Doação

Aniversário Solidário propõe doações no lugar de presente

A ação atribui um valor social a uma data especial. Essa é a proposta do Aniversário Solidário. Aniversariantes que irão celebrar seu aniversário em encontros ou festas, podem pedir aos seus convidados doações ao invés de presentes. “É uma forma de ajudar um projeto social que você acredita e deixar o seu aniversário ainda mais especial”, explica Paloma Costa, responsável pela área de Captação de Recursos do Instituto C.

A ação, além de ser uma importante fonte de arrecadação para os projetos sociais, também é uma forma de promover a cultura da doação e da solidariedade entre os convidados dessas celebrações. “No ano passado tivemos vários  Aniversários Solidários em prol do Instituto C e também um Casamento Solidário que foi uma experiência inédita e muito especial. Todas as pessoas que toparam realizar a ação com a gente nos deram feedbacks muito positivos do quanto se sentiram mais realizadas em poder ajudar quem mais precisa do que em ganhar presentes” conta Paloma.  

A responsável pela área de Captação de Recursos diz que a forma mais efetiva de colocar essa doação em prática é através do convite aos aniversariantes do mês – via mailing de colaboradores e doadores do Instituto. “Quando a pessoa topa a ação, criamos uma página de doação personalizada para o aniversário dela, com foto e texto que ela preferir. Alinhamos também os valores: alguns preferem já determinar opções fixas de doação financeira, outros sugerir doações de produtos, como fraldas ou latas de leite, por exemplo. Tudo de acordo com o que o aniversariante achar que tem o perfil dos seus convidados”, diz Paloma.

Agora, o Instituto C está com duas campanhas de Aniversário Solidário ativas, uma delas é a do Francisco Fortes, membro do conselho de administração do Instituto C. “Eu já havia visto algumas pessoas fazendo o Aniversário Solidário e dessa vez quis fazer também. Tem tanta carência por aí que, ao invés de eu receber um presente, quero que ele vá para alguém que precisa mais do que eu. É uma forma também da gente sensibilizar outras pessoas a também ajudarem”, conta Francisco, que comemora a data no dia 31 de maio.

Para o conselheiro, a atitude fará de seu aniversário algo ainda mais especial. “Para mim, essa ação representa uma atitude prática de ajudar. Estamos canalizando todas as doações para leites que irão para crianças. É difícil de ver algo mais essencial do que isso, não acha? Sei que esse aniversário vai ter outro significado para mim, muito maior do que os outros em que eu não fiz uma ação desse tipo”, finaliza Francisco.

E se você curtiu esse modelo de ação e deseja atribuir um valor social a suas comemorações entre em contato com a Paloma ela vai te dar todo apoio necessário:

E-mail: paloma.costa@institutoc.org.br 

Áreas de atendimentoInstitucionalServiços IC

Você sabe como funcionam os bastidores de uma ONG?

Você com certeza já teve contato com uma ONG, isto é, uma Organização Não Governamental. Conhecidas também como empresas do terceiro setor, são atividades beneficentes desenvolvidas em favor da sociedade e sem objetivo de lucro. O conceito foi criado nos Estados Unidos e define como primeiro setor aquele que é constituído pelo Estado e o segundo pelos entes privados que buscam fins lucrativos.

Apesar desta divisão, segundo e terceiro setor possuem uma estrutura muito semelhante para o bom funcionamento. “Em termos de estruturação, não existe muita diferença entre uma ONG e uma empresa. O diferencial é o que a gente vende, que no nosso caso é o impacto social”, afirma Vera Oliveira, Fundadora e Diretora Executiva do Instituto C.

Flávia Almeida, Analista Administrativa Financeira do IC, completa nove anos de trabalho no terceiro setor e lembra-se da diferença que sentiu ao ingressar no time do Instituto e deixar uma metalúrgica. “Eu tenho o meu salário e ele é muito importante, mas não é ele que motiva a gente levantar todos os dias da cama”, conta. E, assim como qualquer empresa, uma ONG também tem seu setor de Recursos Humanos, Administrativo, Financeiro, Comunicação e outros. “Aqui, o que entra para a gente não é proveniente da venda de uma mercadoria, mas sim de doação”, analisa.

Além dessa estrutura semelhante ao segundo setor, também existem as contas a pagar – como salários, fornecedores e aluguel. “Esse é o grande desafio das ONGs, a migração para um apoio institucional, de forma geral, para que a própria organização tenha maturidade em saber como investir o dinheiro”, afirma Vera, relembrando que os quase 30 funcionários do Instituto C possuem carteira assinada e recebem os benefícios garantidos por lei. “É um trabalho mesmo”, brinca. Inclusive, dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), em 2019, mostram que as organizações do ramo empregam, formalmente, 3 milhões de pessoas.

Em contrapartida, um grande diferencial das empresas do terceiro setor está na transparência e gestão na auditoria financeira. “A gente precisa zelar pela acuracidade do que a gente faz para ter o retorno necessário que garanta a continuidade de nosso trabalho”, afirma Vera. “As burocracias existem e muitas vezes são até maiores”, afirma Diego Schultz, Diretor Administrativo.

Diego também comenta que as pessoas que decidem trabalhar no terceiro setor têm uma ambição maior que a financeira. “Todos recebem salários dignos, é claro, mas o foco principal faz parte de um entendimento coletivo – e todos têm o mesmo objetivo. Além disso, outro grande diferencial é que em uma ONG você vê a mudança acontecendo, bem na sua frente, e isso traz uma energia maior para o trabalho. A mudança de vida através do impacto social, ou seja, o nosso produto de venda, é visível”, diz.

Sendo assim, o produto que uma ONG tem para entregar, pode ser relacionado ao meio ambiente, segurança, alimentação ou outros. “O Instituto C entrega impacto social, não um serviço como no segundo setor, e esse produto é revertido para a sociedade. Todos saem ganhando”, finaliza Vera.

Áreas de atendimento

Mães sim, mas antes de tudo: mulheres

A potência feminina tem protagonismo no Instituto C. Entre mães, avós, irmãs, tias e até mesmo colaboradoras e profissionais que trabalham nos atendimentos, as mulheres ocupam grande parte do espaço. Dados de 2021 mostram que 40% das famílias atendidas são compostas apenas por mães. No PAF – Plano de Ação Familiar, 61% são chefiadas por mulheres. “Aqui, esse protagonismo da mulher fica ainda mais evidente. Muitas vezes quando a criança recebe um diagnóstico, são as mães que tomam à frente da situação”, conta Katia Moretti, coordenadora do projeto, que é realizado desde 2012. No Projeto Cidadania em Rede não é diferente. “São elas que cuidam, que falam e que vêm nos atendimentos. São elas que batalham pelos direitos de seus filhos, mesmo quando têm um companheiro dentro de casa”, diz Talita Lima, líder do projeto. 

Para Nayara Oliveira, psicóloga do PAF, esse cenário faz parte de uma estrutura social e política produzida com base na divisão sexista de tarefas, também de raça e classe. “Isso reverbera na possibilidade de negligência de si porque a potência dessas mulheres é ensinada tendo o amor como doação aos seus filhos e aos outros. Força elas têm, mas falta apoio para dar conta de tudo”, relata.

O Instituto vai na contramão desse histórico social e reforça o empoderamento feminino, o autocuidado e a autoconfiança dessas mães que, sobretudo, são mulheres. “Faz parte do nosso trabalho ser uma rede de apoio para que elas consigam exercitar não só a maternidade, como também a sua potência enquanto mulher em várias outras instâncias”, explica Nayara. Isso muito por conta de um recorte predominante nos atendimentos: a família itinerante. “Atendemos muitas mulheres que vieram de outros estados para São Paulo em busca de trabalho e aqui acabam ficando sozinhas. Percebemos pela fala delas que elas se esquecem delas mesmas como pessoas por se doarem demais”, diz Talita.

Katia também lembra uma situação muito comum dentro do PAF: Katia também lembra uma situação muito comum dentro do PAF: “As mulheres que passam por aqui costumam estar frequentemente em hospitais e lá elas são tratadas como ‘mãe’ e ‘mãezinha’, elas não têm nome. Aqui a gente faz questão de chamá-las pelos nomes”.

O Dia das Mães, então, não é uma data celebrada pelo Instituto IC ­– assim como outras datas comemorativas, como Dia das Crianças e Dia dos Pais, por entenderem que cada família tem uma composição. Assim, mais do que lembrá-las de que são mães, a tarefa é exaltá-las como mulheres. “As crianças e adolescentes são de responsabilidade do estado, da sociedade civil, e também e da família como um todo, não só dessas mulheres que já dão conta de muito – e ainda precisam dar conta de si!”, finaliza Nayara.