O Instituto C anunciou no início do mês a expansão de suas atividades com a abertura de um espaço na comunidade Minas Gás, localizado na Zona Norte de São Paulo. “A expansão das atividades do Instituto C sempre esteve presente em nosso planejamento estratégico e ela vem acontecendo a cada ano. E a ideia de ter núcleos de atendimento regional, localizados nas periferias da cidade, aproximando as atividades desenvolvidas pelo Instituto C da residência das famílias, era uma vontade antiga”, explicou Vera Oliveira, Fundadora e Gerente Geral do Instituto C.
Isso porque, em 2012, o Instituto C iniciou os atendimentos das famílias em situação de vulnerabilidade social com crianças com doenças crônicas ou graves por meio do projeto PAF – Plano de Ação Familiar, franquia social do antigo Saúde Criança, que eram encaminhadas por hospitais públicos parceiros. De lá pra cá, criou três novos projetos sendo o primeiro deles o Atelier C, em 2014, com foco na geração de renda para as famílias. No mesmo ano, o Primeiro Infância, voltado para profissionais, pais e responsáveis pelos cuidados de crianças de 0 a 6 anos a fim de prevenir riscos no desenvolvimento pleno destas. Em 2017, nasceu o Educação em Rede para o atendimento de crianças e jovens com dificuldades escolares. “Expandimos também a nossa atuação com o “portas abertas” que possibilitou que toda família que cumpra o perfil dos nossos projetos pudesse ser atendida sem que precisassem ser encaminhadas por um hospital ou escola parceira.”, acrescenta Vera.
Desta vez, o passo é ainda maior. A escolha da comunidade Minas Gás se deu por conta da falta de projetos sociais identificada pela Coordenadora de Parcerias do Instituto C, Paloma Costa, moradora da região. “Eu nasci, cresci e moro até hoje no bairro da Brasilândia, aqui e em bairros vizinhos, como o Jardim das Graças onde fica a comunidade Minas Gás, há muita pobreza e exclusão social, são inúmeras favelas, milhares de famílias vivendo em condições precárias e poucas oportunidades para as crianças e jovens. Lembro de quando eu era adolescente, da minha avó dizendo para mim e para os meus primos que a gente tinha que buscar cursos e emprego do “outro lado do rio” porque aqui desse lado não tinha nada além de tráfico de drogas e outros crimes.”, conta Paloma.
Para essa expansão, o primeiro passo foi encontrar uma ONG parceira na região que pudesse viabilizar a atuação do Instituto C. Foi assim que a Paloma conheceu o Cezinha, líder comunitário da Central Única das Favelas (CUFA) Minas Gás, que é a primeira parceria para a expansão do Instituto C em uma comunidade. “Inicialmente, nós imaginamos aplicar a metodologia do PAF, mas como a liberação dos recursos do Condeca exige um pouco mais de tempo, por ser um processo mais complexo, apresentamos a ideia de levar o Educação em Rede e o Primeira Infância, uma vez que estes dois projetos estavam atrelados ao encaminhamento de crianças por meio das escolas e creches parceiras, e que, por conta da pandemia, ficou um pouco prejudicado.”, explica Vera.
Uma vez definido o melhor caminho, a equipe do Instituto C fez uma reunião com as lideranças da Comunidade para apresentar quais as atividades seriam oferecidas para os moradores. Como forma de validar a proposta, em novembro de 2020, as famílias da Comunidade responderam um questionário que sondava o interesse em participar das atividades, em 24h, o Instituto já tinha 158 respostas favoráveis. Com estes dados em mãos, a equipe fechou o escopo e pegou o okay com os patrocinadores.
A previsão é iniciar as atividades na Comunidade em abril de 2020.