InstitucionalRodas de Conversa

Entendendo as rodas de conversa do Instituto C

As rodas de conversa, uma das atividades essenciais proporcionadas pelo Instituto C às famílias, são muito mais que simples encontros. Elas se configuram como verdadeiros elos de integração, promovendo um ambiente propício para conexões autênticas, escuta atenta e enriquecedor compartilhamento de conhecimentos e experiências.

Através desses diálogos significativos, as famílias aprendem sobre questões pertinentes e fortalecem os laços comunitários – proporcionando um espaço de acolhimento, aprendizado e apoio mútuo.

Aqui, você vai entender melhor como funcionam as rodas de conversa no Polo Centro e no Polo Zona Norte, a metodologia do Instituto C e a importância desse momento para cada família que por ali passa. 

Rodas de conversa: por que e como acontecem? 

A sede do Instituto C fica no Polo Centro, onde é executado o Plano de Ação Familiar – o primeiro projeto realizado pelo IC e com o qual iniciamos a testagem e modelagem da nossa metodologia de atendimento. 

No Polo Centro as rodas de conversa são bimestrais e fazem parte do plano de atendimento às famílias. Elas ocorrem em um esquema de alternância: um mês é dedicado ao atendimento individual com os técnicos de referência e no mês seguinte ocorre a roda de conversa, seguida pelos atendimentos multidisciplinares. “Temos um calendário prévio com os temas que vamos discutir ao longo do ano: no total são 6. Dividimos as famílias em grupos para garantir a inclusão de todas e, durante aproximadamente uma hora, elas participam das discussões”, explica Katia Moretti, coordenadora do Polo Centro.

Já o Polo Zona Norte foi inaugurado em março de 2022 e é onde executamos o projeto Cidadania em Rede – junção de toda expertise do Instituto C adquirida ao longo de uma década de atuação em um grande projeto que oferece atendimento a famílias em situação de vulnerabilidade com crianças e adolescentes, residentes em comunidades do entorno do Polo Zona Norte. Ali, as rodas de conversa são realizadas semanalmente, abordando um tema diferente a cada semana.

Ao contrário do Polo Centro, onde as rodas se repetem, no Polo Zona Norte há uma variedade contínua de assuntos discutidos. Além dos atendimentos individuais que as famílias recebem, há esse momento de conversa todas as segundas-feiras à tarde. Os temas são escolhidos com base nas observações feitas pelos técnicos nos atendimentos individuais, nas demandas recorrentes e em datas importantes, como o Setembro Amarelo, por exemplo.

“Cada semana é um técnico diferente que assume a responsabilidade pela roda. São sempre dois técnicos envolvidos: um define o tema e conduz a discussão, enquanto o outro auxilia na organização logística e outras tarefas necessárias. O técnico designado para o tema pode conduzi-lo pessoalmente ou convidar especialistas para enriquecer a discussão”, explica Talita Lima, coordenadora do Polo Zona Norte. 

O impacto das rodas de conversa no atendimento

As rodas de conversa são cuidadosamente preparadas pelas técnicas do Instituto C, que identificam demandas coletivas e realizam pesquisas para enriquecer as discussões. O objetivo é promover um ambiente de trocas e aprendizado mútuo, evitando transformar as rodas em meras palestras. São empregadas dinâmicas e atividades que estimulam a participação ativa das famílias, incentivando a partilha de experiências e conhecimentos.

O impacto das rodas de conversa nos atendimentos é significativo, como evidenciado pelas avaliações das famílias. “A média de satisfação é extremamente alta, com uma nota média de 9,95, e todas as famílias concordam plenamente que as rodas ajudam a lidar com temas desconhecidos”, garante Kátia. “Nas rodas tive informações atuais e conhecimento que eu nunca havia acessado”, avaliou Fernanda Lima Zerbatto de Lucena, uma das mulheres atendidas pelo Instituto C no Polo Centro.

No Polo Zona Norte, embora todas as famílias sejam convidadas a participar, é importante observar que o dia da roda ocorre fora do horário habitual de atendimento, sendo dedicado principalmente à evolução de casos e visitas domiciliares. “A gente percebe que a frequência varia e geralmente é menor em comparação com o número total de famílias atendidas. No entanto, temas que ressoam com dores específicas das famílias, como autismo e desenvolvimento infantil, costumam atrair uma maior aderência”, diz Talita. 

Lá, os temas são divulgados antecipadamente, permitindo que as famílias escolham participar daquelas que mais lhes interessam. “Isso resulta em uma participação mais engajada, mesmo que o número de participantes seja menor, pois aqueles que comparecem têm um interesse direto no assunto discutido”, acrescenta Talita. 

Dentro das avaliações no Polo Zona Norte, 87% das famílias avaliaram como excelentes as rodas de conversas que participaram em 2023. “Foi muito positivo rever algumas atitudes que temos em relação aos meus filhos, identificando o que preciso melhorar, o quanto já melhorei e como a criação democrática e ao mesmo tempo firme é importante”, registrou Laize O. C. Santana, uma das mulheres atendidas pelo Instituto C. Já Nathalia Stephanie Felix de Morais, também atendida no Polo Zona Norte, reforçou a questão da identificação: “Esse encontro para mim foi importante para poder me expressar e ouvir pessoas que passam ou passaram por problemas parecidos”.

Retrospectiva dos temas das conversas

No Polo Centro, em 2023, os temas foram capacitismo, violência contra a mulher, importância do brincar, horta caseira, identidade e representatividade, e planos e metas. Dessas, Kátia destaca os temas sobre capacitismo e a importância do brincar, proporcionando trocas valiosas e desmistificando conceitos pré-existentes. “A identificação com as histórias, problemas e conquistas das outras famílias é um aspecto potente das rodas, promovendo um senso de comunidade e apoio mútuo entre os participantes”, reforça a coordenadora.

“Aprendi muito com essa roda de conversa. Eu já tinha ouvido de outros profissionais sobre a importância de brincar, mas hoje, com vocês eu pude compreender mesmo. A forma que vocês explicaram, abriu a minha visão. A partir de agora vou ter outro olhar quando levar meu filho para os tratamentos”, avaliou Katiane de Fátima da Silva, sobre a roda de conversa “A importância do brincar”, no Polo Centro.

Na Zona Norte, Talita destaca alguns eventos passados, como a roda sobre autismo com a presença de uma neuropedagoga, demonstraram um alto nível de interesse e participação ativa das famílias, que trouxeram feedbacks positivos após o evento. Da mesma forma, discussões sobre saúde da mulher e sexualidade feminina despertaram um misto de curiosidade e tabu, evidenciando a importância dessas conversas.

“Após cada roda de conversa, uma avaliação é realizada, permitindo que as famílias forneçam feedbacks e sugestões. No geral, as avaliações são positivas, pois as famílias reconhecem que não estão sozinhas e que há uma identificação mútua entre elas”, acrescenta Talita. 

Dessa forma, percebemos que as rodas de conversa do Instituto C representam muito mais do que simples encontros semanais ou bimestrais; são espaços de conexão, aprendizado e apoio. Tanto no Polo Centro quanto no Polo Zona Norte, esses momentos proporcionam às famílias não apenas uma oportunidade de discutir temas relevantes, mas também um lugar onde se sentem ouvidas, compreendidas e parte de uma comunidade solidária. O engajamento ativo das famílias, mesmo diante de temas desafiadores ou delicados, ressalta a importância e o impacto positivo dessas iniciativas na promoção do bem-estar e desenvolvimento integral de todos os envolvidos.

Institucional

Dia Mundial da Justiça Social: entenda a importância da data

Nesta terça-feira (20.02), comemora-se o Dia Mundial da Justiça Social, data criada em 2007 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A ação pretende propor a reflexão de temas como igualdade de gênero, respeito à diversidade, promoção do trabalho decente e erradicação da pobreza.

A justiça social tem como princípio que todos os indivíduos possuem direitos e deveres semelhantes, incluindo direito à saúde, educação, trabalho e justiça. “Entendemos como função do Estado, e das instituições da sociedade civil como um todo, possibilitar e fortalecer estratégias de combate à desigualdade social e, a partir da coletividade, romper com os ciclos de naturalização da exclusão social e violação dos direitos fundamentais”, afirma Nayara Oliveira, psicóloga do Instituto C.

Para esclarecer o termo e a importância da data, vamos destrinchar aqui a origem do Dia Mundial da Justiça Social, os desafios dentro da sociedade brasileira e como a atuação do Instituto C fortalece cada indivíduo para essa luta. Aqui, você vai encontrar:

  • A origem do Dia Mundial da Justiça Social
  • O que significa justiça social
  • Instituto C como agente da justiça social

A origem do Dia Mundial da Justiça Social

Em 2007, em Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), foi definido o Dia Mundial da Justiça Social (20 de fevereiro). O objetivo da data é trazer reflexão sobre o tema e promover ações que possam servir de enfrentamento da pobreza, da discriminação, do desemprego e de qualquer outra forma de exclusão ou marginalização.

Em 2023, a ONU apontou um momento de oportunidades no Dia Mundial da Justiça Social, já que, de acordo com o órgão, são mais de 200 milhões de trabalhadores vivendo em pobreza absoluta por causa de crises múltiplas. Entre as causas do retrocesso, estão fatores como impacto do Covid-19, agitação geopolítica, crise econômica e desastres naturais. 

O que significa justiça social

E o que é justiça social? O termo baseia-se nos valores da equidade, igualdade, respeito pela diversidade, acesso à proteção social e aplicação dos direitos humanos em todos os domínios da atividade humana. No entanto, segundo os dados coletados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, aproximadamente 6,5% da população do Brasil estava vivendo abaixo da linha de pobreza internacional, o que corresponde a cerca de 13,6 milhões de indivíduos.

Um dos resultados do agravamento da pobreza e das disparidades de renda no Brasil é evidenciada pelos dados fornecidos pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan). Em 2020, o país contava com 19 milhões de indivíduos em situação de fome. Comparando com os números de 2018, quando havia 10,3 milhões de pessoas passando fome, percebe-se um acréscimo de 9 milhões nessa condição durante o primeiro ano da pandemia. Isso evidencia um notável aumento da fome no Brasil.

Em suma, a justiça social é uma construção moral e política baseada na igualdade de direitos e na solidariedade coletiva. “É através dela que a gente consegue garantir a equidade e igualdade de oportunidades para os membros da nossa sociedade”, aponta Franciele Fernandes, assistente social do Polo Centro.

Para ela, a justiça social envolve a questão de distribuição justa de recursos, acesso aos serviços básicos e também a eliminação das desigualdades e das discriminações sociais. “Só conseguimos alcançar a justiça social por meio de políticas e práticas que visam reduzir as disparidades sociais. Dessa forma, a gente consegue promover a inclusão social e garantir que todos tenham condições dignas de vida”, diz. 

Instituto C como agente da justiça social

No Instituto C, a justiça social é promovida de maneira transversal. “Desde o momento em que chegamos em um território, ou uma família chega até nós, atuamos para isso. Elas carregam em si uma história singular, mas que também é social, cultural, histórica e economicamente construída e, muitas vezes, construída em cima de uma relação de poder em que uns possuem valor e outros não, atrelado às intersecções de raça, gênero e classe”, explica Nayara.

A partir do momento em que essas famílias se reconhecem como sujeitos de direitos, de maneira equânime, é preciso olhar para suas potências e vulnerabilidades com outro olhar, buscando ativamente que o que está previsto como direitos seja garantido e protegido. “Para que todas as pessoas possam sonhar, viver felizes e com suas relações fortalecidas, é preciso garantir seu acesso à moradia, educação, saúde e trabalho. Para isso, nosso trabalho de base é feito nesse reconhecimento, conhecimento destes direitos e o meio para alcançá-los ou lutar para que sejam concretizados”, diz.

Além da demanda individual de cada família, também são trabalhadas questões que são vivenciadas por todo o território. Com rodas de conversa e atendimentos em grupo, os assuntos podem ser problematizados para que, assim, sejam co-construídas rotas de saída outras que não a naturalização destas questões e a repetição destes ciclos. “A porta de tudo é se sentirem acolhidos, vistos e reconhecidos como dignos e com igualdade de oportunidades. A partir dos atendimentos, como acessar isso e se fortalecer para exercitar sua autonomia com dignidade”, garante Nayara.

Dessa forma, a consequência natural é caminhar rumo à justiça social, tornando famílias não só fortalecidas e autônomas, como também multiplicadoras, alcançando e impactando cada vez mais pessoas.

Serviços IC

A importância de falar sobre o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo

O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil foi estabelecido em 28 de janeiro. Ainda no século XXI, percebemos a necessidade de reflexão e conscientização sobre como a questão histórica reverbera até os dias de hoje em nosso país.

Isso porque, de acordo com dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Brasil encontrou 2.575 pessoas em situação deplorável em  2022. Nesse mesmo estudo, no período de 2003 a 2022, as mulheres resgatadas representaram 5,73%. Já em 2021, foram 10,42% mulheres em situação de trabalho precário.

Aqui, vamos refletir um pouco sobre o passado histórico do Brasil, como essa escravização reverbera nos dias de hoje em nossa população e como a inclusão produtiva pode ser um dos caminhos para mudar esse cenário. Você vai encontrar:

28 de Janeiro: Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo

O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo foi marcado em 28 de janeiro para manter viva a memória do motorista Aílton Pereira de Oliveira e dos auditores fiscais do trabalho Nélson José da Silva, João Batista Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves. 

Em 2004, na cidade de Unaí, no noroeste de Minas Gerais, eles foram brutalmente assassinados por ordem de empresários insatisfeitos com as investigações sobre denúncias de trabalho escravo na região.

Assim, para marcar a luta contra a exploração humana no ambiente de trabalho, nasceu a Lei 12.064/2009, que instituiu o dia 28 de janeiro como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Essa data também coincide com o Dia do Auditor Fiscal do Trabalho.

A escravização no Brasil e os números atuais

O período da escravização, extenso e brutal, perdurou por mais de três séculos, iniciando-se com a chegada dos colonizadores portugueses no século XVI e persistindo até a promulgação da Lei Áurea em 1888, que oficialmente aboliu a escravidão. 

Durante esse tempo, milhões de negros foram trazidos para o Brasil como escravizados, sendo submetidos a condições desumanas, trabalhando principalmente nas plantações de açúcar, nas minas e nas propriedades rurais. Após a abolição da escravatura, o Brasil enfrentou desafios significativos na integração dos ex-escravizados à sociedade. 

A ausência de políticas efetivas de inclusão, aliada à persistência de preconceitos, contribuíram para a marginalização e a desigualdade persistente desta população. Essa lacuna na abordagem histórica repercute nos dias de hoje, principalmente nos locais de trabalho ocupados por pessoas negras. A prevalência dessas comunidades em subempregos contribui para uma maior vulnerabilidade social. 

Assim, e como resultado desse contexto histórico, vemos a predominância deste perfil no Instituto C. Isso tudo reverbera no lugar onde as pessoas negras trabalham nos dias de hoje. Sabemos e entendemos que elas ocupam a maior parte dos subempregos. Somado a isso, ainda temos a questão de as mulheres serem, em sua maioria, sozinhas, e ainda menos valorizadas”, afirma Lualinda Toledo, Pedagoga do Instituto C no Polo Centro. Para ela, a escravização moderna vende a ideia de que quanto mais você trabalha, mais você alcança seus objetivos – em troca, não tem quem cuide dos seus filhos.

Ainda de acordo com dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2022 foram resgatadas 2.575 pessoas em situação degradante. Dessas, 61,66% das mulheres autodeclaram parda, mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça. Elas residiam em Minas Gerais (30,57%), 19,69% moravam na Bahia. Em São Paulo (16,58%), em Goiás (8,81%) e Maranhão (8,81%). 

A escravização moderna

Hoje, a escravização moderna assume diversas formas, abrangendo desde o trabalho forçado e tráfico humano até o trabalho infantil, condições precárias de trabalho, dívida por servidão, exploração sexual, restrição à liberdade de movimento e discriminação sistêmica. Combater essa realidade complexa exige esforços globais abrangentes, incluindo regulamentação eficaz, conscientização pública e a promoção de práticas éticas para garantir o respeito aos direitos humanos em todas as esferas da sociedade.

Lualinda enfatiza a conexão entre a escravização moderna e as mães que, por necessidade de trabalhar, enfrentam dificuldades para encontrar cuidado adequado para seus filhos. Isso resulta em cargas de trabalho exaustivas, afetando negativamente o tempo que as mães podem passar com suas crianças. A pedagoga relata casos de crianças próximas a máquinas em ambientes de trabalho, colocando em risco suas vidas devido à falta de alternativas para o cuidado infantil. A escravização moderna, para a mulher que é mãe solo, põe em risco também a vida das crianças, ressalta.

Além disso, os filhos mais velhos também acabam sendo impactados, já que precisam assumir o papel de cuidadores da casa.É um ciclo histórico, onde os mais velhos cuidam dos mais novos para que os pais possam ir trabalhar. As mães não veem isso como uma normalidade, mas sim como uma necessidade”, afirma Lualinda. Daí, temos ainda outra consequência, onde o jovem troca a educação pelo trabalho. “É normalizar o trabalho infantil”, acrescenta.

A escravização moderna ainda se revela nas demandas do trabalho, como a necessidade de trabalhar aos fins de semana, restringindo ainda mais o tempo disponível para o convívio familiar e lazer. Essa condição cria uma narrativa que desvaloriza o tempo de descanso, perpetuando a ideia de que o tempo integral deve ser dedicado ao trabalho, em detrimento do bem-estar e do convívio familiar.

A pedagoga também aborda a questão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) como uma forma de controle do Estado sobre as mães, limitando suas opções de emprego. “A mãe que recebe esse auxílio não pode ter um trabalho de carteira assinada, enquanto esse dinheiro deveria ser apenas para o cuidado da criança”, explica.

Isso porque o benefício, previsto na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, é a garantia de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade – desde que a renda por pessoa do grupo familiar seja igual ou menor que 1/4 do salário-mínimo. Para Claudete Marcolino, Psicóloga no Polo Centro, além de ser uma forma de escravização, é uma forma de manutenção da vulnerabilidade social.

De acordo com ela, nos atendimentos do Instituto C é presente a questão das mulheres que, muitas vezes, precisam se submeter a trabalhos informais sem nenhuma garantia de direitos.Os acessos a esses trabalhos são para aqueles com maior força física, o que também está conectado à ideia de que somos mais fortes. Daí, são mais horas de trabalho, sem benefício nenhum, sem direitos!”, pontua Claudete.

Para a psicóloga, a preocupação é constante com as crianças e adolescentes dessas famílias. “Eles assumem precocemente responsabilidades em que não há maturidade emocional, nem física e psíquica. Nós temos crianças de 7 ou 8 anos que estão assumindo uma casa. O que isso vai impactar em uma sociedade futura é preocupante, afirma – principalmente porque existe um encadeamento social que impacta várias gerações.Não é um aspecto que acomete apenas a mãe ou apenas o pai, ele acomete toda essa sociedade não-branca, inclusive as crianças, jovens e adolescentes. É uma questão que tem resquício do nosso passado, porque o racismo não acabou – ele existe”, reforça. 

Inclusão produtiva

A inclusão produtiva no Brasil é um desafio complexo, revelando as profundas raízes da cultura escravocrata que ainda persistem. Giovana Santos, analista de geração de renda do Instituto C, destaca a presença constante de exploração em diferentes formas de trabalho, seja sob o regime CLT, PJ ou como autônomo. No Polo Centro, ao atender famílias atípicas, ela também observa a dificuldade enfrentada por mães dependentes do BPC, cuja renda per capita as impede de trabalhar com carteira assinada, colocando barreiras significativas ao acesso aos direitos trabalhistas. “O nosso trabalho se dá ao compreender o contexto de cada indivíduo e de suas condições para buscar soluções juntos”, afirma Giovana.

Além disso, ao atender famílias bolivianas, ela também acrescenta a exploração flagrante e as condições de trabalho precárias. A gente tem que refletir como nós, enquanto população brasileira, acabamos reproduzindo a cultura escravocrata em outras populações, acrescenta. 

Assim, a conscientização sobre a inclusão produtiva é fundamental, como ressalta Maria Eduarda, analista de geração de renda do Instituto C no Polo Zona Norte. Ela observa que muitas das mulheres atendidas pelo projeto, sobretudo negras, estão envolvidas em trabalhos autônomos, desconhecendo seus direitos laborais – apesar de uma jornada fixa de trabalho. “A falta de fiscalização sobre horas extras é apenas um exemplo dessa desinformação“, afirma. Maria Eduarda também destaca a necessidade de trabalhar dentro do contexto de cada família, oferecendo orientações básicas e construindo, junto com elas, soluções adaptadas à sua realidade.

Percebemos que a inclusão produtiva envolve compreender o cenário e as condições individuais, considerando o que é possível no momento a partir de uma escuta atenta e acolhedora. A conscientização sobre direitos trabalhistas, a elaboração de currículos e a orientação sobre processos seletivos são ferramentas essenciais para empoderar essas famílias e promover uma transformação efetiva na inclusão produtiva no Brasil. Para aprender mais sobre o termo, não deixe de conferir este outro artigo para entender as soluções oferecidas pelo Instituto C. 

Institucional

Retrospectiva Instituto C – 2023

Em 2023, o Instituto C completou 12 anos de história – e os motivos para comemorar são vários, vamos relembrar?

Tivemos muitos marcos também em relação aos impactos sociais no ano de 2023 , como a marca de mil famílias atendidas pelos projetos. “Esse é um número muito significativo para nós, pois representa não só o crescimento do nosso trabalho, mas significa mais pessoas sendo transformadas e impactadas pela nossa missão.”, afirma Katia Moretti, coordenadora do Polo Centro.

Paloma Costa, Coordenadora de Comunicação e Parcerias, também celebra ao olhar para o ano que passou: “Foi um ano muito importante e produtivo para o Instituto C, marcado por conquistas significativas, avanços notáveis, além do fortalecimento de parcerias estratégicas que ampliaram nosso impacto e influência na comunidade!”. 

Conquistas e reconhecimentos

Entre os reconhecimentos positivos do Instituto C, há que se destacar o prêmio das 100 Melhores ONGs do Brasil, no qual a organização fez parte pelo sétimo ano consecutivo. “Para nós, é uma responsabilidade nos mantermos entre as melhores. Cada vez mais o prêmio vai se aprimorando e a concorrência aumentando. Então, temos que olhar para dentro para aperfeiçoar ainda mais a nossa transparência e gestão para conseguir estar entre as melhores. E conseguimos”, afirma Paloma.

A expansão para o Guarujá também foi um destaque de 2023. A partir da parceria com a ONG Alimentando o Bem, o Instituto C ampliou sua operação e começou a atuar em uma outra cidade. 

Para Paloma, a novidade é um grande ganho, afinal, foi uma forma de levar a metodologia de atuação do IC para uma comunidade que ainda não tinha esse serviço e em parceria com uma organização local. “Esse modelo reduz o nosso custo de equipe na região e, por outro lado, leva nossa metodologia para uma organização, que já atua na região, para que ela possa fortalecer os serviços oferecidos. É um modelo que poderemos replicar em parceria com outras organizações e em outros locais”, completa.

Saiba mais sobre nossa expansão para o Guarujá, aqui! 

Temos mais motivos para comemorar! 

Em 2023, o Instituto C entrou para o ranking internacional The Dot Good como uma das 50 melhores ONGs do Brasil. “Ele é produzido por uma organização internacional que faz uma avaliação das organizações do Brasil e destaca as que têm maior transparência, qualidade de gestão e impacto social. Foi uma grande conquista”, conta Paloma.

Impacto social

E, mais do que celebrar os prêmios, o impacto social também merece ser comemorado. 

Em 2023, as famílias que passaram pela organização:

Retrospectiva

 

Reflexões e Conquistas

No contexto de crescimento dos atendimentos, em 2023 foi colocado em prática o projeto de pré-atendimento para as famílias que estão na lista de espera para adentrar aos projetos.

A partir de uma preocupação crescente da equipe técnica e da gestão do Instituto, essa iniciativa surgiu com o intuito de garantir informações sobre os direitos (pelo menos os mais básicos) às famílias. “Hoje, temos uma lista de espera grande para participar do projeto, mas desenvolvemos ações de contato para fazer um pré-atendimento com algumas orientações iniciais”, conta Kátia –   que acrescenta que algumas famílias, inclusive, já participaram de rodas de conversas informativas.

Em 2023, 66 famílias encerraram seus ciclos de atendimento no Polo Centro. “Com isso, conseguimos visualizar as conquistas de cada uma delas e os caminhos que puderam trilhar sozinhas. Perceber todo o trabalho que foi desenvolvido ao longo da trajetória da família no projeto é sempre muito emocionante. Nos encerramentos, celebramos juntos todas essas conquistas que elas obtiveram através das orientações, dos encaminhamentos e dos atendimentos”, conta Kátia.

Para ela, 2023 também foi um ano de aprendizado e capacitação para a própria equipe do Instituto C. “Investimos bastante em treinamentos internos e externos, e também em integração da equipe para que a gente possa cada vez mais fortalecer a nossa política de cuidar do cuidador”, finaliza

Tudo isso foi possível graças ao apoio dos nossos doadores, parceiros, voluntários e equipe. O ano de 2023 foi um ano de grandes conquistas e muitas histórias transformadas!

Vídeo de retrospectiva IC – Celebrando as conquistas de 2023

Venha celebrar conosco essas realizações do Instituto C! No nosso vídeo de encerramento, compartilhamos detalhes sobre as conquistas, os marcos sociais e os números impactantes que moldaram o ano de 2023.

Juntos, vamos reviver momentos inspiradores e entender como nossas parcerias estratégicas fortaleceram nosso papel na comunidade. Clique aqui e assista agora e inspire-se no poder da mudança positiva!

Áreas de atendimento

Assistência social: o que é e como se aplica no Instituto C?

Você com certeza já ouviu falar em assistência social, mas, já parou para refletir o que, de fato, ela faz? De acordo com o Governo Federal Brasileiro, a assistência social é uma política pública que tem como objetivo garantir a proteção social aos cidadãos – ou seja, apoio a indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades, por meio de serviços, benefícios, programas e projetos.

No Brasil, temos a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) do Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). O órgão, então, é responsável pela gestão nacional da política de Assistência Social e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que tem em sua articulação benefícios assistenciais – como o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), Auxílio-Inclusão, Benefícios Eventuais e BPC na Escola; e unidades de atendimento – como o Cras, Creas, Centro POP, Centro-Dia e Unidades de Acolhimento.

Baixe aqui a cartilha da Secretaria Nacional De Assistência Social para entender mais sobre os benefícios

A articulação entre organizações do terceiro setor e assistência social é fundamental para criar soluções integradas e abordar as complexas questões sociais enfrentadas por comunidades em todo o mundo – e no Instituto C essa articulação é um dos pilares dentro dos atendimentos às famílias.

Acredito que, no Instituto C, a assistência social desempenha um papel crucial no processo de garantia de direitos. Assim, conseguimos obter o maior ganho como Instituição, assegurando e orientando esses direitos sociais, tanto no âmbito da política pública quanto social”, afirma Sheila Silva, Agente de Ação Social.

Te convidamos para explorar a imagem a seguir, do nosso Relatório, que ilustra essa atuação em rede do Instituto C e que se torna um poderoso elo na transformação social:

Assistância social

Assistência Social e o Instituto C

Dentro dos atendimentos do Instituto C, a assistência social tem constante presença. No Polo Centro, por exemplo, famílias em vulnerabilidade social que possuem crianças e adolescentes com alguma deficiência ou doença crônica enfrentam questões de saúde que são beneficiadas, principalmente com orientações voltadas para essa área.

Polo Centro 

O Polo Centro é voltado para famílias com crianças que possuem algum tipo de diagnóstico, seja deficiência ou problema de saúde, então a assistência social é direcionada principalmente para os direitos relacionados à saúde. Eu me encarrego de toda a parte relacionada aos direitos”, explica Franciele Fernandes, Assistente Social. Uma de suas atividades é orientar essas famílias sobre o BPC, o Benefício de Prestação Continuada – benefício que garante um salário mínimo à pessoa portadora de deficiência (independente da idade e ao idoso com 67 anos ou mais, que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção.  “Ofereço muitas orientações nesse sentido e explico como recorrer em casos indeferidos. Também auxilio na obtenção dos direitos relacionados a benefícios em geral, como o Bolsa Família”, completa.

A assistência social também dá assistência para a obtenção de remédios. “Algumas crianças necessitam de determinados medicamentos para ter uma boa qualidade de vida, e o SUS não os fornece. Nesses casos, ou indicamos as farmácias de alto custo, ou explicamos outros caminhos, como solicitar judicialmente via Defensoria Pública. Nos esforçamos para garantir os direitos das famílias atendidas, principalmente na área da saúde”, conta Franciele.

Para ela, a persistência pelos direitos das famílias faz toda a diferença. Prova disso é um caso relatado por Franciele, no qual o Instituto C tentou obter o auxílio através da atenção primária, por outras instâncias e, quando não resolveu, recorreu ao Ministério Público. “Todos precisaram se articular. É uma questão de persistência. Conseguimos alcançar lugares com as famílias que, se não estivessem no instituto, não teriam conseguido chegar”, completa.

Polo Zona Norte

Já Alexandre Anjos, Assistente Social do Polo Zona Norte, adiciona que a escuta qualificada é um dos maiores instrumentos de sua profissão. “Com ela, percebemos muitas demandas. Às vezes, a pessoa simplesmente quer ser ouvida e, a partir disso, começamos a interlocução com a rede intersetorial”, diz.

Alexandre pontua que uma escuta atenta pode fazer diferença na vida das famílias, pois é possível identificar as demandas reais daquela pessoa. “Assim, articulamos com as redes intersetoriais para entender o melhor caminho: Cras, Creas, via judicial, entre outros. Acredito que atendemos demandas da baixa, média e alta complexidade, dialogando constantemente com serviços de alta complexidade”, completa. 

No Instituto, temos a oportunidade de dedicar um tempo de qualidade aos usuários, o que considero essencial e algo que, muitas vezes, falta na rede de assistência, contribuindo para um vínculo mais sólido”, afirma Sheila. Para ela, isso é crucial para explicar todos os benefícios e acessos a que se têm direito, afinal, trata-se de vidas e fragilidades. “Nesse contexto, o Instituto C desempenha um papel significativo na área da assistência social, sendo um dos maiores ganhos no âmbito do terceiro setor”, completa.

Atendimentos de qualidade e individualizados

No Instituto C, cada caso é único, por isso não há uma regra sobre a periodicidade dos encontros das famílias com os assistentes sociais. “Os atendimentos podem ter periodicidade semanal, quinzenal ou mensal, dependendo da demanda. No Polo Zona Norte, o WhatsApp é de livre acesso, o que é benéfico, pois nos mantém atualizados e nos permite pensar em estratégias futuras”, explica Alexandre.

Para ele, o trabalho do assistente social é o carro-chefe do serviço social, destacando-se pela articulação e flexibilidade com a rede e a equipe multidisciplinar. “Atendemos situações de luto, divórcio, violência doméstica, investigação de paternidade, pensão alimentícia, auxílio para uma criança atípica na escola, entre outras demandas”, conta Alexandre – que adiciona que muitos casos de violência doméstica já foram identificados a partir de uma escuta qualificada. “A mulher, muitas vezes, chega fragilizada e com receio, e a partir da escuta, ela vai se sentindo mais confortável e liberando informações que revelam a situação, muitas vezes encarada como algo normal devido à sua naturalização”, diz.

Mesmo estando na proteção básica, que é a prevenção, atravessamos lugares para além do que é nossa atribuição. O atravessamento hoje, enquanto assistência social, é realizado de forma legal, estruturada e com a garantia de direitos. Tornamo-nos bons atravessadores, proporcionando qualidade e salvando vidas”, conclui Sheila.

Assim, cada diálogo estabelecido e  cada conexão feita a partir dos atendimentos representa o auxílio para uma família, independentemente do contexto. Para nós, a qualidade na escuta é uma forma de acolhimento. 


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História de Mulheres

Histórias de mulheres (Graziela e Mariane) – Episódio 3

De tempos em tempos, assistimos ao encerramento de ciclos no Instituto C, e é nesses momentos que somos convidados a olhar para trás e refletir sobre as trajetórias e conquistas de muitas das mulheres que passam por nós – como Graziela e Mariane, duas forças que deixaram uma marca conosco.

Para celebrar suas realizações, lançamos a série “Histórias de Mulheres” em nosso blog, destacando as jornadas singulares daquelas que, por meio de dedicação e força de vontade, superaram desafios e alcançaram seus objetivos, tornando-se fontes de inspiração para outras.

Por dentro da istória de Mulheres – Episódio 3

Graziela e Mariane, atendidas pela psicóloga Claudete Marcolino e pela assistente social Franciele Fernandes, respectivamente, percorreram seus caminhos com determinação e coragem. Sob a orientação atenta do Instituto C, elas cultivaram autonomia, resiliência e reforçaram sua resolução para enfrentar os percalços da vida.

Assim como Milena e Kelly (personagens do nosso episódio 2), Graziela e Mariane, estão agora embarcando em novas jornadas, prontas para os próximos capítulos de suas vidas. Conheça agora a inspiradora história dessas mulheres:

Graziela Duarte de Araújo

Graziela chegou ao Instituto C em fevereiro de 2022 ainda em estado de luto pela perda de seu marido há 11 anos. Juan, um de seus filhos, estava em processo de atendimento médico que, posteriormente, foi identificado como um distúrbio cognitivo e alergia à proteína do leite. Ao longo do tempo, observamos questões similares com outro filho, que também recebeu um diagnóstico comportamental.

Os atendimentos foram centrados na conscientização da necessidade de autocuidado, resultando em encaminhamentos para atendimentos e cuidados da saúde mental. Gradualmente, notamos uma evolução na aceitação por parte de Graziela, compreendendo a importância do fortalecimento dos vínculos afetivos  reconheceu  a necessidade dese aproximar dos filhos através da comunicação e do apoio ”, explica Claudete.

A aceitação do diagnóstico relacionado à sua saúde mental levou-a a buscar atendimento psicoterapêutico, promovendo uma mudança em seu comportamento. Graziela contou que, com os atendimentos, pode se desfazer da crença de que mulheres não conseguem batalhar por um futuro melhor. 

O Instituto C, para mim, foi um presente. O IC olhou para mim como um ser humano, como pessoa, como membro da família”, diz Graziela. 

Para ela, com os atendimentos, ela pode colher frutos bonitos em todos os aspectos de sua vida. “Me ensinou a continuar, persistir pela minha casa, acreditar mais em mim, nas minhas crenças e no meu potencial”, afirma.

E, a partir da compreensão do contexto que abrange a família e a maneira de lidar com os atravessamentos deste cenário, Graziela foi dando abertura para pequenas mudanças possíveis em sua dinâmica familiar, conquistando cada vez mais sua autonomia e bem-estar.

O Instituto C me mostrou uma dimensão de cores que eu não conseguia enxergar, que estava à prontidão da minha visão, mas eu não via. Então, eu continuo dimensionando as minhas pequenas sementes onde eu passo que até o modo de eu me expressar eu consigo visualizar aquilo que o IC deixou em mim: plantas boas, raízes boas, frutíferas terras, e que eu posso fazer um lindo jardim”, finalizou.

Mariane dos Santos Pereira

A vida é um conjunto de histórias, de vivências e experiências. E a de Mariane é repleta de união e determinação. 

Mãe de três filhos, ela chegou ao Instituto C em função de seu filho do meio, o Enzo, diagnosticado com autismo. “Ela sempre demonstrou muita habilidade em articular suas necessidades, dedicando-se incansavelmente à promoção da autonomia dele”, diz Franciele.

Em uma de nossas rodas de conversa, ela disse que nunca pensou em colocar Enzo em uma escola especial, pois ela sempre acreditou que ele deveria frequentar a escola regular como forma de inclusão, e desde que ele iniciou na escola, ele vem se desenvolvendo muito bem, principalmente na interação com outras crianças”, celebra a assistente social.

Com os direcionamentos e articulações promovidas pelos atendimentos do IC, Mariane foi conquistando cada vez mais os direitos de seu filho, assim como enriqueceu a experiência e troca com outras mulheres.

“O Instituto C foi maravilhoso para mim. Eu vou sentir muitas saudades”, diz Mariane. 

Para ela, os auxílios conquistados e os atendimentos fizeram diferença em sua vida. “Nós, mães atípicas, passamos por tantas coisas e às vezes queremos carregar o mundo nas costas, e ninguém entende. No IC, todo mundo me entendia. Passei momentos muito bons com os atendimentos e rodas de conversa. Foi um período muito gratificante.”, celebra.

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