Voluntariado

Voluntário – os benefícios do voluntariado

Você sabia que existe um dia para celebrar os voluntários? Sim, o dia 28 de agosto é comemorado o Dia Nacional do Voluntariado, que foi estabelecido por meio da Lei nº 7.352/1985. 

Essa data reconhece e enfatiza a dedicação daqueles que oferecem seu tempo, esforço e habilidades de maneira não remunerada para beneficiar interesses sociais e comunitários.

Ser voluntário pode envolver uma ampla gama de atividades, como trabalhar em abrigos de animais, servir refeições em um centro de alimentação, oferecer tutoria para crianças, participar de campanhas de conscientização, realizar atividades de limpeza e preservação do meio ambiente, ajudar em hospitais, e muito mais.

Se você gostaria de conhecer as atividades de voluntariado do instituto C, clique aqui! 

Voluntariado

O voluntariado é uma maneira importante de fortalecer as comunidades, promover a empatia e a compreensão entre as pessoas e construir um mundo mais justo e solidário. Muitas organizações sem fins lucrativos e grupos comunitários dependem do trabalho voluntário para atingir seus objetivos, já que nem sempre têm os recursos financeiros para contratar pessoal pago.

Ser voluntário não apenas beneficia as pessoas ou causas que estão sendo apoiadas, mas também pode proporcionar uma sensação de realização pessoal, crescimento, desenvolvimento de habilidades, oportunidades de networking e uma maior conexão com a sociedade em geral. 

De acordo com a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, 56% da população adulta no Brasil diz fazer ou já ter feito alguma atividade voluntária na vida. O número de voluntários ativos também é bem expressivo: são cerca de 57 milhões de brasileiros comprometidos com atividades voluntárias.

O que diz a Lei do Voluntário?

A Lei do Voluntariado no Brasil é a Lei nº 9.608, promulgada em 18 de fevereiro de 1998. Essa lei estabelece as diretrizes e regulamentações relacionadas ao trabalho voluntário no país. Ela define o voluntariado como a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social.

 Essa lei tem o propósito de incentivar e regulamentar o trabalho voluntário no Brasil, proporcionando um ambiente seguro e adequado para a atuação de voluntários em diversas áreas de interesse social.

Alguns pontos importantes da Lei do Voluntariado incluem:

  • Caráter Voluntário: o trabalho voluntário é caracterizado por ser realizado de maneira espontânea, sem que haja qualquer forma de pagamento ou remuneração.
  • Termo de Adesão: a lei prevê que o voluntário e a entidade onde ele irá atuar devem celebrar um termo de adesão, que estabelece as condições e responsabilidades das partes envolvidas.
  • Limite de Jornada: a lei define que a jornada do voluntário não pode ser superior a 8 horas diárias e 44 horas semanais, caso o voluntariado seja exercido no mesmo local onde o voluntário trabalha.
  • Não Geração de Vínculo Empregatício: o trabalho voluntário não cria qualquer vínculo empregatício entre o voluntário e a organização, sendo uma atividade prestada por vontade própria e sem finalidade lucrativa.

Benefícios do voluntariado

O voluntariado desempenha um papel crucial no fortalecimento das comunidades e na promoção do bem-estar social. O Dia Nacional do Voluntariado é uma maneira de reconhecer e agradecer aos voluntários por suas contribuições desinteressadas e dedicadas.

 Ser voluntário traz uma variedade de benefícios pessoais, sociais e até profissionais.

A sensação de contribuir para uma causa maior e fazer a diferença na vida de outras pessoas ou comunidades pode proporcionar um profundo senso de realização e propósito.

Além disso, estudos mostram que o voluntariado está associado a um menor nível de estresse, redução do risco de depressão e maior bem-estar emocional. A sensação de fazer algo positivo pelos outros pode melhorar sua saúde mental. Uma pesquisa da Harvard Health afirmou que o corpo libera uma espécie de “analgésico natural do cérebro” quando você se voluntaria ou faz algo de que gosta. As endorfinas criam uma sensação de bem-estar.

 Outro estudo, publicado no Journal of Happiness Studies, também descobriu que as pessoas que se voluntariam são mais felizes do que aquelas que não o fazem. Com base em informações de aproximadamente 70.000 indivíduos no Reino Unido, pesquisadores identificaram que pessoas que se engajaram em atividades voluntárias no ano anterior relataram maior satisfação em suas vidas em comparação com aqueles que não participaram como voluntários. Além disso, esses indivíduos também avaliaram sua saúde geral como estando em um estado melhor.

 Por fim, aceitar uma oportunidade de trabalho voluntário também pode ter um impacto positivo na redução dos níveis de depressão. Estudos científicos demonstraram que o envolvimento em atividades voluntárias resulta em uma diminuição da taxa de depressão, particularmente entre pessoas com mais de 65 anos. Assim, o ato de se voluntariar traz benefícios significativos para os idosos.

 Cada ato voluntário, por menor que possa parecer, contribui para a construção de um ambiente mais empático e colaborativo, lembrando-nos constantemente de que, juntos, temos o poder de criar mudanças significativas e duradouras. 

Portanto, engajar-se como voluntário não é apenas uma ação de caridade, mas um investimento no futuro coletivo, onde cada esforço se acumula para criar um impacto positivo maior do que poderíamos imaginar!

Seja um voluntário IC!

Seja um voluntário do Instituto C e faça parte da nossa história! Nossos setores de voluntariado incluem montagem e distribuição de benefícios, brinquedoteca, logística de atendimentos, psicoterapia para as famílias assistidas dos projetos, nota fiscal paulista e outras áreas vinculadas às nossas demandas de atendimentos de acordo com suas habilidades. Envie um email para voluntario@institutoc.org.br e participe!

Serviços IC

Primeira Infância – A importância de investir nos primeiros anos de vida

A Primeira Infância compreende o período que vai desde o nascimento até os seis anos de idade. É uma fase crucial no desenvolvimento humano, caracterizada por um rápido crescimento físico, emocional, cognitivo e social.

Investir nos primeiros anos de vida é de extrema importância, pois é nesse período que o cérebro da criança está em constante formação e é mais receptivo ao aprendizado. 

São vários os estudos científicos que mostram que as experiências vividas durante a Primeira Infância têm um impacto profundo e duradouro na vida adulta. Segundo o Centro de Pesquisa Aplicada à Primeira Infância habilidades como a linguagem, a capacidade de resolução de problemas, a sociabilidade e a capacidade de se adaptar a novas situações são desenvolvidas nos primeiros anos de vida. 

Pensando em tudo isso, em junho deste ano, o Senado aprovou o projeto de lei pelo qual o Mês da Primeira Infância será comemorado em agosto. O PL 2.034/2021 prevê a promoção de conscientização sobre a importância da atenção integral às gestantes, às crianças e suas famílias em todo o território nacional.

No Instituto C, possuímos um núcleo de atendimento chamado desenvolvimento infantil com foco total às crianças na primeira infância, buscando sempre favorecer o seu desenvolvimento pleno.

Mas, afinal, o que é a Primeira Infância?

De acordo com o Ministério da Saúde, do Governo Federal do Brasil, a Primeira Infância é o período que vai desde a concepção do bebê até os 6 anos de idade. Segundo o órgão e muitas pesquisas já realizadas, a fase é crucial para o desenvolvimento do ser humano, caracterizada por um rápido crescimento físico e cerebral, bem como pelo desenvolvimento emocional, social e cognitivo da criança.

A ciência tem verificado que as vivências experimentadas durante a Primeira Infância, desde o período gestacional, impactam diretamente na constituição do indivíduo que a criança se tornará. Essa etapa representa uma oportunidade ímpar para que o sujeito desenvolva todo o seu potencial. “Quanto mais cedo se investir no desenvolvimento da criança, maior será o retorno para ela própria e para a sociedade”, afirma o NCPI.

Assim, tudo aquilo que é vivido durante a Primeira Infância – tais como as experiências positivas ou negativas vivenciadas e compartilhadas, especialmente, com seus progenitores, familiares e cuidadores em geral – moldam o ser humano do futuro.

5 Motivos para investir nos primeiros anos de vida

Deu para perceber que investir na Primeira Infância é benéfico não só para a criança, como para a sociedade no geral. O estímulo apropriado traz vantagens, que variam desde o aumento da habilidade intelectual, favorecendo o desempenho escolar e reduzindo os índices de repetência e evasão, até a formação de adultos preparados para enfrentar os desafios cotidianos. 

Quer mais motivos para investir nos primeiros anos de vida?

Impacto no desenvolvimento cerebral

Durante os primeiros anos de vida, o cérebro da criança passa por um rápido processo de crescimento e formação de conexões neurais. 

Investir nessa fase possibilita estímulos adequados, que contribuem para o desenvolvimento cerebral saudável e aquisição de habilidades fundamentais.

Base para habilidades futuras

As experiências vividas na Primeira Infância têm um efeito profundo e duradouro na formação da personalidade, do comportamento e do aprendizado ao longo da vida. Investir nessa fase permite estabelecer bases sólidas para o desenvolvimento integral da criança.

Promoção da saúde e bem-estar

O investimento nos primeiros anos de vida está diretamente relacionado à saúde física e emocional das crianças. Cuidados adequados nesta fase podem prevenir problemas de saúde a longo prazo e promover o bem-estar emocional e social.

Redução das desigualdades sociais

Investir na Primeira Infância é uma forma eficaz de combater as desigualdades sociais, pois proporciona igualdade de oportunidades desde o início da vida. Crianças que recebem estímulos adequados têm mais chances de alcançar seu potencial máximo, independentemente de sua origem social.

Economia de recursos a longo prazo

Investir nos primeiros anos de vida pode gerar retornos significativos para a sociedade a longo prazo. Crianças que recebem uma educação de qualidade e cuidados apropriados têm maior probabilidade de se tornarem adultos produtivos e auto suficientes, reduzindo a necessidade de gastos com serviços sociais e de saúde no futuro.

Direitos das crianças: quais são os principais?

As crianças têm direitos reconhecidos internacionalmente e protegidos por convenções e declarações específicas. Um dos documentos mais importantes nesse contexto é a Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 20 de novembro de 1989.

Entre os direitos das crianças, estão o direito à educação, saúde, proteção contra o trabalho infantil, contra o preconceito, contra a violência, abuso e exploração, à liberdade de expressão e ao convívio familiar.

A garantia da existência desses direitos é uma responsabilidade compartilhada entre a sociedade, o Estado, a família e os indivíduos. 

O Estado tem a responsabilidade primordial de assegurar a proteção, promoção e respeito aos direitos das crianças por meio da elaboração e implementação de políticas públicas adequadas, leis e regulamentações que garantam sua aplicação.

Os governos devem investir em educação, saúde, proteção social e outros serviços essenciais para crianças. Porém, a sociedade, e não só a família, incluindo organizações não governamentais, comunidades e indivíduos, também têm um papel importante na proteção dos direitos das crianças.


Leia agora:

Adolescentes: a importância de um olhar integral também aos irmãos das crianças com deficiência 

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História de Mulheres

Histórias de mulheres (Milena e Kelly) – Episódio 2

De tempos em tempos, ciclos se encerram no Instituto C e nos fazem lembrar de olhar para trás e enaltecer as histórias de conquistas dessas famílias. Pensando nisso, criamos a série “Histórias de Mulheres” no blog do IC, que traz memórias daquelas que ainda estão com o Instituto, ou já finalizaram seus ciclos, e que com força de vontade alcançaram seus objetivos e inspiram outras a fazerem o mesmo.

Milena e Kelly, ambas atendidas pela pedagoga Lualinda Toledo, são algumas das mulheres que agora seguirão seus caminhos sem os nossos atendimentos, mas com autonomia, coragem, resiliência e determinação fortalecidas aqui dentro.

 “Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça, é preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida” (Maria, Maria – Elis Regina) 

História de Mulheres

Milena Valentim Souza

Milena e seu filho Luã começaram seus atendimentos no Instituto C em julho de 2021, quando foram encaminhados por uma Unidade Básica de Saúde.

Luã tem o diagnóstico de paralisia cerebral, microcefalia e infecção por citomegalovírus – todos que já haviam sido identificados durante a gestação. Devido a atrasos intelectuais e motores, ele tinha pouca interação social.

Ela, formada em Turismo, parou de trabalhar para se dedicar a cuidar de Luã. Emocionalmente abalada,  na época, enfrentava questões em seu relacionamento e  contava apenas com o suporte de sua mãe e avó. No entanto, ao longo do tempo, pudemos observar o potencial admirável de Milena.

Milena se mostrou determinada em seguir nossas orientações, buscando formulários e relatórios médicos necessários, o que possibilitou a conquista do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a obtenção dos medicamentos necessários para o cuidado do pequeno. Além disso, fizemos encaminhamentos para parceiros que proporcionaram tratamentos especializados, como o cuidado da visão e o fornecimento de um aparelho para melhorar a postura de Luã.

Com perseverança e dedicação, Milena obteve muitos avanços e se fortaleceu. Ela se mostrou cada vez mais independente e sem precisarmos orientá-la, já corria atrás das soluções necessárias por conta própria. Como mãe, demonstrou um engajamento exemplar em garantir o melhor para o desenvolvimento de seu filho.

Mesmo que ele ainda não estivesse na idade obrigatória para frequentar a creche, incentivamos a ideia de educação inclusiva, e Milena, resistente no início por medo e insegurança, passou a entender a importância desse ambiente para o crescimento social e cognitivo de seu filho.

Em um período de tantas tristezas, a melhor coisa que me aconteceu foi conhecer o Instituto. Antes de chegar ao IC, eu me sentia perdida e não reconhecia nosso lugar no mundo. Aqui, ouvi tantos depoimentos que me fortaleceram e me esclareceram. Eu só tenho a agradecer”, disse Milena no dia do encerramento de seus atendimentos.

Kelly Cristina Silva do Prado

Kelly chegou à nossa instituição emocionalmente abalada. Seu filho Arthur nasceu com síndrome de Down, uma surpresa para ela – que já enfrentava o luto pela perda de outro bebê, que faleceu aos seis meses de idade devido a uma síndrome rara. A gestação de Arthur também foi considerada de alto risco, e, embora tenha sido acompanhada, a síndrome de Down não havia sido diagnosticada previamente, o que trouxe um novo desafio para ela.

Eles chegaram até o Instituto C por indicação de uma outra família, que conhecia nosso trabalho. Ao chegar, Kelly já buscava uma vaga na APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, e obteve outras conquistas durante o tempo que ficou conosco, como o apoio fonoaudiólogo, o Auxílio Brasil e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Arthur.

Além disso, compreendemos que Kelly precisava de apoio psicológico externo, e realizamos o pedido para que ela pudesse ser acompanhada por um profissional especializado. Nossos esforços se estenderam não apenas a Arthur, mas também ao seu filho mais velho, Cauã, que passou a participar de conversas e atividades adolescentes, graças a um olhar mais integral para a família.

 Há dois anos, quando eu cheguei, eu estava em um momento muito difícil psicologicamente… Eu chorava em quase todos os atendimentos. O Instituto me auxiliou em tudo – do psicólogo, tendo alguém de confiança para conversar, ao financeiro, nas orientações para as conquistas dos direitos que eu possuía. Foi muito bom esse período, foi uma experiência muito, muito boa”, celebrou Kelly também em seu encerramento.

São apenas duas narrativas emocionantes e inspiradoras dentre inúmeras que atravessam o Instituto C, enchendo-nos de orgulho e sensação de dever cumprido. Ansiamos pelas próximas histórias que virão!


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InstitucionalServiços IC

ONG – O que é e como funciona?

Ong – O que significa?

Você já parou para pensar em como funciona uma ONG? A sigla, que significa Organização Não Governamental, é uma entidade de caráter privado, sem fins lucrativos e independente do governo que se dedica a causas sociais, culturais, ambientais, humanitárias, educacionais, de saúde, entre outras.

Terceiro Setor 

 Uma ONG compõe o que chamamos de terceiro setor – que são organizações que desenvolvem atividades em favor da sociedade e sem objetivo de lucro. Esse conceito foi criado nos Estados Unidos e define como primeiro setor aquele que é constituído pelo Estado e o segundo setor pelos entes privados que buscam fins lucrativos.

De acordo com Vera Oliveira, Fundadora e Diretora Executiva do Instituto C, o segundo e terceiro setor possuem uma estrutura muito semelhante para o bom funcionamento. “Em termos de estruturação, não existe muita diferença entre uma ONG e uma empresa. O diferencial é o que a gente vende, que no nosso caso é o impacto social”, disse em uma entrevista publicada aqui no blog em maio de 2022.

Inclusive, em 2022, o Instituto C conquistou pela sexta vez consecutiva o prêmio Melhores ONGs, que premia as 100 melhores organizações brasileiras do terceiro setor. Com edições anuais, desde 2017, a celebração já é uma das mais importantes do setor e apenas em 2021 recebeu inscrições de 1033 organizações espalhadas pelo país. Assim, o IC faz parte de um seleto grupo de sete organizações brasileiras a constar na lista das 100 melhores em todas as edições do prêmio.

Como funciona uma ONG?

O funcionamento de uma ONG tem como base mobilizar recursos financeiros, humanos e materiais para alcançar seus objetivos e promover mudanças positivas na sociedade. Geralmente, a renda é obtida por meio de doações, patrocínios e convênios com governos e outras instituições.

Parte importante de uma ONG, claro, é o trabalho voluntário de pessoas comprometidas com suas causas, o que amplia o seu alcance. Porém, para além disso, uma ONG também possui contas a pagar: como impostos, salários, fornecedores e aluguel.

No Instituo C, por exemplo, são quase 30 funcionários que possuem carteira assinada e recebem os benefícios garantidos por lei. Dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), mostram que as organizações do ramo empregam, formalmente, 3 milhões de pessoas. 

Uma das fontes de renda mais importantes do Instituto C, por exemplo, é a Nota Fiscal Paulista. Quando você pede o CPF na nota de uma compra qualquer, automaticamente aquele estabelecimento é obrigado a declarar a venda e pagar o imposto para o governo. 

No início, para incentivar o consumidor, o valor gerado em créditos a partir das compras com CPF na nota era relevante. Com o tempo, o governo mudou os parâmetros, beneficiando as ONGs, e diminuiu o valor para o consumidor. Atualmente, a doação via Nota Fiscal Paulista equivale a 16% da receita anual do Instituto C.

Atuação das ONGs

De forma independente, uma ONG busca complementar as ações do governo e trabalhar em áreas onde há demandas sociais não atendidas ou onde é necessária assistência adicional. Os trabalhos são amplos, e abrangem:

  • Assistência social;
  • Educação; 
  • Saúde;
  • Meio ambiente;
  • Direitos humanos;
  • Ajuda humanitária em situações de emergência.

Instituto C – Criança, Cuidado, Cidadão 

Fundado em 2011, o Instituto C nasceu atendendo famílias em situação de vulnerabilidade social com crianças com doenças crônicas ou graves. De lá para cá, os projetos foram expandindo e abraçando mais causas – como, por exemplo, a Primeira Infância, a fim de prevenir riscos no desenvolvimento pleno destas crianças e criando um ambiente favorável com estímulos, proteção e cuidado.

Em 2021, o IC decidiu unir seus três projetos – PAF, Educação em Rede e Primeira Infância – em um grande programa que oferece soluções para as mais diversas demandas sociais de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade, a ser ofertado em Polos de Atendimento Social espalhados por São Paulo.

No programa, as famílias são acompanhadas por uma equipe multidisciplinar nas áreas de psicologia, educação, nutrição, geração de renda e serviço social – que buscam soluções para as demandas identificadas, sempre priorizando a conquista da autonomia das famílias.

Importância das ongs

O trabalho das ONGs é essencial por serem agentes de mudança, mobilizando esforços e recursos para causas importantes e, muitas vezes, negligenciadas. Elas complementam o trabalho do governo, atendem a necessidades específicas da sociedade, defendem direitos e contribuem para uma sociedade mais inclusiva, consciente e sustentável.

O Instituto C entrega impacto social, e esse produto é revertido para a sociedade. Todos saem ganhando”, afirmou Vera. 

Serviços IC

O que é ESG e como implantar na sua empresa?

Você com certeza já se deparou com a sigla ESG por aí! A abordagem do termo tem ganhado cada vez mais importância no mundo dos negócios e dos investimentos. De forma simples, a sigla ESG refere-se a três palavras:

  • Environmental;
  • Social;
  • Governance.

Que significa: Ambiental, Social e Governança e representa uma forma de avaliar até que ponto uma empresa trabalha em prol de objetivos sociais e o seu impacto nessas diferentes áreas.

Aqui, vamos explicar o que é ESG, porque as empresas precisam investir nessa agenda e, claro, como fazer o S do social com o Instituto C

O que é ESG?

ESG é uma abordagem de investimento e avaliação corporativa que considera fatores ambientais, sociais e de governança. O termo representa a preocupação com a sustentabilidade e responsabilidade das empresas em relação ao meio ambiente, suas práticas sociais e seu modelo de governança interna.

O E do ESG

O “E” refere-se a fatores ambientais, como a gestão de recursos naturais, emissões de gases de efeito estufa, uso de energia renovável, gestão de resíduos, entre outros. O objetivo é avaliar como uma empresa aborda questões ambientais e seu compromisso com a sustentabilidade.

O S do ESG

O “S” em ESG refere-se a fatores sociais, que englobam as práticas e políticas de uma empresa em relação aos seus funcionários, comunidades locais, cadeia de suprimentos e impacto social mais amplo. Isso pode incluir a diversidade e inclusão no local de trabalho, segurança e saúde dos funcionários, envolvimento comunitário e relações com clientes.

O G do ESG

O “G” em ESG refere-se à governança corporativa, que diz respeito à estrutura e aos processos de tomada de decisão dentro de uma empresa. Ou seja, trata-se da composição do conselho de administração, a remuneração dos executivos, a transparência financeira, a auditoria e a responsabilidade corporativa.

Porque as empresas precisam investir em ESG?

Cada vez mais, os três critérios são utilizados para avaliar o desempenho das empresas, identificar riscos e oportunidades, e guiar decisões de investimento com base em considerações ESG. A adoção de práticas sustentáveis pode levar a oportunidades de negócios, como a criação de produtos e serviços inovadores, a entrada em novos mercados e o acesso a investidores comprometidos com a sustentabilidade.

Além disso, investir em ESG demonstra o compromisso da empresa com práticas responsáveis, o que pode aumentar a confiança dos stakeholders, melhorar a reputação da empresa e fortalecer as relações com os clientes e funcionários.

E mais: empresas que adotam práticas sustentáveis e responsáveis tendem a ser mais resilientes, a atrair investidores comprometidos com a sustentabilidade e a ter um melhor desempenho no mercado. Ou seja, é uma abordagem estratégica que considera não apenas o sucesso financeiro de curto prazo, mas também a sustentabilidade e a responsabilidade a longo prazo.

Como implantar ações que atendam ao S do ESG com o Instituto C?

Agora que você já sabe tudo sobre ESG, que tal colocar o S em prática? O social pode abranger diversas áreas de uma empresa – da diversidade e inclusão ao envolvimento com a comunidade. “Geralmente, as empresas procuram a gente para realizar o voluntariado corporativo com seus funcionários”, introduz Paloma Costa, responsável pela área de Parcerias do Instituto C.

No ano passado, realizamos diversas ações de voluntariado corporativo com empresas, um exemplo foi com a Google a ação Trocando História para Conectar Pessoas – proporcionando a conexão entre 15 colaboradores e 9 famílias em extrema vulnerabilidade social. O grupo de colaboradores conheceu as histórias das famílias, entendeu suas realidades e necessidades e, a partir desse envolvimento, contribuiu com a melhoria das condições de vida dessas famílias com a doação de itens de extrema necessidade, como fogão, cama hospitalar, cadeiras de rodas e outros itens.

Paloma explica que o primeiro passo para uma ação em conjunto é construir com a empresa uma atividade que faça sentido para ela e, claro, ajude o Instituto. “Esse ano vamos repetir a parceria com o Google, onde eles irão atuar no Polo da Zona Norte, reparando alguns espaços e dando vida a uma horta vertical e a um mural onde colocaremos as atividades da semana”, explica.

Outro bom exemplo foi a ação feita com a Salesforce, na qual os funcionários da empresa fizeram um mutirão para lançamento de notas fiscais. “Separamos os voluntários em equipes e fizemos uma gincana para ver qual equipe cadastrava mais notas. Foi uma manhã super divertida e que gerou o cadastramento de mais de 300 notas fiscais a favor do Instituto C – um trabalho que é essencial para gerar receita para nós”, celebra Paloma.

Existem muitas outras formas de cumprir o S da agenda ESG com o Instituto C, como por exemplo: compor o grupo de empresas apoiadoras da causa com uma doação mensal, as empresas criam um vínculo com a instituição e passam a receber relatórios mensais de impacto social, informações que podem compor o relatório social da empresa.

Podem realizar doações pontuais para alguma ação específica e podem fazer o marketing de causa. “Uma ação muito legal que não envolve investimento financeiro inicial. As empresas que comercializam produtos ou serviços podem implantar uma campanha pontual ou recorrente que destina parte da venda de algum produto ou serviço para o Instituto C, assim, elas apoiam o desenvolvimento de nossos projetos e criam um produto social na empresa”, explica.

Paloma relembra uma outra opção na qual as empresas podem levar o social para suas áreas de abrangência. “A organização que tem uma fábrica, por exemplo, pode fortalecer a comunidade do entorno levando um Polo de Atendimento do Instituto C para essa região. Esse modelo é desenhado em conjunto com a empresa para atender diretamente a necessidade da comunidade que ela está inserida. Esse modelo de parceria é muito interessante para a empresa, pois ela irá gerar impacto positivo na comunidade com uma organização que já tem experiência em fazer esse trabalho”, finaliza.

Cada vez mais as empresas serão cobradas a implantar ações ESG e comprovar o impacto dessas ações. A melhor forma é realizando ações em conjunto com organizações sociais sérias como o Instituto C. Deseja falar conosco sobre esse assunto? Entre em contato pelo WhatsApp 11 94581-9225.


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InstitucionalPremiações

Diversidade, Equidade e Inclusão no Instituto C

O Instituto C tem como missão promover e estimular famílias com crianças e adolescentes em risco social a alcançar o pleno exercício de sua autonomia e cidadania. E, para isso, a diversidade, a equidade e a inclusão estão entre os principais valores praticados não só nos atendimentos e projetos do IC, como também na composição da equipe de funcionários, voluntários e membros do conselho.

Reconhecimentos

E, alguns reconhecimentos mostram que o Instituto C tem percorrido o caminho ideal, como, por exemplo, o Prêmio Melhores ONGs no qual a organização ocupou o pódio da premiação em 2022.

Demos um grande passo, ficamos entre as 3 Melhores ONGS do estado de São Paulo. Estamos muito orgulhosos por essa conquista”, comemorou Vera Oliveira, Diretora Executiva do Instituto C, na época.

Seguindo o mesmo percurso de sucesso, e também em 2022, o Instituto C também foi premiado com dois selos especiais:

  •  Selo de Direitos Humanos e Diversidade na categoria Criança e Adolescente;
  • Selo de Igualdade Racial.

Ambos promovidos pela Secretaria Municipal dos Direitos Humanos.

“Isso tudo faz com que a nossa credibilidade e visibilidade aumente, além de ser uma aprovação valiosa do nosso trabalho”, diz Vera.

Selo Direitos Humanos e Diversidade na categoria Criança e Adolescente

O Selo de Direitos Humanos e Diversidade é organizado pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Diversidade. O programa destaca as ações mais representativas de inclusão e diversidade adotadas por diferentes tipos de organizações, em 12 categorias temáticas.

Em novembro de 2022, o Instituto C conquistou o selo na Categoria Criança e Adolescente e, assim, passou a integrar a Rede do Selo, na qual se tem o propósito de trocar experiências e resultados alcançados. Durante o ano, são organizados quatro encontros, virtuais ou presenciais, com esse objetivo.

O Selo possui validade de um ano e, além de ser uma validação importante do trabalho dessas instituições, também é uma forma de inspirar as organizações a aprofundarem suas iniciativas e expandi-las para outras categorias.

Selo Igualdade Racial 

Outro selo conquistado pelo Instituto C foi o de Igualdade Racial, também promovido pela Secretaria Municipal dos Direitos Humanos. Este reconhece instituições privadas cujo quadro de profissionais contratados contemple, ao menos, 20% de pessoas negras, distribuídas em hierarquias e funções.

O objetivo do Selo é incentivar a adoção de políticas afirmativas por meio de cotas no âmbito do trabalho e a promoção da igualdade étnico-racial.

Essa sempre foi uma preocupação do Instituto C quanto à equipe nas contratações”, reforça Vera, que celebra agora a expansão da pauta também para membros do conselho. “Em abril deste ano tivemos a entrada de novos conselheiros e, pela primeira vez, entraram conselheiros negros. Isso é muito importante pois fortalece o nosso compromisso em expandir a igualdade racial em todos os nossos espaços – das famílias atendidas a todas as instâncias da organização”, finaliza a diretora executiva.


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Alimentando o BemInstitucional

Nasce o terceiro polo do Instituto C, em parceria com o “Alimentando o Bem”!

Nasce o terceiro polo do Instituto C!

Já era esperado dentro do planejamento estratégico da instituição o nascimento de mais um polo de atuação, o que a equipe não imaginava que surgiria tão rápido, e mais: no território do Perequê, no Guarujá, litoral de São Paulo.

Inicialmente, a gente previa essa expansão a médio prazo, mas aconteceu mais cedo do que esperávamos”, comemora Nayara Oliveira, Psicóloga Institucional.

Alimentando o Bem 

 O “Alimentando o Bem” nasceu em 2020 na unidade de conservação da Área de Proteção Ambiental (APA) Serra do Guararu, no início da pandemia de Covid-19, para ajudar moradores do Perequê que já enfrentavam graves problemas com as fortes chuvas que haviam atingido a região.

Emar Batalha, fundadora do projeto, e Vera Oliveira, Diretora Executiva do Instituto C, foram apresentadas por um conhecido em comum e, de um propósito semelhante, começaram a trocar informações – as conversas foram se desdobrando.

Nós, como Instituto C, percebemos que poderíamos somar ao projeto, expandindo nossa metodologia de atendimento social, multiplicando o nosso trabalho e atingindo territórios que, talvez, a gente nem exploraria inicialmente, como o Guarujá”, explica Nayara.

Um dos princípios da Organização no Guarujá é o desenvolvimento local, com o intuito de transformar aquela comunidade estruturada por tantas desigualdades – muito do que o Instituto C também acredita.

Entendemos que, quando uma família se desenvolve, ela também modifica toda a organização a sua volta”, acrescenta.

Já Emar afirma que aprender junto, e com o outro, é uma troca fundamental. “A parceria faz encurtar um caminho, economiza erros e poupa sofrimentos. Acredito que existe um aprendizado nas duas pontas“, diz a fundadora do “Alimentando o Bem”. 


“O propósito nasce de lugares diferentes, mas, no final, caminhamos juntos para o mesmo rumo da transformação social” – Nayara Oliveira

Como vai funcionar o terceiro polo do Instituto C?

De propósitos semelhantes e conversas aprofundadas, surgiu a parceria que culminou no terceiro polo do Instituto C.

Lá, a metodologia do Instituto C será aplicada e adaptada para as demandas particulares do território. “Juntos, construiremos uma equipe multidisciplinar que irá atender de forma cuidadosa famílias em vulnerabilidade social, promovendo a efetividade da garantia de direitos”, pontua Nayara.

Liliane Moura, Assistente Social Institucional, acredita que a parceria é muito potente e frutífera – muito por conta das intenções semelhantes. “Ambos têm como propósito a transformação social por meio do enfrentamento das vulnerabilidades sociais. E hoje temos condições de ampliar a nossa metodologia, sempre com o cuidado de olhar para cada território e entender as suas diferenças e particularidades, é claro”, acrescenta.


“Caminhamos juntos com missões, intenções, desejos e sonhos muito parecidos” – Liliane Moura

Assim, Nayara e Liliane foram as responsáveis por estudar e entender as singularidades do território do Perequê. “Não temos a intenção de chegar com um saber verticalizado. Estamos imersas no local para entender como construir o que faz sentido ali”, reforça Nayara.

Liliane explica que, inicialmente, foi desenhado um cronograma que contempla a participação do Instituto C de forma remota e também presencial. “Estamos entendendo a necessidade de estarmos na região fisicamente para contribuir com o início do treinamento e da coleta de dados que geram indicadores do desenvolvimento dessas famílias”, diz. “E isso faz todo o sentido para a gente, porque priorizamos estar presente para que o trabalho seja sustentável a longo prazo. A gente aposta em acompanhar o projeto e as melhorias ao longo do tempo”, acrescenta Nayara.

Informações – Alimentando o Bem 

O “Alimentando o Bem” tem cerca de 400 famílias cadastradas em sua base e, um de seus projetos internos, é o “Moradia Digna”. “Por conta das chuvas, o projeto decidiu ramificar as suas áreas de atuação e, nesta, famílias são convidadas para saírem das áreas de risco com um aluguel social”, explica Nayara. São essas famílias que terão prioridade no atendimento multidisciplinar pela questão de vulnerabilidade da moradia. “Começaremos com esses 70 atendimentos e expandindo aos poucos”, acrescenta.

De toda essa parceria, quem ganha são as famílias.

“A gente aproveita o conhecimento e a experiência do Instituto C, e a equipe do mesmo tem a possibilidade de experimentar uma vivência em uma região completamente diferente do que estão acostumados. Ganham os dois institutos, mas principalmente a comunidade”, comemora Emar. 

A construção e a cocriação tem feito muito sentido para nós, que já estamos há uma década trabalhando nessa metodologia. Acreditamos muito em sua potência, e em seu poder de transformação e impacto em outros territórios também”, celebra Liliane.

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Adolescentes: a importância de um olhar integral também aos irmãos das crianças com deficiência

“Com essa percepção, temos desenvolvido um trabalho com um olhar mais atento aos adolescentes das nossas famílias.  Observamos que pouco era trazido sobre eles pelas mães, e quando mencionados era sempre como rede de apoio à mãe e ao irmão(a) com diagnóstico. Ao realizar atendimento com o adolescente, parando para escutá-lo, mostrando interesse por ele e não pela criança com o diagnóstico, enxergamos muitas questões, como a baixa autoestima, faltas escolares excessivas com prejuízo na aprendizagem escolar, por exemplo, nos levando a percepção, de que, por vezes,  esses adolescentes ocupam um não lugar, ficando em segundo plano”, introduz Lualinda Toledo, pedagoga do projeto.

Adolescentes

Questões psicológicas, educativas e até físicas acabam atingindo esses adolescentes e passam despercebidas pela família e sem o olhar dos serviços e órgãos de proteção. Daí, a necessidade de um olhar atento e integral a todos que compõem a família e cercam àquela criança com diagnóstico. O polo centro (com o programa PAF – Plano De Ação Familiar) é considerado o primeiro projeto do Instituto C e, desde 2012, atende famílias de crianças que têm alguma doença grave ou crônica e que vivem em situação de vulnerabilidade social. Com o objetivo de auxiliar as famílias na superação das dificuldades e construção da autonomia, a equipe oferece atendimento multidisciplinar nas áreas de renda, serviço social, educação, nutrição e psicologia.

Um dos destaques e diferenciais dos atendimentos é o olhar atento das técnicas a todos os integrantes da família, e não apenas na criança com diagnóstico, incluindo os adolescentes que, muitas vezes, acabam ficando em segundo plano – ocupando o lugar de “irmão mais velho”, “cuidador” ou até mesmo “responsável”.

Um olhar multidisciplinar para toda a família

Todas as técnicas conseguiram perceber durante os atendimentos alguma questão em torno desse jovem. A partir desse olhar multidisciplinar pudemos ir percebendo a necessidade de mais cuidado para com esses adolescentes”, conta Lualinda. Isso acontece porque, muitas vezes, essas mães (que também são em sua maioria solos) voltam a atenção para a criança com diagnóstico e, então, o jovem se vê em um lugar de responsável pelo irmão. Ainda nesse contexto, estando em situação de vulnerabilidade social, também existe a necessidade de ele começar a trabalhar cedo para auxiliar na renda dentro de casa.

A psicóloga Claudete Marcolino afirma que esse adolescente, irmão da criança com diagnóstico, muitas vezes se coloca em um lugar de responsável pelo outro. “E isso não aparece verbalizado no discurso durante os atendimentos porque a família não tem noção desse lugar porque ele é naturalizado. É o jovem que faz a leitura da necessidade disso, seja pela ausência de uma função paterna ou pela necessidade de uma rede de apoio que muitas vezes é ausente”, explica.

“São múltiplas questões que vão atravessando esse lugar do adolescente enquanto irmão que, muitas vezes passa despercebido pela família, e aí nós, enquanto equipe multidisciplinar, também temos esse olhar para ele” – Claudete Marcolino

Claudete completa que tudo isso  também pode afetar no distanciamento da adolescente com a mãe e no vínculo afetivo . “A jovem se afasta da função materna porque esse lugar é direcionado para a outra criança, e acaba sendo negligenciado a ela. Em alguns casos, vemos meninas que engravidam precocemente, que desejam sair de casa ou que se relacionam afetivamente de forma imatura justamente para sair desse conflito familiar e  do lugar de cuidados assumidos ”, diz a psicóloga.

Áreas de atendimentos

Esse cenário pode ser percebido em diferentes áreas dos atendimentos e em diferentes níveis. Na área de renda, por exemplo, nós observamos que, muitas vezes, o pai se ausenta de suas obrigações, a situação financeira se complica com a chegada de uma criança com diagnóstico e o adolescente se vê na obrigação  de ir trabalhar para auxiliar a família – e até abrir mão do que pode ser dele também”, cita Lualinda.

Já na área da educação, o apagamento é percebido dentro da escola. “Por vezes, ao ligar na escola, eu consigo saber a situação do irmão com o diagnóstico, mas do jovem não”, explica a pedagoga. Lualinda observa também que em muitas famílias o próprio adolescente não quer estudar no mesmo horário do irmão porque ele já sabe que será acionado pela escola. “Ele não tem identidade naquele espaço, ele é o irmão da criança que tem deficiência”, completa. Isso sem falar nas questões de falta escolar que prejudicam o andamento da educação. 

Na área da psicologia, então, os desdobramentos são ainda mais expressivos. “O que chega é um adolescente com baixa autoestima, falta de cuidado e se sentindo menos valorizado pela família“, conta Claudete – que percebe também que, as  queixas em sua maioria se dão referente   ao comportamento de  agressividade do adolescente. “E aí a gente observa que isso é um comportamento intrínseco a esse lugar de, por exemplo, falar mais firme com os irmãos e de estar em um lugar de autoridade que não foi lhe dado, mas foi interpretado como sendo necessário”, completa.

Os impactos também atingem a nutrição do jovem, já que a mãe centraliza o alimento um pouco mais saudável para garantir que isso vá para a criança com deficiência, na área social, percebemos que  a Rede,  não  presta   um atendimento extensivo aos demais integrantes da família. “Faltam políticas públicas que sejam agentes facilitadores dessas redes assistenciais e da saúde  que possam ser um mediador entre os serviços que atende a família, por exemplo“, afirma Claudete.

Estratégias para além desse olhar

A partir de todo esse contexto, é possível compreender a urgência e a importância de se olhar para esses adolescentes. A psicóloga reforça que é, justamente, nessa fase da vida onde são construídos muitos comportamentos futuros. “A adolescência já é uma fase de transição, o jovem  está se estabelecendo e se reconhece em seus lugares. Por isso, algo que eu venho pesquisando é o não lugar desse adolescente na família com crianças com deficiência. A adolescência, de maneira geral, já é uma fase de busca de um lugar, de afirmação da identidade. Então, o jovem que é o irmão de uma criança que tem diagnóstico, passa por um processo ainda mais adoecedor emocionalmente porque ele fica em um limbo identitário, como se ele, de fato, não pertencesse a essa família porque todos ficam em torno dos cuidados da criança. E, a sequela disso pode ser permanente, quando não cuidado, pode vir a  se manifestar na fase adulta”, explica Claudete.

Pensando nisso tudo, o Instituto C tem pensado e colocado em prática algumas estratégias que visam também o atendimento dos adolescentes – já que seus direitos são garantidos, mas estão negligenciados. “Começamos com uma roda de conversa aberta para uma primeira aproximação com esses jovens, explicando o projeto e nos colocando à disposição para a escuta”, conta.

“Um jovem que, não se reconhece em sua identidade e não tem firmeza na sua autoestima, pode vir a ter dificuldades para  fazer o enfrentamento das adversidades  em sua vida”– Claudete Marcolino


A conversa se desdobrou em atendimento em grupo com estagiários da Psicologia para  todos os adolescentes das famílias, fornecendo um auxílio financeiro para viabilizar que todos estejam presentes”, celebra Claudete. Com essa escuta técnica, mais questões também apareceram, como a necessidade de psicoterapia individual para alguns adolescentes com fragilidades emocionais mais críticas,  encaminhamentos para oftalmologista, dentista e outras  especialidades. “A partir disso, estamos construindo outras estratégias centradas  para esses adolescentes, de um cuidado ainda mais integral para esses jovens do Instituto C”, finaliza a psicóloga.


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Inclusão produtiva: o que é e quais soluções são oferecidas pelo Instituto C

Já ouviu falar em inclusão produtiva? O termo se refere à criação de condições favoráveis para que todos os indivíduos na sociedade tenham acesso a oportunidades econômicas e possam participar ativamente da produção e do mercado de trabalho.

A inclusão produtiva busca garantir que grupos marginalizados e em vulnerabilidade social, como pessoas com deficiência, mulheres, jovens, idosos e minorias étnicas, tenham igualdade de acesso a recursos, capacitação e empregos.

A importância não se restringe apenas a fonte de renda, mas também a outros aspectos que a falta de trabalho causa, como baixa autoestima. Quando as barreiras da exclusão social são superadas e as pessoas são incluídas de maneira produtiva, ocorrem diversos benefícios, promovendo o crescimento econômico sustentável, fortalecendo a coesão social e, claro, reduzindo a pobreza.

A inclusão produtiva é uma área onde cuidados da reforma dos currículos, opções de capacitação e até o encaminhamento para vagas de emprego dentro da rede”, explica Isabel Pinheiro, Assistente Social de Geração de Renda.

Ela conta que o olhar é individual para a real necessidade de cada família e o trabalho é para facilitar os sonhos de cada uma. 

Inclusão produtiva – Soluções do Instituto C (programa Cidadania em Rede)

Vemos que muitas mulheres não têm a capacitação no currículo, mas têm a força de vontade para trabalhar”, conta Isabel que, em seu trabalho, busca dar o pontapé necessário para incluir esse indivíduo no mercado. “Eu identifico as vulnerabilidades daquele currículo, as questões de estudo e vou encaminhando para cursos que possam capacitar cada um deles, de forma que seja mais fácil a ingressão no mercado de trabalho”.

Uma das soluções encontradas pelo Instituto C para que tudo isso aconteça foi a parceria com a SIEMACO– Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços, que oferece cursos rápidos e com certificação em diversas áreas de trabalho. “A gente tem visto muitos bons resultados. Um caso recente, por exemplo, é o da Juliana, que fez três cursos pela SIEMACO em abril e, no início de maio, conseguiu um trabalho formal”, celebra Isabel.

inclusão produtiva

Isabel e Juliana com os seus certificados de 3 cursos que fez na Siemaco: Recepção/Atendimento, Comportamento Pessoal e Profissional e Supervisão. Veio até o instituto C para atualizar seu currículo.

 A conquista de um emprego, seja ele formal ou não, traz de volta a autoestima que foi impactada durante a busca por um trabalho. “Eles chegam já há bastante tempo desempregados, triste e até com vergonha por isso. Vamos cavando oportunidades para realizar o sonho de uma profissão”, conta Isabel. “Conforme eles vão fazendo os cursos, o currículo vai crescendo e oportunidades de entrevistas surgindo, eles se animam e ganham entusiasmo para seguir no caminho. E é isso que eu busco: que eles se sintam animados, como sujeitos de direitos, qualificados e parte da sociedade”, finaliza Isabel.


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O debate como prevenção ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

O combate à exploração sexual de crianças e adolescentes é uma pauta urgente e importante no Brasil. Infelizmente, o país ainda é um dos principais destinos para turismo sexual infantil, o que demanda ações efetivas por parte das autoridades e da sociedade em geral. Só em 2022, foram registradas no Brasil quase 112 mil denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet. O número é 10% maior se comparado ao de 2021 (dados retirados do ChildFund Brasil, agência de desenvolvimento social que atua com programas e projetos sociais). 

No intuito de conscientizar a sociedade brasileira sobre a necessidade de se engajar na luta contra a violação dos direitos sexuais de crianças e adolescentes, o dia 18 de maio foi oficializado como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

História do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

A data faz referência a um triste episódio ocorrido em 1973, quando uma menina de 8 anos, da cidade de Vitória (ES), foi sequestrada, violentada e assassinada de forma brutal. Seu corpo foi encontrado seis dias depois, carbonizado, e seus agressores jamais foram punidos.

Em virtude da comoção gerada pelo caso e da mobilização do movimento de defesa dos direitos das crianças e adolescentes, a Lei nº 9.970/2.000 estabeleceu o dia 18 de maio como um marco para a conscientização e o combate à violência sexual contra menores de idade. Desde então, essa data se tornou uma oportunidade para a população brasileira se unir e protestar contra esse tipo de atrocidade.

Neste ano, o Instituto C vai participar de duas ações, segundo Sheila Silva, agente de ação social do Cidadania em Rede:

  • Uma junto à Secretaria de Desenvolvimento Social;
  • Outra com o Serviço de Proteção Social às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência da Brasilândia.

Políticas públicas e debates como prevenção

Combate à exploração sexual Para combater esse problema, é fundamental investir em políticas públicas que fortaleçam a rede de proteção e garantam a punição dos culpados. Além disso, é necessário conscientizar a população sobre os impactos da exploração sexual na vida das vítimas e mobilizar a sociedade civil para denunciar casos de abuso.

Sheila alerta que a conversa dentro do projeto é essencial para a prevenção desses abusos.

É preciso diálogo e esclarecimento sobre diversos fatores, como o direito do corpo, sexualização entre adolescentes e educação sexual – seja dentro de casa ou na escola. Vamos trabalhando com as famílias, tanto quanto já existe um caso notificado, quanto no sentido da prevenção mesmo”, diz.

Até porque a maioria dos abusos infantis acontecem dentro do ambiente familiar. “Uma criança que passou por uma situação de abuso pode manifestar isso dentro de um atendimento, fazendo um desenho, por exemplo, e é nosso papel também esse acolhimento de escuta”, explica Sheila.

A luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes deve ser um esforço coletivo e contínuo para garantir um futuro mais justo e seguro para as gerações futuras.

Como denunciar o Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes?

Combate à exploração sexual

E, para denunciar casos de Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, basta utilizar o serviço do Disque 100, que permite que a denúncia seja feita de forma anônima.

Outra opção é procurar o Conselho Tutelar, responsável por garantir que os direitos das crianças e adolescentes sejam respeitados, na região onde a vítima reside ou onde ocorreu o abuso.

Além disso, a vítima pode recorrer a delegacias especializadas ou comuns, bem como à Polícia Federal ou Polícia Rodoviária Federal, ou ainda através do número 190.


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