Aniversário IC

Apoio que faz a diferença é o terceiro episódio da série IC

Na última quarta-feira, 14 de abril, aconteceu o terceiro episódio da série de lives que celebram os 10 anos de Instituto C. Intitulado, Apoio que faz a diferença, o episódio 3 teve como convidada Neide Uyenabo, primeira voluntária do IC. “A Neide está com a gente desde 2012. Ela é muito especial e muito querida, sempre nos inspira muito.” comentou Vera Oliveira, Fundadora e Gerente Geral do IC, no início da live.

No bate papo, Neide falou sobre as suas motivações no trabalho voluntário que começou antes mesmo de conhecer o Instituto C. “Sempre me dispus a fazer esse trabalho e a minha opinião é que passar carinho, ouvir as pessoas e ajudar com a experiência de vida é muito importante. Você poder ajudar com palavras, não precisa nem ser com questão material. Uma palavra para uma pessoa vulnerável é tão importante quanto o dinheiro ou uma coisa material. Elas estão necessitadas de serem ouvidas.”, comentou Neide. Opinião que encontrou eco na fala da Vera. “O que o voluntário pode oferecer de mais valioso é o tempo. Tempo de escuta, tempo de amor, o nosso tempo como um todo, mas acho que nós também recebemos coisas que não imaginamos.”.

A conversa seguiu com diversas recordações como as festas realizadas pelo Instituto C que sempre contavam com uma proposta de dança circular realizada pela Neide que, segundo ela, representava o todo. “Eu sou professora de Educação Física e trabalhei em uma ONG em que eu dava aula de danças brasileiras para as crianças, eu trabalhava o movimento e o conhecimento destas danças que acontecem no Nordeste e em outras regiões do país, locais de onde vinham muitas das famílias. Valorizar a cultura é muito importante e eu acabei levando isso para o Instituto C. Eram festas lindas.”, comentou.

Neide também contou o que acha mais importante dentro da metodologia do PAF – Plano de Ação Familiar. “Eu acho que o começo dos atendimentos é o que mais me marca, quando tem as discussões nas Rodas de Conversa. Eu acho tão lindo. Eu aprendi muito. Eu acho  muito importante. É um momento que acrescenta e ajuda muito as famílias”, explicou Neide. Importância que foi reforçada por Vera. “É um momento de muita força mesmo, tem muita troca entre todos, é claro que o tema ajuda, mas é só um norteador, a troca e a possibilidade de ter uma conversa aberta e esse momento entre todos.”, acrescentou.

Durante a live, as duas ainda lembraram da mudança de endereço da sede e uma história muito especial naquele momento. “Ver o crescimento e o número de famílias aumentando foi ótimo! Era um sobrado, ficávamos embaixo, na garagem, e tinham mais dois andares, a gente pensava que o ideal era mudar para cima, ali era muito fácil para as famílias, perto do metrô, ao lado da Santa Casa. E deu o tempo certinho, o pessoal de cima saiu e nós alugamos o espaço.”. “Cada notícia boa que a gente tinha de famílias que conseguiam superar as dificuldades que elas tinham. Tem algumas crianças que eu guardo até hoje, a Cecília, por exemplo, ela tinha tantos problemas de saúde e ela superou tudo. É difícil pontuar apenas uma história.”.

A conversa seguiu por quase 1 hora, cheia de histórias, e você pode acompanhar tudo na nossa página no instagram, acesse agora mesmo, clicando aqui!

O projeto, do sonho à realidade, prevê resgatar as memórias que construíram a história do Instituto C nestes anos todos de atendimentos às famílias em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Paulo. Além da revisitação ao acervo de imagens e vídeos como forma de reverenciar e agradecer a contribuição de todos que estiveram juntos nesta trajetória.

As lives estão acontecendo no instagram do Instituto C (@instituto.c) e contarão com a presença de pessoas que fizeram ou fazem parte da história do Instituto. Vera Oliveira, Gerente Geral e Fundadora do Instituto C, é responsável por conduzir estas conversas.

Assista o episódio 1 | O começo de tudo | Clique aqui

Assista o episódio 2 | Encontros que fortalecem | Clique aqui 

Assista o episódio 3 | Apoio que faz a diferença | Clique aqui

Gestão de Pessoas

Artigo | Orgulho do que construímos e ainda construiremos

A atuação na advocacia criminal, especialmente por meio de casos pro bono, sempre me colocou em contato com uma realidade dramática no Brasil: a falta de acesso de grande parte da população a direitos básicos, como educação, saúde, moradia e renda. E esta realidade é, sem sombra de dúvidas, uma das principais origens da escalada da violência em nosso país.

Esta situação também sempre me provocou inquietação e a necessidade de atuar, por meio da minha especialização, para mitigar as desigualdades existentes em nossa sociedade.

Paralelamente ao meu desconforto, em outubro de 2011, eu vi minha grande amiga de infância, Vera Carvalho Oliveira, fundar o Instituto C (à época chamado Saúde Criança São Paulo). Desde então, faço parte dos órgãos consultivos do Instituto C e auxílio – menos do que gostaria, é verdade – para a criação e implantação de projetos que visam impactar a vida de famílias, com crianças e adolescentes, em situação de vulnerabilidade social.

Os projetos desenvolvidos pelo IC impactam justamente os pilares do que podemos chamar de vida digna das famílias atendidas: proporcionam saúde, educação, capacitação profissional, geração de renda, moradia e, principalmente, acesso à informação.

No Instituto C, buscamos gerar autonomia às famílias atendidas diariamente. A ideia dos trabalhos desenvolvidos não é que as pessoas sigam conosco por tempo indeterminado, mas sim que possam criar asas para voar.

Em praticamente 10 anos de existência, são mais de 1000 famílias atendidas e diretamente impactadas pelo trabalho desenvolvido pelo Instituto C. Em 2020, fomos reconhecidos como uma das 100 melhores ONGs do país pelo quarto ano consecutivo, feito que nos enche de orgulho.

Os depoimentos disponíveis em nossas redes sociais, de diretores, voluntários, e, especialmente, das famílias atendidas não nos deixam mentir: os efeitos dos projetos do Instituto C são realmente transformadores. Tanto para aqueles que podem sair da situação de vulnerabilidade social, mas, também, para todos nós que dedicamos parte do nosso tempo para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e menos desigual.

Por meio da escuta atenta da nossa equipe, aprendemos todos os dias sobre a realidade das mães e crianças que atendemos. E é a soma desse aprendizado, com o conhecimento adquirido por todos os envolvidos nas atividades da associação, que podemos trabalhar por um mundo melhor. Sem os ensinamentos das famílias atendidas, isso certamente não seria possível.

Ser a Diretora Presidente do Instituto C é uma maneira gratificante e desafiadora de trabalhar, com as ferramentas que adquiri ao longo de uma vida de muitos privilégios, para transformar a realidade, que tanto me inquieta, daqueles que mais precisam. Acredito, ainda, que os efeitos do trabalho desenvolvido pelo IC, e por tantas outras instituições, serão sentidos a longo prazo, com o surgimento de novas oportunidades para as famílias atendidas e, consequentemente, com a redução dos índices de violência em nosso país. Afinal, é incontroverso que a garantia de direitos sociais ao cidadão está intimamente ligada à queda da criminalidade.

Vida longa ao Instituto C, para que siga zelando, incansavelmente, pelas palavras que o definem: criança, cuidado e cidadão.

Marina Franco Mendonça, advogada criminal há mais de 10 (dez) anos e Diretora Presidente do Instituto C – Criança, Cuidado, Cidadão.

DoaçãoGestão de PessoasParcerias

Moda Responsável | Parceria Souris

A tentativa de aumentar a conscientização sobre o impacto social e ambiental da indústria da moda não é um assunto novo, agora, algumas marcas já nascem com estes valores socialmente responsáveis registrados no DNA. Esse é o caso da Souris, criada pela estilista Flávia Duarte em 2020 e parceira do Instituto C, desde então. “Desde a ideologia do projeto, antes mesmo de começarmos a vender as peças, a Souris é socialmente responsável. Decidimos doar 2% de toda a venda para o Instituto C. Para nós, este pilar é muito forte, pois estimula os pais e as crianças a pensarem no coletivo, acreditamos que o futuro só pode ser coletivo.”, explica Flávia.

Estilista de moda formada em Barcelona, Flávia trabalhou para grandes marcas como A.Brand – Grupo Animale, Ricardo Almeida e Reinaldo Lourenço nos mais de 15 anos de atuação. E foi por meio da moda que a Flávia conheceu o Instituto C em 2015, mais precisamente o Atelier C, projeto voltado para geração de renda das famílias em situação de vulnerabilidade atendidas pelo IC. “Fui voluntária no Atelier C e sigo com o IC, desde então. Como voluntária no Atelier C, eu ia 1 vez por semana, e pude ver de perto o crescimento do Instituto, atendendo cada vez mais famílias, mudando de endereço, da casinha para o escritório, vi o início e o fim do ciclo do Atelier C e sempre fiquei feliz  por fazer parte deste projeto. Eu acho incrível, eu sempre acredito que a maneira de ajudar o próximo, a sociedade, é estimulando as famílias a terem mais autonomia, que é o trabalho que o IC faz e não assistencialismo puro.”, comenta Flávia.

No final de 2019, Flávia saiu de uma grande empresa para dar início ao sonho de abrir sua própria marca infantil, produzindo roupas para crianças de 02 a 10 anos de idade, com estampas divertidas feitas por artistas de forma a estimular a imaginação das crianças. “A arte é outro pilar muito importante para nós. Acreditamos que as crianças devem se expressar e serem quem elas quiserem ser. O nosso logo, por exemplo, um ratinho  muito divertido e lúdico foi feito pela artista Ana Strumpf. Temos esse sotaque francês, Souris – significa ratinho em francês, porque eu sou franco-brasileira.”, explica.

A marca estava pronta para ser lançada em janeiro de 2020, um pouco antes de começar a pandemia. “Desde a nossa abertura estamos em pandemia, a gente entrou para o escritório da marca em fevereiro de 2020, bem quando começou a pandemia no Brasil. Eu não sei o que é abrir uma empresa sem pandemia, foram vários desafios, por outro lado, me deixa muito forte saber que o futuro é coletivo, que nós temos que ajudar uns aos outros.”, finaliza.

A Souris foi o primeiro contrato de marketing de causa que o Instituto C fechou em 2020, quando uma companhia associa sua marca a uma bandeira ligada ao negócio e com potencial de sensibilizar os consumidores. “Assim como a Flávia e a Souris, o Instituto C também acredita que o futuro é coletivo. E mais do que isso, vejo na história da Flávia atributos importantes como coragem e força que estão totalmente conectados ao trabalho desenvolvido por nós. E isso é muito importante quando falamos deste tipo de parceria.” comenta Vera Oliveira, Fundadora e Gerente Geral do IC.

Foto: Aline Barone e Flavia Duarte, sócias da Souris.

Gestão de PessoasParcerias

Juventude Engajada

No último semestre, o Instituto C fechou três parcerias importantes e todas elas com algo em comum: jovens engajados em causas sociais. “A atuação dos jovens e o comprometimento das instituições de ensino no sentido de envolvê-los como agentes de transformação social é uma coisa muito positiva e ascendente.”, comentou a Coordenadora de Parcerias do IC, Paloma Costa.

Entre as mais recentes parcerias estão o projeto Fluxo sem Tabu e o Trote Solidário da ESPM. O projeto criado pela estudante do Ensino Médio, Luana Escamilla (17), teve origem após o documentário Absorvendo o Tabu, que conta a história de mulheres que trabalham em uma mini fábrica de absorventes, em um vilarejo indiano, onde há um estigma com relação à menstruação. “O Fluxo Sem Tabu surgiu depois de eu ter assistido o documentário Absorvendo o Tabu, que me tocou muito e me fez pesquisar sobre a pobreza menstrual no Brasil. Percebi como ter um absorvente, infelizmente, era um privilégio. Assim, decidi criar um projeto que tanto fornecesse absorventes para as camadas mais vulneráveis e que democratizasse também o acesso à informação.”, explica. Com o projeto desenhado, Luana foi atrás de parcerias, quando encontrou o Instituto C. “Eu escolhi o Instituto C como parceiro porque fiquei impressionada com a gigante rede de apoio que a instituição proporciona, não só fornecendo cestas básicas, mas como também o acesso à informação, alinhado com o que acreditamos. Participei da roda de conversa do PAF e este é um exemplo claro disso, onde os profissionais orientam as pessoas dos mais diversos assuntos.”, acrescenta Luana que doará aproximadamente 1000 mil pacotes de absorventes até o final de abril.

Já o Trote Solidário da ESPM acontece desde 2011, mas terá o Instituto C como beneficiário pela primeira vez. Para Luiza Giffoni, Gestora ESPM Social, a seriedade da Instituição é um ponto muito importante neste tipo de parceria. “Nossa parceria com o Instituto C começou por meio de uma busca que a ESPM Social estava fazendo para encontrar instituições sérias, que apoiassem  famílias em situações de vulnerabilidade social e econômica. Logo que entramos em contato com a Paloma, ela nos respondeu e prontamente explicou todo o trabalho que realizavam com diversas famílias. Sempre que tínhamos alguma dúvida, ela nos respondia rapidamente e estava pronta para nos ajudar. Posso dizer, sem sombra de dúvida, que buscam a excelência no que fazem.”, comentou Luiza que doará 473 cestas básicas para o IC no início de abril.

Em outubro do ano passado, o responsável pela iniciativa Análises Clínicas na Prática, Jeferson Carrilho, também procurou o Instituto C para uma parceria muito especial. A iniciativa lançou o Projeto Jovem Analista, no qual disponibilizaram um mês inteiro de cursos totalmente gratuitos para recém-formados na área da saúde (biomedicina, farmácia, biologia, técnico em laboratório e fisioterapia) que estavam em busca do primeiro emprego,  e teve uma procura alta de alunos que já trabalhavam, por esse motivo, decidiu oferecer o curso na modalidade paga para este público e todo o valor arrecadado foi doado para o IC.

Nestes três casos, os jovens foram protagonistas no planejamento e execução das ações sociais. “Foi sensacional, a gente apenas facilitou para que estas parcerias acontecessem. Muitos estudantes têm procurado a gente para fazer trabalho e entender como funciona o Terceiro Setor e nesse momento eles acabam se apaixonando e se envolvendo pela causa. As instituições de ensino têm um importante papel nesse movimento que tanto promove o protagonismo jovem como fortalece as iniciativas sociais”, finaliza Paloma.