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Adaptações do Educação em Rede garantem atividades no remoto

Depois de 5 meses de atendimento exclusivamente remoto e com foco no social, ou seja, atendendo apenas as famílias do projeto que buscavam auxílio e apoio que se agravou por conta da pandemia, o projeto Educação em Rede precisou ser repensado para dar início efetivo às atividades e garantir assim o atendimento de famílias remotamente e presencialmente.

 Isso porque, depois de realizar uma sondagem com as famílias para saber sobre uma possível adesão ao atendimento presencial, a equipe do projeto constatou que uma parte delas estava disposta a voltar, uma vez que tinham muitas dificuldades em manter o atendimento de forma remota, seja por falta de espaço no local de moradia, internet ou até mesmo por não ter aparelhos eletrônicos.

 Com base nas respostas e nos protocolos de distanciamento social, as atividades multidisciplinares tiveram início este mês de forma híbrida (presencial e remoto). Para isto, as famílias que optaram pelo presencial, que representa 30% das famílias participantes do projeto, foram divididas em turmas (manhã e tarde) garantindo um intervalo maior entre os atendimentos que passaram a acontecer em dois dias da semana. Nos outros três dias a equipe técnica segue com atendimentos remotos de outros 40% das crianças. “Apesar do esforço da equipe em fornecer atendimento para todas as famílias inscritas no projeto, ainda há crianças das quais não conseguimos alcançar. Infelizmente, são os mesmos alunos que também não estão acessando as aulas remotas da escola, muitos deles não são nem localizados pelo simples fato das famílias terem trocado de número de telefone, outros pela falta de disponibilidade e condições de manter os atendimentos e as aulas à distância. Algumas famílias com a Pandemia acabaram se mudando de São Paulo.”, explicou a Analista do Projeto, Talita Lima.

 A retomada exigiu uma adaptação por parte da equipe que se viu diante de vários desafios a fim de garantir que todas as crianças pudessem acompanhar as atividades propostas pelas áreas técnicas. “Enviamos um kit com materiais escolares e material pedagógico desenvolvido pelo Instituto C para a residência dos alunos que optaram pelo atendimento remoto. Foi importante para que eles tivessem os meios necessários e se sentissem estimulados, desta maneira, a acompanhar as aulas e realizar as atividades.”, explicou a estagiária de Pedagogia, Tabata Cardenuto. “Nunca tínhamos feito nenhum tipo de trabalho à distância, as aulas de reforço aconteciam apenas dentro do nosso espaço. Proporcionar o reforço escolar remotamente representou um grande desafio, porque foi necessário identificar a necessidade de cada aluno e criar um material de acordo com cada criança. E tudo isso com o cuidado para que não fosse mais uma atividade que a sobrecarregasse a criança, mas que de fato pudéssemos auxiliá-los em suas dificuldades de aprendizagem.”, acrescentou Talita.

 No kit enviado também havia um material desenvolvido pela E. E. Conselheiro Antônio Prado, para que as crianças pudessem acompanhar os temas que estão sendo abordados em suas salas de aula. “Em contato com a escola parceira, nós soubemos que os alunos e as famílias estão encontrando certa dificuldade com as plataformas  Google ClassRoom ou Whatsapp, onde os professores disponibilizam o material que será trabalhado nas aulas. Muitas famílias que atendemos nem conhecem o aplicativo do Centro de Mídias, onde as aulas da rede de ensino estadual são disponibilizadas. Por isso, estamos atuando de forma a ajudá-los a acessar estes conteúdos.”, comentou a Psicóloga, Mariana Bennedeti. 

 Já a Assistente Social, Vanessa Gonçalves, continua atendendo as famílias em relação às suas necessidades. “O trabalho de agora é uma continuação do que venho fazendo com as famílias desde antes da pandemia. Inicialmente orientei muitas famílias em relação ao benefício emergencial oferecido pelo governo e entendia com cada uma delas quais eram as outras informações que elas precisavam, muitas famílias tinham dúvidas sobre como acessar o Merenda em Casa, benefício disponibilizado pelo Estado para as crianças que frequentam a rede de ensino estadual, por exemplo.”. Com o início do atendimento híbrido, a demanda das famílias mudou. “Aos poucos, a rede socioassistencial está abrindo e muitas famílias me procuram para saber onde podem buscar um emprego. Percebo que com a pandemia muitas ficaram desempregadas e agora querem retornar ao mercado de trabalho” finalizou Vanessa. 

Serviços IC

Um mergulho do PAF no atendimento virtual

Não é novidade que a pandemia trouxe diversas adaptações no dia a dia de todos nós, mas o que você não sabe é que ela também acelerou alguns processos que estavam no radar do PAF – Plano de Ação Familiar há muito tempo.

Foram várias as adaptações do projeto, mas uma das mais impactantes foi a migração de todo o nosso atendimento presencial para o formato remoto, uma vez que o PAF atende famílias com crianças com doenças graves ou crônicas, consideradas  grupo de risco na pandemia. “Já estávamos pensando em expandir o nosso trabalho por meio do uso da internet e smartphones antes da pandemia, mas não fizemos isso antes por ainda acreditar que a implementação de um atendimento virtual era muito custoso e que possivelmente ainda não estávamos preparados para isso.”, explicou Vera Oliveira, Gerente Geral do Instituto C.

“Tivemos que agir muito rápido e pensar na melhor forma de preservar os nossos atendimentos e o contato direto com cada uma das famílias que atendemos. Disponibilizamos celulares para todos da equipe e a cada dia fomos sentindo com as famílias qual é o melhor jeito para falarmos com cada uma delas.”, acrescentou Vera, que viu o atendimento, que acontecia presencialmente há 8 anos, tornar-se totalmente online em apenas 3 dias.  

Logicamente que o atendimento virtual trouxe diversos desafios, como o acesso a internet, falta de privacidade em casa e o fato de que a responsável pela família tem uma demanda muito grande dentro de casa no dia a dia dificultando o foco no atendimento. Porém, os ganhos também são enormes nesse período, como a possibilidade da família acessar as profissionais do Instituto C com maior frequência, conforme a sua necessidade, todos poderem ser atendidos sem ter que enfrentar um longo deslocamento em transporte público até o Instituto C, economizando muitas vezes 4 horas. Outro benefício está no fato do atendimento remoto proporcionar o atendimento de um número maior de famílias.

“Estamos estudando a possibilidade de estender o atendimento virtual para além da pandemia.”, comentou Vera.

Até a roda de conversa, única atividade do projeto PAF que não tinha acontecido até então durante a pandemia já teve sua estreia virtual (foto). “As famílias que atendemos sempre adoraram se encontrar no Instituto C, chegam lá e já vão abraçando as outras famílias, os nossos voluntários e colegas do PAF. Foi pensando nesse afeto e na importância da troca entre todos que pensamos na roda de conversa virtual. Estamos animados com essa nova possibilidade”, explicou Nayara Oliveira, Psicóloga do projeto.

Trabalho Remoto

No início, as técnicas do projeto divulgaram os telefones de cada uma das áreas e ficaram à disposição para dúvidas, orientações e o que mais as famílias precisassem, depois, nos dias de atendimentos, de forma ativa, as técnicas enviaram mensagens retomando os atendimentos e focando nas demandas específicas de cada família. “A mudança no atendimento foi necessária para a segurança de todos e apesar da falta que faz o contato pessoal, o olho no olho, as famílias compreenderam que durante um tempo, essa seria nossa forma de contato. Recebemos muito carinho e agradecimento de forma virtual. Um desafio contínuo é que muitas famílias, às vezes, ficam sem internet para nos responder e algumas não têm whatsapp, quando isso acontece, o contato é por meio de ligação telefônica mesmo, e assim conseguimos falar com todas.”, explicou Katia Moretti, Analista do PAF. 

 

Planos de Retomada

O projeto já começa a ensaiar a sua volta. Em julho, a equipe responsável pelo PAF, Katia Moretti e Nayara Oliveira, iniciou uma sondagem junto às famílias para o retorno das atividades presenciais. O levantamento mostrou que mais de 70% das famílias ainda não sentiam segurança para o retorno em agosto,  levando o projeto a permanecer com o atendimento exclusivamente remoto.

A partir de setembro, o Instituto C dará início aos atendimentos presenciais, apenas com as famílias que se sentirem à vontade para retomar os atendimentos de forma presencial, respeitando todas as regras de distanciamento social e com um número ainda muito restrito de pessoas na nossa sede.

Foto: Roda de Conversa Online

Benefícios Emergenciais

Parceria com Farmácias gera equilíbrio nos gastos do IC

Com o início da quarentena, em março, a área administrativa do Instituto C precisou enfrentar diversos desafios de logística, entre eles, a entrega de medicamentos às famílias atendidas pelo PAF – Plano de Ação Familiar, uma vez que, com o isolamento social, estes medicamentos passariam a ser entregues em casa e o valor do frete geraria um aumento grande no custo final.

 Por este motivo, a equipe responsável pela compra dos medicamentos começou um trabalho forte para procurar e mapear as farmácias nas principais regiões em que as famílias atendidas moram e verificar se atendiam todas as necessidades. “Era preciso encontrar estabelecimentos que aceitassem pagamento via transferência bancária e emitissem a DANFE, por exemplo.”, explicou Breno Pereira, responsável pela compra dos medicamentos.

 Ao entrar em contato com as farmácias, Breno foi surpreendido com diversas outras formas de parcerias, como descontos especiais, frete reduzido dependendo da localização da família, apoio e orientação às famílias quanto à forma de tomar os medicamentos, entre outros. “Os benefícios trazem grande equilíbrio para as finanças do Instituto, com essas parcerias foi possível manter a média de gastos com medicamentos e até ter pequenas economias, como foi no mês de Maio, economias essas que em um momento tão delicado fazem toda diferença.”, comentou Breno.

Os estabelecimentos parceiros são muitos e estão por toda a cidade de São Paulo, região metropolitana e interior, mas duas farmácias estão sendo fundamentais nesse momento, são elas: a Rede Drogatacadão, em Osasco, e a Nova Farma Prime que fica no Parque São Lucas na Zona Leste de São Paulo. “Essa parcerias chamaram a atenção dos farmacêuticos para o nosso trabalho, eles gostaram do Instituto e querem ser voluntários futuramente.”, finalizou Breno.