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Direito garantido para Mellanie

Em fevereiro, a equipe do PAF – Plano de Ação Familiar, em parceria com o Dr. Raphael Scorpião, Defensor voluntário, celebrou uma conquista super importante para a pequena Mellanie (4) e sua família, o fornecimento de medicamentos de uso contínuo que não são fornecidos pelo SUS. “Recebemos a resposta que a ação foi julgada favorável e a criança terá esse direito garantido pelo Estado. Estamos muito felizes em compartilhar essa conquista de muitas que virão.”, comemorou a líder do projeto Kátia Moretti.

O caminho que desembocou no deferimento da ação judicial pelo juiz de Bragança Paulista, que determinou que o município forneça a medicação solicitada no laudo médico no último dia 15 de fevereiro, foi longo. “Participei do processo como intermediário entre a família, a Liliane e o Dr. Raphael. Foi muito legal porque a família sempre foi muito engajada e isso facilitou o processo. Mesmo assim, pudemos ver na prática o que as famílias passam quando precisam de algum benefício do Estado, realmente é algo bem burocrático, tudo muito complicado.”, comentou Breno Pereira, responsável pela parte de medicações do Instituto C.

Durante este período, a Fernanda, mãe da Mellanie, contou com todo o apoio e suporte do time multidisciplinar do PAF, em especial, a Assistente Social, Liliane Moura. “Nosso maior objetivo dentro do projeto é estimular a autonomia das famílias, então, essa conquista é um reflexo disso, é o cumprimento deste objetivo. A Fernanda entrou no Instituto C em setembro de 2019 e com acesso à informação, ela entendeu que era preciso buscar o direito dela. Caso ela não tivesse estas medicações fornecidas pelo Estado, como seria a vida desta família após o projeto?”.

Diagnosticada com microcefalia, Mellanie costuma apresentar graves crises convulsivas, quadro que só foi controlado após a prescrição de dois remédios que não estão na lista de remédios fornecidos pelo SUS. “Em Bragança Paulista, tem o postinho que a gente chama de Sáude Mental. Lá as pessoas pegam o remédio controlado para convulsão, alzheimer, um monte de doenças, mas eles não fornecem os remédios prescritos pela neurologista, eles fornecem o genérico. Não adianta dar esses remédios para Mel porque as crises convulsivas dela não são controladas pelos genéricos. Falando o dito popular, não faz nem cosquinhas.”, explicou Fernanda.

Ao entrar no projeto PAF, Fernanda passou a receber as duas medicações do Instituto C. “Eu comecei a comprar os remédios por um tempo, porque não adiantava nem dar os genéricos. Só que foi ficando muito pesado para mim, eu não trabalho, meu marido é freelancer. Desde que eu cheguei no Instituto C, graças a Deus, o Instituto tem comprado os remédios para mim. E é um alívio muito grande poder dar esses remédios para minha filha.”, comentou Fernanda.

Em novembro do ano passado, em parceria com o Dr. Raphael Scorpião, Defensor Voluntário, a equipe do PAF, juntamente com o Breno, começou a analisar as famílias atendidas que faziam uso de medicações que não estavam previstas na rede pública. A família da Mellanie tinha esta característica, então, foi orientada sobre os procedimentos necessários para que as medicações para o tratamento da Mellanie fossem garantidas pela rede pública, ou seja, pelo Estado, conforme preconiza a Constituição. Para isso, foi primordial o empenho da Fernanda em obter os laudos médicos, bem como todos os documentos necessários. “Eu agradeço muito a Deus e a vocês no Instituto C, porque nós só recebemos um salário mínimo e, se você for colocar na balança, não dá pra nada. Sabendo que foi aprovado, que o juiz decidiu aprovar em arcar com estes custos, para mim foi maravilhoso, porque esse dinheiro eu teria que desembolsar, agora eu posso fazer outros tipos de coisas para ela, comprar outras coisas que ela precisa. A medicação é o mais importante. Foi um presente! Uma criança especial requer muito cuidado, tudo que vai comprar é mais caro, desde um sapatinho até uma cadeira de rodas. E é muito importante a gente ter uma assistência do Estado. Saber que nossos direitos estão sendo cumpridos.”, finaliza Fernanda.

PAFServiços IC

Novo formato, dinamiza e amplia atendimento no PAF

Nos primeiros meses do ano, a equipe do PAF – Plano de Ação Familiar apresentou uma novidade às famílias atendidas pelo projeto, as técnicas de referência. “A técnica de referência é a pessoa responsável pelo caso daquela família, então, as principais demandas que a família apresentar, terão como referência essa técnica para cuidar. A ideia é que a técnica conheça mais profundamente a família e crie um vínculo ainda maior, resolvendo mais rapidamente as demandas.”, explica a líder do projeto Katia Moretti.

A ideia de estabelecer uma técnica de referência partiu da Assistente Social do PAF, Liliane Moura, que havia trabalhado desta forma em um hospital e percebeu que com este formato o projeto teria muitos ganhos para as famílias, bem como para a equipe. “Pensamos nesta nova metodologia de trabalho, a partir da experiência e do modelo adotado pelos CAPs, UBS, onde cada técnico é responsável por um número de pacientes, estabelecendo um vínculo mais próximo com o indivíduo, uma vez que, o técnico responsável enxergará aquele indivíduo na totalidade, fazendo os encaminhamentos adequados”.

A ideia inicial foi aprimorada após algumas reuniões entre a equipe, até ser apresentada para a Gerente Geral, Vera Oliveira. “Quando conheci a proposta da equipe do PAF, em relação aos técnicos de referência, fiquei muito feliz com o rumo que o projeto vem tomando. Acredito que com a técnica de referência vamos conseguir nos aprofundar ainda mais em cada história e oferecer um atendimento com mais agilidade para cada família atendida.”.

Na prática, as famílias continuarão a ser atendidas por todas as áreas (Renda, Nutrição, Serviço Social, Psicologia, Educação e Acompanhamento Familiar), mas isso ocorrerá apenas nos meses pares (Fevereiro, Abril, Junho, Agosto, Outubro e Dezembro) quando também haverão as Rodas de Conversa e a metodologia aplicada será o Chaku, que funciona como carrossel no qual as famílias passam por todos os atendimentos, com um tempo limitado com cada técnica.

Nos meses ímpares, o atendimento será com a técnica de referência que passará a ter 1 hora com cada família, entendendo mais profundamente as necessidades de cada uma delas e direcionando assim as demandas para as técnicas de referência no mês seguinte. “Esse arranjo se apoia na interdisciplinaridade, sendo este o grande desafio desta metodologia, unificar os saberes de profissões diversas, o que somente será possível com a interação e a troca de experiência entre todos do projeto”, acrescenta Liliane.

Entre os benefícios do novo formato estão: mais opções de horários para as famílias, menor fluxo de famílias no espaço, melhor organização para entrega de benefícios, tempo maior de engajamento nas ações propostas pela técnica para a família apresentar a devolutiva e realização de grupo de recepção mensalmente.

Sobre o PAF

O projeto PAF – Plano de Ação Familiar oferece atendimento multidisciplinar para as famílias em risco social com crianças em tratamento de saúde para que conheçam seus direitos, acessem a rede socioassistencial disponível e consigam assim ter mais qualidade de vida e autonomia. Mensalmente as famílias passam por atendimento individual focado em suas necessidades e possibilidades nas áreas de Renda, Serviço Social, Educação, Nutrição, Psicologia e Acompanhamento Familiar. Além disso, participam de rodas de conversa com temas variados e recebem itens emergenciais e remédios que o SUS não fornece.

Serviços IC

Educação em Rede comemora aumento no engajamento da turma

Dados preliminares apontam um aumento de 20% no engajamento da nova turma do projeto Educação em Rede, quando comparadas com a primeira turma de 2020. Para a líder do projeto, Talita Lima, este número é explicado por diversos fatores. “Neste ciclo, nós fizemos uma divulgação de vagas diferente do que fazíamos anteriormente, quando as crianças eram encaminhadas pelos parceiros da rede socioassistencial. Foram as próprias famílias que buscaram este serviço de forma ativa.”, explica.

O Educação em Rede é o projeto do Instituto C que atua com famílias de crianças e adolescentes em risco social que apresentam alguma queixa escolar, com o intuito de auxiliar no fortalecimento dos vínculos familiares, articulação da rede de apoio e participação da criança na escola. Por meio de atendimentos semanais, os alunos se reúnem em grupo para participar das atividades desenvolvidas pela área de psicologia e reforço escolar para consolidação do processo de alfabetização básica. Além disso, as famílias participam de atendimento junto ao Serviço Social para acompanhamento de seus filhos.

A busca direta é provavelmente um dos principais fatores que explicam o aumento expressivo do indicador que alcançou 76% ante os 56% registrados na última turma, mas o valor também pode ser atrelado ao formato de atendimento oferecido pelo projeto que apresentou diversas melhorias após adaptação inicial por conta da pandemia. “Neste ciclo (2), nós melhoramos o processo do atendimento remoto, até pela bagagem já adquirida. Saímos do Whatsapp para os atendimentos na plataforma Google Meet, deixando os encontros mais profissionais e organizados.”. Com esta melhoria, a técnica consegue visualizar toda a turma, o que era difícil de fazer no celular, além de conseguirem compartilhar arquivos que dão o suporte para o atendimento remoto, como exibir vídeos por exemplo.

Outro fator importante e que deve ser levado em conta é o perfil das famílias atendidas neste ciclo. “O número de famílias atendidas remotamente é maior do que presencialmente. Isso porque, identificamos que estas famílias estão com menos problemas envolvendo acesso à internet e o uso de aparelhos eletrônicos. Com os atendimentos remotos, nós conseguimos atender famílias de regiões mais distantes, expandindo a nossa atuação”.

Por fim, Talita explica que o impacto da pandemia na frequência assídua seja também porque os alunos não estão acessando as aulas e estão há quase 1 ano longe da escola. “As lacunas de aprendizagem estão gritantes e as famílias estão buscando desesperadamente por auxílio, porque mesmo aquelas que antes não tinham dificuldade de aprendizagem, hoje se encontram com lacunas em seu processo de aprendizagem pela falta da escola.”, finaliza.

Aniversário IC

IC celebra 10 anos com uma série de Lives

O Instituto C deu início ontem, 11 de fevereiro, à primeira de uma série de lives em celebração aos 10 anos de organização, que serão comemorados no dia 12 de outubro de 2021. A ideia do projeto, do sonho à realidade, é resgatar as memórias que construíram a história do Instituto C nestes anos todos de atendimentos às famílias em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Paulo.

O projeto também prevê uma revisitação ao acervo de imagens e vídeos como forma de reverenciar e agradecer a contribuição de todos que estiveram juntos nesta trajetória, além de reportagens e premiações que fortaleceram a organização até aqui. “Para planejarmos o futuro do Instituto C é importante compreender o que foi construído nesses 10 anos, todas as conquistas, erros, acertos e aprendizados que fizeram do Instituto C o que ele é hoje. É muito importante para nós aproximarmos a equipe e todos os públicos que nos acompanham dos momentos que eles não viveram na trajetória do Instituto.” , comentou Diego Schultz, Gerente Institucional.

As lives acontecerão no instagram do Instituto C (@instituto.c) e contarão com a presença de ex colaboradores, famílias atendidas, voluntários, parceiros, entre outros, até o mês de outubro. Vera Oliveira, Gerente Geral e Fundadora do Instituto C, será responsável por conduzir estas conversas.

A convidada para a primeira live foi a Dra. Vera Cordeiro, Fundadora do Instituto Dara (antiga Associação Saúde Criança), responsável pela criação da metodologia PAF – Plano de Ação Familiar, que foi licenciada pelo Instituto C, e é a base do projeto realizado desde 2012 pela nossa organização. “Com todo o apoio do Instituto Dara e com o know how da metodologia do PAF, começamos o Instituto C sem ter que passar por muitos erros e aprendizados que já eram lições aprendidas. Isso foi muito importante para o início do Instituto C e é uma parte fundamental da nossa história. Temos imensa gratidão pela Dra. Vera e por todo time do Instituto Dara (antigo Saúde Criança) que nos acolheu e orientou muito em 2011”, explica Vera Oliveira.

No bate papo, as Veras relembraram sobre o início de tudo, como o jantar que aconteceu em São Paulo, quando a Maristela Correa apresentou a Vera Oliveira à Vera Cordeiro, em 2011. Naquele momento, o Instituto Dara (antigo Saúde Criança) estava passando por uma expansão e trabalhando no formato de franquia social, possibilitando que outras organizações sociais pudessem seguir a metodologia do PAF – Plano de Ação Familiar e, assim, alcançasse um número ainda maior de famílias. “Eu me lembro perfeitamente deste jantar, eu fui com muita animação para São Paulo. Eu me lembro que a Maristela sabia da sua vocação para realmente querer mudar a vida das famílias vulneráveis. Ela tinha certeza que você estava com muita vontade. É necessário que o fundador de uma organização tenha uma vontade que parta do coração, não só da cabeça. Ela percebia você inquieta para querer mudar a vida das pessoas.”, comentou Vera Cordeiro.

“Eu estava encantada ouvindo a Dra Vera falar, chorei diversas vezes com ela contando todo o detalhe da criação, falando das dificuldades, das dores do crescimento. Saí de lá encantada. Foi um encontro de almas.”, comentou Vera Oliveira.

Dois meses depois do jantar, Vera Oliveira foi até o Rio de Janeiro para conhecer a organização. “Cheguei lá e a Dra Vera Cordeiro mal me deu oi e começou a me apresentar para a equipe como a fundadora do Saúde Criança São Paulo”.

“Eu não tinha dúvidas de que você iria fundar o Saúde Criança São Paulo. Quando eu percebo que a pessoa tem um talento, eu acelero. Lembro da alegria de ver você visitando nossa sede lá na Lagoa.”, contou Vera Cordeiro.

O bate papo seguiu por 1 hora, cheio de histórias, e você pode acompanhar tudo na nossa página no instagram, acesse agora mesmo, clicando aqui!