Cidadania em Rede

Cidadania em Rede atinge a meta de 500 famílias – e Projeto está pronto para mais!

Cidadania em rede

O ano de 2022 está chegando ao fim e a sensação é de dever cumprido – e fica o desejo de alçar voos ainda maiores. Isso porque o projeto Cidadania em Rede, realizado no Polo Zona Norte de São Paulo, atingiu a sua meta de atender 500 famílias. “Sendo bem clichê, acho que a trilha sonora deste ano foi ‘Emoções’, do Roberto Carlos, sabe? Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi…”, brinca Talita Lima, coordenadora do Projeto.

Da junção e da experiência acumulada nos projetos PAF (Plano de Ação Familiar), Educação em Rede e Primeira Infância, o Cidadania em Rede começou a atuar presencialmente em março deste ano – e a meta era impactar 500 famílias. “Continuo dizendo que era um número grandioso, principalmente por estarmos tirando o projeto do papel”, lembra Talita. Menos de um ano depois, a meta não só foi atingida, como ultrapassada: são 538 famílias cadastradas, e 44 na fila de espera por novas vagas.

Talita lembra que parte do desafio esteve também em encontrar essas famílias em um território novo. “Quando a gente fala de famílias em vulnerabilidade, a gente sabe que existem muito mais do que 500, então por isso seria ‘fácil’, mas como acessá-las?”, relembra. Daí, foi preciso esforço e vontade de fazer acontecer – a panfletagem nas ruas e parcerias com os serviços, como com o CRAS – Centro de Referência da Assistência Social, foram essenciais.

Com trabalho, dedicação e brilho nos olhos, o resultado não poderia ser outro. “Quando a gente foca na qualidade do atendimento e em proporcionar uma real transformação na vida dessas famílias, os indicadores vêm de uma maneira muito natural”, conta Talita – emocionada ao fazer a retrospectiva deste ano. “A gente conseguiu de uma maneira muito natural que houvesse uma coesão entre todos nossos indicadores. Não foram só 500 famílias atendidas, foram 500 famílias nas quais a gente garantiu uma real transformação de vida”, completa.

E, se a meta em 2022 foi atingida, a meta para 2023 é ir além, claro. “Para o próximo ano temos como objetivo atingir 700 famílias. É um número alto, sim, mas a Talita que o recebe é diferente da que recebeu no início de 2022. Primeiro porque a gente já alcançou – e uma vez que você atinge um objetivo, você se sente fortalecido – e segundo porque a gente agora está com um projeto consolidado”, diz.

Durante o mês de dezembro, então, a equipe do Cidadania em Rede fez uma pausa nos atendimentos para olhar para trás e analisar os que passaram pela casinha amarela. “A qualidade desses atendimentos era uma preocupação muito grande e eu posso garantir que a gente conseguiu não só manter, como ir além. A sensação de felicidade é muito grande e não só pelo número, mas também por entender o tamanho da força do nosso trabalho. Não tem nada que pague a sensação de um objetivo alcançado. E não é só uma meta, são vidas que foram mudadas”, completa Talita.  Pelas 538 famílias e pelas muitas outras que virão! E que venha 2023!

InstitucionalVoluntariado

A importância do voluntariado e sua expansão no Instituto C

Voluntariado no IC

No dia 5 de dezembro foi celebrado o Dia Internacional do Voluntário – aquele que faz toda a diferença no Instituto C. Seja no dia a dia entre os projetos, nos atendimentos às famílias ou cadastrando notas fiscais doadas ao Instituto, o voluntário é parte essencial para a engrenagem de qualquer organização seguir funcionando. “E quanto mais pessoas se unem nessa roda, mais famílias conseguimos alcançar. Para nós, os voluntários são multiplicadores de ações cidadãs e transformadoras”, lembra Nayara Oliveira, psicóloga institucional.

Pensando nisso, o Instituto C organizou uma ação especial para celebrar seus  voluntários. “Mandamos para a casa de todos eles, os ativos e os inativos, um creme personalizado e uma carta escrita à mão reforçando a importância do voluntariado”, conta Nayara. Para ela, a principal ideia é reforçar que a ação voluntária é também uma ação de amor. “Agradecemos e presenteamos com esse gesto simbólico de cuidado – que conversa com o cuidado que eles oferecem para nós e para as famílias”, completa.

A carta era também um convite para uma confraternização virtual, que aconteceu no último dia 05, segunda-feira. “Contamos com a condução cuidadosa e muito generosa da Liliane Moura, nossa assistente social institucional, que é também uma amante e estudiosa de práticas de bem-estar e saúde. A ação convidou todos os presentes à exercícios de respiração, além de uma técnica milenar japonesa chamada Jin Shin Jyutsu, uma prática de saúde a partir das mãos. Retribuindo, às mãos que tanto dão, a possibilidade de receber também este cuidado carinhoso”, conta Nayara.

Assim, 11 anos após a sua fundação, o Instituto C tem pensado cada vez mais em melhorias para sua expansão, como a reestruturação do programa de voluntários, por exemplo. “Eu e a Liliane assumimos a liderança dessa área somando com a Flávia – coordenadora adm financeira, que já estava a frente do programa e estamos repensando o fluxo de chegada dos nossos voluntários, tanto nos projetos que acontecem nos Polos Centro e Zona Norte, como também no voluntariado corporativo. Queremos aumentar o número de voluntários fixos, mas também criar metodologias e áreas para trabalhos pontuais e rotativos, como os programas corporativos, que têm dado bastante certo”, explica.

Isso tudo pensando sempre no voluntário de maneira singular e individual, afinal cada um tem um motivo para estar ali. “Nessa reestruturação, temos feito entrevistas e conversas para entender a motivação daquele voluntário, o que ele gostaria de desenvolver e que práticas faz sentido para ele. O voluntário é quase que um trabalhador formal, é preciso gestão dessa área também – para fazer sentido para ele e para nós. Colocando isso em prática, a gente já percebe a diferença do entusiasmo e do desejo de participar das pessoas que estão chegando. É mais produtivo para todo mundo”, finaliza Nayara.

Ainda buscando celebrar e valorizar seus voluntários, o Instituto promoveu na última sexta-feira, dia 16 de dezembro, uma confraternização presencial organizada com muito carinho para os voluntários. “Chegamos  ao final de mais um ano, são muitos os motivos para celebrarmos, foram muitas conquistas, fruto de um lindo trabalho realizado por todos do Instituto C. Entre eles, destaco nossos  queridos voluntários que fazem a  diferença doando seu tempo e seu trabalho, ajudando a transformar a vida de tantas famílias”, comenta Liliane.

A confraternização contou com muita prosa e descontração, onde todos tomaram um delicioso café da manhã e participaram de uma roda de conversa onde cada participante foi convidado a conectar-se consigo mesmo, buscando o reconhecimento  de  suas habilidades e o quanto são especiais,  refletindo  e completando a frase :

 Sou incrível porque…. Sou incrível por ser….

“Observamos que as pessoas  têm  dificuldade de expor e falar sobre  suas qualidades, habilidades e  conquistas, com medo de julgamentos, ou até mesmo parecer inadequadas, nossa proposta foi justamente que elas pudessem identificar o quanto são potentes e incrivelmente únicas. Foi lindo e emocionante ouvir cada uma falar de si,  com tanto orgulho, beleza, delicadeza e acolhimento” conclui Liliane.

Institucional

Os desafios da comunicação e a metodologia LEGO® SERIOUS PLAY®

legoEm todos os seus anos de história, o Instituto C expandiu fisicamente, criou novos projetos e abraçou mais famílias. Nesse processo, também surgiram alguns desafios, entre eles a forma de se comunicar. Com quem falamos? Como falamos? E por que falamos? “Pensando sempre em melhorar, decidimos que era preciso repensar a nossa comunicação, no sentido de entender o que essa área realmente precisa para acompanhar o crescimento do Instituto”, introduz Paloma Costa, coordenadora de parcerias – e agora também de comunicação.

A partir deste pensamento, a equipe decidiu buscar um apoio externo que auxiliasse neste processo. Foi quando Claudia Oliveira, madrinha do Instituto e consultora para desenvolvimento organizacional, contou que havia feito a formação na metodologia LEGO® SERIOUS PLAY® e poderia contribuir. “A gente não tinha a menor ideia do que era isso, mas mergulhamos de cabeça nessa aventura”, disse Paloma.

A metodologia é reconhecida por usar uma variedade de blocos Lego para facilitar a expressão e uso de uma nova linguagem, criando um ambiente seguro para que as pessoas possam se comunicar para refletir, esclarecer e integrar os objetivos e as estratégias das equipes e organizações. “Eu fiz essa formação pela Associação de Master Trainers, no final de agosto, e propus aplicar no Instituto C. Basicamente, o que ela propõe é fazer as pessoas conversarem sobre qualquer tema de uma forma mais leve e divertida. O Lego te ajuda a descobrir o que você não sabia que sabia”, conta Claudia.

Assim, Claudia com os facilitadores Luís e Ana, se reuniram em três encontros presenciais com as lideranças das áreas do Instituto C e a diretoria. “Você propõe uma pergunta e as pessoas constroem com blocos de Lego a resposta. Cada uma conta a sua resposta para os demais, que também vão questionando os modelos. A ferramenta traz uma reflexão sobre as escolhas e permite uma reunião onde todos os presentes participam”, explica a facilitadora.

Para Paloma, a metodologia trouxe resultados surpreendentes, um deles, inclusive, sobre a persona do Instituto. “Foi muito incrível porque foi uma unanimidade, por exemplo, que a nossa persona é uma mulher. Acredito que muito pelas características de atendermos majoritariamente mães”, reflete. “Também se revelou muito forte a questão do cuidado – com as relações, com os atendimentos, com a equipe e entre a gente”, completa.

A partir desse processo algumas mudanças práticas dentro do Instituto C já foram tomadas: como onde a área de comunicação deve se encaixar. “Percebemos que o objetivo central da nossa comunicação é atrair e fidelizar apoiadores. Assim, não fazia sentido ter a área de parcerias separada da comunicação”, reflete Paloma. “Entendemos que faz muito sentido unir as duas áreas com uma única equipe que vai criar estratégias para ambas”, conclui.

“Fiquei muito impressionada com o poder do Lego e como foi muito além do que imaginamos. Além de chegar em um resultado fluido e coeso, a facilitação da Cláudia, do Luís e da Ana trouxe também um sentimento de formação de um grupo de líderes do Instituto C. Foi muito impressionante e muito bonito participar desse processo”, disse Vera Oliveira, diretora executiva. Para Katia Moretti, coordenadora do PAF, o processo de pensar sobre a comunicação através da facilitação com Lego permitiu com que a equipe se expressasse de forma leve e criativa. “Graças a essa metodologia e a esse entendimento, vamos começar a trilhar um caminho que faz mais sentido para o futuro do Instituto”, finaliza Paloma.

PAF

Famílias se despedem do projeto PAF em encontro emocionante

Famílias encerradas

No último mês, 20 famílias encerraram o seu ciclo no PAF – Plano de Ação Familiar, projeto desenvolvido no Polo Centro do Instituto C. Nele, os atendimentos são oferecidos a famílias em vulnerabilidade social que tenham crianças e adolescentes com questões de saúde. Depois de passarem por um ciclo de atendimentos e acompanhamentos multidisciplinares nas áreas de renda, serviço social, educação, nutrição e psicologia, essas famílias conseguiram solucionar suas demandas e conquistaram autonomia para seguirem seus caminhos. “É um dos momentos mais especiais do nosso trabalho, é quando temos a certeza que mudamos para melhor a vida de muita gente”, afirma Katia Moretti, coordenadora do PAF.

No dia do encerramento, em um primeiro momento, as famílias se sentaram com as técnicas para responderem uma avaliação do projeto – existe a opção também de escrever suas sugestões e considerações de forma anônima. Depois, elas pintam um azulejo que deixam como recordação para o Instituto C. Entre devaneios e olhos marejados, algumas das frases mais repetidas pelas famílias no dia foram “vou sentir muita saudade de vocês” e “eu só tenho gratidão pelo projeto” – além de agradecimentos pelas doações de alimentos e medicamentos que não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde. “Ter participado do projeto me deu mais independência e autonomia para buscar meus direitos. As rodas de conversa foram muito legais, principalmente aquela com a Defensoria Pública, que me deu informações que eu não sabia”, avaliou Jaciara Andrade.

Para Keyde Regina, que ficou no projeto por 3 anos, a avaliação teria que ser ainda maior que excelente. “Não é puxando o saco, mas vocês são a minha segunda família. Na verdade, vocês foram a minha primeira família. Não sinto que vocês estão aqui por obrigação do trabalho, é algo mais humano. Essa empatia e preocupação que vocês têm é extremamente valiosa. Vocês foram a mão que eu tive segurando a minha”, disse.

Após as avaliações e a pintura dos azulejos, há o momento da entrega do certificado – ponto alto do dia. As técnicas começam a ler um texto e cada família vai se reconhecendo na história e se emocionando. “Eu não queria chorar, mas tudo o que resumo hoje é gratidão a cada uma de vocês, que me abraçaram e me acolheram. No meu momento de maior desespero, vocês me ensinaram a ter força, fé, afeto e amor. Me ensinaram a nunca desistir”, disse Rosemary Andrade,  mãe de Yasmin, que foi diagnosticada com um tumor, ao receber seu certificado.

“Os médicos falavam que meu filho não ia nem andar, e olha ele aí! Eu espero que todo mundo que passe por aqui consiga sentir esse amor humanitário, que nos ergue e nos mostra que não estamos sozinha”, disse Keyte. “O que eu não tive da minha família de sangue, eu tive de vocês. Só gratidão por tudo”, afirmou Ana Paula Santos, mãe de gêmeos.

Jilmara Lima, ao receber seu certificado, disse que já sabia que o PAF seria apenas um capítulo de sua vida: “Hoje, se encerra um ciclo. Que tudo o que passamos aqui seja apenas uma página de nossa história, e que a gente ainda possa escrever mais páginas bonitas como essa. A nossa jornada não acaba aqui. A gente tem muita luta pela frente. Continuamos a busca por melhorias para os nossos filhos, e isso nunca vai acabar. Eu recebi do Instituto C um abraço que não recebi da minha família e dos meus amigos. Um aplauso para nós!”, disse em um discurso emocionante e potente.

Depois de tantas histórias emocionantes, um lanche é servido e é chegada a hora de confraternizar e celebrar todos juntos tantas conquistas. “Vibramos por cada um de vocês, mas nosso coração também fica apertadinho. Nossas portas seguem abertas – é um encerramento de um ciclo de atendimento, mas queremos vocês para sempre por perto”, finaliza Kátia.

Premiações

Um ano de grandes conquistas para o Instituto C

Melhores OngsO ano de 2022 está chegando ao fim e ainda é tempo de recordar (e celebrar) as grandes conquistas do Instituto C ao longo dos últimos meses. Pela sexta vez consecutiva, o IC esteve presente na lista das 100 Melhores ONGs do Brasil – e não só: ficou entre os três finalistas na categoria de Melhor ONG do Estado de São Paulo. 

Na última sexta-feira, 25 aconteceu a entrega desse importante prêmio. Desde que foi criada a premiação, há seis anos, o Instituto esteve entre as 100 melhores colocações. “Esse ano, demos um grande passo, ficamos entre as 3 Melhores ONGS do estado de São Paulo. Estamos muito orgulhosos por essa conquista e entendemos que assim como tudo na vida que se faz bem feito, é um passo de cada vez”, comemorou Vera Oliveira, diretora executiva do Instituto C.

Na lista das 100 melhores organizações brasileiras do terceiro setor, disponível no site, é possível conhecer o nome das organizações reconhecidas por suas boas práticas em quesitos como governança, transparência, comunicação e financiamento. Vale destacar que o Instituto C faz parte de um pequeno grupo de sete ONGs que aparecem todos os anos entre as 100 melhores!

O Prêmio Melhores ONGs é realizado pelo Instituto O Mundo que Queremos, pelo Instituto Doar e pelo Ambev VOA, com apoio de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Instituto Humanize e da Fundação Toyota do Brasil e reconhece o trabalho fundamental prestado pelas instituições não-governamentais no Brasil e também funciona como um farol para orientar doações.

Outro grande destaque do ano para o Instituto C foi a entrega pela Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania do Selo de Direitos Humanos e Diversidade e o Selo de Igualdade Racial, um reconhecimento importante que atesta o compromisso com a promoção dos direitos humanos, diversidade e igualdade racial. “Ficamos muito felizes com a conquista dos dois selos que refletem o nosso  compromisso e responsabilidade com esses temas que são fundamentais para todos”, celebra Vera.

Áreas de atendimentoCidadania em RedeInstitucionalParcerias

Instituto C passa a atuar dentro do CRAS, e mostra que é possível ir além

CRAS Brasilândia IIIO Cidadania em Rede é o projeto mais recente do Instituto C e uma de suas propostas é a articulação dentro do território – uma vontade que existia há tempos, mas faltava braço para ser colocada em prática. Da junção e da experiência acumulada nos projetos PAF (Plano de Ação Familiar), Educação em Rede e Primeira Infância, a “casinha amarela”, apelido carinhoso para a sede do polo Zona Norte que abriga o novo projeto, agora consegue conhecer e agregar seu trabalho aos serviços da região.

“Desde o início, há oito meses, fizemos o trabalho de articular com os serviços para se fazer conhecido e conhecer, conquistando essas fontes encaminhadoras de novas famílias. Ao longo do tempo, os próprios serviços começaram a nos procurar, alguns para encaminhar famílias, outros para promover parcerias”, diz Talita Lima, coordenadora do Projeto. Um desses serviços é o CRAS, o Centro de Referência da Assistência Social, que é a porta inicial de uma família dentro da assistência social.

O CRAS Brasilândia III, por exemplo, identificou no Instituto C uma oportunidade de agregar atividades que eles não possuem. “Hoje, estamos uma vez por semana dentro do espaço deles com quatro profissionais, sendo duas técnicas focadas no atendimento de crianças e adolescentes, e duas em adultos”, explica Talita.

O foco dessas parcerias é sempre fortalecer a rede de assistência junto às famílias. “A gente percebe que, economicamente, essa família não tem como vir até nós, então nós criamos uma estratégia para que possamos atendê-la também”, explica Sheila Silva, Assistente Social, que reforça que estar dentro da comunidade exige uma outra percepção. “Quando a gente expande nossos serviços, surgem outras problemáticas que precisamos estar atentas para dar conta. A articulação não é só se colocar no lugar, mas ampliar o serviço de uma maneira muito mais efetiva”, completa Sheila.

Neste processo, já ocorreram duas ações coletivas: uma oficina de nutrição e uma sobre geração de renda. “Nossa ideia é expandir o nosso trabalho entrando nesses serviços de políticas públicas”, diz Talita. Hoje, além do CRAS Brasilândia III, o Instituto C já firmou parceria também com o Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Canarinho.

“Nosso trabalho vai muito de encontro a estar perto, de perceber o que é necessário e fazer. Antes de uma família acessar um serviço, a gente pega na mão e faz a articulação disso. Somos um mediador e um facilitador dessas conquistas. Na maioria das vezes, nem é preciso tantos recursos – o nosso maior valor somos nós, profissionais qualificados, humanos e com empatia”, diz Sheila, que acredita que esse atendimento individualizado é diferencial no Instituto.

Já Talita, acredita que este é um caminho para um futuro em que todos saem ganhando. “Nós não temos nenhum vínculo com o governo hoje, mas acho que quanto mais próximo estivermos desses serviços, mais a gente se apropria e tem condições para transformar isso em uma política pública, para que o serviço que oferecemos chegue ao maior número de pessoas”, conclui.

Áreas de atendimentoGestão de PessoasInstitucional

O constante cuidado com quem cuida

cuidado com quem cuida

O cuidado sempre esteve no DNA do Instituto C, seja para com as famílias, as crianças ou com seus colaboradores e voluntários. A partir desse princípio, o instituto realiza encontros formais e presenciais com quem atua na instituição para escutar sugestões e necessidades do cuidador. “A gente trabalha com pessoas e para pessoas”, introduz Liliane Moura, assistente social institucional. 

Assim, Flávia Almeida, responsável pelo RH e administrativo, que faz o trabalho de gestão e integração das pessoas, Liliane e Nayara Oliveira, que têm como foco o desenvolvimento institucional, reuniram-se para pensar em estratégias de cuidados e ações de integração para os colaboradores. “Essas ações sempre existiram, mas passaram por alguns formatos diferentes ­– sempre com a intenção de integrar as equipes, contar as novidades dos projetos e oferecer capacitações em diversas áreas de atuação do Instituto”, explica Nayara.

Além dos encontros que fortalecem o clima organizacional, o instituto vem promovendo estratégias de cuidados mais focados na saúde mental dos colaboradores. Nayara conta que, no primeiro semestre deste ano, o Instituto C formou grupos de cuidado aos profissionais da linha de frente com o apoio de duas psicanalistas. Os encontros aconteceram em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise e tinham como objetivo trabalhar questões sensíveis que afetam muito o profissional, que tem uma escuta ativa e é exposto em seu dia a dia à histórias de violência, pobreza e situações que, se não cuidadas, podem desgastar muito sua saúde emocional. “A partir dessa primeira experiência, que contou com oito encontros de escuta em grupo e foi muito potente, entendemos também que precisamos de estratégias mais individuais de cuidado. E a partir dessa colheita, buscamos outras abordagens para cuidar de nossos profissionais”, explica.

Como no Instituto C nada acontece por acaso, quando o trio responsável pelas ações de integração e cuidado com os funcionários estava pensando nas ações individuais para ofertar internamente, os diretores do IC foram procurados por Tatiana Castro, que realizou uma doação no primeiro semestre do ano e quando foi conhecer pessoalmente o trabalho do Instituto, ficou encantada. Ela trabalha com Mindfullness e ofereceu gratuitamente um módulo de atenção plena, para todos colaboradores do Instituto C, que estão sendo realizados em parceria com Ana Oliveira.

“Essa oferta chegou em um momento perfeito. Ficamos muito felizes pois era exatamente o que estávamos buscando e pudemos oferecer para todos nossos colaboradores, tanto os que atuam na linha de frente, como para quem está nos bastidores”,  reforça Flávia. Assim, cada colaborador foi convidado a participar dos encontros de Mindfulness, que acontecerão em três momentos diferentes, para que todos sejam contemplados. 

Além das ações focadas no cuidado, o trio também é responsável pelas ações de integração entre os colaboradores, que acontecem presencialmente a cada dois meses. As ações são sempre diferentes, em espaços e formatos que valorizam o encontro entre todos, mas cada vez buscamos um objetivo. “Vemos com muita potência esses momentos de integração, uma vez que nossa equipe não trabalha fisicamente no mesmo espaço e achamos fundamental proporcionar momentos para que todos possam se conhecer. Sabemos o quanto isso faz a diferença para o nosso dia a dia e auxilia na troca de saberes constante entre os nossos profissionais”, finaliza Flávia.

Institucional

Uma noite incrível de reencontro e muita celebração!

DJ Gui Pimentel no Evento anual do Instituto COntem, dia 17 de novembro, realizamos o nosso 8º Evento Beneficente do Instituto C, no Espaço Priceless localizado no Rooftop do Shopping Light. Após um hiato de 2 anos sem poder realizar eventos presenciais por conta da pandemia, a noite de ontem foi marcada por reencontros e celebração das inúmeras conquistas do Instituto C.

Um evento para celebrar as conquistas de 2022

Somente no último mês fomos eleitos pela 6ª vez uma das 100 Melhores ONGs do Brasil e estamos entre as três finalistas na categoria de Melhor ONG do Estado de São Paulo, além disso recebemos da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania o Selo de Direitos Humanos e Diversidade e o Selo de Igualdade Racial, reconhecimentos importantes que atesta o nosso compromisso com a promoção dos direitos humanos, diversidade e igualdade racial.

Em um ambiente muito agradável, ao sabor da culinária do recém premiado chef do ano pela Comer & Beber Onildo Rocha, nossos mais de 200 convidados desfrutaram de uma vista privilegiada do Centro Histórico de São Paulo e participaram de sorteios e leilões de itens exclusivos como joias, obras de arte, camiseta da Seleção Brasileira autografada, entre outros itens doados ao Instituto C.

Nada disso seria possível sem o apoio de muitas pessoas comprometidas com a nossa missão de ajudar famílias na superação de suas vulnerabilidades e por isso queremos agradecer com muito carinho os nossos patrocinadores Vidigal Brokers, Amaral Lewandowski Advogados, La Pastina e World Wine que com seus vinhos e espumante deixaram a noite ainda mais agradável; ao Espaço Priceless que nos atendeu com muito carinho e competência; ao DJ Gui Pimentel que comandou o som da nossa noite; a Raquel Correia Joias, Emar Batalha, Mixed, Porcelanas Schmidt, Terral, Esporte Club Corinthians e o nosso conselheiro José Luis Lima que nos doaram os itens para os sorteios e leilões; a toda nossa equipe, voluntários e conselheiros que são fundamentais para a existência do Instituto C e finalmente queremos agradecer as mais de 3.500 famílias que já atendemos, tudo isso é por elas.

Até o nosso próximo encontro.

PAFRodas de ConversaVoluntariado

Estudantes de psicologia promovem atividade sobre defensoria pública com as crianças

Crianças aprendendo sobre defensoria públicaSomos estagiários de psicologia e estamos desde o início do ano acompanhando a equipe do Instituto C e pensando, de forma conjunta, ações dentro da brinquedoteca. Uma destas ações era expandir os temas e reflexões vividos nas rodas de conversas com as mães e responsáveis. O espaço de fala e troca também poderia acontecer lá, com atividades e vivências.

Em outubro, o tema discutido foi “Defensoria Pública”. Convidamos as famílias a trazerem suas crianças e, no primeiro dia vieram cinco, entre 6 e 10 anos. Para começar, fizemos uma roda em pé e nos apresentamos falando nossos nomes junto com um gesto. Todos repetiam, como um cumprimento. Dessa forma o grupo todo pareceu se integrar, dizendo seu nome e do outro, reconhecendo ali seu espaço e abrindo espaço para o outro também estar.

¨Naquele momento, não caberia definir o certo e errado, mas sim viver um exercício de reflexão crítica em que todos pudessem caber e somar. As crianças sortearam, ao todo, 5 palavras: dever, cidadão, direito, ajuda e grupo.”

Para aquela ação, preparamos previamente um baralho de palavras que possuíam ligação com o tema (Defensoria Pública) e imagens diversas. Sentamos em roda, espalhamos as imagens no chão e pedimos para uma das crianças sortear uma palavra. O espaço ali era para criarmos sentidos e significados em conjunto a partir da conversa sobre as palavras e a associação com as imagens, e atravessamentos com suas vivências e repertórios. Naquele momento, não caberia definir o certo e errado, mas sim viver um exercício de reflexão crítica em que todos pudessem caber e somar. As crianças sortearam, ao todo, 5 palavras: dever, cidadão, direito, ajuda e grupo.

A palavra dever, segundo as crianças, significava algo que precisaria ser feito. Através das imagens, explicavam que era dever do adulto não brigar com a criança, assim como era dever do adulto levá-las para passear. Uma imagem de tintas e cores representava o dever da criança de ter e fazer artes, e a imagem de pessoas abraçadas significava o dever de todos de receber e dar carinho.

Já com a palavra cidadão, as crianças disseram que era uma pessoa. Fomos perguntando e provocando para entender melhor quem seria essa pessoa.

  • ‘Todos podem ser cidadãos, tooooodos mesmo?’,  indagamos;
  • ‘Sim, mas quem machuca e agride o outro não pode mais ser cidadão’, respondeu uma das crianças. ‘Mas, claro que se a gente perdoasse ele, poderia então voltar a ser cidadão’;

Esse momento gerou uma pausa de reflexão no pequeno grupo. Escolheram então imagens de um grafite em que havia um indígena com cabelos de árvore, outra imagem de olhos, outra de pessoas conversando e uma quarta imagem de pessoas com deficiência.

Interessante perceber como é a concepção das crianças em relação aos conceitos escolhidos por palavras. Traziam os conceitos para o concreto, para o dia a dia, em forma de exemplos e lembranças. Nessa troca, nós não éramos os protagonistas. Nessas semelhanças e diferenças de vivências, as crianças se reconheciam, ajudavam-se e questionavam-se nas falas umas das outras. Isso fez com que a reflexão fluísse de uma maneira mais aprofundada.

Vale lembrar que escolhemos imagens inclusivas, com pessoas com deficiências exercendo atividades diversas, o que percebemos que fez muita parte das escolhas das crianças. Isso nos faz pensar sobre como elas reconhecem aquelas diferentes pessoas em suas rotinas, e como a inclusão faz parte da vivência delas. No chão, ia surgindo um desenho entre imagens e palavras, um mapa de toda aquela discussão.

Em seguida, sortearam a palavra direito. As imagens escolhidas representavam diversas formas de se olhar essa palavra:

  • ‘Essas casas estão desenhadas direito’, trazendo o sentido de ordem, retas, alinhadas;
  • ‘Nessa rua tem dois lados, o direito e o esquerdo’, sendo aqui um lado;
  • ‘A vacina precisa ser dada direito para não doer’, ‘precisa atravessar a rua direito’, ou seja, de maneira correta, jeito certo.

Perguntamos então, sendo direito igual a certo, o que seria certo para as crianças. É direito da criança o que? Como se fosse uma voz só, todas disseram: “Brincar”. Histórias de casa e de família foram surgindo. E, antes de perguntarmos, já começavam a compartilhar: havia o direito a comida, a casa, e também a poder andar de cadeira de roda.

  • ‘A pessoa tem direito de andar de cadeira de rodas?’, perguntamos;
  • ‘Sim;’ 
  • ‘Mas, e se eu construo uma rua em que você não consegue passar com a sua cadeira. Eu tô atrapalhando o seu direito?’
  • ‘Acho que não;’

Mas, neste momento sua amiga questionou:

  • ‘Ai amiga, você já não consegue nem andar, já está de cadeira de rodas e aí você não consegue passar na rua? Não pode atrapalhar a cadeira de rodas. É direito; 

Montamos novamente um mural no chão.

Então sortearam a palavra ajuda. As crianças separaram imagens. Compartilhavam que era importante ajudar quem precisa andar com a cadeira de rodas, e também ajudar as pessoas que estavam tristes a se sentirem melhor. Ajudar era cuidar.

  • ‘Como poderíamos fazer isso?’;

Foram dando exemplos de piadas, falas e acolhimentos que usavam no dia a dia para ajudar as pessoas se sentirem felizes e melhores.

Por fim, sorteamos a palavra grupo. A reflexão foi sobre como poderia ser um conjunto de pessoas, que se conheciam ou não. Seus integrantes poderiam ser diferentes. Este grupo poderia ter animais. Além disso, “a família também poderia ser um grupo”.

Percebemos que, aos poucos, as palavras sorteadas passaram a se misturar, e  aquele mapa no chão, cada vez maior, não criava divisões, mas sim um emaranhado de sentidos que conversavam e se complementavam.

Olhamos juntos aos mapas mentais, admirando o tamanho de nossa conversa, satisfeitos com aquela reflexão tão concreta ali ao nosso lado. O convite, por fim, era de sermos multiplicadores desses conhecimentos. Através de uma colagem – com revistas e cartolinas – escolherem palavras que tenham lhes atravessado e organizar seus próprios mapas mentais. As palavras escolhidas foram ajuda e grupo.

Aquele momento não era de esgotar a discussão, mas sim deixar a porta aberta e escancarada para que esses temas pudessem se esparramar, transbordar e reverberar no grupo, nos seus espaços, amigos e familiares!

* Texto escrito por Zoé Coin e Rafael Martinelli, estagiários do 10º e 9º semestre de psicologia da Universidade UNIP – Universidade Paulista.

Saiba mais sobre defensoria pública.

Bronze statue of Justice holding up scales
Áreas de atendimentoServiços IC

O que você precisa saber para usar a Defensoria Pública do Estado de SP

O que é a Defensoria Pública do Estado de São Paulo?

A Defensoria Pública é uma instituição que presta assistência jurídica gratuita e integral a pessoas que não tenham condições financeiras de pagar por esse serviço. No Estado de São Paulo ela foi implementada em 2006 e ela trabalha com situações na área cível, infância e juventude, criminal, violência doméstica/intrafamiliar e tutelas coletivas.

A Defensoria Pública atende pessoas que não tenham condições financeiras para pagar pelos serviços de um advogado. Para isso, é feita uma avaliação para verificar a renda familiar, o patrimônio e os gastos mensais da pessoa.

Podem ser solicitados documentos como Carteira de Trabalho e holerite, entre outros, para verificação das informações. Em geral, são atendidas pessoas com renda familiar de até 3 salários-mínimos por mês. O limite pode subir para 4 salários-mínimos por mês em alguns casos específicos.

 

E o que faz a Defensoria?

• Ela entra com ações na justiça para defender direitos;
• Atua em processos em andamento;
• Defende os direitos de pessoas que estão sendo processadas;
• Promove acordos e conciliações entre pessoas em conflito para evitar processo na Justiça.

 

O CAM – Centro de Atendimento Multidisciplinar

O setor que promove os acordos e conciliações se chama CAM (Centro de Atendimento Multidisciplinar) e conta com uma equipe composta por defensores, estagiários, psicólogos e assistentes sociais.
O processo judicial pode ser desgastante, em vários aspectos, inclusive emocionalmente, por isso esse setor trabalha para promover conciliações amigáveis sem a necessidade da abertura de um processo judicial.
Uma das atribuições do CAM é promover cursos/palestras de Educação em Direitos. As atividades de educação em direitos desenvolvidas fazem parte de um modelo de intervenção educativa heterogêneo, que tem como objetivo informar, conscientizar e motivar a população a respeito de seus direitos e garantias fundamentais e sobre o exercício de sua liberdade e cidadania.

 

Como agendar o serviço da Defensoria Pública pela internet?

O agendamento é feito pelo assistente virtual DEFI, disponível das 8h às 18h, em dias úteis no site da Defensoria – https://www.defensoria.sp.def.br/. O atendimento é realizado sem a necessidade de deslocamento até uma das unidades e pode ser acessado por computador ou smartphone.

Para agendar é necessário ter em mãos as seguintes informações pessoais:
• RG
• CPF
• CEP
• E-mail

Feito o agendamento, você receberá um e-mail com um link e um código de acesso. Acessando o link, você é atendido pela equipe humana da Defensoria.

 

Como agendar o serviço da Defensoria Pública por telefone ou presencial?

Se tiver dificuldade com o agendamento online, você também pode agendar ligando gratuitamente para 0800 773 4340, disponível das 7h às 19h, em dias úteis. Pode ser solicitado o atendimento presencial caso haja dificuldade de acesso ao atendimento remoto.

A Defensoria possui um canal de ouvidoria, onde podem ser registrados sugestões, reclamações ou elogios. Você pode falar com a ouvidoria, através do site, e-mail, telefone ou pessoalmente.

 

por Kátia Moretti

Coordenadora do PAF – Plano de Ação Familiar