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Adolescentes: a importância de um olhar integral também aos irmãos das crianças com deficiência

“Com essa percepção, temos desenvolvido um trabalho com um olhar mais atento aos adolescentes das nossas famílias.  Observamos que pouco era trazido sobre eles pelas mães, e quando mencionados era sempre como rede de apoio à mãe e ao irmão(a) com diagnóstico. Ao realizar atendimento com o adolescente, parando para escutá-lo, mostrando interesse por ele e não pela criança com o diagnóstico, enxergamos muitas questões, como a baixa autoestima, faltas escolares excessivas com prejuízo na aprendizagem escolar, por exemplo, nos levando a percepção, de que, por vezes,  esses adolescentes ocupam um não lugar, ficando em segundo plano”, introduz Lualinda Toledo, pedagoga do projeto.

Adolescentes

Questões psicológicas, educativas e até físicas acabam atingindo esses adolescentes e passam despercebidas pela família e sem o olhar dos serviços e órgãos de proteção. Daí, a necessidade de um olhar atento e integral a todos que compõem a família e cercam àquela criança com diagnóstico. O polo centro (com o programa PAF – Plano De Ação Familiar) é considerado o primeiro projeto do Instituto C e, desde 2012, atende famílias de crianças que têm alguma doença grave ou crônica e que vivem em situação de vulnerabilidade social. Com o objetivo de auxiliar as famílias na superação das dificuldades e construção da autonomia, a equipe oferece atendimento multidisciplinar nas áreas de renda, serviço social, educação, nutrição e psicologia.

Um dos destaques e diferenciais dos atendimentos é o olhar atento das técnicas a todos os integrantes da família, e não apenas na criança com diagnóstico, incluindo os adolescentes que, muitas vezes, acabam ficando em segundo plano – ocupando o lugar de “irmão mais velho”, “cuidador” ou até mesmo “responsável”.

Um olhar multidisciplinar para toda a família

Todas as técnicas conseguiram perceber durante os atendimentos alguma questão em torno desse jovem. A partir desse olhar multidisciplinar pudemos ir percebendo a necessidade de mais cuidado para com esses adolescentes”, conta Lualinda. Isso acontece porque, muitas vezes, essas mães (que também são em sua maioria solos) voltam a atenção para a criança com diagnóstico e, então, o jovem se vê em um lugar de responsável pelo irmão. Ainda nesse contexto, estando em situação de vulnerabilidade social, também existe a necessidade de ele começar a trabalhar cedo para auxiliar na renda dentro de casa.

A psicóloga Claudete Marcolino afirma que esse adolescente, irmão da criança com diagnóstico, muitas vezes se coloca em um lugar de responsável pelo outro. “E isso não aparece verbalizado no discurso durante os atendimentos porque a família não tem noção desse lugar porque ele é naturalizado. É o jovem que faz a leitura da necessidade disso, seja pela ausência de uma função paterna ou pela necessidade de uma rede de apoio que muitas vezes é ausente”, explica.

“São múltiplas questões que vão atravessando esse lugar do adolescente enquanto irmão que, muitas vezes passa despercebido pela família, e aí nós, enquanto equipe multidisciplinar, também temos esse olhar para ele” – Claudete Marcolino

Claudete completa que tudo isso  também pode afetar no distanciamento da adolescente com a mãe e no vínculo afetivo . “A jovem se afasta da função materna porque esse lugar é direcionado para a outra criança, e acaba sendo negligenciado a ela. Em alguns casos, vemos meninas que engravidam precocemente, que desejam sair de casa ou que se relacionam afetivamente de forma imatura justamente para sair desse conflito familiar e  do lugar de cuidados assumidos ”, diz a psicóloga.

Áreas de atendimentos

Esse cenário pode ser percebido em diferentes áreas dos atendimentos e em diferentes níveis. Na área de renda, por exemplo, nós observamos que, muitas vezes, o pai se ausenta de suas obrigações, a situação financeira se complica com a chegada de uma criança com diagnóstico e o adolescente se vê na obrigação  de ir trabalhar para auxiliar a família – e até abrir mão do que pode ser dele também”, cita Lualinda.

Já na área da educação, o apagamento é percebido dentro da escola. “Por vezes, ao ligar na escola, eu consigo saber a situação do irmão com o diagnóstico, mas do jovem não”, explica a pedagoga. Lualinda observa também que em muitas famílias o próprio adolescente não quer estudar no mesmo horário do irmão porque ele já sabe que será acionado pela escola. “Ele não tem identidade naquele espaço, ele é o irmão da criança que tem deficiência”, completa. Isso sem falar nas questões de falta escolar que prejudicam o andamento da educação. 

Na área da psicologia, então, os desdobramentos são ainda mais expressivos. “O que chega é um adolescente com baixa autoestima, falta de cuidado e se sentindo menos valorizado pela família“, conta Claudete – que percebe também que, as  queixas em sua maioria se dão referente   ao comportamento de  agressividade do adolescente. “E aí a gente observa que isso é um comportamento intrínseco a esse lugar de, por exemplo, falar mais firme com os irmãos e de estar em um lugar de autoridade que não foi lhe dado, mas foi interpretado como sendo necessário”, completa.

Os impactos também atingem a nutrição do jovem, já que a mãe centraliza o alimento um pouco mais saudável para garantir que isso vá para a criança com deficiência, na área social, percebemos que  a Rede,  não  presta   um atendimento extensivo aos demais integrantes da família. “Faltam políticas públicas que sejam agentes facilitadores dessas redes assistenciais e da saúde  que possam ser um mediador entre os serviços que atende a família, por exemplo“, afirma Claudete.

Estratégias para além desse olhar

A partir de todo esse contexto, é possível compreender a urgência e a importância de se olhar para esses adolescentes. A psicóloga reforça que é, justamente, nessa fase da vida onde são construídos muitos comportamentos futuros. “A adolescência já é uma fase de transição, o jovem  está se estabelecendo e se reconhece em seus lugares. Por isso, algo que eu venho pesquisando é o não lugar desse adolescente na família com crianças com deficiência. A adolescência, de maneira geral, já é uma fase de busca de um lugar, de afirmação da identidade. Então, o jovem que é o irmão de uma criança que tem diagnóstico, passa por um processo ainda mais adoecedor emocionalmente porque ele fica em um limbo identitário, como se ele, de fato, não pertencesse a essa família porque todos ficam em torno dos cuidados da criança. E, a sequela disso pode ser permanente, quando não cuidado, pode vir a  se manifestar na fase adulta”, explica Claudete.

Pensando nisso tudo, o Instituto C tem pensado e colocado em prática algumas estratégias que visam também o atendimento dos adolescentes – já que seus direitos são garantidos, mas estão negligenciados. “Começamos com uma roda de conversa aberta para uma primeira aproximação com esses jovens, explicando o projeto e nos colocando à disposição para a escuta”, conta.

“Um jovem que, não se reconhece em sua identidade e não tem firmeza na sua autoestima, pode vir a ter dificuldades para  fazer o enfrentamento das adversidades  em sua vida”– Claudete Marcolino


A conversa se desdobrou em atendimento em grupo com estagiários da Psicologia para  todos os adolescentes das famílias, fornecendo um auxílio financeiro para viabilizar que todos estejam presentes”, celebra Claudete. Com essa escuta técnica, mais questões também apareceram, como a necessidade de psicoterapia individual para alguns adolescentes com fragilidades emocionais mais críticas,  encaminhamentos para oftalmologista, dentista e outras  especialidades. “A partir disso, estamos construindo outras estratégias centradas  para esses adolescentes, de um cuidado ainda mais integral para esses jovens do Instituto C”, finaliza a psicóloga.


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O debate como prevenção ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

O combate à exploração sexual de crianças e adolescentes é uma pauta urgente e importante no Brasil. Infelizmente, o país ainda é um dos principais destinos para turismo sexual infantil, o que demanda ações efetivas por parte das autoridades e da sociedade em geral. Só em 2022, foram registradas no Brasil quase 112 mil denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet. O número é 10% maior se comparado ao de 2021 (dados retirados do ChildFund Brasil, agência de desenvolvimento social que atua com programas e projetos sociais). 

No intuito de conscientizar a sociedade brasileira sobre a necessidade de se engajar na luta contra a violação dos direitos sexuais de crianças e adolescentes, o dia 18 de maio foi oficializado como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

História do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

A data faz referência a um triste episódio ocorrido em 1973, quando uma menina de 8 anos, da cidade de Vitória (ES), foi sequestrada, violentada e assassinada de forma brutal. Seu corpo foi encontrado seis dias depois, carbonizado, e seus agressores jamais foram punidos.

Em virtude da comoção gerada pelo caso e da mobilização do movimento de defesa dos direitos das crianças e adolescentes, a Lei nº 9.970/2.000 estabeleceu o dia 18 de maio como um marco para a conscientização e o combate à violência sexual contra menores de idade. Desde então, essa data se tornou uma oportunidade para a população brasileira se unir e protestar contra esse tipo de atrocidade.

Neste ano, o Instituto C vai participar de duas ações, segundo Sheila Silva, agente de ação social do Cidadania em Rede:

  • Uma junto à Secretaria de Desenvolvimento Social;
  • Outra com o Serviço de Proteção Social às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência da Brasilândia.

Políticas públicas e debates como prevenção

Combate à exploração sexual Para combater esse problema, é fundamental investir em políticas públicas que fortaleçam a rede de proteção e garantam a punição dos culpados. Além disso, é necessário conscientizar a população sobre os impactos da exploração sexual na vida das vítimas e mobilizar a sociedade civil para denunciar casos de abuso.

Sheila alerta que a conversa dentro do projeto é essencial para a prevenção desses abusos.

É preciso diálogo e esclarecimento sobre diversos fatores, como o direito do corpo, sexualização entre adolescentes e educação sexual – seja dentro de casa ou na escola. Vamos trabalhando com as famílias, tanto quanto já existe um caso notificado, quanto no sentido da prevenção mesmo”, diz.

Até porque a maioria dos abusos infantis acontecem dentro do ambiente familiar. “Uma criança que passou por uma situação de abuso pode manifestar isso dentro de um atendimento, fazendo um desenho, por exemplo, e é nosso papel também esse acolhimento de escuta”, explica Sheila.

A luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes deve ser um esforço coletivo e contínuo para garantir um futuro mais justo e seguro para as gerações futuras.

Como denunciar o Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes?

Combate à exploração sexual

E, para denunciar casos de Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, basta utilizar o serviço do Disque 100, que permite que a denúncia seja feita de forma anônima.

Outra opção é procurar o Conselho Tutelar, responsável por garantir que os direitos das crianças e adolescentes sejam respeitados, na região onde a vítima reside ou onde ocorreu o abuso.

Além disso, a vítima pode recorrer a delegacias especializadas ou comuns, bem como à Polícia Federal ou Polícia Rodoviária Federal, ou ainda através do número 190.


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InstitucionalServiços IC

Está no ar o nosso Relatório de Atividades de 2022 – Cuidado em expansão

Cuidado em expansão

O relatório de 2022 do Instituto C que você está prestes a ler, mostra não só o trabalho que realizamos a cada dia, há 11 anos, como também transparece ao longo de suas páginas, como a organização foi amadurecendo e aperfeiçoando a sua metodologia e atuação ao longo dos anos.

Estamos com um programa de atendimento que foi replicado na Zona Norte e que está sendo cuidadosamente projetado para chegar a outros lugares e outras famílias, que se beneficiarão de um olhar cuidadoso e
do atendimento multidisciplinar focado nas demandas de cada uma.

Relatório de atividades 2022

É por meio da conexão entre as soluções já oferecidas pela rede socioassistencial com as demandas de cada família e a forma como ela é acolhida pela equipe multidisciplinar que vamos tecendo o nosso trabalho e fazendo ele chegar a mais famílias que precisam.

É nítido também com a abertura de um novo polo de atendimento, que o trabalho cresceu. Em 2022, ampliamos em 32 % o número de famílias atendidas. Porém, o que me traz mais satisfação em relação aos alcances do ano é o clima organizacional que construímos.

Apesar de trabalharmos com um tema sensível, ouvirmos cotidianamente histórias difíceis e que mexem com a nossa alma, o que mais escutamos quando reunimos os nossos colaboradores e voluntários são palavras que nos emocionam e relatam o quanto eles tem orgulho de trabalhar no Instituto C e o quanto esse trabalho ocupa um lugar muito especial na vida de cada um deles.

Esse sentimento, junto com o amadurecimento da organização, trouxeram conquistas importantes para nós e que coroaram o ano de 2022. Recebemos pela primeira vez dois selos muito importantes da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Diversidade e ficamos entre as 3 melhores ONGs do Estado de São Paulo no prêmio Melhores ONGs. Esses reconhecimentos nos impulsionam mais e mais.

Te convido a ler as páginas do nosso relatório de atividades e acompanhar conosco cada passo da expansão do nosso cuidado para mais famílias em vulnerabilidade social.

Um abraço,
Vera Oliveira
Diretora Executiva

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Áreas de atendimentoServiços IC

BPC: o que é o benefício e quem tem direito?

BPC

Já ouviu falar no BPC? O Benefício de Prestação Continuada está previsto na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, criada em 1993, e é a garantia de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade. Ele ainda é cercado de muitas dúvidas, entre elas o “quem tem direito?” e, claro, “como acessar?”ele é um benefício importante, sendo o benefício social de maior valor, ele foi criado para efetivar a proteção social, por meio de segurança de renda às pessoas com deficiência e idosas do nosso país, que estejam em situação de risco, vulnerabilidades sociais ou violação de direitos, que podem ser agravados por insuficiência de renda”, introduz a Assistente Social do Polo Centro, Franciele Fernandes.

E, ao contrário do que se pensa, o BPC não é uma aposentadoria. “O idoso pode ter direito mesmo sem ter contribuído para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O BPC não paga 13º salário e não deixa pensão por morte”, explica Alexandre Anjos, Assistente Social do Polo Zona Norte.

A aprovação deste direito, no entanto, é muito individual e carece de uma avaliação de um perito do INSS. “Casos de autismo, por exemplo, são complicados de garantir que o benefício será aceito pois existem diferentes níveis, quem irá determinar se a deficiência é perfil deste benefício é o Perito do INSS, que irá avaliar se a deficiência da pessoa a incapacita para o trabalho e para a vida independente. explica Franciele.  

Quem tem direito e como acessar o BPC?

Idosos com idade igual ou superior a 65 anos ou a pessoa com deficiência de qualquer idade. No caso da pessoa com deficiência, esta condição tem de ser capaz de lhe causar impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (com efeitos por pelo menos 2 anos), que a impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. É necessário também que a renda por pessoa do grupo familiar seja igual ou menor que 1/4 do salário-mínimo, ou seja, R$325,50 e, no caso da pessoa com deficiência, é feita uma avaliação médica e social no INSS para a aprovação (ou não) do benefício. Aqui, é válido lembrar que programas de estágio ou Jovem Aprendiz não entram no cálculo da renda.

Para solicitar o benefício, é necessário que o requerente tenha primeiro a inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) – essa inscrição é feita nos CRAS – Centro de Referência de Assistência Social.  “É via o Cadastro Único que o INSS avalia a situação socioeconômica do solicitante e será feita uma atualização de dois em dois anos para a manutenção ou não do benefício”, explica Alexandre.

“Feita a inscrição no CadÚnico o requerente pode solicitar o BPC no INSS, essa solicitação pode ser feita pelo telefone 135 (ligação gratuita de telefone fixo), pelo site ou aplicativo de celular ‘Meu INSS‘ ou pode ser feita também nas Agências da Previdência Social (APS). Daí, será agendada uma perícia médica para comprovar a deficiência e uma avaliação social para analisar a questão socioeconômica”, explica Franciele. A assistente social ressalta que, ainda que a renda não seja igual ou menor que 1/4 do salário-mínimo, é válido o agendamento pois pode haver a comprovação que o gasto com o idoso ou com o deficiente é maior do que o ganho. “Por isso é importante guardar comprovantes de compra de medicamentos, fralda geriátrica, entre outros”, diz.

“Percebemos que em muitos casos as famílias dão entrada neste benefício pela via judicial com advogado particular, o que não é necessário. Com a orientação certa ela consegue realizar o processo sozinha e, caso necessite, ela pode requerer apoio jurídico gratuito pela Defensoria Pública da União”, afirma Franciele. 

Sheila Silva, Agente de Ação Social do Polo Zona Norte, ressalta ainda que o trabalho realizado no Instituto C é fundamental para que as famílias acessem esse e outros direitos. “Nos nossos atendimentos orientamos as famílias sobre todos os processos que ela precisa realizar para acessar o benefício e as ajudamos com essas etapas burocráticas. Assim as famílias não perdem tempo e recurso indo em vários lugares diferentes para buscar orientação”. Ela ainda lembra que não é só do dinheiro que a família precisa, mas também dessa escuta qualificada e acolhedora. “Aqui tem sempre um técnico que irá escutar, acolher e direcionar as famílias, proporcionando também acesso a nossa estrutura física (telefone, computador e internet) caso ela necessite, promovendo não só a conquista de um direito, mas também a autonomia dessa família”, finaliza Sheila.

Bronze statue of Justice holding up scales
Áreas de atendimentoServiços IC

O que você precisa saber para usar a Defensoria Pública do Estado de SP

O que é a Defensoria Pública do Estado de São Paulo?

A Defensoria Pública é uma instituição que presta assistência jurídica gratuita e integral a pessoas que não tenham condições financeiras de pagar por esse serviço. No Estado de São Paulo ela foi implementada em 2006 e ela trabalha com situações na área cível, infância e juventude, criminal, violência doméstica/intrafamiliar e tutelas coletivas.

A Defensoria Pública atende pessoas que não tenham condições financeiras para pagar pelos serviços de um advogado. Para isso, é feita uma avaliação para verificar a renda familiar, o patrimônio e os gastos mensais da pessoa.

Podem ser solicitados documentos como Carteira de Trabalho e holerite, entre outros, para verificação das informações. Em geral, são atendidas pessoas com renda familiar de até 3 salários-mínimos por mês. O limite pode subir para 4 salários-mínimos por mês em alguns casos específicos.

 

E o que faz a Defensoria?

• Ela entra com ações na justiça para defender direitos;
• Atua em processos em andamento;
• Defende os direitos de pessoas que estão sendo processadas;
• Promove acordos e conciliações entre pessoas em conflito para evitar processo na Justiça.

 

O CAM – Centro de Atendimento Multidisciplinar

O setor que promove os acordos e conciliações se chama CAM (Centro de Atendimento Multidisciplinar) e conta com uma equipe composta por defensores, estagiários, psicólogos e assistentes sociais.
O processo judicial pode ser desgastante, em vários aspectos, inclusive emocionalmente, por isso esse setor trabalha para promover conciliações amigáveis sem a necessidade da abertura de um processo judicial.
Uma das atribuições do CAM é promover cursos/palestras de Educação em Direitos. As atividades de educação em direitos desenvolvidas fazem parte de um modelo de intervenção educativa heterogêneo, que tem como objetivo informar, conscientizar e motivar a população a respeito de seus direitos e garantias fundamentais e sobre o exercício de sua liberdade e cidadania.

 

Como agendar o serviço da Defensoria Pública pela internet?

O agendamento é feito pelo assistente virtual DEFI, disponível das 8h às 18h, em dias úteis no site da Defensoria – https://www.defensoria.sp.def.br/. O atendimento é realizado sem a necessidade de deslocamento até uma das unidades e pode ser acessado por computador ou smartphone.

Para agendar é necessário ter em mãos as seguintes informações pessoais:
• RG
• CPF
• CEP
• E-mail

Feito o agendamento, você receberá um e-mail com um link e um código de acesso. Acessando o link, você é atendido pela equipe humana da Defensoria.

 

Como agendar o serviço da Defensoria Pública por telefone ou presencial?

Se tiver dificuldade com o agendamento online, você também pode agendar ligando gratuitamente para 0800 773 4340, disponível das 7h às 19h, em dias úteis. Pode ser solicitado o atendimento presencial caso haja dificuldade de acesso ao atendimento remoto.

A Defensoria possui um canal de ouvidoria, onde podem ser registrados sugestões, reclamações ou elogios. Você pode falar com a ouvidoria, através do site, e-mail, telefone ou pessoalmente.

 

por Kátia Moretti

Coordenadora do PAF – Plano de Ação Familiar  

Cidadania em RedeServiços IC

Um dia para celebrar (e curtir) a saúde e o bem estar

No sábado, 24 de setembro, a equipe da “casa amarela” do Instituto C, o polo de atendimento zona norte, promoveu o Ação Saúde, um evento voltado ao bem estar.

Durante uma manhã, as famílias de comunidades no entorno puderam curtir aulas de dança (country) com a professora Rosangela Caldeira da Silva, aferição de pressão e glicemia com estudantes de enfermagem da Faculdade Sequencial (a Emily , Selma, Juliane, Iara, Elania, Nubia, Regina, Magda, Nathalia e a Aline), aula de ioga com o professor Rafael da Silva Filomeno, corte de cabelo com a Graciete Silva Canuto (que faz parte de uma família atendida pelo projeto e atuou como voluntária),  design de sobrancelha com a Priscila Teodorino da Silva, assistiram uma palestra sobre terapias holísticas com a Genilda da Silva Morais  e o Ricardo Teodoro de Morais e finalmente puderam se encantar com as dançarinas do ventre do grupo Falakhana, com a Helenildes, Erica, Hosana, Lea, Simone e Sofia.

E no final ainda rolou sorteio de brindes!

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Benefícios EmergenciaisPAFServiços IC

A Luta da Pessoa com Deficiência: hoje e todos os dias

Nesta quarta-feira, 21 de setembro, é celebrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência que tem como objetivo conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Tal propósito existe também no PAF-Plano de Ação Familiar, um dos projetos do Instituto C, onde muitas das famílias atendidas possuem algum membro com deficiência. “A gente percebe que as dificuldades se tornam ainda mais agudas pela questão da vulnerabilidade”, afirma Katia Moretti, coordenadora do Projeto.

 Priscilla de Melo Leal (na foto,  com os filhos), por exemplo, conheceu o Instituto C em 2019, através da indicação do Hospital Santa Casa. Mãe de quatro filhos, três deles são portadores de uma doença rara, a Síndrome de Hunter uma condição com sintomas graves e de evolução progressiva, como rigidez das articulações, alterações cardíacas e respiratórias, aparecimento de lesões na pele e alterações neurológicas, entre outros. E a sua luta pela qualidade de vida é constante.

“Hoje eu moro com meus três meninos, todos com o diagnóstico da doença”, conta ela.

 

Ana Paula Hummel, a técnica de referência de Priscila, diz que algumas conquistas já foram feitas, como a cadeira de rodas para um dos meninos e o acesso à educação em meio a dificuldades.

 “Os benefícios que recebo do Instituto complementam os do Governo. Mas, para além disso, o suporte social, psicológico e nutricional que o atendimento me dá são essenciais”, conta Priscila. Ana ainda exalta a mãe, que é incansável na busca pela qualidade de vida de seus filhos: “Tudo isso sendo mãe sola! Eu, normalmente, aprendo mais com ela do que ela com a gente”, reflete a técnica.

 Katia reforça que, apesar dos direitos existirem, nem sempre eles são garantidos com facilidade. “Existem políticas públicas específicas para as pessoas com deficiência, no entanto, muitas vezes é preciso uma luta para acessá-las. Elas já possuem diversas batalhas para enfrentar, lutas pelos seus direitos não precisava ser mais uma delas”, diz a coordenadora. “Infelizmente, a sociedade ainda tem muito a aprender.

É preciso ensinar as crianças desde cedo a respeitar todo ser humano – e que as diferenças existem, sim, mas somos todos iguais. A data é um lembrete para o respeito, o amor e a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade”, finaliza Priscila.

 

DoaçãoServiços IC

Estabelecimentos com urnas da Nota Fiscal Paulista têm função social

A Nota Fiscal Paulista é um programa de incentivo à cidadania fiscal, criado pelo governo do estado de São Paulo em 2007. No início, para incentivar o consumidor, o valor gerado em créditos a partir das compras com CPF na nota era relevante. Hoje, os parâmetros mudaram muito – sendo mais benéficos para ONGs. A título de comparação, atualmente, quando a nota fiscal é doada para uma instituição, o crédito dela é recalculado e pode chegar a ser 200 vezes maior que o que iria para o consumidor. Estabelecimentos comerciais também podem colaborar com instituições recolhendo as notas fiscais doadas em seus comércios.

 

“Recentemente, levamos um certificado de parceria com o resultado, uma espécie de prestação de contas, para nossos parceiros atuais. Agora, queremos fazer uma chamada ainda maior para outros comércios da região central de São Paulo”, diz Breno Yves, analista de captação de recursos do Instituto C.

 

O processo se dá a partir de uma prospecção e mapeamento da área. “Depois, apresentamos nosso trabalho e fazemos a proposta de parceira”, complementa. Funcionários e voluntários organizam a logística de coleta e alinham a frequência de retirada das Notas Fiscais.

 Assim, o estabelecimento comercial apenas tem de disponibilizar um espaço para a urna e incentivar a doação – e ainda contribui socialmente. “O cliente que não quiser sua Nota Fiscal pode deixá-la no espaço ou o próprio funcionário do caixa recolhe os cupons e deposita na urna. Depois, ainda entregamos um certificado para mostrar o recurso gerado para nós em determinado período”, explica Breno.  O ato, muito simples, tem uma importância enorme para o Instituto C.

 

“Hoje, aproximadamente 15% do total que arrecadamos com a Nota Fiscal Paulista vem dos cupons doados”, conta.

 

Se você tem um estabelecimento e quer disponibilizar uma urna de captação de Nota Fiscal, entre em contato com a gente pelo WhatsApp (11) 94581-9225!

Cadastro automático 

Uma das formas de contribuir socialmente através da Nota Fiscal é realizando o seu cadastro automático. No site da Nota Fiscal Paulista, é possível criar um novo cadastro de Pessoa Física e ativar a opção de “Entidades – Doação de Cupons com CPF (automática)”. Depois, é só selecionar a Instituição de preferência e, pronto, ela será beneficiada cada vez que você cadastrar seu CPF e pedir a Nota Fiscal após uma compra.

Confira o passo a passo para o cadastro:

 1: Acesse o sistema da Nota Fiscal Paulista no link https://www.nfp.fazenda.sp.gov.br/Principal.aspx

 2: Se você ainda não é cadastrado, clique em “Novos Cadastros – Cadastro Pessoa Física” e siga os passos. Se você já é cadastrado, faça o Login com seu CPF e senha

 3: Ao entrar no sistema, clique em “Entidades – Doação de Cupons com CPF (automática)”, no menu principal

 4: Encontre o Instituto C digitando, no campo indicado, o CNPJ 14.644.881-0001/98 e clique em avançar, confirmando a doação automática por tempo indeterminado.

 5: Ah, não se esqueça de fazer o primeiro saque para sua conta e sempre que fizer comprinhas, peça o CPF na nota!

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Os impactos da pandemia na saúde mental

Muitas pesquisas já demonstram os impactos que a pandemia do coronavírus causaram na saúde mental das pessoas e, principalmente, como as consequências são ainda maiores e prejudiciais nas populações vulneráveis – e o Instituto C sente esse aspecto na prática. “A gente sabe que tem sido difícil para todo mundo, mas o quanto é ainda mais para quem tá em situação de vulnerabilidade social”, inicia Katia Moretti, coordenadora do Projeto PAF-Plano de Ação Familiar. 

Para Claudete Marcolino (na foto que ilustra essa matéria), psicóloga do Projeto, o cenário pós-pandêmico tem dado visibilidade para essa questão. “O que a gente percebe em todos os segmentos, especialmente nessa área das crianças e adolescentes, é que eles ficaram muito mais à mercê de um contexto isolado dentro do cenário familiar. Muitos deles sofrendo, inclusive, violência”, diz.

Esse isolamento e convívio apenas com a família nuclear contribuiu para que as pessoas, principalmente crianças pequenas, estejam agora mais suscetíveis a não se socializar – aumentando a ansiedade. “Quando se perde esse contato com os amigos e colegas, as cobranças em torno da criança e do adolescente, que muitas vezes têm alguma patologia, ficam ainda maiores. Assim, esse jovem se vê em um cenário onde ele só tem o convívio familiar, então, o aumento da ansiedade tem sido refletido nos ambientes sociais, principalmente na escola”, acrescenta Claudete, que reforça que o contexto da insegurança, baixa autoestima e ansiedade é visto na prática dos atendimentos.

Todo esse cenário e acúmulo de questões faz com que a demanda por atendimentos do Instituto C cresça diariamente. “Nós atendemos 200 famílias no PAF, e como um todo. Ou seja, uma média de 4 ou 5 pessoas por família. É muita gente!”, pontua Katia. Daí o desafio: oferecer um serviço de qualidade para tanta gente. “Foi quando surgiu a ideia há um tempo atrás da rede de voluntários de psicologia”.

Para essa solução, o Instituto C busca parcerias com faculdade e outros serviços que possam contribuir para o trabalho, e oferece o espaço para um atendimento presencial se necessário. “O que a gente percebe é que as famílias com altas vulnerabilidades também trazem complexidades. Famílias que têm crianças com alguma patologia, e que tem um contexto de vulnerabilidade, nem sempre atribuem o contexto mental como algo a ser tratado. Essas questões acabam sendo negligenciadas. Por isso, a importância desse olhar atento a toda família, não só, especificamente, a criança atendida, mas também aos adultos que as cercam”, reforça Claudete.

E como participar? 

A inscrição para os voluntários de psicologia é feita através de um formulário online (clique aqui). Basta ser um psicólogo ou psicóloga e ter disponibilidade de uma hora semanal, ou mais. Depois do envio das informações e cadastro, o Instituto C entra em contato para agendamento de uma entrevista.

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Você sabe como funcionam os bastidores de uma ONG?

Você com certeza já teve contato com uma ONG, isto é, uma Organização Não Governamental. Conhecidas também como empresas do terceiro setor, são atividades beneficentes desenvolvidas em favor da sociedade e sem objetivo de lucro. O conceito foi criado nos Estados Unidos e define como primeiro setor aquele que é constituído pelo Estado e o segundo pelos entes privados que buscam fins lucrativos.

Apesar desta divisão, segundo e terceiro setor possuem uma estrutura muito semelhante para o bom funcionamento. “Em termos de estruturação, não existe muita diferença entre uma ONG e uma empresa. O diferencial é o que a gente vende, que no nosso caso é o impacto social”, afirma Vera Oliveira, Fundadora e Diretora Executiva do Instituto C.

Flávia Almeida, Analista Administrativa Financeira do IC, completa nove anos de trabalho no terceiro setor e lembra-se da diferença que sentiu ao ingressar no time do Instituto e deixar uma metalúrgica. “Eu tenho o meu salário e ele é muito importante, mas não é ele que motiva a gente levantar todos os dias da cama”, conta. E, assim como qualquer empresa, uma ONG também tem seu setor de Recursos Humanos, Administrativo, Financeiro, Comunicação e outros. “Aqui, o que entra para a gente não é proveniente da venda de uma mercadoria, mas sim de doação”, analisa.

Além dessa estrutura semelhante ao segundo setor, também existem as contas a pagar – como salários, fornecedores e aluguel. “Esse é o grande desafio das ONGs, a migração para um apoio institucional, de forma geral, para que a própria organização tenha maturidade em saber como investir o dinheiro”, afirma Vera, relembrando que os quase 30 funcionários do Instituto C possuem carteira assinada e recebem os benefícios garantidos por lei. “É um trabalho mesmo”, brinca. Inclusive, dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), em 2019, mostram que as organizações do ramo empregam, formalmente, 3 milhões de pessoas.

Em contrapartida, um grande diferencial das empresas do terceiro setor está na transparência e gestão na auditoria financeira. “A gente precisa zelar pela acuracidade do que a gente faz para ter o retorno necessário que garanta a continuidade de nosso trabalho”, afirma Vera. “As burocracias existem e muitas vezes são até maiores”, afirma Diego Schultz, Diretor Administrativo.

Diego também comenta que as pessoas que decidem trabalhar no terceiro setor têm uma ambição maior que a financeira. “Todos recebem salários dignos, é claro, mas o foco principal faz parte de um entendimento coletivo – e todos têm o mesmo objetivo. Além disso, outro grande diferencial é que em uma ONG você vê a mudança acontecendo, bem na sua frente, e isso traz uma energia maior para o trabalho. A mudança de vida através do impacto social, ou seja, o nosso produto de venda, é visível”, diz.

Sendo assim, o produto que uma ONG tem para entregar, pode ser relacionado ao meio ambiente, segurança, alimentação ou outros. “O Instituto C entrega impacto social, não um serviço como no segundo setor, e esse produto é revertido para a sociedade. Todos saem ganhando”, finaliza Vera.