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Gincana movimenta famílias do PAF para um bem em comum

Fazer o bem para receber o bem. Foi pensando nisso que a área de captação de recursos do Instituto C iniciou uma campanha junto às famílias atendidas pelo projeto PAF – Plano de Ação Familiar para o cadastro de doadores automáticos de Nota Fiscal Paulista, verba importante para sustentabilidade financeira. “A experiência super positiva que tivemos em realizar a gincana com a equipe no ano passado nos fez decidir que seria interessante realizar também com as famílias que atendemos, então, propusemos a ideia para a Kátia, líder do projeto, e ela achou ótimo. Enviamos uma comunicação para as famílias por meio das técnicas de referência e o retorno foi muito legal porque muitas famílias se mostraram interessadas em participar.”, comentou Breno Pereira, Analista de Captação.

A proposta foi estimular as famílias para que elas conseguissem o maior número de cadastros tendo o Instituto C como beneficiário dos créditos da Nota Fiscal Paulista, concorrendo a prêmios como itens do Atelier C, além de uma premiação em vale compras para os quatro primeiros lugares. “A arrecadação por meio dos créditos da Nota Fiscal Paulista é muito importante para a sustentabilidade financeira do Instituto C e sabemos que compras em açougues e mercearias de bairros geram mais créditos do que restaurantes e bares, por exemplo. Em 2020, mesmo com a pandemia, os créditos da Nota Fiscal Paulista alcançaram 27% da nossa receita anual.”, comentou Paloma Costa, Coordenadora de Parcerias.

No início, as famílias sentiram alguma dificuldade por conta do acesso ao sistema. Muitas delas demonstravam falta de intimidade com a tecnologia e a comunicação com elas também tinha um certo grau de dificuldade, mas aos poucos, a equipe foi sanando as dúvidas pessoalmente. “Conforme as famílias iam até a sede do IC para os atendimentos, nós mostramos como funcionava o sistema, daí a gincana foi fluindo.”, explica Breno.

A gincana, que durou 45 dias, alcançou 81 cadastros, sendo 20 deles da Sthefany, atendida pelo projeto PAF desde setembro de 2019. “Eu adorei essa gincana porque a gente pôde ajudar vocês que tanto ajudam a gente. A gente sabe que é pouco, mas de pouquinho em pouquinho transformamos em muito. Eu achei muito bacana a ideia de vocês, com o prêmio, eu consegui comprar um presente para minha filha que fez aniversário.”, comemorou Sthefany, vencedora da gincana.

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Três mulheres, um sonho: voltar a estudar para transformar

É comum nos atendimentos individuais do PAF – Plano de Ação Familiar ouvir das famílias atendidas a dificuldade de voltar a sonhar, afinal, na maioria das vezes, é preciso primeiro superar as dificuldades para conseguir encontrar forças, sendo este um dos objetivos mais importantes das orientações oferecidas pelo projeto, as quais estimulam o empoderamento destas mulheres. “Eu acredito que com a nossa intervenção, trabalhando a autoestima, valorização, o cuidado de si, a independência das crianças e o olhar para o desenvolvimento das crianças, essas mães, elas se sentem novamente na possibilidade de aspirar novos sonhos”, explica Nayara Oliveira, Psicóloga do projeto.

Por isso, casos como o da Graziele, Juliana e Jeane são sempre celebrados no Instituto C. Apesar de não se conhecerem, estas três mulheres têm algo em comum, deixaram os estudos de lado para poderem se dedicar aos cuidados da casa e dos filhos. “Muitas vezes essas mulheres, pela divisão sexista de tarefas, acabam sendo limitadas à maternidade, sendo unicamente responsáveis por essas atividades. Durante os atendimentos, nós vamos trabalhando estes pontos, estimulando um olhar para os desejos dessas mulheres como uma forma de se reconectarem consigo mesmas, de se fortalecerem. E eu acredito que a Educação é uma via para essa libertação.”, comenta Nayara.

Graziele Divina, mora fora de casa desde os 11 anos, ela precisou parar os estudos para trabalhar como doméstica. De lá para cá, ela tentou retornar aos estudos algumas vezes, mas após o nascimento dos gêmeos de forma prematura e com algumas complicações, Graziele viu o seu sonho de terminar o Ensino Médio e cursar Psicologia ser interrompido. Com o início dos atendimentos no Instituto C em 2019, ela conseguiu avançar em diversas questões importantes. “Ela é uma mulher muito engajada em todas as orientações para construir a autonomia da sua família. Ela está muito focada na tentativa de firmar sua independência.”, comenta Nayara. Graziele retomou os estudos e está cursando o CIEJA – Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos para ingressar no ensino superior. “Quando eu comecei a participar das reuniões, aqui no Instituto C, a primeira coisa que eu pensava era, “o leite dos meus filhos está garantido”. Eu me recordo até hoje do primeiro dia que eu vim e na hora que eu peguei os benefícios eu saí com vontade de chorar. Nas rodas de conversa e nos atendimentos com a Psicóloga, eu fui abrindo meus olhos, dia a dia, de repente me deu uma luz, poxa, eu posso estudar. E hoje eu falo assim, eu quero estudar, eu quero me formar, por que eu quero um dia ser voluntária aqui na ONG, eu quero prestar esse atendimento aqui, e eu quero ajudar as pessoas. E é um sonho meu, eu sempre gostei muito de ouvir o outro, porque hoje em dia, as pessoas não sabem escutar, se escutam é para julgar depois, e tem pessoas que só querem desabafar, falar do que estão sentindo, o que estão pensando, mas as pessoas não têm mais paciência para isso. A ONG me ajudou muito nisso, a escutar o outro, como escutamos aqui nas rodas de conversa, a compreender o que o outro está sentindo e isso me estimulou muito. Então, de alguma forma, isso me mostrou que eu posso, eu quero e eu sou capaz.”, comemora Graziele, que está estudando de forma remota.

Para Juliana da Silva não foi diferente, com quatro filhos, ela chegou ao Instituto C em 2019. Mãe muito jovem, Juliana precisou adiar o sonho de ser enfermeira para cuidar da casa. “Ela está sempre cuidando de todo mundo, mas não cuidava de si mesma. Nas conversas individuais, ela ficou muito sensibilizada com essa questão e com a nossa roda de conversa, começou a tirar um tempo para ela, começou a caminhar. Com a renovação da auto estima, ela conseguiu encontrar o estímulo necessário para voltar a estudar. Ela começou o curso de enfermagem este ano e está muito feliz.”, celebra Nayara. Juliana entende o desafio que tem pela frente, mas também sabe a importância de mostrar aos filhos que isso é possível e que o futuro pode ser diferente para todos eles.

Já Jeane dos Santos sempre sonhou em cursar medicina. Ela saiu de casa muito cedo e depois de enfrentar muitas dificuldades, Jeane e seus cinco filhos voltaram para a casa dos pais dela. No projeto desde maio de 2019, Jeane, que também faz acompanhamento no CAPs, foi sempre muito engajada nas orientações e na educação dos filhos. “Ela pega muitos livros emprestados na biblioteca do Instituto C, tanto para ela como para os filhos, ela tem uma filha que adora poesias.”, comenta Nayara. Após um momento de crise, Jeane entendeu que precisava retomar a autonomia da sua vida para reconquistar sua independência. Durante as conversas, ela diz entender no estudo esse lugar de potência e de transformação da realidade que ela está vivendo, então, está estudando para a prova do Enem para concluir o ensino médio e ingressar na faculdade. “Histórias como essas são uma vitória para o projeto, na medida em que elas assumem o protagonismo nessa transformação de realidade.”, finaliza Nayara.

Áreas de atendimentoServiços IC

Primeira Infância volta com atividades na Comunidade

Reformulado para atender diferentes demandas, o Primeira Infância passou a oferecer curso para berçaristas, pensando na importância da educação de qualidade para todos, além do apoio social e psicológico para as participantes. Isso porque, o projeto que antes  acontecia nos CEIs, agora tem suas atividades desenvolvidas dentro da Comunidade Minas Gás, colocando o Instituto C em contato direto com as cuidadoras e com as crianças que estão sem acesso às creches. “Fizemos um levantamento inicial e percebemos que haviam muitas mães que ficavam em casa cuidando de seus filhos e, mais do que isso, cuidavam de filhos de outras mães que precisavam sair para trabalhar. Elas se mostraram interessadas em um curso de berçaristas que também desse a elas uma possibilidade de conseguir renda”, comenta Vera Oliveira, Fundadora e Diretora Executiva do Instituto.

A procura pelo projeto foi muito maior do que o esperado, durante a triagem, que aconteceu em abril, foram mais de 300 inscrições e destas selecionamos 100 candidatas para participar do projeto. Elas foram divididas em quatro turmas, sendo que duas turmas têm atividades pela manhã e outras duas de tarde. “Para selecionar quem participaria do curso, primeiro levamos em conta quem é mãe de crianças na primeira infância e quem cuida de crianças na primeira infância. Pensamos também na localidade em que moram, dando preferência para quem mora perto na Minas Gás pois infelizmente, não conseguimos atender todas que nos procuraram nesse momento.”, comentou Graziele Alessandro, líder do projeto e recém chegada ao Instituto C.

Outra novidade ficou por conta de uma parceria muito importante com a Manduí, que é responsável por capacitar as participantes do projeto como Berçaristas. “A parceria com a Manduí vem para enriquecer o projeto. Eles têm Educadores capacitados e especializados na primeira infância, trazendo uma bagagem muito rica para o desenvolvimento infantil.” explica Graziele.

Baseado em quatro pilares, como respeito, cuidado e escuta, espaço e natureza e educação para todos, alinhados aos nossos valores, a Manduí é uma casa para bebês que visa tecer uma rede de corresponsabilidades para o cuidado com as crianças. “A forma como o curso vêm acontecendo, a formação é através de rodas de conversa, então, acontece um processo de sensibilização das mães, durante os atendimentos elas trazem ao projeto como um espaço de acolhimento ”, comenta Graziele. O curso acontece duas vezes por semana e tem duas horas de duração. Além disso,  uma vez por mês, as famílias têm  acesso ao atendimento social e de psicologia, momento em que acontece o acolhimento das mães, identificação de demanda e encaminhamento para a rede socioassistencial.

Em maio aconteceram os primeiros encontros presenciais na CUFA Minas Gás, com rodas de conversas e atendimentos, e em junho teve início o curso berçarista, com uma abordagem muito participativa e que está encantando a todas as participantes. “Quando eu comecei esse curso eu achei que ele foi muito bom para mim, porque está me mudando o jeito de ver o olhar das crianças. Estou mais aconchegada com as minhas filhas, com o meu filho, estou dando mais espaço para eles brincarem, terem a hora deles. Deixar eles falarem, não somente nós, eles também falarem. Está sendo um grande aprendizado na minha vida. Eu já estou vendo mudanças no comportamento da criança, porque a criança aprende brincando e eu estou aprendendo isso aqui no curso. Então, para mim está sendo muito bom, uma experiência muito boa.”, comentou Viviane Teles Amaral, mãe participante do projeto .

DoaçãoGestão de Pessoas

A força do coletivo

Chegamos ao fim do primeiro semestre de 2021, e, com isso, finalizamos duas campanhas de captação muito especiais realizadas pelo Instituto C e quero dividir com vocês o resultado.

A primeira campanha que fizemos nesse ano foi batizada de Dê um Check de Esperança, pensando na lista de supermercado, a qual gostaríamos de dar um check nos produtos a serem doados para cada uma das 310 famílias atendidas por nós. A iniciativa tinha como objetivo captar R$ 432.200, tanto com pessoas físicas como com empresas. Ao final de dois meses, chegamos ao valor total que precisávamos, possível a partir do apoio de nove empresas e 152 pessoas que se uniram ao Instituto C para garantir a comida no prato de 1.300 pessoas.

Mas o que eu quero contar, é um episódio que aconteceu antes do início desta campanha e que me tocou muito, mostrando que as pequenas atitudes, quando feitas com atenção e dedicação, podem gerar resultados incríveis, além de criar uma poderosa rede de apoio. Uma semana antes do meu aniversário, recebi uma mensagem muito carinhosa e personalizada de um amigo querido que eu não falava há muito tempo, pedindo para eu dar um like em um vídeo no YouTube, de um concurso que ele estava participando. Com essa mensagem, além de conseguir o meu like, voltamos a nos falar e tivemos uma troca super prazerosa, foi ótimo!

Inspirada por ele, pensei em fazer o mesmo no meu aniversário, e enviei individualmente, para praticamente todos os meus contatos no WhatsApp que ainda não tinham participado da campanha Dê um Check de Esperança, uma mensagem pedindo uma doação como forma de me presentear pelo meu aniversário. O retorno que eu tive e a onda enorme de carinho que recebi por conta dessa atitude foram realmente um presente inesquecível! Conseguimos arrecadar R$ 28.460 com a boa ação de 116 pessoas, que  de alguma forma se sentiram tocadas com minha singela mensagem.

Valeu muito a pena enviar cada uma das mensagens e me mostrou como uma mensagem com um objetivo claro, comunicado de forma simples, pode trazer um resultado muito efetivo, e qualquer um é capaz de fazer isso, basta querer! Afinal de contas, usamos nosso tempo com tantas bobagens nas diversas redes sociais.

E foi com esse mesmo mote de “basta querer fazer” que bolamos a segunda campanha do Instituto C deste ano, chamada de Clicks de Esperança. Inspirados na campanha 100 fotos por Bergamo, que aconteceu na Itália, no começo da pandemia, convidamos alguns fotógrafos para cederem os direitos de uma imagem de sua autoria por um período de 20 dias. Em duas semanas, reunimos 41 profissionais muito queridos, que, além de doarem a foto, nos ajudaram muito com a divulgação da campanha. Em apenas 20 dias, vendemos mais de 130 fotos, as quais serão impressas em fine art e entregues na casa dos compradores.

Foi muito prazeroso realizar essa campanha, acompanhar a indecisão na compra de quem queria participar em meio a tantas fotos lindas e poder ver, mais uma vez, a força que só o coletivo tem para chegar a resultados que sozinha nunca seria possível. Que possamos seguir juntos ao longo do segundo semestre. Tenham a certeza de que muita coisa bacana vem por aí.

Vera Oliveira é Diretora executiva do Instituto C.

 

ParceriasServiços IC

Parceria com Florescer Limpeza gera frutos

Poder oferecer oportunidades de emprego e geração de renda para as famílias atendidas pelo Instituto C sempre foi um caminho muito buscado por nós, visando a autonomia e independência financeira das famílias que atendemos. E é com esse viés que estabelecemos uma parceria com a Florescer Limpeza, que dará preferência para as pessoas atendidas no Instituto C para as suas vagas de emprego. “Parcerias como essa são muito importantes para potencializar o nosso trabalho em vários sentidos, pois além de ampliar a nossa rede de apoio para as famílias que atendemos ainda mostra o quanto as empresas podem apoiar projetos sociais relevantes associando suas marcas a causas sociais por meio do marketing de causa. É uma alegria poder contar com a Florescer”, comentou Paloma Costa, Coordenadora de Parcerias.

Responsável por prestar serviços de limpeza na cidade de São Paulo com um modelo diferente, que alia impacto social, responsabilidade ambiental e qualidade, a Florescer Limpeza presta serviços como limpeza de escritórios, consultórios e residências, desinfecção, limpeza de estofados e limpeza pós-obra. “Estabelecemos uma parceria inovadora, que permitirá alavancar o impacto social das iniciativas de ambas as organizações. Combinando as ações de assistência social do Instituto C e as oportunidades de geração de renda, trabalho e desenvolvimento na Florescer Limpeza, promoveremos mais intensamente as potencialidades das mães atendidas e de suas famílias, que é um objetivo compartilhado por todos nós.” celebrou Marcos Pulino, CEO da Florescer.

A parceria prevê a participação das famílias atendidas nos processos seletivos para compor a equipe da Florescer, sendo que nossas famílias terão preferência nas vagas de emprego que surgirem eventualmente. “A parceria com a Florescer Limpeza tem sido muito importante para o nosso trabalho. Saber que podemos contar com um parceiro que nos oferta vagas, além de entender o perfil e acolher as famílias, traz alívio e esperança.”, comemorou Katia Moretti, líder do projeto PAF. Além disso, a Florescer Limpeza também proporcionará apoio financeiro aos projetos, repassando um percentual do seu faturamento mensal.

Luana, uma das mães atendidas pelo projeto PAF, foi a primeira beneficiada com a parceria. Desempregada desde 2018, Luana vem contando com o apoio do atendimento na área de renda do PAF e buscando por um trabalho formal e, desde então, segue sempre atualizando seu currículo. “Ficamos extremamente felizes pela Luana, vibramos com essa conquista, pois sabemos o quanto ela buscou, se dedicou e acompanhamos os muitos “nãos” que ela recebeu até conquistar esse trabalho que, com certeza irá mudar a sua história e de sua família..” explicou Katia. Para Luana, a oportunidade de ter um trabalho com carteira assinada já era um sonho impossível, mas agora ela consegue ver sua autoestima sendo recuperada. “Era tudo o que eu mais queria. Eu estou muito feliz aqui na Florescer. É como se fosse uma família, eles me receberam muito bem, no momento, eu nem acreditei que isso estava acontecendo, graças a Deus eu estou empregada e registrada. Eu achei que, por tudo o que eu já passei na minha vida, eu achei que nunca ia ter uma oportunidade desta. Nunca imaginei que existia uma firma igual a essa. Aqui a gente tem aulas de português, matemática e yoga. É uma empresa que eu jamais achei que existiria, por isso, eu tinha perdido todas as expectativas, como eu ia conseguir um registro na carteira, é difícil encontrar uma oportunidade. Estar empregada, em uma situação desta, pandemia, está tão difícil de ter emprego.”.

Ao saber da Florescer Limpeza por meio das divulgações realizadas nos canais de comunicação do Instituto, Cristiane Riguzzi, que é voluntária do IC desde 2015, contratou a Florescer para a limpeza de seu apartamento após a realização de uma obra e ficou muito satisfeita com o resultado. “Fui atendida pela Isabel e pelo Marcos, agendamos o dia e o horário, eles foram fazer uma visita técnica para ver o tamanho do apartamento para verificar a necessidade de materiais e pessoas, chegaram na hora certa, levaram todos os materiais, materiais muito cheirosos, capricharam no serviço, deixaram o apartamento super limpinho, equipe muito educada, no final acabei pegando um monte de folhetos e distribuindo aqui pelo prédio, espero que eles consigam novos clientes, o serviço foi muito bem feito.”.

Aniversário IC

Desenvolvendo Capacidades e Potencialidades é o 5º episódio

No dia 09 de junho, aconteceu o quinto episódio da série de lives que celebram os 10 anos de Instituto C. Intitulado, Desenvolvendo Capacidades e Potencialidades, o episódio 5 contou com a presença de três convidadas: Natalia Cavechini, Psicóloga e ex-gerente de projetos do Instituto C, Katia Moretti, líder do PAF e Marilsen Aquino, mãe atendida pelo projeto de 2017 a 2019. “O PAF foi o nosso primeiro projeto e uma das coisas que nós mais ouvimos – e que nós também sentimos – é que o Instituto C proporciona esse lugar de escuta e acolhimento para cada uma destas histórias. O projeto está sempre em movimento, desde o início, tem coisas que tinham antes e que agora não tem mais e coisas que foram sendo criadas ao longo do tempo.” explicou Vera Oliveira, Fundadora e Diretora Executiva do IC, durante a live.

No bate papo, Katia falou sobre seu início no Instituto C e a vontade de atuar no terceiro setor. “Sempre tive vontade de trabalhar com o terceiro setor, que era a minha paixão. Eu trabalhei quase 10 anos com Recursos Humanos e estava cursando Psicologia, quando surgiu a possibilidade de fazer um estágio no Instituto C, então, eu não pensei duas vezes e me apaixonei logo de cara.”, comentou.

Para Natália, a possibilidade de trocar experiências com as diversas áreas de atuação oferecidas pelo projeto às famílias atendidas é uma das coisas mais interessantes da metodologia do PAF. “O meu começo no Instituto C fala de apostas. O quanto é importante apostar nas pessoas. Eu trabalhava em uma outra organização quando vi a vaga no Instituto C. Inicialmente, não entendi direito com o que o Instituto C trabalhava porque não era Saúde, não era Educação, não era Assistência Social e, ao mesmo tempo, era um pouco de tudo isso. Então, penso que era uma aposta de qual o caminho que a gente poderia trilhar juntos. Foi uma construção conjunta, ver o que nós tínhamos e o que poderíamos fazer. Acho que isso me encantava muito, serem muitas áreas possíveis. A gente sempre discutia muito em equipe, não tinha isso de cuidar só de uma área. Como o Instituto C conseguia abarcar todas essas áreas, foi muito rico construir tudo isso”, explicou.

Essa possibilidade de atendimento em diversas áreas e de forma multidisciplinar, proporcionada pelo Plano de Ação Familiar, também não era esperada pela Marilsen. “Cheguei ao Instituto C encaminhada pela Santa Casa, naquele momento eu não sabia do que se tratava, fui até o endereço por conta dos remédios da minha filha que eram muito caros e fui me surpreendendo a cada encontro. Estava passando por um momento bem vulnerável naquela época por conta das minhas filhas e foi onde eu encontrei um acolhimento que eu nunca imaginava. Um dos melhores lugares que eu poderia estar naquele momento.”, explicou.

“Um dos maiores desafios que nós temos até hoje é a expectativa da chegada da família, que é sempre ligada a receber um bem, por exemplo, vai lá que você vai receber um remédio, vai lá que você vai receber um emprego.” explicou Vera. “A gente ainda vê isso, a diferença do grupo de recepção, quando elas chegam sem saber ao certo o que vai acontecer, muitas vezes, aguardando uma ajuda com cesta básica, com leite. E quando elas finalizam o ciclo, é bem comum ouvir, encontrei muito mais do que esperava, durante o grupo de encerramento.”, acrescentou Kátia.

“No começo, eu achei que não iria gostar do momento de falar do planejamento financeiro, porque era uma parte deficitária na minha vida. Eu pensava, como é que eu vou falar sobre renda, sobre dinheiro, se é o que está faltando para mim. A maneira como a Katia fala sobre finanças, de uma forma calma, me ajudou a perder esse medo e vergonha de falar de dinheiro. Fui aprendendo a controlar as minhas contas durante os atendimentos.”, comentou Marilsen.

O bate papo seguiu por 1 hora, cheio de histórias, e você pode acompanhar tudo na nossa página no instagram, acesse agora mesmo, clicando aqui!

O projeto, do sonho à realidade, prevê resgatar as memórias que construíram a história do Instituto C nestes anos todos de atendimentos às famílias em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Paulo. Além da revisitação ao acervo de imagens e vídeos como forma de reverenciar e agradecer a contribuição de todos que estiveram juntos nesta trajetória.

As lives estão acontecendo no instagram do Instituto C (@instituto.c) e contarão com a presença de pessoas que fizeram ou fazem parte da história do Instituto. Vera Oliveira, Diretora Executiva e Fundadora do Instituto C, é responsável por conduzir estas conversas.

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Assista o episódio 1 | O começo de tudo | Clique aqui

Assista o episódio 2 | Encontros que fortalecem | Clique aqui 

Assista o episódio 3 | Apoio que faz a diferença | Clique aqui

Assista o episódio 4 | Costurando relações | Clique aqui

Assista o episódio 5 | Desenvolvendo Capacidades e Potencialidades | Clique aqui

Serviços IC

Construção da nossa sede na Comunidade Minas Gás

Nos últimos meses, o Instituto C deu mais um passo para a concretização do espaço físico que abrigará as atividades na Comunidade Minas Gás, localizada na Zona Norte de São Paulo. “A interação da equipe com as famílias já está acontecendo de forma remota e tem sido muito positiva, quando a adaptação do espaço estiver concluída e for possível estar lá presencialmente, será ainda mais gratificante”, comentou Paloma Costa, Coordenadora de Parcerias do IC.

O espaço escolhido para a realização dos encontros com as famílias atendidas fica no barracão da escola de samba Unidos do Peruche, local que já abriga a sede da Cufa Minas Gás desde de julho de 2020 e foi construído com o apoio da comunidade. “A própria comunidade se uniu e ofereceu a mão de obra. Digamos que foi uma troca que a própria comunidade nos ofereceu, como eles tinham sido ajudados por estarem desempregados por um momento, eles vieram ajudar a criar a nossa sede. Então, foram 5 finais de semana trabalhando para conseguir montar a sede do jeito que ela é hoje.”, comentou Cezinha, líder da Cufa.

Apesar da reforma realizada pela Comunidade, o espaço ainda não era o suficiente para comportar a proposta de trabalho idealizada pelo Instituto C. Por isso, Paloma e o Gerente Institucional, Diego Schultz, precisaram correr contra o tempo para decidir qual seria o melhor caminho. “Pensamos em construir um espaço anexo à sede da Cufa, mas assim que fizemos um primeiro estudo e levantamento, ficou claro que não teríamos verba e tempo suficientes para isso.”, comentou Paloma.

Foi então que entrou em ação a segunda ideia que previa o aluguel de contêineres para o espaço. “Preparamos um espaço temporário na Comunidade com três contêineres, sendo dois deles escritórios e o terceiro banheiros, além de um espaço coberto com uma tenda grande com 36m2 para realização das atividades em grupo.”, explicou Diego. Além disso, o Instituto C também construiu um banheiro dentro da sede da Cufa.  “Estamos ajeitando as coisas para receber o toldo e os contêineres na próxima semana. Depois disso, teremos uma semana para organizar tudo e dar início efetivo às atividades do Primeira Infância. Isso porque, o projeto Educação em Rede já teve início de forma remota em meados de abril”, acrescentou.

Ao todo, os projetos Educação em Rede e Primeira Infância atenderão 170 famílias, impactando mais de 680 pessoas na Comunidade. Para Karina, responsável pela comunicação da Cufa Minas Gás, o Instituto C chegou para somar. “Nossa comunidade é carente de parcerias, de atividades, de qualquer coisa neste estilo, não temos quadra ou parques próximos. Essa parceria veio num momento ótimo!”.

Aniversário IC

Costurando Relações é o quarto episódio da nossa série

No dia 12 de maio, aconteceu o quarto episódio da série de lives que celebram os 10 anos de Instituto C. Intitulado, Costurando Relações, o episódio 4 contou com a presença de três convidadas: Flávia Duarte, Voluntária e Parceria do IC, Cilene, Analista do projeto Atelier C e Lucia, mãe atendida pelo projeto PAF e participante do Atelier C. “O Atelier C é uma parte muito especial do Instituto C. O projeto começou em 2014 e surgiu porque estávamos pensando em como poderíamos oferecer algo que gerasse capacitação e renda para as famílias e que também pudesse ser revertido ao IC. Fizemos uma pesquisa com as mães para entender o que seria viável e a maior parte delas se interessava por costura e artesanato.” explicou Vera Oliveira, Fundadora e Gerente Geral do IC, no início da live.

No bate papo, Cilene falou sobre seu início no Instituto C que, segundo ela, foi um pouco por acaso. “Caí lá de paraquedas. Aprendi muito com as voluntárias, alguns cursos que o Instituto ofereceu. Eu mesma fazia os moldes, os primeiros testes antes de ir para as mães, tentava descobrir os tecidos para fazer cada tipo de peça. As mães ajudavam muito, porque elas que costuravam, às vezes, achávamos que um tecido dava certo, mas não dava certo. Era uma troca, ensinamos, mas também aprendemos.”, comentou.

Para Lucia, as trocas de experiências entre as mães artesãs, as voluntárias e a Cilene foram fundamentais para o desenvolvimento das peças. “O Instituto C me ofereceu alguns cursos fora, mas eu aprendi mais dentro do Instituto. Estávamos mais à vontade lá dentro. Eu me identificava muito com o crochê, tanto que até hoje eu faço.”, comentou.

Quando a Flávia chegou ao Atelier C ela já tinha uma experiência totalmente diferente das  que estavam lá, uma carreira trabalhando com moda (leia aqui). “Cheguei super tímida, um trabalho novo. Fui super bem recebida, um alto astral da Cilene. E foi meu primeiro contato com voluntariado, cheguei em 2016, grávida. E sempre foi um trabalho muito gostoso, sempre gostei muito de ir lá. Eu chegava no dia, eu e a Cilene nos entendíamos muito bem, sempre ajudava ela com o que ela precisava naquele momento. Para deixar tudo pronto para as mães artesãs retirarem e levarem para fazer em casa. Sempre foi uma troca muito gostosa.”, explicou.

O bate papo seguiu cheio de emoções e com diversas recordações das famílias atendidas naquele momento. “Tinha mãe que ia com o dinheiro contado. As histórias das mães, a gente se apegou muito, ainda temos um grupo do Atelier, compartilhamos várias coisas, criamos um laço muito grande, nos tornamos muito amigas, nos víamos diariamente. Tinha as crianças doentes que eram muitas vezes internadas, tivemos perdas neste tempo. Acho que o que mais me marcou nesse tempo foram as histórias delas.”, contou Cilene.

“Éramos uma família. Foi um chororô quando acabou que só Deus.O Instituto C foi a primeira ONG que me acolheu, acolheu a Valentina. Quando temos um filho especial, Deus dá uma missão para gente, ele dá todo um suporte para você, ele coloca anjos na nossa vida. Vera, Cilene, Flávia foram anjos que me ajudaram. Quando você chega no Instituto, vocês dão um norte para gente com as informações. A gente chega lá muito perdida e vocês acolhem com amor e carinho. Eu não gostava de falar com psicólogos e lá no IC eu aprendi a gostar de falar de mim. Só quero agradecer vocês por me acolherem. Hoje a Valentina está no céu e falar do Instituto C é falar da Valentina. É uma honra falar do Instituto. Que Deus abençoe vocês e dê muita saúde para continuarem a fazer esse trabalho. Vocês me ajudaram nessa missão com a minha filha.” acrescentou Lucia.

“A Lucia representa muito todas as mães que a gente atende no Instituto C. É uma honra muito grande para gente poder participar da história dela, da história da Valentina. E lembrar sempre com muita força e carinho tudo o que elas significam para gente.”, finalizou Vera.

O bate papo seguiu por 1 hora, cheio de histórias, e você pode acompanhar tudo na nossa página no instagram, acesse agora mesmo, clicando aqui!

O projeto, do sonho à realidade, prevê resgatar as memórias que construíram a história do Instituto C nestes anos todos de atendimentos às famílias em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Paulo. Além da revisitação ao acervo de imagens e vídeos como forma de reverenciar e agradecer a contribuição de todos que estiveram juntos nesta trajetória.

As lives estão acontecendo no instagram do Instituto C (@instituto.c) e contarão com a presença de pessoas que fizeram ou fazem parte da história do Instituto. Vera Oliveira, Gerente Geral e Fundadora do Instituto C, é responsável por conduzir estas conversas.

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Áreas de atendimentoPAFRodas de Conversa

Roda de Conversa Virtual é sobre Emoções e suas Reações

Em abril, aconteceu a primeira Roda de Conversa virtual do PAF – Plano de Ação Familiar de 2021, que reuniu 13 famílias atendidas pelo projeto. O tema da roda foi Emoções e trouxe aos participantes algumas reflexões  importantes em meio a pandemia. “O que são as emoções? Qual a diferença entre emoção e sentimento. Quais são as reações que o nosso corpo tem, as alterações na nossa fala, a maneira como expressamos aquilo que estamos sentindo?”, questionou Karen Magri, Assistente Social do projeto, logo após o início da Roda de Conversa.

Durante o encontro, as participantes puderam falar um pouco como estavam se sentindo nesse momento. “Eu sinto muita ansiedade, então, eu acabo comendo fora do normal de nervoso. Devido ao isolamento, as crises de convulsão do meu filho estão se agravando mais ainda, então, eu acho que o isolamento está fazendo muito mal para gente.”, comentou Graziela.

Para a maioria das mães, a oscilação de humor é constante, mas o medo e a angústia acabam tomando conta do dia. “Eu estou com uma angústia muito grande, muito medo, só saio para ir com a Eloisa e a Manuela no médico. E é muita angústia. Tem dias que eu preciso ir para o pronto socorro, porque me bate aquela falta de ar, é muito nervoso. Tem dia que eu estou bem, tem dia que eu não estou.” contou Rosimeire. Sentimento que também foi compartilhado por Lourdes. “Ansiedade, hoje mesmo eu to com uma falta de ar, mas eu sei que não é um problema, é a ansiedade da gente muito tempo preso, a gente virou prisioneira, vem a ansiedade, vem a angústia, hoje eu to um pouco chorona e também com esta falta de ar.”.

A Psicóloga do projeto, Nayara Oliveira, alertou para a importância de conhecermos e reconhecermos o que estamos sentindo. “É importante pensar no que a Karen falou porque a emoção traz uma reação corporal. A gente sente coisas no nosso corpo, por exemplo, quando a gente sente nojo, o nosso corpo quer expulsar aquilo, a gente sente uma reação de afastamento daquilo que nos provocou nojo. O nosso corpo recua. Às vezes é difícil diferenciar as emoções porque as reações produzidas no nosso corpo, elas são semelhantes, como o fato de chorarmos de alegria e de tristeza. O choro é uma reação corporal às duas emoções, mas são duas emoções muito diferentes.”.

“Por isso é importante saber o que está acontecendo, conversamos muito isso nos atendimentos da psicologia, a importância de nomear o que estamos sentindo e não só nomear, mas se perceber, voltar a si e sacar o que está acontecendo no nosso corpo, quais afetos estão surgindo.” acrescentou Nayara.

Para finalizar a roda, a Assistente Social, Liliane Moura, ensinou uma técnica de relaxamento e incentivou a todas a usarem a técnica nos momentos de estresse e agitação do dia-a-dia. A técnica utilizada consiste em prestar atenção na respiração, o que ajuda no processo de acalmar, olhar para si e olhar para as emoções. “Você respira três vezes, muito profundamente, então, começa respirando e vai até o final da respiração, pelo nariz e solta pela boca. Após as três vezes, você começa a deixar os pulmões a trabalharem naturalmente, porque não precisa forçar ele. E aos poucos você vai prestando atenção na sua respiração, como o pulmão faz um trabalho todo automaticamente. Fechar os olhos, prestar atenção em como funciona a respiração, como o ar frio entra e o ar quente sai.”, conduziu a técnica.

As participantes agradeceram o espaço de acolhimento e escuta que sempre acontece durante as Rodas de Conversa. “Está sendo uma situação muito difícil, lidar com três crianças dentro de casa, brigando. E foi até bom essa reunião porque a gente desabafa um pouco, porque a gente sente falta de conversar com alguém. É totalmente diferente.”, agradeceu Ana Paula.

Gestão de Pessoas

Mãe é ação, estar em constante movimento

Nesta semana em que se comemora o Dia das Mães, decidi trazer uma reflexão sobre essas pessoas tão importantes nas vidas de cada um de nós. Segundo o poeta João Doederlein, mãe é o termo usado para designar um coração capaz de amar infinitamente. É sentir por dois, sorrir por dois, sofrer por dois. É dar o melhor de si duas vezes. É aquela que cura com um abraço, que sara machucado com um beijo. Aquela quem deu à luz amor.

Encontramos vários perfis de mães nos nossos projetos do Instituto C, mães solos, que precisam trabalhar e cuidar da educação dos filhos, que recebem todo o suporte dos companheiros, de primeira viagem à mães muito jovens, mas o ponto em comum em todas elas está na força e na garra de buscar o melhor para seus filhos. Pedindo licença poética, eu diria que a palavra mãe não é um substantivo, mas sim um verbo. Mãe é ação, estar em constante movimento. É cuidar, brigar, chorar, brincar, sorrir, ajudar, mudar, se preocupar, se irritar e, acima de tudo, mãe é saber amar. Com todas essas características, já é possível afirmar que mãe é muito além de gestar, mas de cuidar e proteger.

É muito comum ao longo da jornada das mães no Instituto C a necessidade de resgatarmos com elas o caminho de voltarem a olhar para si, pois ao longo da maternidade se acostumaram a se apresentar como a “Fulana, mãe do Beltrano”, esquecendo-se de si e de sua identidade e necessidades. É a invisibilidade que a maternidade traz à mulher e que fica mais agravada quando instalada na realidade das mães em situação de vulnerabilidade social.

Durante meus atendimentos psicológicos, ouço muito a sobrecarga que elas sentem na educação dos filhos. O medo de falhar na criação deles, a culpa por cada um dos problemas que eles enfrentam e o desejo de poupá-los de toda dor. No dia a dia, a experiência da maternidade se apresenta como única e rodeada de significados, de esperanças e de promessas e também de uma mistura de sentimentos entre medo e cansaços que precisam ser acolhidos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 57,3 milhões de mães solo, isto é, 38,7% de brasileiras chefiando seus lares. Mesmo sendo grande parcela da sociedade, elas ainda sofrem e precisam se reinventar todos os dias para poder realizar, tanto a si mesmas quanto aos filhos.

Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), as mulheres trabalham cerca de 7,5 horas a mais do que os homens em uma semana. Isso se deve ao fato de sua jornada dupla de trabalho, entre emprego e atividades em seu próprio lar. O maior desafio que encontro nos meus atendimentos está justamente em segurar a mão dessas mulheres e conduzi-las a um novo caminho, primeiro de desconstrução do ideal de mãe suficientemente boa na qual não cabem falhas e que todas as responsabilidades estão em suas costas. Depois de fazer o resgate da autoestima de cada uma, fortalecendo-as e mostrando que, antes de serem mães, são mulheres fortes mas que também necessitam de apoio e de serem auxiliadas para então chegarmos na ampliação da rede de apoio de cada uma.

Apesar das dificuldades encontradas, das experiências difíceis e dos sentimentos contraditórios ao longo do processo da maternidade, os atendimentos revelam um sentimento de esperança que modifica, em parte, o sentimento de culpa presente nessas mulheres. As mães reconhecem sua importância na construção de um futuro para seus filhos, na significação do papel materno, no processo de criação, socialização e na valorização da educação, agora entretanto, experimentando a maternidade de maneira mais leve e fluida.

Mas o que mais aprendo com cada uma delas é o desejo de serem melhores, para e por seus filhos e suas famílias. A força que tiram desde o momento de darem à luz ou no momento em que se viram desempenhando o papel materno, até os desafios cotidianos. O tirar de si, para doar ao outro é a lição mais forte que carrego.

À minha mãe e minhas avós (que geralmente são segundas mães para nós), todas as minhas colegas de jornada que são mães e a todas a mães que atendemos no Instituto C, desejo um feliz dia, marcado por muito amor, reconhecimento da importância que vocês têm em nossas vidas, de acolhimento e, principalmente, das típicas frases que todas elas dizem sempre, como “Meu filho, você não pode ir porque você não é todo mundo”. Um feliz Dia das Mães!