Categoria: Serviços IC

Cidadania em RedeServiços IC

Um dia para celebrar (e curtir) a saúde e o bem estar

No sábado, 24 de setembro, a equipe da “casa amarela” do Instituto C, o polo de atendimento zona norte, promoveu o Ação Saúde, um evento voltado ao bem estar.

Durante uma manhã, as famílias de comunidades no entorno puderam curtir aulas de dança (country) com a professora Rosangela Caldeira da Silva, aferição de pressão e glicemia com estudantes de enfermagem da Faculdade Sequencial (a Emily , Selma, Juliane, Iara, Elania, Nubia, Regina, Magda, Nathalia e a Aline), aula de ioga com o professor Rafael da Silva Filomeno, corte de cabelo com a Graciete Silva Canuto (que faz parte de uma família atendida pelo projeto e atuou como voluntária),  design de sobrancelha com a Priscila Teodorino da Silva, assistiram uma palestra sobre terapias holísticas com a Genilda da Silva Morais  e o Ricardo Teodoro de Morais e finalmente puderam se encantar com as dançarinas do ventre do grupo Falakhana, com a Helenildes, Erica, Hosana, Lea, Simone e Sofia.

E no final ainda rolou sorteio de brindes!

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Benefícios EmergenciaisPAFServiços IC

A Luta da Pessoa com Deficiência: hoje e todos os dias

Nesta quarta-feira, 21 de setembro, é celebrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência que tem como objetivo conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Tal propósito existe também no PAF-Plano de Ação Familiar, um dos projetos do Instituto C, onde muitas das famílias atendidas possuem algum membro com deficiência. “A gente percebe que as dificuldades se tornam ainda mais agudas pela questão da vulnerabilidade”, afirma Katia Moretti, coordenadora do Projeto.

 Priscilla de Melo Leal (na foto,  com os filhos), por exemplo, conheceu o Instituto C em 2019, através da indicação do Hospital Santa Casa. Mãe de quatro filhos, três deles são portadores de uma doença rara, a Síndrome de Hunter uma condição com sintomas graves e de evolução progressiva, como rigidez das articulações, alterações cardíacas e respiratórias, aparecimento de lesões na pele e alterações neurológicas, entre outros. E a sua luta pela qualidade de vida é constante.

“Hoje eu moro com meus três meninos, todos com o diagnóstico da doença”, conta ela.

 

Ana Paula Hummel, a técnica de referência de Priscila, diz que algumas conquistas já foram feitas, como a cadeira de rodas para um dos meninos e o acesso à educação em meio a dificuldades.

 “Os benefícios que recebo do Instituto complementam os do Governo. Mas, para além disso, o suporte social, psicológico e nutricional que o atendimento me dá são essenciais”, conta Priscila. Ana ainda exalta a mãe, que é incansável na busca pela qualidade de vida de seus filhos: “Tudo isso sendo mãe sola! Eu, normalmente, aprendo mais com ela do que ela com a gente”, reflete a técnica.

 Katia reforça que, apesar dos direitos existirem, nem sempre eles são garantidos com facilidade. “Existem políticas públicas específicas para as pessoas com deficiência, no entanto, muitas vezes é preciso uma luta para acessá-las. Elas já possuem diversas batalhas para enfrentar, lutas pelos seus direitos não precisava ser mais uma delas”, diz a coordenadora. “Infelizmente, a sociedade ainda tem muito a aprender.

É preciso ensinar as crianças desde cedo a respeitar todo ser humano – e que as diferenças existem, sim, mas somos todos iguais. A data é um lembrete para o respeito, o amor e a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade”, finaliza Priscila.

 

DoaçãoServiços IC

Estabelecimentos com urnas da Nota Fiscal Paulista têm função social

A Nota Fiscal Paulista é um programa de incentivo à cidadania fiscal, criado pelo governo do estado de São Paulo em 2007. No início, para incentivar o consumidor, o valor gerado em créditos a partir das compras com CPF na nota era relevante. Hoje, os parâmetros mudaram muito – sendo mais benéficos para ONGs. A título de comparação, atualmente, quando a nota fiscal é doada para uma instituição, o crédito dela é recalculado e pode chegar a ser 200 vezes maior que o que iria para o consumidor. Estabelecimentos comerciais também podem colaborar com instituições recolhendo as notas fiscais doadas em seus comércios.

 

“Recentemente, levamos um certificado de parceria com o resultado, uma espécie de prestação de contas, para nossos parceiros atuais. Agora, queremos fazer uma chamada ainda maior para outros comércios da região central de São Paulo”, diz Breno Yves, analista de captação de recursos do Instituto C.

 

O processo se dá a partir de uma prospecção e mapeamento da área. “Depois, apresentamos nosso trabalho e fazemos a proposta de parceira”, complementa. Funcionários e voluntários organizam a logística de coleta e alinham a frequência de retirada das Notas Fiscais.

 Assim, o estabelecimento comercial apenas tem de disponibilizar um espaço para a urna e incentivar a doação – e ainda contribui socialmente. “O cliente que não quiser sua Nota Fiscal pode deixá-la no espaço ou o próprio funcionário do caixa recolhe os cupons e deposita na urna. Depois, ainda entregamos um certificado para mostrar o recurso gerado para nós em determinado período”, explica Breno.  O ato, muito simples, tem uma importância enorme para o Instituto C.

 

“Hoje, aproximadamente 15% do total que arrecadamos com a Nota Fiscal Paulista vem dos cupons doados”, conta.

 

Se você tem um estabelecimento e quer disponibilizar uma urna de captação de Nota Fiscal, entre em contato com a gente pelo WhatsApp (11) 94581-9225!

Cadastro automático 

Uma das formas de contribuir socialmente através da Nota Fiscal é realizando o seu cadastro automático. No site da Nota Fiscal Paulista, é possível criar um novo cadastro de Pessoa Física e ativar a opção de “Entidades – Doação de Cupons com CPF (automática)”. Depois, é só selecionar a Instituição de preferência e, pronto, ela será beneficiada cada vez que você cadastrar seu CPF e pedir a Nota Fiscal após uma compra.

Confira o passo a passo para o cadastro:

 1: Acesse o sistema da Nota Fiscal Paulista no link https://www.nfp.fazenda.sp.gov.br/Principal.aspx

 2: Se você ainda não é cadastrado, clique em “Novos Cadastros – Cadastro Pessoa Física” e siga os passos. Se você já é cadastrado, faça o Login com seu CPF e senha

 3: Ao entrar no sistema, clique em “Entidades – Doação de Cupons com CPF (automática)”, no menu principal

 4: Encontre o Instituto C digitando, no campo indicado, o CNPJ 14.644.881-0001/98 e clique em avançar, confirmando a doação automática por tempo indeterminado.

 5: Ah, não se esqueça de fazer o primeiro saque para sua conta e sempre que fizer comprinhas, peça o CPF na nota!

Áreas de atendimentoServiços IC

Os impactos da pandemia na saúde mental

Muitas pesquisas já demonstram os impactos que a pandemia do coronavírus causaram na saúde mental das pessoas e, principalmente, como as consequências são ainda maiores e prejudiciais nas populações vulneráveis – e o Instituto C sente esse aspecto na prática. “A gente sabe que tem sido difícil para todo mundo, mas o quanto é ainda mais para quem tá em situação de vulnerabilidade social”, inicia Katia Moretti, coordenadora do Projeto PAF-Plano de Ação Familiar. 

Para Claudete Marcolino (na foto que ilustra essa matéria), psicóloga do Projeto, o cenário pós-pandêmico tem dado visibilidade para essa questão. “O que a gente percebe em todos os segmentos, especialmente nessa área das crianças e adolescentes, é que eles ficaram muito mais à mercê de um contexto isolado dentro do cenário familiar. Muitos deles sofrendo, inclusive, violência”, diz.

Esse isolamento e convívio apenas com a família nuclear contribuiu para que as pessoas, principalmente crianças pequenas, estejam agora mais suscetíveis a não se socializar – aumentando a ansiedade. “Quando se perde esse contato com os amigos e colegas, as cobranças em torno da criança e do adolescente, que muitas vezes têm alguma patologia, ficam ainda maiores. Assim, esse jovem se vê em um cenário onde ele só tem o convívio familiar, então, o aumento da ansiedade tem sido refletido nos ambientes sociais, principalmente na escola”, acrescenta Claudete, que reforça que o contexto da insegurança, baixa autoestima e ansiedade é visto na prática dos atendimentos.

Todo esse cenário e acúmulo de questões faz com que a demanda por atendimentos do Instituto C cresça diariamente. “Nós atendemos 200 famílias no PAF, e como um todo. Ou seja, uma média de 4 ou 5 pessoas por família. É muita gente!”, pontua Katia. Daí o desafio: oferecer um serviço de qualidade para tanta gente. “Foi quando surgiu a ideia há um tempo atrás da rede de voluntários de psicologia”.

Para essa solução, o Instituto C busca parcerias com faculdade e outros serviços que possam contribuir para o trabalho, e oferece o espaço para um atendimento presencial se necessário. “O que a gente percebe é que as famílias com altas vulnerabilidades também trazem complexidades. Famílias que têm crianças com alguma patologia, e que tem um contexto de vulnerabilidade, nem sempre atribuem o contexto mental como algo a ser tratado. Essas questões acabam sendo negligenciadas. Por isso, a importância desse olhar atento a toda família, não só, especificamente, a criança atendida, mas também aos adultos que as cercam”, reforça Claudete.

E como participar? 

A inscrição para os voluntários de psicologia é feita através de um formulário online (clique aqui). Basta ser um psicólogo ou psicóloga e ter disponibilidade de uma hora semanal, ou mais. Depois do envio das informações e cadastro, o Instituto C entra em contato para agendamento de uma entrevista.

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Você sabe como funcionam os bastidores de uma ONG?

Você com certeza já teve contato com uma ONG, isto é, uma Organização Não Governamental. Conhecidas também como empresas do terceiro setor, são atividades beneficentes desenvolvidas em favor da sociedade e sem objetivo de lucro. O conceito foi criado nos Estados Unidos e define como primeiro setor aquele que é constituído pelo Estado e o segundo pelos entes privados que buscam fins lucrativos.

Apesar desta divisão, segundo e terceiro setor possuem uma estrutura muito semelhante para o bom funcionamento. “Em termos de estruturação, não existe muita diferença entre uma ONG e uma empresa. O diferencial é o que a gente vende, que no nosso caso é o impacto social”, afirma Vera Oliveira, Fundadora e Diretora Executiva do Instituto C.

Flávia Almeida, Analista Administrativa Financeira do IC, completa nove anos de trabalho no terceiro setor e lembra-se da diferença que sentiu ao ingressar no time do Instituto e deixar uma metalúrgica. “Eu tenho o meu salário e ele é muito importante, mas não é ele que motiva a gente levantar todos os dias da cama”, conta. E, assim como qualquer empresa, uma ONG também tem seu setor de Recursos Humanos, Administrativo, Financeiro, Comunicação e outros. “Aqui, o que entra para a gente não é proveniente da venda de uma mercadoria, mas sim de doação”, analisa.

Além dessa estrutura semelhante ao segundo setor, também existem as contas a pagar – como salários, fornecedores e aluguel. “Esse é o grande desafio das ONGs, a migração para um apoio institucional, de forma geral, para que a própria organização tenha maturidade em saber como investir o dinheiro”, afirma Vera, relembrando que os quase 30 funcionários do Instituto C possuem carteira assinada e recebem os benefícios garantidos por lei. “É um trabalho mesmo”, brinca. Inclusive, dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), em 2019, mostram que as organizações do ramo empregam, formalmente, 3 milhões de pessoas.

Em contrapartida, um grande diferencial das empresas do terceiro setor está na transparência e gestão na auditoria financeira. “A gente precisa zelar pela acuracidade do que a gente faz para ter o retorno necessário que garanta a continuidade de nosso trabalho”, afirma Vera. “As burocracias existem e muitas vezes são até maiores”, afirma Diego Schultz, Diretor Administrativo.

Diego também comenta que as pessoas que decidem trabalhar no terceiro setor têm uma ambição maior que a financeira. “Todos recebem salários dignos, é claro, mas o foco principal faz parte de um entendimento coletivo – e todos têm o mesmo objetivo. Além disso, outro grande diferencial é que em uma ONG você vê a mudança acontecendo, bem na sua frente, e isso traz uma energia maior para o trabalho. A mudança de vida através do impacto social, ou seja, o nosso produto de venda, é visível”, diz.

Sendo assim, o produto que uma ONG tem para entregar, pode ser relacionado ao meio ambiente, segurança, alimentação ou outros. “O Instituto C entrega impacto social, não um serviço como no segundo setor, e esse produto é revertido para a sociedade. Todos saem ganhando”, finaliza Vera.

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Acessos, direitos e aprendizados no Educação em Rede

Iniciado em 2017, o projeto Educação em Rede, patrocinado pelo Instituto Credit Suisse Hedging-Griffo, tem como objetivo potencializar o desenvolvimento de crianças e adolescentes com dificuldades escolares, cujas famílias estejam em situação de risco ou vulnerabilidade social. “A gente faz atendimento de reforço escolar e psicológico para os alunos e também atendimento social e psicológico para as famílias e responsáveis”, diz Talita Lima, líder do projeto.

 

Os alunos chegam ao projeto encaminhados pelas escolas parceiras ou até mesmo pela busca direta das famílias. “Quando a gente fala de dificuldade escolar, a gente fala tanto de dificuldades pedagógicas, como ler e escrever, quanto dificuldades no quesito de comportamento, como evasão, ansiedade e timidez”, esclarece a líder.

 

Em tempos de pandemia, muitas escolas até forneceram material para as mães e pais orientarem seus filhos em casa, entretanto estes não possuem habilidades técnicas para conduzir essas atividades e, muitos, inclusive, nem acesso à internet que permita a construção do vínculo escolar. “O projeto já era muito necessário, pois nem sempre a escola consegue ter um olhar atento e individual com todos os alunos. Além disso, muito daquilo que o aluno apresenta dentro da sala de aula está relacionado com o contexto familiar dentro de casa – e a escola não tem ferramentas suficientes para acessar essa história”, diz a líder. 

 

Viviane de Paula, pedagoga do projeto, diz que os trabalhos desenvolvidos no reforço escolar não substituem a escola e sim complementam. “Procuramos entender as dificuldades individuais de cada criança e conduzir de maneira intencional à autonomia para resolução de suas questões, sempre utilizando os recursos de escrita e leitura”, conta. A pedagoga também celebra que muitas crianças que participaram da primeira turma deste ano, saíram compreendendo o sistema de escrita e leitura: “A gente acredita que a linguagem é a porta para compreensão de todas as outras disciplinas e mundo. E temos expertise para isso”.

 

A líder, por exemplo, conta a história de um menino de 7 anos que chegou ao Projeto ainda sem frequentar a escola (por conta da pandemia) e sem estar alfabetizado. “Com a gente, ele já reconhece o alfabeto sozinho. Agora, ele escreveu uma carta para o Papai Noel dizendo que a meta dele é aprender a ler e escrever até o fim do ano”, comemora Talita – que reforça também a importância do próprio aluno reconhecer seu avanço e se sentir estimulado com ele.

 

Já Kátia Souza, assistente social do projeto, também menciona as conquistas de direitos que as famílias têm acesso a partir dos atendimentos: “Nos atendimentos, eu identifico as problemáticas e o contexto social dessa família e, a partir daí, encaminho para a rede, UBS, defensoria pública…”. Ela conta a história de uma mãe que chegou ao projeto com o filho, que estava recebendo reclamações da escola. “Mesmo reticente, eu a orientei a buscar uma UBS e o clínico encaminhou para o neurologista. Eu fiz toda a mediação com o posto de saúde e, depois dos exames feitos, o médico identificou que ele tem uma deficiência intelectual leve. Com esse laudo, a gente está aguardando para passar na perícia do INSS”.

 

“É significativo e perceptível que o nosso trabalho é reconhecido também pelas famílias. Elas conseguem identificar os avanços das crianças e a nossa conquista é justamente torná-las aptas para poder continuar em seu ciclo de série e idade e, principalmente agora no retorno às escolas”, diz Viviane, que completa: “Acreditamos que além de conteúdos, é necessário repensar essas crianças que estão voltando para suas interações com questões muitas vezes sérias que precisam ser olhadas e trabalhadas antecipadamente. O nosso trabalho busca ver essa totalidade e proporcionar a interação entre elas, com atividades que façam sentido para que sintam-se capazes e autônomas em seu desenvolvimento, reverberando também em sua vida escolar”. 

 

Por fim, Kátia celebra: “As conquistas são diárias. Muitas vezes, a família não sabe os direitos que ela possui como cidadã. E, quando a gente explica isso, eles conseguem criar autonomia e fazer essa busca” – conquistas de um trabalho de conscientização e com um olhar atento para cada um dos atendimentos.

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O método de técnico de referência e os avanços para o PAF

No primeiro semestre deste ano, o PAF – Plano de Ação Familiar passou a ser gerido com uma nova metodologia que trouxe muitos benefícios – aos técnicos e, sobretudo, às famílias atendidas. “A metodologia de técnico de referência trouxe um olhar mais aprofundado para cada história atendida por nós, além de reforçar o vínculo das famílias com o Instituto C”, afirma Katia Moretti, líder do projeto. 

 

Para entender a nova metodologia é preciso dar um passo para trás. Antigamente, não havia um controle de tempo para os atendimentos. “A família chegava até nós, participava de uma roda conversa e depois era encaminhada para uma das áreas técnicas, mas sem um horário determinado para isso. A conversa podia durar 15 minutos ou uma hora”, relembra Katia. 

 

Em 2018, o projeto PAF recebeu uma consultoria da Porsche para organizar melhor a questão dos horários. A partir daí, foi estabelecida uma metodologia em espécie de carrossel chamada Chaku, na qual as famílias passavam por todas as áreas técnicas durante 15 minutos. “Conseguimos organizar a questão do tempo, mas o método trouxe também uma angústia por ser tão pouco”, aponta a líder.

 

Então, neste ano, com o retorno dos atendimentos de maneira híbrida após o período mais restrito da pandemia, e a partir de uma sugestão da Liliane Moura, uma das assistentes sociais do Instituto C, o PAF uniu uma nova metodologia: a de técnico de referência. “Nós mesclamos os dois métodos. Em um mês, a família é atendida pela rodada de conversa rápida e passando por todas as áreas e, no outro, ela tem uma hora com o técnico que é a sua referência”, explica Katia. 

 

O técnico de referência, então, é capaz de realizar um atendimento mais aprofundado durante o tempo que tem com a família e, assim, ter um olhar de maior acolhimento. “Durante uma hora, o técnico consegue analisar as demandas da família com mais atenção e até criar um vínculo com eles”, analisa a líder.  

 

Além dos benefícios apontados, os avanços já puderam ser percebidos também na prática. Recentemente, a pedagoga Lualinda Toledo conseguiu identificar que uma das crianças que atendemos, irmã da que estava em tratamento de saúde, tinha dificuldade escolar. “A partir desse atendimento mais acolhedor, a técnica entendeu que o problema era resultado de uma doença ocular. Depois de uma avaliação médica, foi constatado que a criança estava realmente perdendo a visão e uma cirurgia foi marcada”, conta Katia. 

 

O desfecho da família poderia ter sido outro se não fosse o olhar sensível e aprofundado da técnica Lualinda que, com a metodologia de técnico de referência, teve tempo para entender melhor, não só a criança em tratamento de saúde, como também todos os membros da família.

 

Sobre o PAF:

Famílias em situação de vulnerabilidade e que tenham crianças ou adolescentes em tratamento de saúde recebem atendimento multidisciplinar no Plano de Ação Familiar. Os encontros são realizados mensalmente para que elas tenham atendimento individual focado em suas necessidades e possibilidades nas áreas de Renda, Serviço Social, Educação, Nutrição, Psicologia e Acompanhamento Familiar. Além de informações e orientações em rodas de conversa, os responsáveis também têm acesso a itens emergências, como cesta básica,  fraldas, e remédios que não são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde. 

 

Atualmente, cerca de 200 famílias são atendidas. Elas chegam até o PAF a partir de hospitais e redes socioassistenciais que fazem o encaminhamento para o projeto ou através da procura espontânea. Após uma triagem, a família é convidada para iniciar o ciclo de atendimento assim que uma vaga for disponibilizada.

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Curso Berçarista começa a receber crianças para aula prática

No último dia 20 de setembro, o Primeira Infância iniciou mais uma fase de seu curso e começou a receber mais crianças para aulas práticas. Desenvolvido pelo Instituto C desde 2014, o projeto (que é desde 2021 executado em parceria com o Manduí Escola), visa o desenvolvimento infantil e a formação de mulheres berçaristas que vivem em vulnerabilidade social. Na comunidade Minas Gás, o objetivo é formar 80 profissionais que possam atuar nessa área. “Além do curso básico, ministrado por pedagogos especializados na primeira infância, a gente traz para o nosso espaço também crianças, estimulando o desenvolvimento infantil dentro da comunidade”, explica Graziele Alessandro, líder do projeto Primeira Infância.

 

Com aulas duas vezes por semana, e quatro grupos de horários, o Projeto começou com aulas teóricas para as mulheres da região. E, desde o dia 20, iniciou-se a parte prática dele – observação, desenvolvimento, ocupação e mais. “Muitas mulheres já vinham com seus filhos, então a gente já acolhia e colocava essas crianças em atividades. Agora, precisamos ainda mais delas. Abrimos vagas para a inscrição de crianças da própria comunidade”, diz a líder. A expectativa para essa segunda fase é grande! “Agora, com as crianças lá, está sendo melhor ainda! Parece que é mais prazeroso, sabe? O tempo passa até mais rápido, não que a gente queira isso, mas é mais gostoso”, diz Cristina de Souza, aluna que participa do curso há quatro meses.

 

A entrada de novas crianças, que será recorrente, foi feita por meio de um formulário divulgado pela liderança da CUFA Minas Gás, que já possui uma comunicação estabelecida dentro da comunidade. “A mãe se inscreve e a gente entra em contato para fazer o processo de triagem. A cada 15 dias vamos abrir novamente a seleção para mantermos o número de crianças estável”, explica Graziele.

 

O primeiro contato dessas mulheres com as crianças contou com uma roda de recepção, onde o responsável por cada uma delas estava junto. Após a exibição do Projeto, detalhes sobre a formação das profissionais e esclarecimentos de dúvidas, apresentou-se também a metodologia: “A gente acredita que na primeira infância, que abrange de 0 a 6 anos, a criança aprende e desenvolve brincando, então é isso que vamos fazer aqui. Somos um espaço de brincar”, contou Graziele. A partir das próximas semanas, não havendo necessidade, as crianças poderão ficar no curso sem o responsável presente.

 

“Sempre quis fazer aulas para aprender a lidar com crianças e idosos, mas nunca tive a oportunidade. Gosto tanto que já tinha até procurado cursos privados mesmo, mas não tinha muita noção de como escolher”, contou Cristina. Ela, que é mãe do Lucas, de 19 anos, e do Miguel, de 2, pretende aproveitar o que tem aprendido dentro de casa mesmo: “Tem me ajudado a cuidar ainda melhor do meu pequeno”.

 

Os grupos contam com, no mínimo, 10 crianças e, no máximo, 25. Os responsáveis também preenchem um formulário com informações, ficha médica e termos de autorização. “Nosso objetivo é formar 80 mulheres berçaristas na comunidade, mas sabemos que o contexto atípico que vivemos, da pandemia, pode interferir nesse número. A situação de vulnerabilidade no momento é ainda maior e, se essas mulheres conseguirem trabalho, elas deixam o curso, por exemplo, já que ele acontece em horário comercial”, conta Graziele.

 

A expectativa agora é para as próximas aulas, onde as crianças estarão sozinhas, sem os responsáveis. “O clima e o ambiente são muito gostosos. Fora que as meninas são demais, é como se fosse minha segunda família”, diz Cristina – que, além de aproveitar o que aprende para cuidar do seu filho, também enxerga o curso como um primeiro passo: “Tenho muito interesse em trabalhar na área da pedagogia e o curso me deu ainda mais vontade disso. Já é uma forma de eu começar!”.

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Maria de Lourdes: liberdade e autonomia na conquista do BPC

Não é de hoje que a Maria de Lourdes, ou Dona Maria, como a conhecemos aqui no Instituto C, vêm buscando conquistar sua liberdade e autonomia. Avó e responsável pelo pequeno Yan (12), ela sempre soube que essa busca tinha um caminho certo, sua independência financeira. “Ter independência financeira vai além de ter uma renda; representa liberdade de angústias que antes, mês a mês, se faziam presentes e dominavam o ranking de preocupações.”, explica Katia Moretti, líder do projeto PAF e que atuou por dois anos como Analista de Renda.

Para mulheres como a Dona Maria, falar em independência financeira parece até um sonho distante. Após separação do marido em 2019, ela se viu completamente desamparada para cuidar de seu neto Yan, que tem autismo, até encontrar o Instituto C em outubro do mesmo ano. “Após a separação do companheiro, ela enfrentava muitas dificuldades pois não tinha renda nem para pagar o aluguel, mas a Dona Maria sempre foi muito engajada com as suas questões e nunca ficou parada esperando alguma coisa acontecer, ela vai à luta.”, explica Isabel Pinheiro, técnica responsável pelos atendimentos da família.

Parte desta luta vinha sendo travada com o governo para garantia dos seus direitos, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) que havia sido negado na primeira solicitação por conta da documentação. “Dona Maria tinha entrado com o pedido por conta própria. Quando recebemos a notícia de que o benefício havia sido negado, voltamos o olhar para essa questão que era primordial. Fizemos um levantamento para entender o que havia dado errado e identificamos que era a documentação.”, explica Isabel. Para resolver isso, Dona Maria entrou em contato com a sua família que mora na Paraíba e solicitou ajuda com emissão da sua certidão de nascimento, a qual havia perdido.

Com o documento em mãos, Isabel auxiliou Dona Maria com o pedido e desde maio deste ano passou a acompanhar a solicitação por telefone até que em julho saiu a aprovação. “Quando eu soube que o dinheiro tinha saído, eu chorei de alegria, só agradeci, consegui adiantar dois meses de aluguel, comprei um colchão, um armário de cozinha e um fogão. Precisei comprar essas coisas para poder recuperar um pouco da autoestima.”, comemorou Dona Maria que também recebeu os valores atrasados, desde março de 2020, quando entrou com o processo pela primeira vez.

Ao ser questionada sobre o que o Instituto C representa para ela, seus olhos brilharam: “Não tenho nem palavras para expressar o que eu sinto. É tudo para mim, é especial, todas as pessoas, antigas e novas, se eu tivesse condições, eu faria doações para ajudar o IC, porque eu quero que vocês existam para sempre. Vocês deveriam chamar, Instituto ombro amigo, tanto é o apoio e as amizades que fiz por aqui. Quando encerrar o ciclo, vou sentir falta de tudo, do carinho, do atendimento, das conversas.”, respondeu emocionada.

*Benefício de Prestação Continuada – Criado em 1993 pela Lei Orgânica da Assistência Social – Loas é pago pelo INSS a idosos a partir dos 65 anos ou pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social. O valor devido mensalmente é de um salário mínimo

 

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Encerramento da primeira turma do Educação em Rede Minas Gás

Em agosto, aconteceu o encerramento da primeira turma do projeto Educação em Rede na unidade móvel do Instituto C, localizada na Comunidade Minas Gás. “Esse encontro é sempre um momento importante para as famílias participantes, celebramos tudo o que aconteceu durante o ciclo, mas aproveitamos também para marcar que aquilo que foi proposto no começo dos atendimentos, foi alcançado. É uma conquista para as famílias que precisa ser evidenciada e é neste encontro que tudo isso acontece.”, comenta Talita Lima, líder do projeto.

Ao todo, 56 alunos finalizaram o curso. No encontro as famílias puderam apreciar um mural formado por diversas fotos e atividades realizadas durante o ciclo. “Muitos pais não conseguem acompanhar as atividades desenvolvidas pelos filhos, por isso, achamos importante que elas ficassem expostas. O mural também acessa a memória e fortalece a sensação de pertencimento das famílias.” explica Mariana Benedetti, Psicóloga do projeto.

Na sequência, as famílias participaram de uma atividade envolvendo a plantação de uma semente em um vaso feito de garrafa pet. “Estamos passando por um momento de ressignificação do homem com a natureza e acreditamos que a educação tem o papel de sensibilizar e manter essa relação ética com o meio ambiente. Essa atividade vem com esse objetivo, trazer a mesma mensagem do projeto Educação em rede, sustentada pelo cuidado e o apoio às famílias, plantando como semente ações multidisciplinares. Simbolicamente acreditamos que as ações plantadas serão colhidas pelas famílias de maneira sensível, um apoio importante e essencial, para uso em suas práticas, vida social e educação.”, explica Viviane de Paula, Pedagoga do projeto.

Ao final, as técnicas do projeto fizeram a entrega dos certificados por meio da leitura das conquistas de cada um dos alunos durante o ciclo. As mães e pais responsáveis prepararam uma surpresa para os filhos, uma carta que foi lida logo após o recebimento dos certificados. “Foi muito importante essa ajuda do Instituto C. Eu trabalho fora o dia todo e chego muito tarde, então, eu não tinha esse tempo para fazer esse acompanhamento com ela. Esses 4 meses foram excelentes, extremamente fundamentais. Gostaríamos de agradecer muito pela ajuda, para nós foi muito válido, vocês sempre nos deram muito apoio e foram muito profissionais.” agradeceu Maristane, mãe da Lara, 7 anos.