembro, então, a equipe do Cidadania em Rede fez uma pausa nos atendimentos para olhar para trás e analisar os que passaram pela casinha amarela. “A qualidade desses atendimentos era uma preocupação muito grande e eu posso garantir que a gente conseguiu não só manter, como ir além. A sensação de felicidade é muito grande e não só pelo número, mas também por entender o tamanho da força do nosso trabalho. Não tem nada que pague a sensação de um objetivo alcançado. E não é só uma meta, são vidas que foram mudadas”, completa Talita.  Pelas 538 famílias e pelas muitas outras que virão! E que venha 2023!

InstitucionalVoluntariado

A importância do voluntariado e sua expansão no Instituto C

Voluntariado no IC

No dia 5 de dezembro foi celebrado o Dia Internacional do Voluntário – aquele que faz toda a diferença no Instituto C. Seja no dia a dia entre os projetos, nos atendimentos às famílias ou cadastrando notas fiscais doadas ao Instituto, o voluntário é parte essencial para a engrenagem de qualquer organização seguir funcionando. “E quanto mais pessoas se unem nessa roda, mais famílias conseguimos alcançar. Para nós, os voluntários são multiplicadores de ações cidadãs e transformadoras”, lembra Nayara Oliveira, psicóloga institucional.

Pensando nisso, o Instituto C organizou uma ação especial para celebrar seus  voluntários. “Mandamos para a casa de todos eles, os ativos e os inativos, um creme personalizado e uma carta escrita à mão reforçando a importância do voluntariado”, conta Nayara. Para ela, a principal ideia é reforçar que a ação voluntária é também uma ação de amor. “Agradecemos e presenteamos com esse gesto simbólico de cuidado – que conversa com o cuidado que eles oferecem para nós e para as famílias”, completa.

A carta era também um convite para uma confraternização virtual, que aconteceu no último dia 05, segunda-feira. “Contamos com a condução cuidadosa e muito generosa da Liliane Moura, nossa assistente social institucional, que é também uma amante e estudiosa de práticas de bem-estar e saúde. A ação convidou todos os presentes à exercícios de respiração, além de uma técnica milenar japonesa chamada Jin Shin Jyutsu, uma prática de saúde a partir das mãos. Retribuindo, às mãos que tanto dão, a possibilidade de receber também este cuidado carinhoso”, conta Nayara.

Assim, 11 anos após a sua fundação, o Instituto C tem pensado cada vez mais em melhorias para sua expansão, como a reestruturação do programa de voluntários, por exemplo. “Eu e a Liliane assumimos a liderança dessa área somando com a Flávia – coordenadora adm financeira, que já estava a frente do programa e estamos repensando o fluxo de chegada dos nossos voluntários, tanto nos projetos que acontecem nos Polos Centro e Zona Norte, como também no voluntariado corporativo. Queremos aumentar o número de voluntários fixos, mas também criar metodologias e áreas para trabalhos pontuais e rotativos, como os programas corporativos, que têm dado bastante certo”, explica.

Isso tudo pensando sempre no voluntário de maneira singular e individual, afinal cada um tem um motivo para estar ali. “Nessa reestruturação, temos feito entrevistas e conversas para entender a motivação daquele voluntário, o que ele gostaria de desenvolver e que práticas faz sentido para ele. O voluntário é quase que um trabalhador formal, é preciso gestão dessa área também – para fazer sentido para ele e para nós. Colocando isso em prática, a gente já percebe a diferença do entusiasmo e do desejo de participar das pessoas que estão chegando. É mais produtivo para todo mundo”, finaliza Nayara.

Ainda buscando celebrar e valorizar seus voluntários, o Instituto promoveu na última sexta-feira, dia 16 de dezembro, uma confraternização presencial organizada com muito carinho para os voluntários. “Chegamos  ao final de mais um ano, são muitos os motivos para celebrarmos, foram muitas conquistas, fruto de um lindo trabalho realizado por todos do Instituto C. Entre eles, destaco nossos  queridos voluntários que fazem a  diferença doando seu tempo e seu trabalho, ajudando a transformar a vida de tantas famílias”, comenta Liliane.

A confraternização contou com muita prosa e descontração, onde todos tomaram um delicioso café da manhã e participaram de uma roda de conversa onde cada participante foi convidado a conectar-se consigo mesmo, buscando o reconhecimento  de  suas habilidades e o quanto são especiais,  refletindo  e completando a frase :

 Sou incrível porque…. Sou incrível por ser….

“Observamos que as pessoas  têm  dificuldade de expor e falar sobre  suas qualidades, habilidades e  conquistas, com medo de julgamentos, ou até mesmo parecer inadequadas, nossa proposta foi justamente que elas pudessem identificar o quanto são potentes e incrivelmente únicas. Foi lindo e emocionante ouvir cada uma falar de si,  com tanto orgulho, beleza, delicadeza e acolhimento” conclui Liliane.

Institucional

Os desafios da comunicação e a metodologia LEGO® SERIOUS PLAY®

legoEm todos os seus anos de história, o Instituto C expandiu fisicamente, criou novos projetos e abraçou mais famílias. Nesse processo, também surgiram alguns desafios, entre eles a forma de se comunicar. Com quem falamos? Como falamos? E por que falamos? “Pensando sempre em melhorar, decidimos que era preciso repensar a nossa comunicação, no sentido de entender o que essa área realmente precisa para acompanhar o crescimento do Instituto”, introduz Paloma Costa, coordenadora de parcerias – e agora também de comunicação.

A partir deste pensamento, a equipe decidiu buscar um apoio externo que auxiliasse neste processo. Foi quando Claudia Oliveira, madrinha do Instituto e consultora para desenvolvimento organizacional, contou que havia feito a formação na metodologia LEGO® SERIOUS PLAY® e poderia contribuir. “A gente não tinha a menor ideia do que era isso, mas mergulhamos de cabeça nessa aventura”, disse Paloma.

A metodologia é reconhecida por usar uma variedade de blocos Lego para facilitar a expressão e uso de uma nova linguagem, criando um ambiente seguro para que as pessoas possam se comunicar para refletir, esclarecer e integrar os objetivos e as estratégias das equipes e organizações. “Eu fiz essa formação pela Associação de Master Trainers, no final de agosto, e propus aplicar no Instituto C. Basicamente, o que ela propõe é fazer as pessoas conversarem sobre qualquer tema de uma forma mais leve e divertida. O Lego te ajuda a descobrir o que você não sabia que sabia”, conta Claudia.

Assim, Claudia com os facilitadores Luís e Ana, se reuniram em três encontros presenciais com as lideranças das áreas do Instituto C e a diretoria. “Você propõe uma pergunta e as pessoas constroem com blocos de Lego a resposta. Cada uma conta a sua resposta para os demais, que também vão questionando os modelos. A ferramenta traz uma reflexão sobre as escolhas e permite uma reunião onde todos os presentes participam”, explica a facilitadora.

Para Paloma, a metodologia trouxe resultados surpreendentes, um deles, inclusive, sobre a persona do Instituto. “Foi muito incrível porque foi uma unanimidade, por exemplo, que a nossa persona é uma mulher. Acredito que muito pelas características de atendermos majoritariamente mães”, reflete. “Também se revelou muito forte a questão do cuidado – com as relações, com os atendimentos, com a equipe e entre a gente”, completa.

A partir desse processo algumas mudanças práticas dentro do Instituto C já foram tomadas: como onde a área de comunicação deve se encaixar. “Percebemos que o objetivo central da nossa comunicação é atrair e fidelizar apoiadores. Assim, não fazia sentido ter a área de parcerias separada da comunicação”, reflete Paloma. “Entendemos que faz muito sentido unir as duas áreas com uma única equipe que vai criar estratégias para ambas”, conclui.

“Fiquei muito impressionada com o poder do Lego e como foi muito além do que imaginamos. Além de chegar em um resultado fluido e coeso, a facilitação da Cláudia, do Luís e da Ana trouxe também um sentimento de formação de um grupo de líderes do Instituto C. Foi muito impressionante e muito bonito participar desse processo”, disse Vera Oliveira, diretora executiva. Para Katia Moretti, coordenadora do PAF, o processo de pensar sobre a comunicação através da facilitação com Lego permitiu com que a equipe se expressasse de forma leve e criativa. “Graças a essa metodologia e a esse entendimento, vamos começar a trilhar um caminho que faz mais sentido para o futuro do Instituto”, finaliza Paloma.

PAF

Famílias se despedem do projeto PAF em encontro emocionante

Famílias encerradas

No último mês, 20 famílias encerraram o seu ciclo no PAF – Plano de Ação Familiar, projeto desenvolvido no Polo Centro do Instituto C. Nele, os atendimentos são oferecidos a famílias em vulnerabilidade social que tenham crianças e adolescentes com questões de saúde. Depois de passarem por um ciclo de atendimentos e acompanhamentos multidisciplinares nas áreas de renda, serviço social, educação, nutrição e psicologia, essas famílias conseguiram solucionar suas demandas e conquistaram autonomia para seguirem seus caminhos. “É um dos momentos mais especiais do nosso trabalho, é quando temos a certeza que mudamos para melhor a vida de muita gente”, afirma Katia Moretti, coordenadora do PAF.

No dia do encerramento, em um primeiro momento, as famílias se sentaram com as técnicas para responderem uma avaliação do projeto – existe a opção também de escrever suas sugestões e considerações de forma anônima. Depois, elas pintam um azulejo que deixam como recordação para o Instituto C. Entre devaneios e olhos marejados, algumas das frases mais repetidas pelas famílias no dia foram “vou sentir muita saudade de vocês” e “eu só tenho gratidão pelo projeto” – além de agradecimentos pelas doações de alimentos e medicamentos que não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde. “Ter participado do projeto me deu mais independência e autonomia para buscar meus direitos. As rodas de conversa foram muito legais, principalmente aquela com a Defensoria Pública, que me deu informações que eu não sabia”, avaliou Jaciara Andrade.

Para Keyde Regina, que ficou no projeto por 3 anos, a avaliação teria que ser ainda maior que excelente. “Não é puxando o saco, mas vocês são a minha segunda família. Na verdade, vocês foram a minha primeira família. Não sinto que vocês estão aqui por obrigação do trabalho, é algo mais humano. Essa empatia e preocupação que vocês têm é extremamente valiosa. Vocês foram a mão que eu tive segurando a minha”, disse.

Após as avaliações e a pintura dos azulejos, há o momento da entrega do certificado – ponto alto do dia. As técnicas começam a ler um texto e cada família vai se reconhecendo na história e se emocionando. “Eu não queria chorar, mas tudo o que resumo hoje é gratidão a cada uma de vocês, que me abraçaram e me acolheram. No meu momento de maior desespero, vocês me ensinaram a ter força, fé, afeto e amor. Me ensinaram a nunca desistir”, disse Rosemary Andrade,  mãe de Yasmin, que foi diagnosticada com um tumor, ao receber seu certificado.

“Os médicos falavam que meu filho não ia nem andar, e olha ele aí! Eu espero que todo mundo que passe por aqui consiga sentir esse amor humanitário, que nos ergue e nos mostra que não estamos sozinha”, disse Keyte. “O que eu não tive da minha família de sangue, eu tive de vocês. Só gratidão por tudo”, afirmou Ana Paula Santos, mãe de gêmeos.

Jilmara Lima, ao receber seu certificado, disse que já sabia que o PAF seria apenas um capítulo de sua vida: “Hoje, se encerra um ciclo. Que tudo o que passamos aqui seja apenas uma página de nossa história, e que a gente ainda possa escrever mais páginas bonitas como essa. A nossa jornada não acaba aqui. A gente tem muita luta pela frente. Continuamos a busca por melhorias para os nossos filhos, e isso nunca vai acabar. Eu recebi do Instituto C um abraço que não recebi da minha família e dos meus amigos. Um aplauso para nós!”, disse em um discurso emocionante e potente.

Depois de tantas histórias emocionantes, um lanche é servido e é chegada a hora de confraternizar e celebrar todos juntos tantas conquistas. “Vibramos por cada um de vocês, mas nosso coração também fica apertadinho. Nossas portas seguem abertas – é um encerramento de um ciclo de atendimento, mas queremos vocês para sempre por perto”, finaliza Kátia.