Aniversário IC

Apoio que faz a diferença é o terceiro episódio da série IC

Na última quarta-feira, 14 de abril, aconteceu o terceiro episódio da série de lives que celebram os 10 anos de Instituto C. Intitulado, Apoio que faz a diferença, o episódio 3 teve como convidada Neide Uyenabo, primeira voluntária do IC. “A Neide está com a gente desde 2012. Ela é muito especial e muito querida, sempre nos inspira muito.” comentou Vera Oliveira, Fundadora e Gerente Geral do IC, no início da live.

No bate papo, Neide falou sobre as suas motivações no trabalho voluntário que começou antes mesmo de conhecer o Instituto C. “Sempre me dispus a fazer esse trabalho e a minha opinião é que passar carinho, ouvir as pessoas e ajudar com a experiência de vida é muito importante. Você poder ajudar com palavras, não precisa nem ser com questão material. Uma palavra para uma pessoa vulnerável é tão importante quanto o dinheiro ou uma coisa material. Elas estão necessitadas de serem ouvidas.”, comentou Neide. Opinião que encontrou eco na fala da Vera. “O que o voluntário pode oferecer de mais valioso é o tempo. Tempo de escuta, tempo de amor, o nosso tempo como um todo, mas acho que nós também recebemos coisas que não imaginamos.”.

A conversa seguiu com diversas recordações como as festas realizadas pelo Instituto C que sempre contavam com uma proposta de dança circular realizada pela Neide que, segundo ela, representava o todo. “Eu sou professora de Educação Física e trabalhei em uma ONG em que eu dava aula de danças brasileiras para as crianças, eu trabalhava o movimento e o conhecimento destas danças que acontecem no Nordeste e em outras regiões do país, locais de onde vinham muitas das famílias. Valorizar a cultura é muito importante e eu acabei levando isso para o Instituto C. Eram festas lindas.”, comentou.

Neide também contou o que acha mais importante dentro da metodologia do PAF – Plano de Ação Familiar. “Eu acho que o começo dos atendimentos é o que mais me marca, quando tem as discussões nas Rodas de Conversa. Eu acho tão lindo. Eu aprendi muito. Eu acho  muito importante. É um momento que acrescenta e ajuda muito as famílias”, explicou Neide. Importância que foi reforçada por Vera. “É um momento de muita força mesmo, tem muita troca entre todos, é claro que o tema ajuda, mas é só um norteador, a troca e a possibilidade de ter uma conversa aberta e esse momento entre todos.”, acrescentou.

Durante a live, as duas ainda lembraram da mudança de endereço da sede e uma história muito especial naquele momento. “Ver o crescimento e o número de famílias aumentando foi ótimo! Era um sobrado, ficávamos embaixo, na garagem, e tinham mais dois andares, a gente pensava que o ideal era mudar para cima, ali era muito fácil para as famílias, perto do metrô, ao lado da Santa Casa. E deu o tempo certinho, o pessoal de cima saiu e nós alugamos o espaço.”. “Cada notícia boa que a gente tinha de famílias que conseguiam superar as dificuldades que elas tinham. Tem algumas crianças que eu guardo até hoje, a Cecília, por exemplo, ela tinha tantos problemas de saúde e ela superou tudo. É difícil pontuar apenas uma história.”.

A conversa seguiu por quase 1 hora, cheia de histórias, e você pode acompanhar tudo na nossa página no instagram, acesse agora mesmo, clicando aqui!

O projeto, do sonho à realidade, prevê resgatar as memórias que construíram a história do Instituto C nestes anos todos de atendimentos às famílias em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Paulo. Além da revisitação ao acervo de imagens e vídeos como forma de reverenciar e agradecer a contribuição de todos que estiveram juntos nesta trajetória.

As lives estão acontecendo no instagram do Instituto C (@instituto.c) e contarão com a presença de pessoas que fizeram ou fazem parte da história do Instituto. Vera Oliveira, Gerente Geral e Fundadora do Instituto C, é responsável por conduzir estas conversas.

Assista o episódio 1 | O começo de tudo | Clique aqui

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Gestão de Pessoas

Artigo | Orgulho do que construímos e ainda construiremos

A atuação na advocacia criminal, especialmente por meio de casos pro bono, sempre me colocou em contato com uma realidade dramática no Brasil: a falta de acesso de grande parte da população a direitos básicos, como educação, saúde, moradia e renda. E esta realidade é, sem sombra de dúvidas, uma das principais origens da escalada da violência em nosso país.

Esta situação também sempre me provocou inquietação e a necessidade de atuar, por meio da minha especialização, para mitigar as desigualdades existentes em nossa sociedade.

Paralelamente ao meu desconforto, em outubro de 2011, eu vi minha grande amiga de infância, Vera Carvalho Oliveira, fundar o Instituto C (à época chamado Saúde Criança São Paulo). Desde então, faço parte dos órgãos consultivos do Instituto C e auxílio – menos do que gostaria, é verdade – para a criação e implantação de projetos que visam impactar a vida de famílias, com crianças e adolescentes, em situação de vulnerabilidade social.

Os projetos desenvolvidos pelo IC impactam justamente os pilares do que podemos chamar de vida digna das famílias atendidas: proporcionam saúde, educação, capacitação profissional, geração de renda, moradia e, principalmente, acesso à informação.

No Instituto C, buscamos gerar autonomia às famílias atendidas diariamente. A ideia dos trabalhos desenvolvidos não é que as pessoas sigam conosco por tempo indeterminado, mas sim que possam criar asas para voar.

Em praticamente 10 anos de existência, são mais de 1000 famílias atendidas e diretamente impactadas pelo trabalho desenvolvido pelo Instituto C. Em 2020, fomos reconhecidos como uma das 100 melhores ONGs do país pelo quarto ano consecutivo, feito que nos enche de orgulho.

Os depoimentos disponíveis em nossas redes sociais, de diretores, voluntários, e, especialmente, das famílias atendidas não nos deixam mentir: os efeitos dos projetos do Instituto C são realmente transformadores. Tanto para aqueles que podem sair da situação de vulnerabilidade social, mas, também, para todos nós que dedicamos parte do nosso tempo para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e menos desigual.

Por meio da escuta atenta da nossa equipe, aprendemos todos os dias sobre a realidade das mães e crianças que atendemos. E é a soma desse aprendizado, com o conhecimento adquirido por todos os envolvidos nas atividades da associação, que podemos trabalhar por um mundo melhor. Sem os ensinamentos das famílias atendidas, isso certamente não seria possível.

Ser a Diretora Presidente do Instituto C é uma maneira gratificante e desafiadora de trabalhar, com as ferramentas que adquiri ao longo de uma vida de muitos privilégios, para transformar a realidade, que tanto me inquieta, daqueles que mais precisam. Acredito, ainda, que os efeitos do trabalho desenvolvido pelo IC, e por tantas outras instituições, serão sentidos a longo prazo, com o surgimento de novas oportunidades para as famílias atendidas e, consequentemente, com a redução dos índices de violência em nosso país. Afinal, é incontroverso que a garantia de direitos sociais ao cidadão está intimamente ligada à queda da criminalidade.

Vida longa ao Instituto C, para que siga zelando, incansavelmente, pelas palavras que o definem: criança, cuidado e cidadão.

Marina Franco Mendonça, advogada criminal há mais de 10 (dez) anos e Diretora Presidente do Instituto C – Criança, Cuidado, Cidadão.

DoaçãoGestão de PessoasParcerias

Moda Responsável | Parceria Souris

A tentativa de aumentar a conscientização sobre o impacto social e ambiental da indústria da moda não é um assunto novo, agora, algumas marcas já nascem com estes valores socialmente responsáveis registrados no DNA. Esse é o caso da Souris, criada pela estilista Flávia Duarte em 2020 e parceira do Instituto C, desde então. “Desde a ideologia do projeto, antes mesmo de começarmos a vender as peças, a Souris é socialmente responsável. Decidimos doar 2% de toda a venda para o Instituto C. Para nós, este pilar é muito forte, pois estimula os pais e as crianças a pensarem no coletivo, acreditamos que o futuro só pode ser coletivo.”, explica Flávia.

Estilista de moda formada em Barcelona, Flávia trabalhou para grandes marcas como A.Brand – Grupo Animale, Ricardo Almeida e Reinaldo Lourenço nos mais de 15 anos de atuação. E foi por meio da moda que a Flávia conheceu o Instituto C em 2015, mais precisamente o Atelier C, projeto voltado para geração de renda das famílias em situação de vulnerabilidade atendidas pelo IC. “Fui voluntária no Atelier C e sigo com o IC, desde então. Como voluntária no Atelier C, eu ia 1 vez por semana, e pude ver de perto o crescimento do Instituto, atendendo cada vez mais famílias, mudando de endereço, da casinha para o escritório, vi o início e o fim do ciclo do Atelier C e sempre fiquei feliz  por fazer parte deste projeto. Eu acho incrível, eu sempre acredito que a maneira de ajudar o próximo, a sociedade, é estimulando as famílias a terem mais autonomia, que é o trabalho que o IC faz e não assistencialismo puro.”, comenta Flávia.

No final de 2019, Flávia saiu de uma grande empresa para dar início ao sonho de abrir sua própria marca infantil, produzindo roupas para crianças de 02 a 10 anos de idade, com estampas divertidas feitas por artistas de forma a estimular a imaginação das crianças. “A arte é outro pilar muito importante para nós. Acreditamos que as crianças devem se expressar e serem quem elas quiserem ser. O nosso logo, por exemplo, um ratinho  muito divertido e lúdico foi feito pela artista Ana Strumpf. Temos esse sotaque francês, Souris – significa ratinho em francês, porque eu sou franco-brasileira.”, explica.

A marca estava pronta para ser lançada em janeiro de 2020, um pouco antes de começar a pandemia. “Desde a nossa abertura estamos em pandemia, a gente entrou para o escritório da marca em fevereiro de 2020, bem quando começou a pandemia no Brasil. Eu não sei o que é abrir uma empresa sem pandemia, foram vários desafios, por outro lado, me deixa muito forte saber que o futuro é coletivo, que nós temos que ajudar uns aos outros.”, finaliza.

A Souris foi o primeiro contrato de marketing de causa que o Instituto C fechou em 2020, quando uma companhia associa sua marca a uma bandeira ligada ao negócio e com potencial de sensibilizar os consumidores. “Assim como a Flávia e a Souris, o Instituto C também acredita que o futuro é coletivo. E mais do que isso, vejo na história da Flávia atributos importantes como coragem e força que estão totalmente conectados ao trabalho desenvolvido por nós. E isso é muito importante quando falamos deste tipo de parceria.” comenta Vera Oliveira, Fundadora e Gerente Geral do IC.

Foto: Aline Barone e Flavia Duarte, sócias da Souris.

Gestão de PessoasParcerias

Juventude Engajada

No último semestre, o Instituto C fechou três parcerias importantes e todas elas com algo em comum: jovens engajados em causas sociais. “A atuação dos jovens e o comprometimento das instituições de ensino no sentido de envolvê-los como agentes de transformação social é uma coisa muito positiva e ascendente.”, comentou a Coordenadora de Parcerias do IC, Paloma Costa.

Entre as mais recentes parcerias estão o projeto Fluxo sem Tabu e o Trote Solidário da ESPM. O projeto criado pela estudante do Ensino Médio, Luana Escamilla (17), teve origem após o documentário Absorvendo o Tabu, que conta a história de mulheres que trabalham em uma mini fábrica de absorventes, em um vilarejo indiano, onde há um estigma com relação à menstruação. “O Fluxo Sem Tabu surgiu depois de eu ter assistido o documentário Absorvendo o Tabu, que me tocou muito e me fez pesquisar sobre a pobreza menstrual no Brasil. Percebi como ter um absorvente, infelizmente, era um privilégio. Assim, decidi criar um projeto que tanto fornecesse absorventes para as camadas mais vulneráveis e que democratizasse também o acesso à informação.”, explica. Com o projeto desenhado, Luana foi atrás de parcerias, quando encontrou o Instituto C. “Eu escolhi o Instituto C como parceiro porque fiquei impressionada com a gigante rede de apoio que a instituição proporciona, não só fornecendo cestas básicas, mas como também o acesso à informação, alinhado com o que acreditamos. Participei da roda de conversa do PAF e este é um exemplo claro disso, onde os profissionais orientam as pessoas dos mais diversos assuntos.”, acrescenta Luana que doará aproximadamente 1000 mil pacotes de absorventes até o final de abril.

Já o Trote Solidário da ESPM acontece desde 2011, mas terá o Instituto C como beneficiário pela primeira vez. Para Luiza Giffoni, Gestora ESPM Social, a seriedade da Instituição é um ponto muito importante neste tipo de parceria. “Nossa parceria com o Instituto C começou por meio de uma busca que a ESPM Social estava fazendo para encontrar instituições sérias, que apoiassem  famílias em situações de vulnerabilidade social e econômica. Logo que entramos em contato com a Paloma, ela nos respondeu e prontamente explicou todo o trabalho que realizavam com diversas famílias. Sempre que tínhamos alguma dúvida, ela nos respondia rapidamente e estava pronta para nos ajudar. Posso dizer, sem sombra de dúvida, que buscam a excelência no que fazem.”, comentou Luiza que doará 473 cestas básicas para o IC no início de abril.

Em outubro do ano passado, o responsável pela iniciativa Análises Clínicas na Prática, Jeferson Carrilho, também procurou o Instituto C para uma parceria muito especial. A iniciativa lançou o Projeto Jovem Analista, no qual disponibilizaram um mês inteiro de cursos totalmente gratuitos para recém-formados na área da saúde (biomedicina, farmácia, biologia, técnico em laboratório e fisioterapia) que estavam em busca do primeiro emprego,  e teve uma procura alta de alunos que já trabalhavam, por esse motivo, decidiu oferecer o curso na modalidade paga para este público e todo o valor arrecadado foi doado para o IC.

Nestes três casos, os jovens foram protagonistas no planejamento e execução das ações sociais. “Foi sensacional, a gente apenas facilitou para que estas parcerias acontecessem. Muitos estudantes têm procurado a gente para fazer trabalho e entender como funciona o Terceiro Setor e nesse momento eles acabam se apaixonando e se envolvendo pela causa. As instituições de ensino têm um importante papel nesse movimento que tanto promove o protagonismo jovem como fortalece as iniciativas sociais”, finaliza Paloma.

Aniversário IC

Encontros que fortalecem é o segundo episódio da nossa série

Na última quarta-feira, 17 de março, aconteceu o segundo episódio da série de lives que celebram os 10 anos de Instituto C. Intitulado, Encontros que fortalecem, o episódio 2 teve como convidada, a Thaís Barbosa, primeira Assistente Social do IC. “A Thaís é uma profissional incrível, tem muita história das famílias que a gente já atendeu, uma pessoa cheia de energia, acho que todos vão gostar de conhecer ela.” comentou Vera Oliveira, Fundadora e Gerente Geral do IC, no início da live.

No bate papo, Thaís falou sobre o início de carreira como Assistente Social no Instituto C. Ela tinha acabado a graduação naquele ano e, assim que recebeu o ok para a vaga, precisou correr atrás do CRES para dar início às atividades. “Eu saí da faculdade com aquela ânsia e com uma dúvida “será que eu vou conseguir atuar como Assistente Social?”. Eu atuava com Recursos Humanos e quando eu vi a vaga, eu falei, é minha! Era uma proposta de começar duas vezes por semana, mas isso só aconteceu no primeiro mês. Depois já comecei a ir três dias por semana e, por fim, todos os dias. O que mais me marcou foi quando eu cheguei e vi você – Vera – e a Letícia, ver jovens que estavam arriscando, éramos nós três.”, comentou Thaís.

Para Vera, o fato do Instituto C nascer de uma franquia social que já rodava com força no Rio de Janeiro fez com que houvesse um período de adaptação do projeto aqui em São Paulo. “Não sabíamos como era a demanda no início. Entramos com uma bagagem, com uma experiência de como é uma organização que já existe, mas era diferente você seguir um modelo de algo que já está ali há 20 anos rodando e você começar pequeno. Não tínhamos nem mesa e cadeira no começo. Atendíamos 5 famílias, mas logo a demanda foi crescendo e as coisas foram se estruturando.”, comentou.

No início eram apenas a Vera, Thaís, Letícia e alguns voluntários, a estrutura era muito menor e havia poucos recursos. “Foi desafiador porque eu vinha de empresa, com a minha mesa, o meu computador, de repente, eu chego em um lugar onde é tudo junto e tudo misturado. A nossa mesa era uma mesa só. Foi uma experiência muito importante e me amadureceu muito também. Era tudo muito novo.”, explicou Thaís.

O bate papo seguiu com diversas recordações das famílias atendidas naquele momento. “Todas as histórias marcam, eu carrego um pouquinho de todo mundo que eu atendo, mesmo que seja apenas uma orientação. Um caso que me marcou muito foi o da Josilene que morava em Francisco Morato. Ela tinha quatro filhas, sendo uma com tumor cerebral. Cheguei na estação de Francisco Morato e tive um baque porque a realidade é diferente da nossa em São Paulo. Quando eu passei por cima do córrego para entrar na casa dela, fiquei desesperada. Tivemos um trabalho de insistência para que ela participasse dos encontros, até por conta da distância, do transporte, mas quando ela começou a ir e perceber a importância de estar naqueles encontros, de compartilhar, e ouvir dela o quanto ela gostava de ir e conversar, que era o único momento que ela tinha para ela. É isso! O dinheiro não paga, ver aquela luta pela sobrevivência, e ver que o nosso trabalho faz a diferença.”, contou Thaís.

O bate papo seguiu por 1 hora, cheio de histórias, e você pode acompanhar tudo na nossa página no instagram, acesse agora mesmo, clicando aqui!

O projeto, do sonho à realidade, prevê resgatar as memórias que construíram a história do Instituto C nestes anos todos de atendimentos às famílias em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Paulo. Além da revisitação ao acervo de imagens e vídeos como forma de reverenciar e agradecer a contribuição de todos que estiveram juntos nesta trajetória.

As lives estão acontecendo no instagram do Instituto C (@instituto.c) e contarão com a presença de pessoas que fizeram ou fazem parte da história do Instituto. Vera Oliveira, Gerente Geral e Fundadora do Instituto C, é responsável por conduzir estas conversas.

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Serviços IC

Instituto C expande atuação em Comunidade na Zona Norte

O Instituto C anunciou no início do mês a expansão de suas atividades com a abertura de um espaço na comunidade Minas Gás, localizado na Zona Norte de São Paulo. “A expansão das atividades do Instituto C sempre esteve presente em nosso planejamento estratégico e ela vem acontecendo a cada ano. E a ideia de ter núcleos de atendimento regional, localizados nas periferias da cidade, aproximando as atividades desenvolvidas pelo Instituto C da residência das famílias, era uma vontade antiga”, explicou Vera Oliveira, Fundadora e Gerente Geral do Instituto C.

Isso porque, em 2012, o Instituto C iniciou os atendimentos das famílias em situação de vulnerabilidade social com crianças com doenças crônicas ou graves por meio do projeto PAF – Plano de Ação Familiar, franquia social do antigo Saúde Criança, que eram encaminhadas por hospitais públicos parceiros. De lá pra cá, criou três novos projetos sendo o primeiro deles o Atelier C, em 2014, com foco na geração de renda para as famílias. No mesmo ano, o Primeiro Infância, voltado para profissionais, pais e responsáveis pelos cuidados de crianças de 0 a 6 anos a fim de prevenir riscos no desenvolvimento pleno destas. Em 2017, nasceu o Educação em Rede para o atendimento de crianças e jovens com dificuldades escolares. “Expandimos também a nossa atuação com o “portas abertas” que possibilitou que toda família que cumpra o perfil dos nossos projetos pudesse ser atendida sem que precisassem ser encaminhadas por um hospital ou escola parceira.”, acrescenta Vera.

Desta vez, o passo é ainda maior. A escolha da comunidade Minas Gás se deu por conta da falta de projetos sociais identificada pela Coordenadora de Parcerias do Instituto C, Paloma Costa, moradora da região. “Eu nasci, cresci e moro até hoje no bairro da Brasilândia, aqui e em bairros vizinhos, como o Jardim das Graças onde fica a comunidade Minas Gás, há muita pobreza e exclusão social, são inúmeras favelas, milhares de famílias vivendo em condições precárias e poucas oportunidades para as crianças e jovens. Lembro de quando eu era adolescente, da minha avó dizendo para mim e para os meus primos que a gente tinha que buscar cursos e emprego do “outro lado do rio” porque aqui desse lado não tinha nada além de tráfico de drogas e outros crimes.”, conta Paloma.

Para essa expansão, o primeiro passo foi encontrar uma ONG parceira na região que pudesse viabilizar a atuação do Instituto C. Foi assim que a Paloma conheceu o Cezinha, líder comunitário da Central Única das Favelas (CUFA) Minas Gás, que é a primeira parceria para a expansão do Instituto C em uma comunidade. “Inicialmente, nós imaginamos aplicar a metodologia do PAF, mas como a liberação dos recursos do Condeca exige um pouco mais de tempo, por ser um processo mais complexo, apresentamos a ideia de levar o Educação em Rede e o Primeira Infância, uma vez que estes dois projetos estavam atrelados ao encaminhamento de crianças por meio das escolas e creches parceiras, e que, por conta da pandemia, ficou um pouco prejudicado.”, explica Vera.

Uma vez definido o melhor caminho, a equipe do Instituto C fez uma reunião com as lideranças da Comunidade para apresentar quais as atividades seriam oferecidas para os moradores. Como forma de validar a proposta, em novembro de 2020, as famílias da Comunidade responderam um questionário que sondava o interesse em participar das atividades, em 24h, o Instituto já tinha 158 respostas favoráveis. Com estes dados em mãos, a equipe fechou o escopo e pegou o okay com os patrocinadores.

A previsão é iniciar as atividades na Comunidade em abril de 2020.

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Faça parte do nosso time!

Se você tem interesse em trabalhar no terceiro setor, atendendo famílias em vulnerabilidade social, é proativo, comprometido, pontual, organizado e tem facilidade de se relacionar, além de facilidade de trabalhar em uma equipe multidisciplinar, você tem o perfil ideal para as vagas abertas aqui no Instituto C! 

Estamos com duas vagas abertas no projeto Educação em Rede, são elas: Psicologia (estágio) e Assistente Social (temporária). Confira os detalhes e faça a sua aplicação até o dia 17 de março, quarta-feira.

Estamos na Vila Buarque, mais precisamente na Rua General Jardim, 633.

Clique nas vagas abaixo para acessar os pré-requisitos e participar do processo seletivo:

Vaga Estágio de Psicologia

Vaga Assistente Social (temporária)

Áreas de atendimentoServiços IC

Educação em Rede encerra mais uma turma

No dia 01 de março, aconteceu o encerramento da segunda turma de 2020 do projeto Educação em Rede na sede do Instituto C. A turma teve início em dezembro do ano passado e contou com 48 novos alunos, os quais foram atendidos de forma presencial e remota. “Esse não é um adeus definitivo, esse aqui é o momento em que encerraremos as atividades, estamos celebrando o fim, mas é importante dizer que seguiremos apoiando as famílias de outras formas. Fizemos a devolutiva com cada uma das famílias nas últimas semanas e ouvimos muito “e agora? como que eu sigo?”. Nós ainda temos o grupo de whatsapp, entraremos em contato com as famílias para fazer um monitoramento, saber como todos estão e estaremos disponíveis para qualquer orientação ou auxílio. Não será igual, não será toda a semana, mas estaremos aqui para dar todo o suporte que eles precisarem.“ explicou a líder do projeto, Talita Lima.

O segundo ciclo do projeto precisou ser um pouco mais enxuto do que o primeiro para não coincidir com o início das turmas de 2021. Isso porque, a pandemia fez com que o primeiro ciclo fosse esticado até novembro. “Com a pandemia, as coisas foram interrompidas, começamos a perder muito o contato com as famílias, o contato de telefone mesmo, de não conseguir falar. Então, o primeiro ciclo foi um tanto quanto arrastado. Por isso, tínhamos o desejo de ajudar essas crianças, principalmente levando em conta o que elas estavam passando com a pandemia, sem aulas, trancados em casa, totalmente desamparadas.”, comentou Talita. Para a Psicóloga do projeto, Mariana Benedetti, o menor tempo junto dos alunos não atrapalhou a conexão necessária para o desenvolvimento das atividades. “Mesmo mais curtinho, neste ciclo, nós conseguimos uma presença maior dos alunos (clique aqui), o que é muito importante para o trabalho desenvolvido. Eu percebi que, por mais que o tempo fosse menor, os atendimentos foram muito importantes. Os alunos aproveitaram muito mais, contribuindo muito positivamente.”, acrescentou.

O encerramento foi emocionante e contou com a presença de apenas parte das famílias para evitar aglomerações. Para iniciar, uma dinâmica com bexigas azuis chamou a atenção para a dificuldade que muitas famílias encontram no dia a dia para dar conta das diversas tarefas, as quais ficam muito mais fáceis com a ajuda de outras pessoas. Logo após, as mães e os pais, responsáveis, responderam o questionário final que avaliava o impacto do projeto em suas vidas. Enquanto isso, os filhos pintaram azulejos com mensagens que ficarão guardadas no Instituto C. “Conhecemos o Instituto C faz uns 2 anos, meu filho mais velho também participou do projeto. Foi muito bom, eu me sinto muito acolhida aqui. O atendimento com a Psicóloga é maravilhoso, a gente consegue mostrar o nosso ponto de vista, consegue expor nossas dificuldades. Meu filho gosta muito daqui, ele gosta muito da Tabata que faz atividades artísticas com ele e também didáticas. Ele leva isso pra casa e usa durante toda a semana. É muito bom. Me sinto muito bem aqui. Quando me perguntam onde o Gabriel está passando, eu sempre indico vocês.” comentou Silvana, mãe do Gabriel, durante o encontro.

Alguns alunos também fizeram uma atividade final com a estagiária de Pedagogia, Tabata Cardenuto, que avaliou o avanço dos alunos neste período. “Este ciclo foi muito desafiador, porque todas as crianças tinham muitas dificuldades. E como foi um ciclo de só 9 semanas, eu precisei focar bastante em determinadas atividades para tentar conseguir uma evolução com eles, mas em contrapartida, foi um ciclo muito bom porque as crianças estavam muito engajadas, as crianças estavam muito animadas, com vontade de aprender. Eu vejo que todo este esforço, tanto da nossa parte quanto da parte das crianças foi essencial para alcançarmos os resultados.”, explica Tabata.

Por fim, todos se reuniram novamente para leitura e recebimento do certificado pelos alunos. “Estamos muito felizes com este ciclo e só conseguimos realizá-lo com a ajuda de toda a equipe do IC que, desde o início, nos ajudaram com as triagens, encaminhamentos do PAF e todo o suporte necessário. Todos, sem exceção, nos ajudaram bastante.”, finaliza Talita.

Gestão de Pessoas

Artigo | Mulheres na Liderança

A igualdade de gênero é um assunto cada vez mais discutido em nossa sociedade, porém é lamentável observar que as reflexões e debates acerca do tema ainda não conseguiram de fato proporcionar mudanças significativas principalmente quando o cenário é o mercado de trabalho.

De acordo com o Ministério da Economia, as mulheres detêm 42,4% das funções de gerência, 27,3% de superintendência e 13,9% de diretoria, ou seja, quanto mais alto o nível dentro de uma companhia, menos elas estão presentes. É curioso observar esses dados em contraste com a realidade que vemos diante dos perfis das famílias que atendemos no Instituto C, onde 63% das mulheres são líderes da família; exercendo o papel de principais mantenedoras e administradoras de seu lar. Acredito que esses dados refletem a cultura machista de uma sociedade que ainda não rompeu preconceitos.

Comecei minha trajetória no Instituto C como estagiária de psicologia, fui desenvolvendo minha carreira e habilidades aliadas aos valores da organização e recentemente fui promovida ao cargo de liderança do projeto PAF – Plano de Ação Familiar. Ser mulher e assumir essa posição é uma grande conquista, não apenas pessoal, mas num âmbito coletivo revela que as organizações estão despertando para a importância da equidade de gênero. E não somente isso, mas também da potência que é investir na diversidade, seja por gênero, cor, orientação sexual, idade ou por conta de alguma deficiência.

Algumas pesquisas já começam a mostrar que contar com um time mais diverso, melhora a performance e o desempenho financeiro das empresas. No geral, as características da mulher favorecem a liderança; pois costumam estimular um clima mais harmônico onde as construções são horizontais, trazendo muitos benefícios e resultados no trabalho.

Neste Dia Internacional da Mulher, momento tão importante para reflexões, agradeço pelas oportunidades que tive e reforço o coro  por mais igualdade entre os gêneros. Afinal, nós, mulheres, temos muita garra, dedicação e competência.

Áreas de atendimentoGestão de PessoasPAFServiços IC

Direito garantido para Mellanie

Em fevereiro, a equipe do PAF – Plano de Ação Familiar, em parceria com o Dr. Raphael Scorpião, Defensor voluntário, celebrou uma conquista super importante para a pequena Mellanie (4) e sua família, o fornecimento de medicamentos de uso contínuo que não são fornecidos pelo SUS. “Recebemos a resposta que a ação foi julgada favorável e a criança terá esse direito garantido pelo Estado. Estamos muito felizes em compartilhar essa conquista de muitas que virão.”, comemorou a líder do projeto Kátia Moretti.

O caminho que desembocou no deferimento da ação judicial pelo juiz de Bragança Paulista, que determinou que o município forneça a medicação solicitada no laudo médico no último dia 15 de fevereiro, foi longo. “Participei do processo como intermediário entre a família, a Liliane e o Dr. Raphael. Foi muito legal porque a família sempre foi muito engajada e isso facilitou o processo. Mesmo assim, pudemos ver na prática o que as famílias passam quando precisam de algum benefício do Estado, realmente é algo bem burocrático, tudo muito complicado.”, comentou Breno Pereira, responsável pela parte de medicações do Instituto C.

Durante este período, a Fernanda, mãe da Mellanie, contou com todo o apoio e suporte do time multidisciplinar do PAF, em especial, a Assistente Social, Liliane Moura. “Nosso maior objetivo dentro do projeto é estimular a autonomia das famílias, então, essa conquista é um reflexo disso, é o cumprimento deste objetivo. A Fernanda entrou no Instituto C em setembro de 2019 e com acesso à informação, ela entendeu que era preciso buscar o direito dela. Caso ela não tivesse estas medicações fornecidas pelo Estado, como seria a vida desta família após o projeto?”.

Diagnosticada com microcefalia, Mellanie costuma apresentar graves crises convulsivas, quadro que só foi controlado após a prescrição de dois remédios que não estão na lista de remédios fornecidos pelo SUS. “Em Bragança Paulista, tem o postinho que a gente chama de Sáude Mental. Lá as pessoas pegam o remédio controlado para convulsão, alzheimer, um monte de doenças, mas eles não fornecem os remédios prescritos pela neurologista, eles fornecem o genérico. Não adianta dar esses remédios para Mel porque as crises convulsivas dela não são controladas pelos genéricos. Falando o dito popular, não faz nem cosquinhas.”, explicou Fernanda.

Ao entrar no projeto PAF, Fernanda passou a receber as duas medicações do Instituto C. “Eu comecei a comprar os remédios por um tempo, porque não adiantava nem dar os genéricos. Só que foi ficando muito pesado para mim, eu não trabalho, meu marido é freelancer. Desde que eu cheguei no Instituto C, graças a Deus, o Instituto tem comprado os remédios para mim. E é um alívio muito grande poder dar esses remédios para minha filha.”, comentou Fernanda.

Em novembro do ano passado, em parceria com o Dr. Raphael Scorpião, Defensor Voluntário, a equipe do PAF, juntamente com o Breno, começou a analisar as famílias atendidas que faziam uso de medicações que não estavam previstas na rede pública. A família da Mellanie tinha esta característica, então, foi orientada sobre os procedimentos necessários para que as medicações para o tratamento da Mellanie fossem garantidas pela rede pública, ou seja, pelo Estado, conforme preconiza a Constituição. Para isso, foi primordial o empenho da Fernanda em obter os laudos médicos, bem como todos os documentos necessários. “Eu agradeço muito a Deus e a vocês no Instituto C, porque nós só recebemos um salário mínimo e, se você for colocar na balança, não dá pra nada. Sabendo que foi aprovado, que o juiz decidiu aprovar em arcar com estes custos, para mim foi maravilhoso, porque esse dinheiro eu teria que desembolsar, agora eu posso fazer outros tipos de coisas para ela, comprar outras coisas que ela precisa. A medicação é o mais importante. Foi um presente! Uma criança especial requer muito cuidado, tudo que vai comprar é mais caro, desde um sapatinho até uma cadeira de rodas. E é muito importante a gente ter uma assistência do Estado. Saber que nossos direitos estão sendo cumpridos.”, finaliza Fernanda.