Alimentando o BemInstitucional

Nasce o terceiro polo do Instituto C, em parceria com o “Alimentando o Bem”!

Nasce o terceiro polo do Instituto C!

Já era esperado dentro do planejamento estratégico da instituição o nascimento de mais um polo de atuação, o que a equipe não imaginava que surgiria tão rápido, e mais: no território do Perequê, no Guarujá, litoral de São Paulo.

Inicialmente, a gente previa essa expansão a médio prazo, mas aconteceu mais cedo do que esperávamos”, comemora Nayara Oliveira, Psicóloga Institucional.

Alimentando o Bem 

 O “Alimentando o Bem” nasceu em 2020 na unidade de conservação da Área de Proteção Ambiental (APA) Serra do Guararu, no início da pandemia de Covid-19, para ajudar moradores do Perequê que já enfrentavam graves problemas com as fortes chuvas que haviam atingido a região.

Emar Batalha, fundadora do projeto, e Vera Oliveira, Diretora Executiva do Instituto C, foram apresentadas por um conhecido em comum e, de um propósito semelhante, começaram a trocar informações – as conversas foram se desdobrando.

Nós, como Instituto C, percebemos que poderíamos somar ao projeto, expandindo nossa metodologia de atendimento social, multiplicando o nosso trabalho e atingindo territórios que, talvez, a gente nem exploraria inicialmente, como o Guarujá”, explica Nayara.

Um dos princípios da Organização no Guarujá é o desenvolvimento local, com o intuito de transformar aquela comunidade estruturada por tantas desigualdades – muito do que o Instituto C também acredita.

Entendemos que, quando uma família se desenvolve, ela também modifica toda a organização a sua volta”, acrescenta.

Já Emar afirma que aprender junto, e com o outro, é uma troca fundamental. “A parceria faz encurtar um caminho, economiza erros e poupa sofrimentos. Acredito que existe um aprendizado nas duas pontas“, diz a fundadora do “Alimentando o Bem”. 


“O propósito nasce de lugares diferentes, mas, no final, caminhamos juntos para o mesmo rumo da transformação social” – Nayara Oliveira

Como vai funcionar o terceiro polo do Instituto C?

De propósitos semelhantes e conversas aprofundadas, surgiu a parceria que culminou no terceiro polo do Instituto C.

Lá, a metodologia do Instituto C será aplicada e adaptada para as demandas particulares do território. “Juntos, construiremos uma equipe multidisciplinar que irá atender de forma cuidadosa famílias em vulnerabilidade social, promovendo a efetividade da garantia de direitos”, pontua Nayara.

Liliane Moura, Assistente Social Institucional, acredita que a parceria é muito potente e frutífera – muito por conta das intenções semelhantes. “Ambos têm como propósito a transformação social por meio do enfrentamento das vulnerabilidades sociais. E hoje temos condições de ampliar a nossa metodologia, sempre com o cuidado de olhar para cada território e entender as suas diferenças e particularidades, é claro”, acrescenta.


“Caminhamos juntos com missões, intenções, desejos e sonhos muito parecidos” – Liliane Moura

Assim, Nayara e Liliane foram as responsáveis por estudar e entender as singularidades do território do Perequê. “Não temos a intenção de chegar com um saber verticalizado. Estamos imersas no local para entender como construir o que faz sentido ali”, reforça Nayara.

Liliane explica que, inicialmente, foi desenhado um cronograma que contempla a participação do Instituto C de forma remota e também presencial. “Estamos entendendo a necessidade de estarmos na região fisicamente para contribuir com o início do treinamento e da coleta de dados que geram indicadores do desenvolvimento dessas famílias”, diz. “E isso faz todo o sentido para a gente, porque priorizamos estar presente para que o trabalho seja sustentável a longo prazo. A gente aposta em acompanhar o projeto e as melhorias ao longo do tempo”, acrescenta Nayara.

Informações – Alimentando o Bem 

O “Alimentando o Bem” tem cerca de 400 famílias cadastradas em sua base e, um de seus projetos internos, é o “Moradia Digna”. “Por conta das chuvas, o projeto decidiu ramificar as suas áreas de atuação e, nesta, famílias são convidadas para saírem das áreas de risco com um aluguel social”, explica Nayara. São essas famílias que terão prioridade no atendimento multidisciplinar pela questão de vulnerabilidade da moradia. “Começaremos com esses 70 atendimentos e expandindo aos poucos”, acrescenta.

De toda essa parceria, quem ganha são as famílias.

“A gente aproveita o conhecimento e a experiência do Instituto C, e a equipe do mesmo tem a possibilidade de experimentar uma vivência em uma região completamente diferente do que estão acostumados. Ganham os dois institutos, mas principalmente a comunidade”, comemora Emar. 

A construção e a cocriação tem feito muito sentido para nós, que já estamos há uma década trabalhando nessa metodologia. Acreditamos muito em sua potência, e em seu poder de transformação e impacto em outros territórios também”, celebra Liliane.

Clique e conheça mais sobre o terceiro polo IC: Instituto Alimentando o Bem.

PAFServiços IC

Adolescentes: a importância de um olhar integral também aos irmãos das crianças com deficiência

“Com essa percepção, temos desenvolvido um trabalho com um olhar mais atento aos adolescentes das nossas famílias.  Observamos que pouco era trazido sobre eles pelas mães, e quando mencionados era sempre como rede de apoio à mãe e ao irmão(a) com diagnóstico. Ao realizar atendimento com o adolescente, parando para escutá-lo, mostrando interesse por ele e não pela criança com o diagnóstico, enxergamos muitas questões, como a baixa autoestima, faltas escolares excessivas com prejuízo na aprendizagem escolar, por exemplo, nos levando a percepção, de que, por vezes,  esses adolescentes ocupam um não lugar, ficando em segundo plano”, introduz Lualinda Toledo, pedagoga do projeto.

Adolescentes

Questões psicológicas, educativas e até físicas acabam atingindo esses adolescentes e passam despercebidas pela família e sem o olhar dos serviços e órgãos de proteção. Daí, a necessidade de um olhar atento e integral a todos que compõem a família e cercam àquela criança com diagnóstico. O polo centro (com o programa PAF – Plano De Ação Familiar) é considerado o primeiro projeto do Instituto C e, desde 2012, atende famílias de crianças que têm alguma doença grave ou crônica e que vivem em situação de vulnerabilidade social. Com o objetivo de auxiliar as famílias na superação das dificuldades e construção da autonomia, a equipe oferece atendimento multidisciplinar nas áreas de renda, serviço social, educação, nutrição e psicologia.

Um dos destaques e diferenciais dos atendimentos é o olhar atento das técnicas a todos os integrantes da família, e não apenas na criança com diagnóstico, incluindo os adolescentes que, muitas vezes, acabam ficando em segundo plano – ocupando o lugar de “irmão mais velho”, “cuidador” ou até mesmo “responsável”.

Um olhar multidisciplinar para toda a família

Todas as técnicas conseguiram perceber durante os atendimentos alguma questão em torno desse jovem. A partir desse olhar multidisciplinar pudemos ir percebendo a necessidade de mais cuidado para com esses adolescentes”, conta Lualinda. Isso acontece porque, muitas vezes, essas mães (que também são em sua maioria solos) voltam a atenção para a criança com diagnóstico e, então, o jovem se vê em um lugar de responsável pelo irmão. Ainda nesse contexto, estando em situação de vulnerabilidade social, também existe a necessidade de ele começar a trabalhar cedo para auxiliar na renda dentro de casa.

A psicóloga Claudete Marcolino afirma que esse adolescente, irmão da criança com diagnóstico, muitas vezes se coloca em um lugar de responsável pelo outro. “E isso não aparece verbalizado no discurso durante os atendimentos porque a família não tem noção desse lugar porque ele é naturalizado. É o jovem que faz a leitura da necessidade disso, seja pela ausência de uma função paterna ou pela necessidade de uma rede de apoio que muitas vezes é ausente”, explica.

“São múltiplas questões que vão atravessando esse lugar do adolescente enquanto irmão que, muitas vezes passa despercebido pela família, e aí nós, enquanto equipe multidisciplinar, também temos esse olhar para ele” – Claudete Marcolino

Claudete completa que tudo isso  também pode afetar no distanciamento da adolescente com a mãe e no vínculo afetivo . “A jovem se afasta da função materna porque esse lugar é direcionado para a outra criança, e acaba sendo negligenciado a ela. Em alguns casos, vemos meninas que engravidam precocemente, que desejam sair de casa ou que se relacionam afetivamente de forma imatura justamente para sair desse conflito familiar e  do lugar de cuidados assumidos ”, diz a psicóloga.

Áreas de atendimentos

Esse cenário pode ser percebido em diferentes áreas dos atendimentos e em diferentes níveis. Na área de renda, por exemplo, nós observamos que, muitas vezes, o pai se ausenta de suas obrigações, a situação financeira se complica com a chegada de uma criança com diagnóstico e o adolescente se vê na obrigação  de ir trabalhar para auxiliar a família – e até abrir mão do que pode ser dele também”, cita Lualinda.

Já na área da educação, o apagamento é percebido dentro da escola. “Por vezes, ao ligar na escola, eu consigo saber a situação do irmão com o diagnóstico, mas do jovem não”, explica a pedagoga. Lualinda observa também que em muitas famílias o próprio adolescente não quer estudar no mesmo horário do irmão porque ele já sabe que será acionado pela escola. “Ele não tem identidade naquele espaço, ele é o irmão da criança que tem deficiência”, completa. Isso sem falar nas questões de falta escolar que prejudicam o andamento da educação. 

Na área da psicologia, então, os desdobramentos são ainda mais expressivos. “O que chega é um adolescente com baixa autoestima, falta de cuidado e se sentindo menos valorizado pela família“, conta Claudete – que percebe também que, as  queixas em sua maioria se dão referente   ao comportamento de  agressividade do adolescente. “E aí a gente observa que isso é um comportamento intrínseco a esse lugar de, por exemplo, falar mais firme com os irmãos e de estar em um lugar de autoridade que não foi lhe dado, mas foi interpretado como sendo necessário”, completa.

Os impactos também atingem a nutrição do jovem, já que a mãe centraliza o alimento um pouco mais saudável para garantir que isso vá para a criança com deficiência, na área social, percebemos que  a Rede,  não  presta   um atendimento extensivo aos demais integrantes da família. “Faltam políticas públicas que sejam agentes facilitadores dessas redes assistenciais e da saúde  que possam ser um mediador entre os serviços que atende a família, por exemplo“, afirma Claudete.

Estratégias para além desse olhar

A partir de todo esse contexto, é possível compreender a urgência e a importância de se olhar para esses adolescentes. A psicóloga reforça que é, justamente, nessa fase da vida onde são construídos muitos comportamentos futuros. “A adolescência já é uma fase de transição, o jovem  está se estabelecendo e se reconhece em seus lugares. Por isso, algo que eu venho pesquisando é o não lugar desse adolescente na família com crianças com deficiência. A adolescência, de maneira geral, já é uma fase de busca de um lugar, de afirmação da identidade. Então, o jovem que é o irmão de uma criança que tem diagnóstico, passa por um processo ainda mais adoecedor emocionalmente porque ele fica em um limbo identitário, como se ele, de fato, não pertencesse a essa família porque todos ficam em torno dos cuidados da criança. E, a sequela disso pode ser permanente, quando não cuidado, pode vir a  se manifestar na fase adulta”, explica Claudete.

Pensando nisso tudo, o Instituto C tem pensado e colocado em prática algumas estratégias que visam também o atendimento dos adolescentes – já que seus direitos são garantidos, mas estão negligenciados. “Começamos com uma roda de conversa aberta para uma primeira aproximação com esses jovens, explicando o projeto e nos colocando à disposição para a escuta”, conta.

“Um jovem que, não se reconhece em sua identidade e não tem firmeza na sua autoestima, pode vir a ter dificuldades para  fazer o enfrentamento das adversidades  em sua vida”– Claudete Marcolino


A conversa se desdobrou em atendimento em grupo com estagiários da Psicologia para  todos os adolescentes das famílias, fornecendo um auxílio financeiro para viabilizar que todos estejam presentes”, celebra Claudete. Com essa escuta técnica, mais questões também apareceram, como a necessidade de psicoterapia individual para alguns adolescentes com fragilidades emocionais mais críticas,  encaminhamentos para oftalmologista, dentista e outras  especialidades. “A partir disso, estamos construindo outras estratégias centradas  para esses adolescentes, de um cuidado ainda mais integral para esses jovens do Instituto C”, finaliza a psicóloga.


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Institucional

Inclusão produtiva: o que é e quais soluções são oferecidas pelo Instituto C

Já ouviu falar em inclusão produtiva? O termo se refere à criação de condições favoráveis para que todos os indivíduos na sociedade tenham acesso a oportunidades econômicas e possam participar ativamente da produção e do mercado de trabalho.

A inclusão produtiva busca garantir que grupos marginalizados e em vulnerabilidade social, como pessoas com deficiência, mulheres, jovens, idosos e minorias étnicas, tenham igualdade de acesso a recursos, capacitação e empregos.

A importância não se restringe apenas a fonte de renda, mas também a outros aspectos que a falta de trabalho causa, como baixa autoestima. Quando as barreiras da exclusão social são superadas e as pessoas são incluídas de maneira produtiva, ocorrem diversos benefícios, promovendo o crescimento econômico sustentável, fortalecendo a coesão social e, claro, reduzindo a pobreza.

A inclusão produtiva é uma área onde cuidados da reforma dos currículos, opções de capacitação e até o encaminhamento para vagas de emprego dentro da rede”, explica Isabel Pinheiro, Assistente Social de Geração de Renda.

Ela conta que o olhar é individual para a real necessidade de cada família e o trabalho é para facilitar os sonhos de cada uma. 

Inclusão produtiva – Soluções do Instituto C (programa Cidadania em Rede)

Vemos que muitas mulheres não têm a capacitação no currículo, mas têm a força de vontade para trabalhar”, conta Isabel que, em seu trabalho, busca dar o pontapé necessário para incluir esse indivíduo no mercado. “Eu identifico as vulnerabilidades daquele currículo, as questões de estudo e vou encaminhando para cursos que possam capacitar cada um deles, de forma que seja mais fácil a ingressão no mercado de trabalho”.

Uma das soluções encontradas pelo Instituto C para que tudo isso aconteça foi a parceria com a SIEMACO– Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços, que oferece cursos rápidos e com certificação em diversas áreas de trabalho. “A gente tem visto muitos bons resultados. Um caso recente, por exemplo, é o da Juliana, que fez três cursos pela SIEMACO em abril e, no início de maio, conseguiu um trabalho formal”, celebra Isabel.

inclusão produtiva

Isabel e Juliana com os seus certificados de 3 cursos que fez na Siemaco: Recepção/Atendimento, Comportamento Pessoal e Profissional e Supervisão. Veio até o instituto C para atualizar seu currículo.

 A conquista de um emprego, seja ele formal ou não, traz de volta a autoestima que foi impactada durante a busca por um trabalho. “Eles chegam já há bastante tempo desempregados, triste e até com vergonha por isso. Vamos cavando oportunidades para realizar o sonho de uma profissão”, conta Isabel. “Conforme eles vão fazendo os cursos, o currículo vai crescendo e oportunidades de entrevistas surgindo, eles se animam e ganham entusiasmo para seguir no caminho. E é isso que eu busco: que eles se sintam animados, como sujeitos de direitos, qualificados e parte da sociedade”, finaliza Isabel.


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Serviços IC

O debate como prevenção ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

O combate à exploração sexual de crianças e adolescentes é uma pauta urgente e importante no Brasil. Infelizmente, o país ainda é um dos principais destinos para turismo sexual infantil, o que demanda ações efetivas por parte das autoridades e da sociedade em geral. Só em 2022, foram registradas no Brasil quase 112 mil denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet. O número é 10% maior se comparado ao de 2021 (dados retirados do ChildFund Brasil, agência de desenvolvimento social que atua com programas e projetos sociais). 

No intuito de conscientizar a sociedade brasileira sobre a necessidade de se engajar na luta contra a violação dos direitos sexuais de crianças e adolescentes, o dia 18 de maio foi oficializado como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

História do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

A data faz referência a um triste episódio ocorrido em 1973, quando uma menina de 8 anos, da cidade de Vitória (ES), foi sequestrada, violentada e assassinada de forma brutal. Seu corpo foi encontrado seis dias depois, carbonizado, e seus agressores jamais foram punidos.

Em virtude da comoção gerada pelo caso e da mobilização do movimento de defesa dos direitos das crianças e adolescentes, a Lei nº 9.970/2.000 estabeleceu o dia 18 de maio como um marco para a conscientização e o combate à violência sexual contra menores de idade. Desde então, essa data se tornou uma oportunidade para a população brasileira se unir e protestar contra esse tipo de atrocidade.

Neste ano, o Instituto C vai participar de duas ações, segundo Sheila Silva, agente de ação social do Cidadania em Rede:

  • Uma junto à Secretaria de Desenvolvimento Social;
  • Outra com o Serviço de Proteção Social às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência da Brasilândia.

Políticas públicas e debates como prevenção

Combate à exploração sexual Para combater esse problema, é fundamental investir em políticas públicas que fortaleçam a rede de proteção e garantam a punição dos culpados. Além disso, é necessário conscientizar a população sobre os impactos da exploração sexual na vida das vítimas e mobilizar a sociedade civil para denunciar casos de abuso.

Sheila alerta que a conversa dentro do projeto é essencial para a prevenção desses abusos.

É preciso diálogo e esclarecimento sobre diversos fatores, como o direito do corpo, sexualização entre adolescentes e educação sexual – seja dentro de casa ou na escola. Vamos trabalhando com as famílias, tanto quanto já existe um caso notificado, quanto no sentido da prevenção mesmo”, diz.

Até porque a maioria dos abusos infantis acontecem dentro do ambiente familiar. “Uma criança que passou por uma situação de abuso pode manifestar isso dentro de um atendimento, fazendo um desenho, por exemplo, e é nosso papel também esse acolhimento de escuta”, explica Sheila.

A luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes deve ser um esforço coletivo e contínuo para garantir um futuro mais justo e seguro para as gerações futuras.

Como denunciar o Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes?

Combate à exploração sexual

E, para denunciar casos de Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, basta utilizar o serviço do Disque 100, que permite que a denúncia seja feita de forma anônima.

Outra opção é procurar o Conselho Tutelar, responsável por garantir que os direitos das crianças e adolescentes sejam respeitados, na região onde a vítima reside ou onde ocorreu o abuso.

Além disso, a vítima pode recorrer a delegacias especializadas ou comuns, bem como à Polícia Federal ou Polícia Rodoviária Federal, ou ainda através do número 190.


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Institucional

Homenagem ao Dia das Mães – Poema de Claudete Marcolino

Preparamos uma homenagem especial para aquelas que representam o maior amor que existe: as mães. Cada mãe carrega em si uma força inigualável, uma sabedoria aprendida e desenvolvida ao longo dos dias. Vamos celebrar e reconhecer o papel insubstituível que cada mãe desempenha em nossas vidas.

Feliz Dia das Mães!

Mãe que seria de mim sem ti?
Sua voz que fala aos meus ouvidos, que canta, que encanta e acalanta.
Que adverte, que ensina e educa.
Seus olhos que brilham e me veem.
Sua luz, seu andar, caminhar.

Mãe que acolhe, no ventre, no abraço, no coração!
Em sua sabedoria minha referência.
Sabedoria que aprendeu, compreendeu e se tornou no passar dos dias.
Ah a maternidade!
Que se fez e se faz cheia de perguntas sem respostas, erros e acertos.
Sim, mãe, eu sei que você não sabia!
e tudo que te disseram sobre ser mãe, não foram suficientes.

Mãe, que desbrava o desconhecido por não saber, que se dispõe aprender, que aprende sem se dispor.
Que não desiste!
Que se cansa, que não dorme e muitas vezes não come para o filho comer.

Em lutas aguerridas e diárias em busca do melhor se doa, se entrega,
Lágrimas, choros escondidos, medos, sorrisos, sonhos e conquistas
Para que eu pudesse ser, estar Aqui!

Mãe, sua maternagem se faz lembrada
Não importa como você foi, como é ou será
Não apenas na data de hoje,
Na minha história
Para que eu pudesse NASCER
Antes de mim,
Precisou existir VOCÊ!

Poema de Claudete Marcolino

Reconhecemos e celebramos a essência do amor incondicional que cada mãe representa. São nossas primeiras professoras, nossas protetoras incansáveis e nossas fontes de força e inspiração. Hoje e sempre, agradecemos por tudo que fizeram e continuam a fazer por nós. Que cada mãe sinta-se valorizada, amada e lembrada, não só neste dia, mas em todos os momentos de nossas vidas.

Imagens das mães que constroem dia após dia a história e o legado do IC.

 

 

Áreas de atendimento

Imigrantes: dificuldades e barreiras que enfrentam ao chegar em um novo país

Existem muitas razões que podem levar um imigrante a deixar seu país de origem. Algumas das mais comuns incluem questões políticas, como instabilidade, violência, perseguição política ou religiosa, ou até mesmo guerras. Além disso, problemas econômicos podem ser um fator significativo, como falta de oportunidades de trabalho, baixos salários, desigualdade social ou pobreza extrema.

No Brasil, muitos imigrantes chegam com o objetivo de melhorar sua condição de vida e proporcionar uma qualidade melhor para sua família. Independentemente da razão, a decisão de deixar o país de origem geralmente é uma das mais difíceis e envolve muitos riscos e incertezas.

Os imigrantes enfrentam uma série de desafios ao chegar em um novo país. Além da necessidade de adaptação a uma nova cultura e idioma, eles podem enfrentar discriminação e preconceito de pessoas que não estão dispostas a aceitar os recém-chegados. A busca por empregos que correspondam às suas habilidades e experiências também é uma questão, o que pode levar a problemas financeiros e até mesmo de autoestima. 

A falta de suporte social e emocional também pode ser um desafio, especialmente se o imigrante deixou para trás sua família e amigos em seu país de origem. Daí, a importância do acolhimento como forma de política pública à eles.

Números de imigrantes em São Paulo

De acordo com o último levantamento do Migracidades, uma plataforma de diagnósticos sobre migração da Organização Internacional para Migrações (OIM), de 2021, são 376.156 migrantes que vivem na cidade. As principais comunidades são:

  • Bolivianos (27%);
  • Chineses (7%);
  • Haitianos (6%).

Ainda segundo eles, de janeiro de 2000 a março de 2022, 595.369 migrantes obtiveram o Registro Nacional Migratório como habitantes do município, de acordo com dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra) (NEPO/UNICAMP, 2022). E mais: entre abril de 2018 e outubro de 2022, o estado de São Paulo recebeu cerca de 11.204 pessoas venezuelanas por meio da estratégia de interiorização do Governo Federal.

Dificuldades e barreiras dos imigrantes

Recentemente, a equipe técnica do Instituto C participou de uma formação promovida pela Rede Sem Fronteiras, do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC), chamada ‘Ampliando Redes e Cidades Solidárias’, devido o aumento de famílias imigrantes procurando por atendimento no programa Cidadania em Rede.

“A gente sabe que em São Paulo, por ser uma grande metrópole, a questão imigratória é importante, mas para nós, enquanto Cidadania em Rede, foi uma novidade a chegada dessas famílias. Ainda não tínhamos pensado em estratégias de como acolher e fortalecer esse grupo em específico”, introduz Sheila Silva, agente de ação social do Cidadania em Rede. 

E, entre as dificuldades encontradas por essa população, está a língua, a cultura e a alimentação. “Os abrigos que hoje recebem esses imigrantes não conseguem elaborar um cardápio que atenda a todos, e a gente sabe que tem alguns itens que eles não comem. Então, aqui, elas valorizam bastante os atendimentos da nutrição. A psicologia também é uma área importante devido à autoestima dessas mulheres, e da trajetória que tiveram até aqui. Tentamos reconstruir juntas um plano de autonomia para elas não desanimarem”, conta Sheila.

Por sofrerem dificuldades, preconceitos e, muitas vezes, até mesmo a violência, é notório o agrupamento entre os imigrantes. A agente aponta também que existem dois perfis: o de quem já chegou há bastante tempo e, assim, consegue lidar melhor com algumas questões, e o do recém-chegado, que ainda está tentando entender o novo momento e, por isso, ainda é mais fechado. “Mas, a partir do momento que o Instituto C abre essa possibilidade, as chances de mudarmos esse cenário e dar um passo bacana enquanto instituição, é grande“.

O acolhimento aos imigrantes no Instituto C

Atualmente, o Cidadania em Rede atende 7 famílias que vieram da Venezuela e, em sua maioria, de mulheres. “Percebemos que são pessoas com nível superior, mas quando chegam no Brasil precisam se reconstruir totalmente em diferentes aspectos”, diz.

Assim, enquanto instituição, o IC tem pensado em formas de trabalhar essa nova pauta. Um dos próximos passos é trazer um debate sobre políticas públicas, acessos aos direitos e até mesmo formas para validar os diplomas aqui no Brasil. Sheila conta o caso de uma venezuelana, por exemplo, que é formada em Enfermagem e agora está batalhando para conseguir a validação da sua certificação no Brasil. “Queremos articular com alguém do CDHIC para uma roda de conversa aqui no Instituto com as famílias que atendemos”, conta.

Para Sheila, ainda é importante fazer isso de uma forma coerente e entusiasmada, já que essas mulheres chegam cansadas e, muitas vezes, fragilizadas após tantos ‘nãos’ ouvidos. “E isso, se não trabalhado, vira uma bola de neve, né? A gente precisa prevenir futuros problemas e fazer um trabalho de acesso e inclusão dessa população”, acrescenta Sheila.


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Fotos por Sara Vasconcelos
@saraavasconceloss
@saravasconcelosfoto

InstitucionalServiços IC

Está no ar o nosso Relatório de Atividades de 2022 – Cuidado em expansão

Cuidado em expansão

O relatório de 2022 do Instituto C que você está prestes a ler, mostra não só o trabalho que realizamos a cada dia, há 11 anos, como também transparece ao longo de suas páginas, como a organização foi amadurecendo e aperfeiçoando a sua metodologia e atuação ao longo dos anos.

Estamos com um programa de atendimento que foi replicado na Zona Norte e que está sendo cuidadosamente projetado para chegar a outros lugares e outras famílias, que se beneficiarão de um olhar cuidadoso e
do atendimento multidisciplinar focado nas demandas de cada uma.

Relatório de atividades 2022

É por meio da conexão entre as soluções já oferecidas pela rede socioassistencial com as demandas de cada família e a forma como ela é acolhida pela equipe multidisciplinar que vamos tecendo o nosso trabalho e fazendo ele chegar a mais famílias que precisam.

É nítido também com a abertura de um novo polo de atendimento, que o trabalho cresceu. Em 2022, ampliamos em 32 % o número de famílias atendidas. Porém, o que me traz mais satisfação em relação aos alcances do ano é o clima organizacional que construímos.

Apesar de trabalharmos com um tema sensível, ouvirmos cotidianamente histórias difíceis e que mexem com a nossa alma, o que mais escutamos quando reunimos os nossos colaboradores e voluntários são palavras que nos emocionam e relatam o quanto eles tem orgulho de trabalhar no Instituto C e o quanto esse trabalho ocupa um lugar muito especial na vida de cada um deles.

Esse sentimento, junto com o amadurecimento da organização, trouxeram conquistas importantes para nós e que coroaram o ano de 2022. Recebemos pela primeira vez dois selos muito importantes da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Diversidade e ficamos entre as 3 melhores ONGs do Estado de São Paulo no prêmio Melhores ONGs. Esses reconhecimentos nos impulsionam mais e mais.

Te convido a ler as páginas do nosso relatório de atividades e acompanhar conosco cada passo da expansão do nosso cuidado para mais famílias em vulnerabilidade social.

Um abraço,
Vera Oliveira
Diretora Executiva

Faça sua leitura aqui!

PAF

Projeto piloto para o pré-atendimento de famílias da lista de espera do PAF

O primeiro projeto do Instituto C nasceu em 2012, e é o PAF – Plano de Ação Familiar. Desde então, famílias com crianças que tenham alguma doença grave ou crônica, e que vivam em situação de vulnerabilidade social, passam por atendimentos específicos, participam de rodas de conversas e recebem doação de alimentos e remédios que o SUS não fornece.

Realizado na sede, no bairro da Santa Cecília de São Paulo, o PAF atende mensalmente 200 famílias, que têm ciclos de participação que variam de um ano e meio a dois. Por isso, a lista de espera para ingressar no projeto é grande.

A gente vê essa demanda como algo importante, já que nosso trabalho está sendo recomendado e requisitado. Enxergamos isso como algo bom, mas, por outro lado, sabemos que não é apenas um número naquela lista, mas uma família que está precisando de orientação e auxílio”, diz Katia Moretti, coordenadora do PAF.

O aumento da procura – PAF

Antes da pandemia, o projeto passou por uma fase onde estava recebendo poucos encaminhamentos dos hospitais parceiros.

Foi quando, em 2019, decidimos tornar o PAF um projeto de portas abertas. Assim, as famílias poderiam nos indicar e nos procurar – e não mais haver necessidade de um encaminhamento da rede”, explica. A partir disso, as procuras espontâneas começaram a representar a maior parte das famílias recebidas.

Não demorou para a pandemia do coronavírus paralisar os atendimentos presenciais, impossibilitando o Instituto C de receber novas famílias. “Quando voltamos, mesmo que ainda em formato híbrido, a lista só foi crescendo. Afinal, tínhamos um grande número de encaminhamentos e procuras espontâneas, e mais vulnerabilidade por conta da pandemia”, lembra. Inclusive, as indicações entre as famílias cresceram tanto que atualmente representam 85% da lista de espera – que hoje conta com 118 famílias.

Em outubro de 2021 o projeto atingiu o marco de 200 famílias ativas, sendo essa a capacidade máxima para atendimento. Desde então, novas famílias são recebidas apenas quando há vagas disponíveis.

“Como a nossa rotatividade não é alta, as famílias que estão na lista acabam esperando muito”, diz Katia.

PAFPAF em crescimento 

A partir dessa preocupação crescente da equipe técnica e da gestão do Instituto, surgiu um projeto piloto de pré-atendimento, com o intuito de garantir informações sobre os direitos (pelo menos os mais básicos) às famílias.

Queremos ofertar atendimentos em grupo para orientação acerca de proteção social básica e como acessá-la”, conta.

A porta de entrada para a Política de Assistência Social é o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), sendo assim, todas as famílias da lista de espera, poderiam ser beneficiadas com informações e encaminhamentos para esse serviço a partir de uma roda de conversa didática e satisfatória, promovida pelo PAF.

 

A gente acredita muito na potência do trabalho em grupo. Pensamos em reunir cerca de 30 famílias e ir repetindo grupos até alcançar a totalidade da lista. Na conversa, explicaremos que ainda não é o início dos atendimentos do projeto em si, mas que temos esse auxílio de orientação para informações. Também vamos oferecer uma cesta básica à família”, explica Katia.

O primeiro pré-atendimento deve acontecer até o início de junho. “Às vezes, a família já recebeu tantos ‘nãos’, que queremos ser um incentivo para ela alcançar seus direitos, com as orientações e auxílio que elas precisam. Acreditamos que será um trabalho bem potente. Estamos animados”, celebra a coordenadora.

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Parcerias

Desenvolvimento Sustentável – Boutique Cidadã IC

A Organização das Nações Unidas (ONU), juntamente com seus colaboradores no território brasileiro, está empenhada em alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – que são compostos por 17 metas ambiciosas e interligadas, que visam solucionar os principais obstáculos enfrentados no processo de desenvolvimento pela população brasileira e global.

 A Agenda 2030 no Brasil é impulsionada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que representam um apelo mundial para combater a pobreza, preservar o meio ambiente, o clima e assegurar que todas as pessoas possam experimentar a tranquilidade e o sucesso.

Consumo e produção responsáveis

Um desses pilares é o “Consumo e produção responsáveis” que, entre seus objetivos, está a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais a fim de:

  • Reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial;
  • Alcançar o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e todos os resíduos;
  • Reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso;
  • Incentivar as empresas, especialmente as empresas grandes e transnacionais, a adotar práticas sustentáveis;

Uma das formas de colaborar para esse pilar da ODS é fazer um consumo consciente de itens de vestuário – já que sabemos que a indústria da moda é a segunda mais poluidora do mundo, atrás apenas da indústria petrolífera.

Por isso, a importância dos brechós e de outras empresas que tem como foco a reciclagem de roupas. 

Desenvolvimento sustentável

O Instituto IC e a Boutique Cidadã

Um bom exemplo de empresa que pensa na sustentabilidade é a Re Petit, um brechó on-line de itens infantis, como roupas, acessórios, calçados, brinquedos, objetos e utensílios para crianças de 0 a 14 anos.

Trabalhamos com as melhores marcas nacionais e internacionais, entregamos qualidade e muito estilo por um valor acessível. E mais: geramos renda extra para as mamães e pais que vendem e ainda poupam os recursos do planeta. Esta é a nossa forma de contribuir com um mundo mais justo para todos” – diz a página institucional deles.

E não só, aqueles itens que não passam pela curadoria da Re Petit, são destinados às instituições e ONGs que trabalham com crianças – como o Instituto C, que foi escolhido para firmar uma parceria neste ano.

Até agora, já foram doadas 1350 peças e, a partir delas, surgiu o Boutique Cidadã, um projeto que produz e promove para as famílias a autonomia de escolher.

Dentro da lógica da filantropia, as pessoas não têm muita escolha, né? Elas recebem um pacote de doação e é isso”, introduz Nayara Oliveira, psicóloga institucional.

Para a primeira ação, foi montada uma espécie de loja na Casinha Amarela. “Distribuímos as peças em uma arara e criamos um dinheiro fictício, com objetivo de promover um espaço em que as responsáveis se sintam protagonistas e seja devolvida a dignidade de sentir um poder de compra, com cidadania e cuidado das crianças e adolescentes”, explica Nayara.

Participaram cerca de 40 famílias atendidas pelo PAF, podendo adquirir uma média de 10 peças cada, entre roupas e calcados.

“A ação reverbera até mesmo nos atendimentos, onde podemos estimular a organização financeira e promover a autonomia das mulheres, por exemplo, que geralmente escolhem itens para seus filhos, e não para elas mesmas”, conta a psicóloga.

A ideia é que tenham outros eventos como esse durante o ano de 2023 – período em que acontece a parceria com a Re Petit – de acordo com as remessas recebidas por eles. Que venham mais!


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PAF

Autismo: o que é e como lidar?

Certamente, você já conheceu– ou conhece alguém que conhece – alguém com autismo. Isso ocorre porque, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição afeta 1 em cada 160 crianças globalmente e 2 milhões de indivíduos somente no Brasil.

O autismo é um transtorno do desenvolvimento neurológico que se distingue pela manifestação de comportamentos atípicos, desvios na comunicação e interação social, comportamentos estereotipados e repetitivos, além da presença de interesses e atividades restritas. Trata-se de um distúrbio do espectro autista (TEA).

E, mesmo com um número tão expressivo de diagnósticos, o autismo ainda é considerado um tema tabu pela sociedade. As pessoas tendem a possuir uma percepção equivocada sobre esse transtorno e as características apresentadas pelas pessoas que possuem autismo – gerando preconceito e barreiras para àqueles que possuem, e seus familiares.

Autismo – Afinal, o que é?

O TEA é um distúrbio que afeta as funções do desenvolvimento neurológico e pode resultar em mudanças qualitativas e quantitativas na comunicação, tanto verbal quanto não verbal, na interação social e no comportamento. Isso pode incluir comportamentos repetitivos, foco intenso em objetos específicos e interesses limitados.

O espectro do autismo varia desde casos leves, em que a pessoa tem alguma dificuldade de adaptação, até casos graves em que a pessoa é completamente dependente para as atividades cotidianas durante toda a vida.

Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo

Em 2 de abril, a ONU designou o Dia Mundial de Conscientização do Autismo ou Dia do Autismo, com o intuito de conscientizar e ampliar a discussão sobre o transtorno. Desde o primeiro evento em 2008, tem sido uma importante ferramenta para combater preconceitos e falta de informação.

Sintomas do autismo

 Os sinais de alteração no neurodesenvolvimento da criança podem ser identificados nos primeiros meses de vida e geralmente o diagnóstico é confirmado entre 2 a 3 anos de idade.

Embora existam algumas características comuns entre as pessoas com autismo, cada indivíduo é único e pode apresentar diferentes graus e combinações de sintomas e sinais. 

Algumas das características comuns do autismo incluem dificuldades na comunicação e na interação social, comportamentos repetitivos e estereotipados e interesses restritos e inflexíveis. No entanto, a forma como essas características se manifestam pode variar amplamente entre as pessoas com autismo.

5 Sintomas e sinais mais comuns do autismo

  • Evitar contato visual durante conversas;
  • Não demonstrar interesse em receber carinho ou afeto, resistindo a abraços e beijos;
  • Ter dificuldades para interagir com outras crianças e estabelecer amizades;
  • Repetir continuamente comportamentos, sons e palavras;
  • Apresentar preferência por brincar com os mesmos brinquedos ou realizar atividades com rotinas fixas.

Como é feito o diagnóstico do autismo?

Segundo informações obtidas através do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), em 2021, foram prestados no Brasil cerca de 9,6 milhões de atendimentos em ambulatórios para pessoas diagnosticadas com autismo. Desse total, aproximadamente 4,1 milhões foram direcionados ao público infantil de até 9 anos de idade.

Geralmente, a suspeita inicial é levantada durante a infância através da Atenção Primária à Saúde (APS) durante consultas para acompanhamento do desenvolvimento infantil. O diagnóstico é clínico e feito por meio de observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de métodos de monitoramento do desenvolvimento infantil em qualquer unidade da APS.

O autismo não tem cura, mas o diagnóstico precoce permite o desenvolvimento de estímulos para independência e qualidade de vida das crianças e adolescentes diagnosticadas com o TEA.

Como é o comportamento, comunicação e interação social de um autista?

Sabe-se que o autismo pode apresentar níveis diferentes em cada criança – dos mais leves aos mais graves, principalmente em relação à comunicação verbal e não verbal. Entretanto, o estímulo à comunicação e ao aprendizado é essencial para o desenvolvimento e independência de cada indivíduo, provando-se que é possível a interação social dos portadores do transtorno. 

autismoRecentemente, Melissa encerrou os seus atendimentos no PAF. Ela, que tem autismo, vive com sua mãe e juntas provam que superar as dificuldades, incluindo as financeiras, é capaz. “A Mel é extremamente inteligente e independente. Tanto que a família nunca conseguiu ter o acesso ao BPC, o Benefício de Prestação Continuada, porque o próprio perito não identificava que ela seria uma criança incapaz de se desenvolver”, comenta Giovana Santos, Analista Geração de Renda e técnica de atendimento da família.

Em fevereiro, o Instituto C promoveu uma roda de conversa sobre capacitismo, ou seja, sobre a discriminação de pessoas com deficiência. Nela, as mães se demonstravam algumas vezes inseguras em relação à independência de seus filhos – seja em relação aos estudos, ao trabalho ou aos relacionamentos. “Me lembro que a Mel prontamente falou na frente de todo mundo: ‘Eu vou fazer isso sim'”, lembrou Giovana. 

Com afeto, atenção, paciência e dedicação, é possível promover o desenvolvimento das crianças. “A Mel tem autismo e isso não a impossibilita de nada. Ela é extremamente inteligente, articulada, comunicativa e ativa. A gente entende que tem os graus diferentes do transtorno, mas é legal compartilhar o exemplo dela, que é ótima em tudo que se propõe a fazer”, finaliza.


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