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Saúde Mental marca o retorno das Rodas de Conversa do ER

Janeiro marcou o retorno das Rodas de Conversa no projeto Educação em Rede e o tema escolhido levou em consideração o calendário estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que definiu o primeiro mês do ano como o melhor momento para chamar a atenção para a importância dos cuidados com a Saúde Mental. “Colocar este tipo de tema para discussão se faz ainda mais importante depois de um ano como o que passamos. Muita gente ainda acha que psicólogo é coisa pra louco. Falar de ansiedade, então, é falta do que fazer ou as pessoas acham que é frescura.”, explicou Talita Lima, líder do projeto.

Antes de dar início à discussão do tema com os responsáveis, Talita convidou os presentes para uma reflexão sobre o ano que passou e perguntou a todos se, depois de tudo isso, eles haviam parado para planejar 2021. “Independente se o ano é ruim ou bom, a gente nunca deixa de sonhar. Eu acredito que planejamento é automaticamente um sonho. O ano na verdade só virou, mas continua o mesmo, é só uma data, então, quem vai decidir isso é a gente, então, eu fiz muitos planos para este ano. Um deles é estudar, eu quero aprender alguma coisa este ano.”, comentou Flávia Araújo Gonçalves de Jesus, mãe da Ana Clara Araújo de Jesus.

Para Talita, geralmente, estes planejamentos estão ligados à conquista de bens materiais e as pessoas deixam de lado questões como os cuidados consigo mesmos. “Poucas vezes colocamos o cuidado com a saúde nestas listas e quando colocamos, está ligado à saúde física, como ir ao médico, por exemplo, que também é importante, mas esquecemos da saúde mental e emocional, que são importantes, principalmente, depois de um ano de isolamento social”.

Silvana Andrade Lopes, mãe de André Henrique Lopes Rios, concorda. “Esse ano foi um ano muito difícil, foi ruim para nós lidarmos com isso. Perdemos o emprego, ficamos com medo e insegura. As crianças estavam muito agitadas, precisei levar meu mais novo no médico, ele estava com dificuldade para dormir. Eu quase surtei.”. Por este e outros tantos motivos, Talita apresentou nove dicas para cuidar de si mesmos. Pequenas ações no nosso dia a dia que ajudam a cuidar da saúde mental, como a prática de exercícios físicos, meditação, leituras, brincadeiras com os filhos, hobbies entre outros. “Nós sabemos que as realidades das famílias são complexas e muitas vezes é difícil parar para pensar em si, mas é importante trabalharmos a prevenção, por isso, trouxemos dicas simples que não envolvem investimento financeiro.”, finalizou Talita.

A Roda de Conversa também teve uma versão online no dia 20 de janeir  às 15h para as famílias que seguem em atendimento remoto.

 

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Artigo | 2021: tempo de esperança

Começamos um novo ano com um gostinho diferente de todos os outros. Depois de um ano tão difícil e fora do previsto, 2021 chega com um alívio, de um tempo com mais esperança, com a chegada da vacina e com um grande diferencial em relação à 2020: todas as decisões que eram diárias e sem precedentes em 2020, agora já carregam um histórico cheio de aprendizados.

Agora temos experiências importantes que antes não tínhamos: Atendimento 100% remoto, atendimento híbrido, triagens online de famílias para começarem a ser atendidas, distribuição de benefícios de forma virtual, construção de um relacionamento à distância com nossos beneficiários, atendimento com distanciamento social…. enfim… foram muitos os aprendizados e ganhos com a pandemia.

Pensar em um atendimento híbrido ou mesmo virtual para quem faz atendimento social parecia impossível e sem lógica em 2019. Em março de 2020, ainda parecia difícil que fizesse sentido…. diante do cenário que vivemos, os conselhos profissionais como o CRM (Conselho Regional de Medicina) e o CRESS (Conselho Regional de Serviço Social), passaram a liberar atendimentos que antes não eram nem previstos. E depois de um tempo trabalhando com atendimento online, não é que em muitos casos isso faz todo sentido? Tivemos também muitos ganhos com a tecnologia, aprimoramento do nosso sistema de atendimento e possibilidade de atender famílias que ficam distantes da nossa sede e que de forma virtual conseguem ser atendidas.

Chegamos a 2021 com um planejamento seguro para o ano e com a certeza de que conseguimos adaptar o nosso atendimento e expandir a nossa atuação independentemente dos desafios que a gente tenha que enfrentar. De forma virtual e presencial, vamos ampliar a atuação do Instituto C em 2021 e nos sentimos prontos para isso. Chegamos à marca de 210 famílias atendidas mensalmente e estamos trabalhando para chegar a 250 famílias/mês esse ano. Sabemos que será um ano intenso, de muito trabalho, entrega e dedicação, sempre com o foco no que mais importa: ajudar no processo de transformação das famílias em vulnerabilidade social. Vamos juntos?

Doação

Cadastre o IC como seu beneficiário da Nota Paulista

Uma maneira fácil de apoiar os projetos do Instituto C o ano todo é por meio da doação automática de créditos da Nota Fiscal Paulista que acontece sempre que você faz uma compra e pede o CPF na nota, mas, para isto, você precisa cadastrar o Instituto C como seu beneficiário.

Confira abaixo como é simples!

Faça seu cadastro

  • Entre no site da Nota Fiscal Paulista (clique aqui) e faça o seu cadastro. Clique em cadastro pessoa física e preencha com os seus dados.

 

Já sou cadastrado

  • Entre no sistema, colocando o seu CPF e senha.
  • No menu principal, entre em entidades e depois doação automática de cupons com CPF (automática).
  • Busque o Instituto C pelo CNPJ 14.644.881/0001-98, localize, clique no nome do Instituto, depois clique em voltar.
  • Confirme a doação automática por tempo indeterminado.

 

Pronto! Agora é só lembrar de pedir o CPF na nota em todas as suas compras, incluindo as compras online.

Saiba mais sobre créditos e como tornar o Instituto C  seu beneficiário da Nota Paulista , clicando aqui.

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Faça parte do nosso time!

Se você tem interesse em trabalhar no terceiro setor, atendendo famílias em vulnerabilidade social, é proativo, comprometido, pontual, organizado e tem facilidade de se relacionar para desenvolver trabalho em uma equipe multidisciplinar, você tem o perfil ideal para as vagas abertas aqui no Instituto C!

Isso mesmo! Estamos com três vagas abertas, sendo uma na área administrativa e outras duas nos projetos, são elas: Pedagogia, Serviço Social e Assistente Administrativo. Confira os detalhes e faça a sua aplicação até o dia 29 de janeiro, sexta-feira.

Estamos na Vila Buarque, mais precisamente na Rua General Jardim, 633.

Clique nas vagas abaixo para acessar os pré-requisitos e participe do processo seletivo:

Assistente Administrativo

Estagiário em Serviço Social (foco em Renda) 

Pedagogo

Benefícios EmergenciaisPAF

Medicamento é o assunto da Roda de Conversa do PAF

Em janeiro e fevereiro, as Rodas de Conversa do PAF – Plano de Ação Familiar abordarão um tema muito importante para as famílias atendidas pelo projeto, os medicamentos. Isso porque o assunto é amplo e cheio de informações importantes que muitas vezes não chegam ao conhecimento das famílias. “É importante que as famílias tenham mais empoderamento para exigirem seus direitos. É importante que todos tenham acesso às medicações. Ao encerrar o ciclo, as famílias precisam saber todos os caminhos para conseguir isso, não ficando dependente do Instituto.” comentou Ana Hummel, Nutricionista do PAF e responsável por conduzir a Roda.

É fato que quando vamos a uma consulta médica, muitas vezes, deixamos de tirar dúvidas importantes sobre as medicações, colocando o médico como uma pessoa que está acima de nós. “Precisamos perguntar tudo, não podemos ter esse medo. Precisamos entender melhor o que está acontecendo com a gente, não podemos ser um expectador do nosso próprio atendimento, não podemos esperar que o médico passe o remédio, fale a doença que nós temos e a gente não faça nada, precisamos participar de forma ativa do nosso cuidado.” explicou Ana.

Para Ana, um exemplo simples disso, mas que faz toda a diferença para conseguir retirar a medicação via SUS – que é um direito de todas e todos, é o fato de que o médico precisa passar a receita sempre com o nome genérico do medicamento, ou seja, com o princípio ativo, que nada mais é do que a substância da medicação que fará efeito em nós. A receita também tem que ter letra legível, sempre com duas vias, a forma de tomar, a quantidade e o tempo de tratamento com aquela medicação. “É importante, ao chegar em uma consulta, perguntar para o médico se a medicação irá curar a doença ou aliviar os sintomas. Precisamos saber os efeitos colaterais desta medicação. Posso tomar esta medicação antes de trabalhar? Ela vai me deixar tonto, com dor de cabeça? Se você já sabe antes, você já sabe o que esperar daquele medicamento.”.

Outro ponto importante diz respeito ao uso de medicamentos ao mesmo tempo. “É importante saber se você pode tomar outro medicamento junto. Se pode misturar. Para as mulheres que tomam anticoncepcional é muito importante saber isso, alguns antibióticos tiram o efeito do anticoncepcional, então, com apenas uma pergunta você pode evitar uma gravidez indesejada.”, acrescentou.

A conversa seguiu com uma abordagem sobre os diferentes programas e medicações disponibilizadas pelo SUS, como o Dose Certa, Remédio em Casa, Aqui tem Remédio e o Remédio Agora, entre outros. A equipe do PAF disponibilizou um link da prefeitura (clique aqui) que reúne todas estas informações para auxiliar as famílias em caso de dúvidas posteriores. As técnicas também falaram sobre as medicações que não estão disponíveis na rede pública e disponibilizaram um formulário que deve ser preenchido pelo médico nestes casos. “Sabemos que as realidades são diferentes, tem médicos e postinhos que auxiliam mais e outros menos. Então, caso o médico não queira preencher o formulário, é preciso pedir uma carta ou, em último caso, pegar uma declaração de comparecimento naquele local. Estes documentos auxiliarão as famílias em uma possível tentativa de ter estas medicações por vias judiciais”, explicou Katia Moretti, líder do projeto.

Durante toda a conversa, as famílias foram estimuladas a participar, contando um pouco sobre como elas costumam fazer para ter acesso aos remédios. “É difícil. Não tem remédio em lugar nenhum. Você vai reclamar e ainda ficam bravos. A única coisa que tem no posto é dipirona. Muitas vezes a gente precisa comprar o remédio indicado pelo médico.” comentou Juliana, mãe do Felipe e participante do PAF desde 2019. Para Gildete, a solução foi procurar a medicação em um outro local. “Existem lugares que avisam onde podemos encontrar o remédio. Eu moro no Butantã e uma vez eles me disseram que o remédio só poderia ser encontrado em Paraisópolis ou Rio Pequeno. Fui até lá e consegui o remédio.”.

Antes de finalizar a roda, Ana relembrou a importância do assunto dentro dos objetivos propostos pelo projeto. “Autonomia, nada mais é do que todos nós termos acesso a todos os nossos direitos, que as famílias consigam caminhar com os próprios pés, e a parte de medicação é um direito nosso, a saúde está na nossa Constituição, é um direito de todos, é um dever do estado, então, conseguir a medicação pelo governo, pelas redes públicas, é uma forma de exercer a nossa autonomia.”.

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Encontro de Campeões para fechar o ano

Na última sexta-feira, a equipe do Instituto C se encontrou pela primeira vez, desde o início da pandemia, para um café da manhã especial na sede, localizada na Santa Cecília, em São Paulo, que celebrou o fim deste ano. “Pensamos que seria importante reunir os colaboradores no fim do ano. Apesar do retorno das atividades em parte presencial, algumas equipes não tinham se encontrado ainda pessoalmente.”, explica Vera Oliveira, Fundadora e Gerente Geral do Instituto C.

A reunião seguiu todos os protocolos de segurança, disponibilizando mesas individuais, que respeitavam o distanciamento entre os colaboradores, álcool em gel e luvas de plástico para que cada um pudesse se servir dos alimentos na mesa principal que foi montada em um local diferente da área principal para evitar aglomerações. “A preocupação com a segurança dos colaboradores esteve presente desde o início. Sabíamos que seguindo as diretrizes do governo do estado, poderíamos reunir os colaboradores por conta do número e do espaço disponível.”, comentou Vera.

Ao chegarem no Instituto, os colaboradores eram recebidos pela Flávia Almeida e o Gustavo Louver, equipe responsável pela organização do encontro, e recebiam alguns corações de papel colorido que deveriam ser usados como forma de abraços. Após o café, a equipe sentou no salão para uma roda de conversa que provocou uma reflexão sobre o tempo. Para isto, a área de Comunicação preparou uma retrospectiva com vários momentos vividos durante o ano. Dividida em blocos – Integração, Partidas, Adaptação, Colaboração, Chegadas e Conquistas – a Retrospectiva foi responsável por dar o pontapé inicial na conversa que contou com a participação de todos e depoimentos super emocionantes.

Gincana Nota Fiscal Paulista

O momento mais aguardado do café foi a premiação da gincana interna que reuniu a equipe em torno de um mesmo objetivo, alcançar 170 cadastros de Nota Fiscal Paulista em benefício do Instituto C. A gincana também tinha metas individuais, 9 cadastros cada um, referência aos 9 anos de Instituto C, completados em outubro, mês de lançamento da gincana.

O Instituto C premiou sete colaboradores que conseguiram se destacar conquistando mais cadastros, foram eles: Breno Pereira (41 cadastros), Carlos Nascimento (40 cadastros), Flávia Almeida e Nayara Oliveira (24 cadastros), Talita Lima (19 cadastros), Paloma Costa (18 cadastros) e Katia Moretti (16 cadastros). Ao todo, a equipe alcançou 277 cadastros, quase dobrando o número de cadastros que o Instituto C tinha antes da gincana. “Este foi o maior número de cadastros que conseguimos nos últimos anos aqui no Instituto C. Foi muito legal ver e participar desta gincana de forma colaborativa, com todos se ajudando para que a meta individual e coletiva fosse atengida.”, comentou Paloma Costa, Coordenadora de Captação.

Os colaboradores ainda receberam um chocotone da Delí Garagem com um cartão escrito à mão pela Vera Oliveira, Fundadora e Gerente Geral do Instituto C.

Recesso

O Instituto C estará em recesso entre os dias 21 de dezembro e 03 de janeiro, voltando às atividades no dia 04 de janeiro, conforme abaixo:

Plano de Ação Familiar

Terça e Quinta-feira das 9h00 às 16h00

Educação em Rede

Segunda, Quarta e Sexta-feira das 9h00 às 16h00

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Nova Turma expande alcance do Educação em Rede

Em dezembro, nosso projeto Educação em Rede deu início a uma nova turma de alunos, a mais diversa dos últimos tempos, com idades mais variadas e alunos de diversas regiões de São Paulo, o projeto expandiu a sua atuação, antes mais restrita à região central da cidade. “O novo ciclo tem famílias com um perfil bem diferente dos anteriores, têm sido uma grande satisfação perceber que o nosso trabalho está alcançando voos maiores.”, comenta Mariana Benedetti, Psicóloga do projeto.

Isso porque, diferente do que era feito antes, quando os alunos eram indicados por meio de parcerias com escolas e órgãos da rede socioassistencial presentes na região central da cidade, o convite para composição desta turma foi divulgado das mais diversas formas possíveis. “Usamos o instagram, grupos no facebook, enviamos mensagens por whatsapp e contamos com o compartilhamento da mensagem.” explica Mariana. E a estratégia deu certo, a procura pela nova turma foi grande, inicialmente com 28 vagas, o projeto conseguiu receber 48 alunos, sendo grande parte da Zona Norte de São Paulo, Brasilândia e Freguesia do Ó, mas também com famílias que moram no Butantã e Taboão da Serra, por exemplo.

Além da expansão geográfica, o perfil dos alunos também está mais diverso, a nova turma tem alunos dos 7 aos 16 anos. Tal diversidade e volume fizeram com que as técnicas dividissem a turma em grupos de até 4 crianças, a fim de garantir um bom desenvolvimento, atendendo as crianças e adolescentes com bastante escuta. “Nem todas as crianças passam pelo reforço escolar, mas, obrigatoriamente, todas elas passam pela Psicologia.”. comenta Mariana.

Os atendimentos que devem finalizar em fevereiro, seguem de maneira remota e presencial, com atendimentos também às sextas feiras. As próximas turmas devem ter início em março. “Para o próximo ano, nós da equipe técnica, esperamos ampliar cada vez mais o projeto e seguir auxiliando tantas famílias em adquirir autonomia a conquistar o conhecimento sobre seus direitos além de ajudar as crianças e adolescentes movimentando as suas respectivas queixas e a rede sócio assistencial.”, finaliza Mari.

Premiações

É tetra! Instituto C é eleito uma das 100 Melhores ONGs 2020

Na última quinta-feira, 10 de dezembro, aconteceu a premiação Melhores ONGs que reconheceu o Instituto C entre as 100 melhores organizações do Brasil pela quarta vez consecutiva. “Estávamos ansiosos pelo resultado, afinal, fomos eleitas uma das 100 melhores ONGs, nos últimos três anos. Esse prêmio chega para coroar o trabalho de cada um de nós em um ano tão desafiador.”, comenta Vera Oliveira, Gerente Geral e Fundadora do Instituto C.

O prêmio é uma parceria do Instituto Doar, da agência de projetos socioambientais O Mundo Que Queremos e da Ambev, com respaldo técnico de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e apoio da Fundação Toyota do Brasil e seleciona as melhores organizações no quesito Governança, Transparência, Comunicação e Financiamento desde 2017. “Obviamente ser transparente a ponto de ganhar um reconhecimento como o Melhores ONGs do Brasil exige um investimento em contabilidade, auditoria externa, comunicação e horas de trabalho da equipe, mas também é reconhecer suas falhas como organização, principalmente para seus investidores, mostrar o que deu certo e o que deu errado nos seus projetos e estar em evolução contínua.”, explica Diego Schultz, Gerente Institucional do Instituto C.

Ao todo, 670 organizações se inscreveram no Melhores ONGs, que é a maior premiação do terceiro setor do Brasil. “Em razão da pandemia, esse ano foi ainda mais desafiador do que nunca para as organizações que trabalham para cuidar das pessoas, da sociedade, do meio ambiente. É por isso que o reconhecimento do Prêmio Melhores ONGs este ano é especial”, disse Marcelo Estraviz, diretor do Instituto Doar.

Ao saberem do resultado, os colaboradores celebraram o reconhecimento de todo o trabalho desenvolvido este ano. “Que sucesso! Reconhecimento da força de trabalho e das transformações! Celebro a todas e todos que compõem esses laços.”, comentou Nayara, Psicóloga do projeto PAF. Talita Lima, líder do projeto Educação em Rede, também reforçou o coro. “Que notícia boa, que demais! Orgulho em poder celebrar este prêmio mais um ano!”.

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Artigo | O efeito da transparência nas ONGs

Na última sexta-feira (27|11), recebemos com muita alegria a confirmação de que o Instituto C havia sido eleito pelo 4º ano seguido uma das 100 melhores ONGs do Brasil, conquista que apenas um seleto grupo de 12 organizações têm.

Isso me fez refletir o convite recent feito por Wesley Braga para responder uma pesquisa acadêmica no curso de Accounting and Finance Management da Griffith College, cujo foco era entender os efeitos da transparência para organizações sociais sem fins lucrativos no Brasil.

A razão do convite havia sido em função do Instituto C ser eleito por 3 anos consecutivos, 2017-2019, como uma das 100 melhores ONGs do brasil nos quesitos gestão, transparência e planejamento. Uma das perguntas que mais levantou dúvida entre os gestores das organizações foi: manter padrões de transparência aumenta as despesas da  entidade?

A minha resposta foi: depende. Isso porque a interpretação de transparência e de despesa varia. Na pesquisa, 58% (22 de 38) dos entrevistados concordaram que a manutenção dos padrões de transparência aumenta os custos das organizações, enquanto 42% (16 de 38) discordaram. Eu estou com os que discordam, mas, na verdade, os dois estão certos.

Obviamente ser transparente a ponto de ganhar um reconhecimento como o Melhores ONGs do Brasil exige um investimento em contabilidade, auditoria externa, comunicação e horas de trabalho da equipe, mas ao mesmo tempo esse investimento é mitigado pelo aumento de doações, patrocínios e recursos em geral. Dentro da pesquisa das organizações que conseguiram medir o impacto de receber o prêmio melhores ONGs , 51% tiverem um aumento médio de 10% nas doações relacionado ao prêmio.

Porém, ser transparente vai muito além do auditoria externa e de publicar o balanço no site da organização. Ser transparente é reconhecer suas falhas como organização, principalmente para seus investidores, é mostrar o que deu certo e o que deu errado nos seus projetos. É ser transparente na relação com seus funcionários, beneficiados, conselho, apoiadores e stakeholders em geral, e sempre estar aberto para o diálogo e para mudança em benefícios da sua missão.

Não importa se é você é uma organização pequena dentro de uma comunidade ou uma ONG gigante internacional. Ser transparente é essencial.

Por isso, é com muito orgulho que recebemos o prêmio Melhores ONGs, algo que só é possível com o envolvimento de todos os stakeholders do Instituto C, esse reconhecimento é nosso.

Diego Schultz é Gerente Institucional do Instituto C

Gestão de PessoasServiços IC

Pedro Henrique, o menino que queria ser prefeito

Quem escuta a voz doce do Pedro Henrique (11) no áudio em que ele conta para sua mãe, o que ele faria como prefeito da maior cidade do país, deve ficar pensando de onde vem todas aquelas ideias. “Eu vou comprar milhares de hotéis para as pessoas morarem e para as pessoas que não conseguirem vaga, eu vou comprar vários e vários cobertores quentinhos”.

 

É que, Pedro Henrique, além de criativo como a maior parte das crianças na sua idade também tem um exemplo que vem de dentro de casa ou melhor, vem da trajetória de sua mãe, Juciara, nas ruas de São Paulo. Jully, como gosta de ser chamada, encontrou no movimento de ocupações da cidade sua luta para um mundo melhor e o resultado já ecoa nos desejos de seu filho. Mesmo tendo ficado quatro anos longe de sua mãe, Pedro sabe o valor e a importância desta relação de afeto para o seu crescimento. “Eu vou arrumar uma família boa, bonita, uma família ótima para as crianças que moram na rua, elas precisam de alimento, coração, uma mãe verdadeira, que ame, que aprenda a cuidar de um filho e de uma filha.”.

 

Pedro e seu irmão Matheus Henrique (15) participam do projeto Educação em Rede desde fevereiro deste ano quando Juciara procurava projetos voltados à Educação para auxiliar as crianças que vivem na Ocupação José Bonifácio, localizada na região da Sé, durante a pandemia. “Marcamos uma reunião para ver como poderíamos participar do projeto. Quando o Pedro viu o projeto, ele amou. Ele tinha um problema na escola, porque na escola existe pouca escuta.”.   

 

Além da escuta, o projeto Educação em Rede também era visto por Jully como uma forma de manter as crianças em um caminho de aprendizado, afinal de contas, ela entendeu na prática a importância do conhecimento para transformação da sua vida. “Fui até a Câmara Municipal pela primeira vez depois do despejo, nestes anos de luta, fui aprendendo muito coisa. Meu maior orgulho foi pisar dentro de uma ocupação, o movimento me ensina todo dia. Meu objetivo agora é entrar na Faculdade e cursar Serviço Social.”. 

 

Além de Pedro Henrique e Matheus Henrique, Jully morava com sua terceira filha, Anna Blyatriz e sua mãe no Jardim Brasil quando, em 2014, recebeu a ordem de despejo que mudaria a sua vida. “Guardo a ordem de despejo até hoje porque foi um momento de virada”. Sem ter para onde ir, ela se viu obrigada a colocar a mãe e os filhos dentro de um ônibus com destino ao Maranhão. “Minha mãe levou meus filhos para eles não ficarem na rua. Foi um baque muito grande ficar longe deles, mas eu não tinha nada, só a roupa do trabalho.” conta com a voz embargada. 

 

Depois de morar um tempo na rua, Jully conseguiu encontrar acolhimento em uma ocupação no centro da cidade. “Quando fui para a primeira Ocupação, fui entendendo um pouco mais do que era o movimento, fui vendo mulheres empoderadas, fui vendo aquelas mulheres, fui me engajando, me fortaleci.”. Após 6 meses, a Ocupação teve reintegração de posse e Jully viu sua vida começar do zero novamente. “Me fortaleci de novo. Quando eu achava que o mundo ia parar, essas mulheres me ajudaram, foi tudo uma proteção de rede.”. Foi neste processo que Jully se tornou uma das líderes do movimento e da ocupação José Bonifácio, na qual mora até hoje.

 

Estabilizada na nova ocupação e muito mais forte e empoderada, Jully conseguiu trazer seus filhos de volta para São Paulo em 2018, depois de quatro anos distantes. “Meus filhos e minha mãe sofreram muito no Maranhão. Meus filhos amadureceram com a vida. Depois de 1 mês que minha mãe voltou para São Paulo, ela faleceu. Parece que ela veio apenas se despedir da gente.”. 

 

Hoje, além de defensora assídua dos Direitos Humanos, Jully passou a participar de diversos movimentos sociais e é membra executiva do Fórum de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolecente e também participa do Conselho da Saúde. A energia e o incentivo não mudaram com as novas funções, nem mesmo com a pandemia, nem o trabalho como mãe, afinal de contas, ela, assim como Pedro Henrique, sabe da importância do contexto familiar. “Vou fazer de tudo para os meus filhos terem um estudo, o conhecimento é a base de tudo.”. Enquanto isso, Pedro continua sonhando com uma cidade e um país melhor para todo mundo. “Mãe, você não está bem? Mãe, eu te amo! Eu vou ser presidente do Brasil.”.