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A nutrição como forma de melhorar a qualidade de vida

A nutrição

Muito além da estética, a nutrição é parte importante para a saúde integral de qualquer pessoa. Hábitos alimentares saudáveis contribuem para o bem-estar e a autoestima, e não só em um número específico na balança. E é esse o objetivo do trabalho realizado com as famílias pelas nutricionistas do Instituto C,  Ana Paula Hummel e Silmara Souza. Assim como qualquer segunda-feira, um início de ano vem com muitos planos e promessas que envolvem a alimentação. “Nos atendimentos, percebo sempre o foco do emagrecimento entre as metas de um novo ano, mas uma boa dieta envolve outras questões”, inicia Ana.

Para elas, um dos pontos fundamentais dos atendimentos é esclarecer que alimentação é muito mais do que a estética, e também de que é possível ter um cardápio saudável dentro da realidade de cada família. “A nutrição quer, de fato, que você adote hábitos alimentares saudáveis para hoje, amanhã e sempre porque é isso que irá te proporcionar uma melhor qualidade de vida”, diz Silmara. A nutricionista reforça que isso está atrelado a saúde, a um estado emocional estável e até a uma melhor velhice. “Por que você quer ter uma dieta fitness no começo do ano se você pode ter uma alimentação saudável para a vida toda?”, questiona Silmara.

E, adaptar um cardápio bom para dentro da realidade individual, é muito mais simples do que parece ser. “Atendo famílias em vulnerabilidade social quase que extrema, e é possível ajustar uma dieta saudável com o que está dentro do armário. Até porque, não é só o alimento, mas também as rotinas alimentares. Muitas vezes, o que a família precisa não é que mude os ingredientes da casa dela, mas uma orientação para que ela faça ajustes com o que já tem!”, explica Silmara. 

A simples troca da preparação, um grelhado, ao invés do frito, por exemplo – já é uma mudança positiva. “Trabalho também a ideia de que uma atividade física não precisa ser na academia. Pode ser uma caminhada no parque, na rua, descer e subir de escada ao invés de usar o elevador. Tudo é possível de adaptar ao tempo disponível, à cultura e ao que se consegue adquirir. E tenho visto resultados significativos de pessoas que estão ajustando seus preparos, horários e quantidades”, garante Silmara.

O uso integral do alimento também é importante – principalmente pela quantidade imensa que temos de legumes, verduras e frutas no Brasil. “Não precisa ser só alface e tomate. Tem que andar na feira, perguntar o que está mais barato, qual é o alimento da estação, como preparar aquilo. Explorar novos legumes e verduras é uma forma de você aprender a se alimentar melhor. Inclusive, isso vai ajudar também na seletividade alimentar das crianças, que é um dos grandes problemas atuais”, pontua Ana.

Muitas famílias hoje em dia também preferem os alimentos industrializados para ter mais praticidade – o que também é possível com uma organização nutricional. “Nos atendimentos, eu também tento abordar uma maneira daquela família ter um alimento mais saudável, mas que também seja prático. Dá para planejar um dia da semana para cozinhar e congelar as porções, facilita muito e você se alimenta melhor, reflete Silmara.

Entre todos os resultados já possíveis de visualizar nos atendimentos, as nutricionistas mostram exemplos de muitos que não estão atrelados à estética. “A nutrição também vem para ajudar doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e colesterol. Às vezes, só de ajustar o cardápio, os sintomas já são aliviados. As respostas são melhores quando o tratamento é atrelado a uma boa alimentação. É isso que a nutrição traz: não só qualidade de vida para quem já está bem, mas para aquela pessoa que está adoecida é um tratamento complementar muito bom”, finaliza Silmara. Já Ana também reforça que a nutrição também está envolvida em todas as fases da vida: “Na manutenção do funcionamento do nosso corpo, na prevenção de doenças e na recuperação quando algo não está legal. Ou seja, é importante sempre”.

Áreas de atendimentoGestão de PessoasVoluntariado

O voluntariado como atividade que ajuda a saúde mental dos idosos

Idosos e o voluntariado

Escolhemos iniciar o ano de 2023 com um texto sobre aquilo que faz bem a quem pratica e a quem recebe – o voluntariado, em especial, o feito por pessoas acima dos 60 anos de idade. Esse é o caso de Cleide Barreira, uma voluntária do Instituto C engajada em arrecadar Notas Fiscais sem CPF doadas com o apoio de estabelecimentos comerciais que as emitem e que, para nós, é de suma importância.

A Nota Fiscal Paulista é um programa de incentivo à cidadania fiscal, criado pelo governo do estado de São Paulo em 2007. Com o tempo, o valor gerado em créditos por ela deixou de ser relevante para pessoas físicas – mas não para as ONGs. Quando a Nota Fiscal é doada para uma instituição, o crédito dela é recalculado e pode chegar a ser 200 vezes maior que o que iria para o consumidor. “Ela é uma fonte de renda extremamente valiosa para nós”, explica Breno Pereira, analista de comunicação e parcerias do Instituto C.

Sabendo disso, Vivian Barreira, uma voluntária no IC, comentou com sua mãe sobre a possibilidade de ela arrecadar essas notas em comércios próximos de sua casa – sem ter que fazer muito esforço. “Eu fiz muito voluntariado anos atrás e tinha essa vontade de voltar a ajudar, mas como eu tenho uma certa dificuldade de locomoção, não é algo muito simples”, inicia Cleide. Ela, que mora na região do Itaim Bibi, decidiu, então, aproveitar o movimento dos restaurantes por quilo para tentar algumas parcerias. “Passei em alguns locais e um, em especial, me atendeu muito bem. Sempre frequentei o Grano Restaurante, na Rua Bandeira Paulista, e ficava impressionada com o movimento e, por consequência, o descarte das notas fiscais na hora do pagamento. Conversei com o proprietário, expliquei a importância delas para o Instituto C e ele prontamente se disponibilizou em guardar as notas para mim”, conta.

Atualmente, Cleide reúne cerca de duas ou três caixas grandes de Notas Fiscais deste estabelecimento – e o Instituto C as coleta semanalmente em sua casa. “Hoje, aproximadamente 20% do total que arrecadamos com a Nota Fiscal Paulista vem dos cupons sem CPF que são doados por comércios parceiros”, diz Breno.

O ato, muito simples, tem uma importância enorme para o Instituto C – e para quem o pratica também. O último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a expectativa de vida vem aumentando no nosso país, o que faz com que a gente olhe para o processo de envelhecer de nossa população. Os idosos lideram o ranking dos quadros depressivos entre os brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, de 2019.

Criar oportunidades de participação social dos idosos é essencial para que a velhice seja positiva – e, para isso, é preciso comprometimento de pessoas e instituições neste ato. O voluntariado, por exemplo, proporciona interação social, criação de metas e estabelecimento de relações afetivas importantes para qualquer pessoa.

O retorno positivo deste estabelecimento animou Cleide com a ação. “É tão pouquinho o que eu faço, mas fico muito bem em saber que estou ajudando de alguma forma. Passo lá pelo menos duas vezes por semana, converso com as meninas que guardam as Notas para mim e, sempre que o encontro, agradeço o proprietário do restaurante. Nunca pensei que algo tão simples pudesse ajudar tanto. Me sinto gratificada por isso”, celebra.