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Como acessar os benefícios oferecidos pelo governo.

Nos atendimentos do serviço social do Instituto C, orientamos as famílias a terem acesso a alguns benefícios oferecidos pelo governo, como por exemplo, o Bolsa Família.
O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda do Governo Federal. O objetivo do programa é a garantia mínima do direito à alimentação, acesso à educação e a saúde, para famílias em situação de extrema pobreza e/ou pobreza, definido pelo MDSA (Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário). Portanto, podem fazer parte do programa:
– Famílias com renda per capita de até R$ 85,00 mensais;
– Famílias com renda per capita entre R$ 85,01 e R$ 170,00 mensais, desde que tenham crianças ou adolescentes de 0 a 17 anos.
Para ter acesso ao benefício, a família precisa se enquadrar no critério de renda, se inscrever no CADÚnico (cadastro único para programas sociais) e ter o perfil avaliado por técnicos do MDSA. Algum dos critérios de avaliação do perfil são: 85% de frequência na escola (para crianças em idade escolar); carteira de vacinação atualizada; acompanhamento pré-natal e participação das atividades educativas convocadas pelo Ministério da Saúde para mulheres gestantes.
Muitas famílias atendidas no Instituto C se enquadram no perfil para receber o Bolsa Família. Nos atendimentos do serviço social dos projetos do Instituto C, as famílias são orientadas a realizarem seu cadastro no CADÚnico, que pode ser no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) de sua região de moradia, ou em outro espaço público governamental gerenciado pela Secretária Municipal de Assistência Social. Depois do cadastramento, o MDSA, de forma automatizada, seleciona as famílias que serão incluídas para receber o benefício. É necessário entrar em contato com o responsável pelo programa ou fazer uma consulta na internet para saber se a família foi contemplada.
No Instituto C, existem também muitos casos em que a família já teve acesso ao benefício, mas por algum motivo ele está bloqueado ou suspenso, e existem muitas dúvidas em como reativá-lo. Nesses casos, além de procurar entender o motivo do bloqueio ou suspensão, as assistentes sociais do Instituto C avaliam se a família ainda se enquadra nos critérios do programa e a orienta a entrar em contato com os profissionais responsáveis pelo cadastro no CADÚnico, para uma nova avaliação do perfil, e assim continuarem recebendo o benefício.
O acesso aos benefícios oferecidos pelo MDSA é uma forma de garantir os direitos fundamentais do cidadão. Diariamente orientamos as famílias atendidas no Instituto C a maneira de garanti-los.
Para Priscila, o trabalho realizado pelo Instituto C foi fundamental.“Já corri atrás de bastante coisa depois que eu passei a frequentar aqui: remédios, bolsas, benefícios, tudo o que eu e meu filho temos direito. Antes eu me virava, mas não sabia muito dos meus direitos”.
O Bolsa Família é um dos benefícios oferecidos pela rede, e que muitas vezes é fundamental para minimizar a situação de vulnerabilidade das famílias que atendemos, pois em muitos casos é a única renda fixa das famílias.
Áreas de atendimento

“Meu filho não faz xixi e nem cocô na privada”

É com frequência que escutamos essa preocupação das mães de crianças de 0 a 6 anos que são acompanhadas pelo Projeto Primeira Infância. “Mas o que será que acontece? Por que será que esses filhos (danados!) não fazem xixi e cocô na privada?”. Tal preocupação é mesmo pertinente quando se trata de crianças na faixa etária na qual o desfralde é esperado  (18 a 24 meses), já que ele é um dos marcos que podemos utilizar como parâmetro para avaliar o desenvolvimento infantil.
Antes de partir para uma orientação a este respeito, em muitos casos, uma escuta mais atenta revela que o desfralde é, para uma grande maioria, compreendido como algo inato, que depende única e exclusivamente do desenvolvimento orgânico do bebê e de sua “vontade”. Isso pode acontecer, entre outros motivos, porque os “passos” para que uma criança desenvolva essa “habilidade” são tão sutis, quase imperceptíveis, que apenas um observador mais cuidadoso consegue notá-los.
Assim, o primeiro ponto a ser trabalhado é a noção de que o desfralde é um processo que só pode ser compreendido na articulação com outros aspectos do desenvolvimento infantil, todos eles em direção à autonomia da criança. O desfralde, juntamente com outras etapas do desenvolvimento infantil, funciona como ponto de referência para a inserção da criança na vida coletiva, afinal de contas, na cultura ocidental atual espera-se que as necessidades sejam feitas na privacidade de um banheiro e não em qualquer lugar, a qualquer momento, como acontece com as crianças que usam fraldas.
Vale resgatar que, a partir do primeiro ano de vida em diante, embora não apenas, a autonomia do bebê em relação a seus pais e principais cuidadores começa a ficar visível: ele já sustenta o próprio corpo, arrisca seus primeiros passos ou anda com certa desenvoltura, já não depende exclusivamente da amamentação para se alimentar e é capaz de fazer seu desejo ser compreendido através dos dedinhos que apontam e/ ou de algumas (ou muitas) palavras que pronunciam.
Todavia, todas essas conquistas também fizeram parte de um percurso que necessitou de adultos interessados em oferecer os recursos necessários para que elas fossem alcançadas e de etapas que se sucederam, nem sempre de forma cronológica. Por exemplo, para que os primeiros passos acontecessem, o bebê precisou primeiro sustentar a cabeça, sentar sem apoio, se esforçar para se virar/ rolar sozinho, se arrastar, engatinhar. Ou para aprender a falar de forma compreensível, foi necessário um adulto que o interpretou, numa conversa que à princípio poderia parecer um monólogo, mas que através do olhar, do sorriso e do balbucio do bebê vão contando para a gente que, na realidade, havia diálogo desde o início.
Para que o desfralde aconteça, é preciso então que essas outras áreas também estejam caminhando e é imprescindível que o bebê, através da sua relação com o mundo, vá se dando conta de que é um ser separado de seus cuidadores, se reconhecendo enquanto um “eu”.
Quando ele já consegue se reconhecer como uma unidade, fato que podemos contemplar quando vemos um bebê se reconhecer no espelho, ou quando o ouvimos dizer que tal brinquedo “é meu” ao invés de “ é do João”, podemos observar também sinais de que ele já possui alguns recursos para iniciar seu desfralde.
Nesse sentido é importante apontar que esse processo depende de uma participação ativa tanto da criança quanto dos adultos por ela responsáveis, como os pais e os educadores nas creches. Assim, do ponto de vista prático, considerando o desenvolvimento prévio da criança, quais seriam os comportamentos das crianças entre os 18 e 24 meses que nos contam que a vida sem as fraldas se aproxima?! Que perguntas os adultos podem se fazer para ajudá-los na observação e estimulação para contribuir para o sucesso deste processo?
Abaixo listamos algumas delas:
  • O momento das trocas de fralda costuma ser um momento prazeroso de interação entre o adulto e a criança? Há brincadeiras no trocador?
  • O adulto incentiva a criança, convidando-a a participar de alguma forma, por exemplo propondo à criança que jogue a fralda no lixo depois da troca?
  • A criança demonstra curiosidade em ver outras pessoas no banheiro (irmãos mais velhos, colegas de creche), brinca de trocar a fralda de bonecas? É convidada a sentar no penico/ privada mesmo que o adulto já saiba que as chances de fazer suas necessidades ali são remotas? Pode dar a descarga e dizer tchau as fezes?
  • A criança sabe identificar e nomear as partes de seu próprio corpo? Tem uma noção de onde sai o cocô e de onde sai o xixi? Onde se formam?
  • A criança sabe identificar quando ela sujou as fraldas? Ela avisa de alguma forma?
  • Ela é respeitada pelo adulto neste momento (sem piadas ou cobranças)?
  • A criança consegue identificar quando está fazendo suas necessidades? Sua privacidade é respeitada neste momento?
  • Se ela ainda não é capaz de reconhecer quando está fazendo, o adulto é capaz de ajudá-la a identificar, através de perguntas como: “Você tá fazendo careta de força, está com vontade de ir ao banheiro? ”, “Você está sentindo desconfortos em sua barriga”?
  • Quando o adulto percebe que a criança está com vontade ele a incentiva a ir ao banheiro?
  • O momento de espera pelo xixi/ cocô na privada/ penico é um momento prazeroso (com histórias e conversas) ou é um momento tenso (com pressa, expectativas e cobranças)?
Para finalizar, é preciso reforçar que, quando se trata do desenvolvimento infantil, somos todos responsáveis. Isso significa que o estabelecimento de relações saudáveis com os demais responsáveis pelos cuidados com a criança ao longo de seu desenvolvimento é fundamental: parcerias entre pais e educadores, educadores e profissionais da saúde e assim por diante garantem que todos os envolvidos no bem estar daquela criança estejam alinhados e se apoiando mutuamente formando uma rede que só traz benefícios aos futuros cidadãos. Já pensou em como você pode contribuir?!
Aqui no Instituto C, oferecemos uma roda de conversa sobre desfraldamento para os responsáveis de crianças que estejam iniciando esse processo ou crianças que vem apresentando alguma dificuldade relacionada a este tema. A roda funciona como um espaço para a reflexão e acolhimento das questões apresentadas por cada responsável, bem como proporciona a troca de experiências e informações entre os participantes ajudando-os a identificar que ações podem exercer diante dos obstáculos que atravessam no processo do desfralde, levando sempre em consideração sua dinâmica familiar e as particularidades de cada criança. Após a participação nas rodas, essa temática continua sendo acompanhada através dos atendimentos individuais que fazemos com os responsáveis ou com os responsáveis e a criança, até que o desfralde não seja mais uma demanda daquela família!
Quer saber mais sobre desenvolvimento infantil? Então CLIQUE AQUI e baixe a apostila CONHECENDO O SEU FILHO!
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A doação via nota fiscal paulista mudou

A doação via nota fiscal paulista é muito simples e não custa nada ao contribuinte!
Antes o contribuinte depositava seu cupom fiscal em urnas disponíveis nos próprios estabelecimentos.
Agora é o contribuinte cadastra o cupom fiscal no aplicativo da Nota Fiscal Paulista em favor da organização social.
Siga o passo a passo para fazer a sua doação:
1) Baixe o aplicativo da Nota fiscal Paulista em seu celular (para Apple ou Android)
2) Escolha a opção DOAR
3) Faça a leitura do QR Code ou digite os dados
4) Selecione: INSTITUTO C CRIANÇA CUIDADO CIDADÃO
5) Clique na estrela para nos deixar como favoritos e facilitar as próximas doações
6) Clique em DOAR
Saiba mais sobre doação via nota fiscal paulista, clicando aqui.
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Projeto Educação em Rede

Desde 2011, o Instituto C veio atuando no projeto PAF – Plano de ação familiar, junto a famílias que tenham crianças ou adolescentes com alguma doença grave ou crônica. Através deste trabalho, foi possível identificar possibilidades de ampliação do escopo de atuação da organização, e, desde 2016, por meio de diferentes projetos, o Instituto C passou a atender não apenas famílias com crianças doentes, mas também famílias que tenham crianças e adolescentes que, por algum motivo, não tenham seus direitos básicos sendo plenamente atendidos.
Considerando que a educação é a maior forma de transformação social e de enfrentamento das vulnerabilidades sociais e, além disso, espaço fundamental para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças e adolescentes, surge, em 2017, o projeto “Educação em Rede”, que visa a complementar ações já desempenhadas nas escolas em apoio com as famílias.
Desta vez, nosso público alvo são famílias de crianças com dificuldades no processo de escolarização e que vivam em vulnerabilidade social. O projeto tem como principal objetivo potencializar o desenvolvimento desses estudantes, promovendo o fortalecimento dos vínculos familiares e a garantia de seus direitos.
Acreditamos que o olhar e o cuidado com a família são fundamentais para a proteção das crianças e adolescentes. Para isso, neste projeto, nossa atuação se dá por meio de diferentes atividades: atendimento multidisciplinar individual nas áreas de psicologia e serviço social; rodas de conversa sobre temas específicos com as famílias; oficinas de estudo; oficina do “brincar livre”; e articulação com a rede de serviços assistenciais do município.
Pretendemos, com essas ações, que as famílias sejam atendidas em suas demandas, conquistando autonomia, empoderamento e maior envolvimento no processo de aprendizagem de seus filhos.
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Temos uma grande novidade!

Há quase 6 anos, numa garagem de uma casinha em Santa Cecília – SP, começamos um projeto com o objetivo de auxiliar famílias em vulnerabilidade social a caminharem com suas próprias pernas e viverem de forma autônoma. Em fevereiro de 2012, recebemos as 5 primeiras famílias que foram atendidas pelo Instituto C. E hoje, com 160 famílias sendo atendidas por mês, nosso espaço ficou muito pequeno, por isso alugamos um espaço maior que em breve será nossa nova sede!
Estamos muito felizes com essa conquista e com a expansão do nosso trabalho. Com a ajuda de um arquiteto voluntário, estamos reformando a nova sede, que está quase pronta. O espaço será muito mais adequado para atender as famílias com ainda mais qualidade e para desenvolvermos os novos projetos.
Enquanto isso, estamos vivendo nossas últimas semanas na casinha onde vimos um sonho se tornar realidade, com ansiedade para começar esse novo capítulo da nossa história! Em breve, e com muita alegria, apresentamos nossa nova sede!
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Doce e poderoso instinto maternal

*Por Maria Helena Pugliesi
Solteira, impossibilitada de trabalhar devido a uma queda e mãe de gêmeos prematuros, Juliana Santos de Siqueira jamais se deixou vencer pelas adversidades. “Minha vida não é nada fácil, mas meus filhos são meus maiores estímulos para eu não desanimar.”
Arthur e Cecília nasceram com 34 semanas, em junho de 2015, na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. “Foi tudo muito rápido. Eu sabia que minha menina estava com restrição de crescimento fetal, mas não esperava fazer o parto aos sete meses de gestação.” Pelo ultrassom, o médico constatou a necessidade urgente da cesárea a fim de assegurar a sobrevivência de Cecília. Juliana, que já estava hipertensa, com a notícia teve um pico de pressão, ocasionando pré-eclampsia. Devido à urgência da cirurgia, ela também não teve tempo de tomar a injeção de corticoide, que ajuda no fortalecimento dos pulmões dos bebês. Conclusão, os três tiveram que ficar na UTI. Após nove dias, mãe e filho tiveram alta, Cecília ainda permaneceu no hospital por mais 28 dias.
“Em casa, Arthur não ia bem, na primeira semana, em vez de engordar, perdeu peso. Tive que incrementar sua amamentação para que ele chegasse aos 3 quilos recomendados. Nas visitas à minha filha, eu conversava muito com os doutores, que me alertaram sobre a necessidade de acompanhamento médico até ela completar dois anos. Eu me sentia perdida e amedrontada com tudo isso. Foi então que a assistente social da Santa Casa me indicou o Instituto C.”
Juliana continua: “Eu já havia me cadastrado na igreja de meu bairro para receber cesta básica, mas era muito pouco. O Instituto C chegou no momento certo. Em agosto de 2015 eles me receberam de braços abertos, ouviram minhas queixas como ninguém jamais tinha feito. Nem tanto pelos meus filhos, que em relação às demais crianças assistidas, estão se desenvolvendo com saúde, mas sim pelo meu histórico de vida, fui acolhida com todo amor, carinho e profissionalismo. Venho aprendendo muito com seus psicólogos e assistentes sociais. Agradeço a ajuda quanto ao leite e aos remédios do Arthur e da Cecília, que fizeram os dois se curarem da anemia da prematuridade. Além disso, fui orientada a procurar o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS para limpar meu nome devido à dívidas contraídas. Meus filhos, sem dúvida, são minha maior alegria, porém, sem o apoio do Instituto C seria muito mais difícil seguir em frente.”
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O Instituto C é uma das 100 melhores ONGs do Brasil

O Instituto C foi eleito uma das 100 melhores ONGs do Brasil na primeira edição do Prêmio Melhores ONGs, uma iniciativa do Instituto Doar e da Revista Época.
Mais de 1.500 ONGs se inscreveram e apenas 100 receberam esse reconhecimento. Foram avaliados processos administrativos, contábeis, financeiros e de comunicação. Metodologias, pedagogias e procedimentos de cada ONG com seus públicos não podem nem devem ser comparáveis, muito menos ranqueados. Mas a gestão e a transparência dos recursos, sim. O prêmio tem como objetivo reconhecer boas práticas de gestão e a transparência no terceiro setor, além de incentivar a cultura de doação no Brasil.
A premiação aconteceu no dia 07 de agosto no Espaço Sapato Laranja, em São Paulo. Quase todas as ONGs premiadas estavam presentes no evento.
Recebemos esse prêmio com imensa alegria e satisfação! O último ano foi de mudanças e desafios para o Instituto C e conquistar esse prêmio nos dá segurança de que estamos trilhando o caminho certo. Esse prêmio é resultado do trabalho sério e comprometido de todos que fazem parte do Instituto C, as famílias que atendemos, equipe, voluntários, padrinhos e parceiros.
#melhoresOngs
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Reaprendendo a ser feliz

Para Luana Catarina Fernandes Lobo, a constatação de fibrose cística no filho recém-nascido foi devastadora, seu mundo ruiu. “Logo que o Carlos Henrique nasceu, em 20 de setembro de 2014, eu percebi que havia alguma coisa errada com ele. Sua barriga era inchada e ele tinha muita diarreia. Eu já era mãe de dois filhos de meu ex-marido, sabia como era”, conta ela. Exames foram feitos e quinze dias depois do nascimento, com o bebê em casa, Luana recebe um telefonema da APAE pedindo que ela levasse seu filho até eles para realizar o teste do suor. “O resultado não deixou dúvida: Carlos Henrique era portador de fibrose cística, doença que acomete uma em cada 10.000 crianças no Brasil. O motivo está na incompatibilidade sanguínea dos pais. Foi triste demais saber que eu era responsável pela doença incurável de meu filho”.
Como o pequeno estava bastante desidratado devido às diarréias – chegavam a ser 24 por dia – a APAE o transferiu para a Santa Casa de Misericórdia. Ali começou o seu tratamento à base de enzimas pancreáticas, que Carlos Henrique deverá seguir por toda vida. “Num daqueles dias que eu estava no hospital totalmente abatida, a assistente social Norma me chamou e passou um endereço para eu procurar. Não entendi direito o que ela falou, mas fui assim que pude. Desde então, posso dizer que renasci. O local era o Instituto C, que me acolheu como ninguém jamais tinha feito. Aqui, aprendi a encontrar forças para encarar minha situação e a acreditar que não estou sozinha nessa batalha”. Luana conta com orgulho como aprendeu a lidar com o filho, tratando-o como uma criança normal, respeitando suas limitações. “Meu filho praticamente não sai de casa, pois pode desidratar no calor ou pegar uma pneumonia no frio. Nem por isso, o privo das coisas que um menino de dois anos faz. Ele brinca, corre, leva uma vida saudável, sem se abater pela doença”.
Separada do segundo marido, demitida de seu emprego de cozinheira e com três filhos para criar, Luana vem aos poucos saindo da prostração causada pela enfermidade de seu caçula. “O Instituto C tem sido meu apoio .Depois que recebi orientação deles, fui atrás do BPC (benefício assistencial à pessoa com deficiência), que garante um salário mínimo mensal.
Além disso, o Instituto C criou panfletos para divulgar meus doces e salgados. Distribuí os anúncios pelos bairros e já consegui bons clientes, o que tem ajudado não só no sustento da família, como em minha autoestima. Eles também têm me fornecido fraldas, cesta básica, leite e medicamentos, bem como as passagens de ônibus para que eu possa vir até aqui”. A mãe de Carlos Henrique está entre as mais assíduas em nossos encontros mensais. Participa com entusiasmo das nossas rodas de conversa iniciais e tem sempre uma palavra amiga para dar aos outros pais.
“Sinto-me em casa no Instituto C, afinal me abro mais com essas moças do que com minha mãe, só elas conseguiram me fazer entender que o meu problema não é o maior do mundo, sempre há alguém precisando mais do que eu. Toda vez que sou atendida volto para casa renovada. Para comprovar, basta comparar minhas fotos de quando cheguei e as de agora”, conclui Luana.
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Amor de pai

A história de André nos dá uma lição de paternidade. Abandonado pela esposa, de repente se viu sozinho com seu filho Kaike, de menos de 1 ano. Trabalhando como orientador de shopping e como porteiro de prédio, André desdobrava-se nos cuidados com o pequeno. Aos dois anos, Kaike começou a apresentar uma palidez preocupante. O pai o levou a fazer exames de sangue e os resultados não apontaram problemas. “Mas a professora da creche onde ele frequentava me disse que eu deveria investigar mais sobre a saúde do menino. Ele já não brincava mais com os coleguinhas, preferia ficar isolado na classe”, lembra André. Novos exames foram feitos no Hospital São Luiz e constatou-se que havia deficiência na coagulação sanguínea.  Como a suspeita era catapora, os médicos acharam melhor transferi-lo para a Santa Casa de Misericórdia. “Infelizmente, lá, um novo diagnóstico foi feito e recebi a pior notícia de minha vida: meu filho tinha leucemia. Na época eu namorava a Angela, que logo assumiu o papel de mãe do Kaike, me dando toda a força que eu precisava. Casamos-nos pouco depois e hoje somos uma família de verdade”, fala André.

A internação de Kaike foi complicada, pois o menino não tinha certidão de nascimento. “Para registrá-lo em meu nome eu precisava da mãe dele. Implorei ao meu ex-sogro que a localizasse, pois nosso filho corria risco de morte. Finalmente ela apareceu, assinou a documentação e foi embora novamente”. Nesse ínterim, Kaike contraiu uma bactéria que lhe causava fortes dores abdominais. O pequeno passou dois meses hospitalizado, de novembro de 2014 a janeiro de 2015. Vendo o sofrimento do marido, que para ficar ao lado do filho precisou largar os dois empregos, Angela pediu ajuda a uma assistente social da Santa Casa. “Minha mulher perguntou se ela poderia indicar alguma entidade que pudesse nos auxiliar e a moça sugeriu o Instituto C. Foi uma bênção em nossas vidas. Desde então tenho enfrentado os percalços do destino com outra disposição”, afirma André.

Há quase dois anos no Instituto C, o pai de nosso querido Kaike se diz bastante satisfeito com o atendimento que vem recebendo. “A ONG oferece assistência completa. Psicólogos ajudam a mim e ao meu filho a lidar com as emoções provocadas pela leucemia. Nutricionistas nos orientam a respeito de sua dieta especial e tem ainda o auxílio jurídico. Graças a orientação de seus advogados, eu consegui entrar com um pedido na Defensoria Pública pela guarda definitiva do Kaike. O melhor disso tudo é que aqui sou recebido com muito afeto. Dá para ver no olhar de cada um como todos fazem seu trabalho com amor e dedicação.”

No início deste ano, Kaike, agora com 4 anos, passou a fazer apenas tratamento de manutenção e assim pôde voltar a escola. “O Instituto C indicou um colégio perto de casa. Ele estuda das 13 às 19 horas, tempo que estou usando para entregar meu currículo e, muito em breve, retomar minha profissão”, comemora o paizão André.

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Uma força silenciosa

Com seu olhar intenso e carinhoso, Wallace, de 15 anos, acompanha da cama a dedicação da mãe em tornar sua vida mais confortável e alegre. “Ele não pode falar, nem se mexer, mas há uma energia nele que me enche de coragem e de ânimo para enfrentar o que der e vier. Mesmo em sua limitação, o Wallace é responsável por tudo o que tenho e o que sou”, fala Maria Aparecida Oliveira Perozzi, que também aos 15 anos tornou-se mãe de um bebê aparentemente saudável.
Menos de um mês depois do nascimento, Wallace foi diagnosticado com hidrocefalia. A notícia, a princípio, revoltou a jovem mãe, que queria uma criança saudável, no entanto a raiva foi aos poucos se transformando num amor incondicional. Aos quatro meses o menino recebeu uma válvula intracraniana para drenar o líquido cefalorraquiano e passou a levar uma vida praticamente normal. “Apesar dos exames de rotina e da fisioterapia, meu filho era bastante ativo. Frequentou a creche, depois a escola e brincava de igual com as outras crianças”, lembra Maria.
Aos 13 anos Wallace começou a se queixar de fortes dores de cabeça. Maria tentou uma internação, mas os médicos não viam motivo. A saúde do garoto ia bem. No dia 2 de dezembro de 2013, porém, ele teve uma parada respiratória e já chegou em coma na Santa Casa de Misericórdia.
Encaminhado direto para o centro cirúrgico, foi constatado que a válvula havia rompido e inundado seu cérebro de líquor, danificando irremediavelmente vários neurônios. “Passei dois meses com ele na UTI em estado de choque. Traqueostomia, cirurgia gástrica… Era um mundo de procedimentos que me deixavam em pânico”, recorda a mãe.
Muito abalada, Maria foi aconselhada pela assistente social Norma a procurar o Instituto C. O apoio veio em boa hora. Wallace estava prestes a receber alta e a mãe não sabia como lidar com uma criança totalmente dependente. “Eu só chorava, não encontrava suporte em lugar nenhum. Daí, surgiu o Instituto C na minha vida e tudo ganhou uma nova perspectiva. Aqui aprendi a lidar com a situação sem entrar em desespero, a reivindicar direitos para o meu filho que nem imaginava existir e a acreditar mais em mim”, comemora Maria, hoje um artesã atuante na ONG.
Mãe de mais dois filhos e com o marido desempregado, Maria é uma mulher guerreira, que não desiste fácil. Com a ajuda do Instituto C e seu empenho, conseguiu que uma equipe do Programa Melhor em Casa, ligado ao SUS, atenda o Wallace em domicílio e em breve o garoto poderá ser levado pelo Atende (transporte gratuito, porta a porta, para pessoas impossibilitadas de usar outros meios de transporte público) ao centro de fisioterapia da Unicid Tatuapé – Universidade de São Paulo.
“Eu apenas retribuo o quanto Wallace já fez por mim. Em seu olhar delicado eu vejo sua vontade de viver e isso me torna uma pessoa melhor, mais forte emocionalmente e com muito mais certeza de que a felicidade somos nós que fazemos”.