Não é novidade que a pandemia trouxe diversas adaptações no dia a dia de todos nós, mas o que você não sabe é que ela também acelerou alguns processos que estavam no radar do PAF – Plano de Ação Familiar há muito tempo.
Foram várias as adaptações do projeto, mas uma das mais impactantes foi a migração de todo o nosso atendimento presencial para o formato remoto, uma vez que o PAF atende famílias com crianças com doenças graves ou crônicas, consideradas grupo de risco na pandemia. “Já estávamos pensando em expandir o nosso trabalho por meio do uso da internet e smartphones antes da pandemia, mas não fizemos isso antes por ainda acreditar que a implementação de um atendimento virtual era muito custoso e que possivelmente ainda não estávamos preparados para isso.”, explicou Vera Oliveira, Gerente Geral do Instituto C.
“Tivemos que agir muito rápido e pensar na melhor forma de preservar os nossos atendimentos e o contato direto com cada uma das famílias que atendemos. Disponibilizamos celulares para todos da equipe e a cada dia fomos sentindo com as famílias qual é o melhor jeito para falarmos com cada uma delas.”, acrescentou Vera, que viu o atendimento, que acontecia presencialmente há 8 anos, tornar-se totalmente online em apenas 3 dias.
Logicamente que o atendimento virtual trouxe diversos desafios, como o acesso a internet, falta de privacidade em casa e o fato de que a responsável pela família tem uma demanda muito grande dentro de casa no dia a dia dificultando o foco no atendimento. Porém, os ganhos também são enormes nesse período, como a possibilidade da família acessar as profissionais do Instituto C com maior frequência, conforme a sua necessidade, todos poderem ser atendidos sem ter que enfrentar um longo deslocamento em transporte público até o Instituto C, economizando muitas vezes 4 horas. Outro benefício está no fato do atendimento remoto proporcionar o atendimento de um número maior de famílias.
“Estamos estudando a possibilidade de estender o atendimento virtual para além da pandemia.”, comentou Vera.
Até a roda de conversa, única atividade do projeto PAF que não tinha acontecido até então durante a pandemia já teve sua estreia virtual (foto). “As famílias que atendemos sempre adoraram se encontrar no Instituto C, chegam lá e já vão abraçando as outras famílias, os nossos voluntários e colegas do PAF. Foi pensando nesse afeto e na importância da troca entre todos que pensamos na roda de conversa virtual. Estamos animados com essa nova possibilidade”, explicou Nayara Oliveira, Psicóloga do projeto.
Trabalho Remoto
No início, as técnicas do projeto divulgaram os telefones de cada uma das áreas e ficaram à disposição para dúvidas, orientações e o que mais as famílias precisassem, depois, nos dias de atendimentos, de forma ativa, as técnicas enviaram mensagens retomando os atendimentos e focando nas demandas específicas de cada família. “A mudança no atendimento foi necessária para a segurança de todos e apesar da falta que faz o contato pessoal, o olho no olho, as famílias compreenderam que durante um tempo, essa seria nossa forma de contato. Recebemos muito carinho e agradecimento de forma virtual. Um desafio contínuo é que muitas famílias, às vezes, ficam sem internet para nos responder e algumas não têm whatsapp, quando isso acontece, o contato é por meio de ligação telefônica mesmo, e assim conseguimos falar com todas.”, explicou Katia Moretti, Analista do PAF.
Planos de Retomada
O projeto já começa a ensaiar a sua volta. Em julho, a equipe responsável pelo PAF, Katia Moretti e Nayara Oliveira, iniciou uma sondagem junto às famílias para o retorno das atividades presenciais. O levantamento mostrou que mais de 70% das famílias ainda não sentiam segurança para o retorno em agosto, levando o projeto a permanecer com o atendimento exclusivamente remoto.
A partir de setembro, o Instituto C dará início aos atendimentos presenciais, apenas com as famílias que se sentirem à vontade para retomar os atendimentos de forma presencial, respeitando todas as regras de distanciamento social e com um número ainda muito restrito de pessoas na nossa sede.
Foto: Roda de Conversa Online