A história de André nos dá uma lição de paternidade. Abandonado pela esposa, de repente se viu sozinho com seu filho Kaike, de menos de 1 ano. Trabalhando como orientador de shopping e como porteiro de prédio, André desdobrava-se nos cuidados com o pequeno. Aos dois anos, Kaike começou a apresentar uma palidez preocupante. O pai o levou a fazer exames de sangue e os resultados não apontaram problemas. “Mas a professora da creche onde ele frequentava me disse que eu deveria investigar mais sobre a saúde do menino. Ele já não brincava mais com os coleguinhas, preferia ficar isolado na classe”, lembra André. Novos exames foram feitos no Hospital São Luiz e constatou-se que havia deficiência na coagulação sanguínea. Como a suspeita era catapora, os médicos acharam melhor transferi-lo para a Santa Casa de Misericórdia. “Infelizmente, lá, um novo diagnóstico foi feito e recebi a pior notícia de minha vida: meu filho tinha leucemia. Na época eu namorava a Angela, que logo assumiu o papel de mãe do Kaike, me dando toda a força que eu precisava. Casamos-nos pouco depois e hoje somos uma família de verdade”, fala André.
A internação de Kaike foi complicada, pois o menino não tinha certidão de nascimento. “Para registrá-lo em meu nome eu precisava da mãe dele. Implorei ao meu ex-sogro que a localizasse, pois nosso filho corria risco de morte. Finalmente ela apareceu, assinou a documentação e foi embora novamente”. Nesse ínterim, Kaike contraiu uma bactéria que lhe causava fortes dores abdominais. O pequeno passou dois meses hospitalizado, de novembro de 2014 a janeiro de 2015. Vendo o sofrimento do marido, que para ficar ao lado do filho precisou largar os dois empregos, Angela pediu ajuda a uma assistente social da Santa Casa. “Minha mulher perguntou se ela poderia indicar alguma entidade que pudesse nos auxiliar e a moça sugeriu o Instituto C. Foi uma bênção em nossas vidas. Desde então tenho enfrentado os percalços do destino com outra disposição”, afirma André.
Há quase dois anos no Instituto C, o pai de nosso querido Kaike se diz bastante satisfeito com o atendimento que vem recebendo. “A ONG oferece assistência completa. Psicólogos ajudam a mim e ao meu filho a lidar com as emoções provocadas pela leucemia. Nutricionistas nos orientam a respeito de sua dieta especial e tem ainda o auxílio jurídico. Graças a orientação de seus advogados, eu consegui entrar com um pedido na Defensoria Pública pela guarda definitiva do Kaike. O melhor disso tudo é que aqui sou recebido com muito afeto. Dá para ver no olhar de cada um como todos fazem seu trabalho com amor e dedicação.”
No início deste ano, Kaike, agora com 4 anos, passou a fazer apenas tratamento de manutenção e assim pôde voltar a escola. “O Instituto C indicou um colégio perto de casa. Ele estuda das 13 às 19 horas, tempo que estou usando para entregar meu currículo e, muito em breve, retomar minha profissão”, comemora o paizão André.