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Artigo | Vera Oliveira e os 9 anos do Instituto C

O primeiro pensamento que vem a minha cabeça quando penso nos 9 anos do Instituto C, completados no dia 12 de outubro, é um famoso clichê “como o tempo passa rápido”.

Passou rápido demais, mas ainda quando fecho os olhos e respiro fundo,  volta a mesma angústia no peito que eu sentia toda vez que pensava que gostaria de trabalhar com alguma coisa que me trouxesse sentido, e que pelo menos o meu pedaço nesse mundão eu estaria contribuindo com a força do meu trabalho.

 Foi um período grande de busca por esse sentido, e valorizo muito cada uma das conversas, descobertas e pessoas especiais que me ajudaram a encontrar um caminho que faz todo o sentido pra mim.

 E desde esse dia que senti o “click”, toda a construção do Instituto C, as ideias iniciais, o início como uma franquia social da Associação Saúde Criança, a parceria com a Santa Casa para o encaminhamento das famílias, a espera muito ansiosa pelas primeiras famílias, imaginando qual seria a história delas, o que poderíamos fazer para auxiliá-las… são muitos momentos especiais dessa história transformadora.

 E nesses 9 anos que se passaram, desde o Dia das Crianças de 2011, o trabalho do Instituto C amadureceu, expandiu-se e fico emocionada quando penso que aquela inquietação e desejo de fazer o bem lá atrás se transformou em algo robusto e sólido.

 Nesse mês completamos 1.000 famílias atendidas por nós, no Instituto C. São 1.000 famílias que começaram a conhecer os seus direitos, passaram a acessar e ter conhecimento da rede socioassistencial e principalmente, que confiaram em nós, dividiram suas histórias conosco. Desenvolveram sua autonomia e passaram a ter mais qualidade de vida.

 Trabalhar com pessoas tão incríveis, sensíveis e motivadas, um time muito especial de colaboradores, nossos queridos conselheiros e voluntários, além de parceiros muito parceiros é o motor para que esse desejo profundo que começou a se concretizar dia 12/10/11 esteja cada vez mais vivo.

 Sou muito feliz em participar no dia a dia como uma pecinha dessa história. E desejo que o caminho do Instituto C seja abundante e potente e que a cada dia possamos trabalhar mais na direção das palavras que inspiraram o nome do Instituto C: as crianças, o cuidado e o cidadão.

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Perfil das Famílias atendidas pelo PAF

Com o início do isolamento social em março, adaptamos o formato das histórias inspiradoras das mães atendidas pelo PAF – Plano de Ação Familiar, uma vez que as entrevistas eram feitas presencialmente, no escritório do Instituto C. Desde então, começamos a publicar na nossa página do instagram e facebook um perfil destas famílias escrito pelas nossas colaboradoras, Katia Moretti e Nayara Paula, responsáveis pelo atendimento no PAF e, por isto, com total conhecimento para contar um pouco sobre cada uma destas famílias.

Ao todo, já foram publicadas 11 histórias, as quais você pode acessar nos nossos canais. A partir de agora, faremos um compilado, aqui no nosso blog, das últimas histórias publicadas no mês, confira!

Essa é a família do Lucas

Essa é a família do Lucas (4), ele e sua mãe Gildete chegaram ao Instituto C em outubro de 2019, por meio de uma indicação de uma mãe que já participava do projeto PAF – Plano de Ação Familiar. Apesar do pouco tempo, eles já contagiaram não só toda a equipe e voluntários, como têm tecido boas amizades com outras mães e famílias, amizades estas que vão compondo e fazendo parte de sua rede de apoio aqui em São Paulo, depois de sua vinda da Bahia.

Mãe solo, Gildete compartilhou conosco como foi difícil receber o diagnóstico de Síndrome de Down, quando Lucas completou 1 mês de vida. Muitas expectativas precisaram ser revistas e desconstruídas, para que ela aprendesse junto com seu filho questões sobre a maternidade e como lidar com os impasses de uma sociedade ainda pouco inclusiva, desigual em oportunidades e acesso aos direitos básicos.

Nesse percurso, eles têm enfrentado muitas dificuldades, mas sempre com esse sorriso bonito que vemos na foto que nos transmite muita força e desejo de continuar educando seu filho com amor e cidadania, entendendo cada vez mais a importância de seu protagonismo na tessitura da sua história, o papel transformador da educação em suas vidas e o alcance de sua autonomia.

Com a rotina atravessada por muitos tratamentos de saúde e desenvolvimento de Lucas, Gildete não consegue um trabalho fixo e formalizado, ressaltando ainda mais a importância de acessar a rede de apoio socioassistencial, para alcançarem o que entendemos como a saúde em sua amplitude, biopsicossocial.

Estaremos juntas e juntos nessa caminhada durante o projeto, com ótimas expectativas de partilharmos aí importantes vitórias!

Essa é a família do Miguel

Esta é a família do Miguel (1), ele está no colo da sua mãe Suelen, junto de seu irmão Nicolas (8) e de sua avó materna Omara. Miguel chegou ao Instituto C para participar do projeto PAF – Plano de Ação Familiar em agosto de 2019, quando estava internado para a realização de uma cirurgia cardíaca para correção de uma má formação. Foram momentos difíceis e de muita preocupação com a saúde dele. 

 

Neste momento, quem frequentava os atendimentos era a sua avó, que nunca perdia a esperança de que o neto se recuperaria. Alguns meses depois, com Miguel recuperado da cirurgia, Suelen passou a frequentar o projeto.

 

Aqui a família recebeu orientações em todas as áreas de atendimento, teve acesso e conhecimento sobre seus direitos e qual caminho percorrer para conquistá-los. Já tiveram muitos avanços, Suelen é engajada e não mede esforços para garantir tudo o que possa melhorar a qualidade de vida da família. Estão aguardando aprovação de alguns benefícios, pois a jornada de tratamento de Miguel ainda não está encerrada; mas enquanto isso, Suelen busca formas alternativas de garantir a renda da família e tem se dedicado a venda de bolos de pote. Suelen tem refletido sobre seu empoderamento e demonstrando resiliência e força para superar cada obstáculo.

 

Nós continuamos acompanhando e apoiando a caminhada dessa família, nos unindo na certeza que Miguel veio para trazer muitos ensinamentos e revelar toda a potencialidade que sua família pode ter. Somos gratos por ter conhecido essa família tão especial e por toda troca e carinho demonstrados até o momento.

 

Miguel tem outros dois irmãos, Gabriel (15) e Ana Beatriz (12).

 

Essa é a família do Lucas

Esta é a família do Lucas (2), que está no colo de sua mãe Jeane, mas a família toda não está nesta foto. A expressão do amor e do cuidado que eles transmitem uns com os outros e com todo o Instituto C também não caberia nela.

Jeane é mãe solo de cinco filhos, Samuel (5), Sara (10), Mateus (13) e Gabriel (15) e Lucas (2), que chegou ao projeto PAF – Plano de Ação Familiar em maio de 2019, encaminhados pelo Hospital Santa Casa, onde o mais novo faz tratamento de uma má formação congênita rara, chamada hipospádia e bronquiolite. Eles moram na Zona Norte de São Paulo com seus avós maternos, compondo assim essa grande família.

São muitos afetos que atravessam e potencializam os atendimentos desta família, desde as poesias deixadas com muita sabedoria por Sara na brinquedoteca, pela participação dela e Samuel nas oficinas da nutrição lá na nossa cozinha, ou pelo engajamento de Jeane em todas as orientações trocadas pela equipe multiprofissional.

Juntos, refletimos muito sobre seu empoderamento, auto estima, ampliação de sua rede de apoio, conhecimento sobre a rede socioassistencial e os serviços disponíveis de acesso à direitos sociais. 

Aos poucos, sua autonomia vem sendo fortalecida, na medida em que acessa novos conhecimentos e vai reconhecendo seu protagonismo. Acreditamos que ainda virão muitas vitórias e boas novas na trajetória de todos, que teremos o prazer de partilhar!

Essa é a família do Yann

Esse garotinho é o Yann, ele tem 10 anos e participa do projeto PAF – Plano de Ação Familiar desde outubro de 2019.

Ele mora com a avó materna, Maria de Lourdes, desde bebê. Ela é a responsável pelos cuidados de Yann, os dois são muito unidos e fazem tudo juntos. Maria de Lourdes está sempre preocupada em proporcionar o melhor para o neto que é autista. Eles foram encaminhados para o Instituto C para serem orientados sobre os benefícios que Yann tem direito, além de ter mais clareza sobre outros assuntos, a fim de ganharem mais autonomia, garantindo assim a qualidade de vida da criança.

Yann é super carismático e inteligente, adora quando é o dia de atendimento, momento em que ele vai encontrar com as tias da nossa brinquedoteca. Ele já conquistou o coração de todos aqui com seu jeitinho todo especial.

Essa semana recebemos uma mensagem de Maria de Lourdes contando que Yann não vê a hora de retornar aos atendimentos presenciais para reencontrar as tias <3. Nós ficamos muito felizes com o vínculo criado e também estamos morrendo de saudades de encontrar o Yann e muitas outras crianças que assim como ele preenchem nossa brinquedoteca com sons, cores e sorrisos. 

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Estatuto da Criança e do Adolescente completa 30 anos

Ontem, 13 de julho, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 30 anos  sendo o principal marco regulatório dos direitos da criança e do adolescente no Brasil, mas apesar dos avanços conquistados nesses anos, algumas medidas ainda pedem muita atenção, principalmente em tempos de pandemia.

 Queda na mortalidade infantil, aumento no número de registros civis, aumento de matrículas nas escolas e diminuição do trabalho infantil estão entre as conquistas das últimas três décadas, mas que ainda precisam avançar, principalmente entre a parcela mais vulnerável da população que, com o início do isolamento social, viu sua renda diminuir consideravelmente, além de ter escancarada a deficiência e o despreparo das escolas para que seus filhos seguissem com o ensino à distância. (leia mais aqui).

 Sendo assim, o novo coronavírus trouxe consigo novos desafios para as comemorações dos 30 anos de ECA, uma vez que, ao agravar a situação de vulnerabilidade social das crianças e adolescentes, pode torná-las as maiores vítimas deste momento, mesmo não sendo consideradas grupos de risco nessa pandemia. Afinal de contas, elas são afetadas direta e indiretamente, seja por conta dos impactos econômicos e/ou desemprego que a sua família esteja enfrentando, a falta de acesso à educação a distância, falta de alimentação, saneamento básico, moradia, aumento considerável da violência doméstica, maior risco de exploração sexual, trabalho infantil e insegurança alimentar, questões que se agravam ainda mais durante a pandemia. 

 Por isto, é preciso reafirmar o nosso compromisso com o ECA a todo instante, priorizando absolutamente a infância e adolescência no Brasil, conforme previsto pelo Artigo nº 227 da Constituição Federal, obrigações quanto às crianças e aos adolescentes são do Estado, da sociedade e da família. 

 Totalmente conectado ao Estatuto da Criança e do Adolescente, os programas desenvolvidos pelo Instituto C levam ao conhecimento das famílias atendidas todas as informações importantes sobre o tema nos diversos encontros realizados durante os respectivos ciclos. Além de proporcionar um olhar multidisciplinar para estas questões, atuando com foco na primeira infância, momento que pede uma atenção para o desenvolvimento pleno das crianças, garantindo um ambiente favorável com estímulos, proteção e cuidado (Primeira Infância), mas que se estende com o trabalho de fortalecimento dos vínculos familiares, articulação da rede de apoio e participação da criança na escola durante a jornada destes jovens (Educação em Rede).   

 Essa semana, nós paramos para celebrar a criação da Lei n° 8.069/90, afinal de contas, ela é fruto de uma luta diária de diversas pessoas que atuam na área, as quais não medem esforços para assegurar os direitos da infância e adolescência. Mas também aproveitamos a data para repensar a melhor maneira de alcançarmos os objetivos para os próximos anos, chamando a atenção da sociedade como um todo para esta caminhada. 

Texto escrito por Vanessa Gonçalves, Assistente Social do projeto Educação em Rede do Instituto C

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A Educação é outra batalha das famílias mais vulneráveis.

por Tabata Cardenuto

O sistema educacional tem sofrido diversas mudanças, por conta do Covid-19, e isso tem impactado diretamente os alunos e professores, principalmente de escolas públicas. A transição da aula presencial para a aula online aconteceu de maneira repentina, sem estruturação antecipada e não levou em consideração a realidade dos docentes nem das famílias. 

Pensando nisso, lembrei de uma citação do filósofo Immanuel Kant que diz “A educação é o maior e mais difícil problema imposto ao homem” e que para mim serve de alerta para os desafios em torno da educação principalmente no cenário atual. Se por um lado, grande parte dos professores não estão familiarizados com o uso intensivo das tecnologias e também não dispõem de uma formação ou recursos adequados para planejar e executar as aulas remotas. Do outro, temos as famílias, que vivem uma realidade que também não foi considerada. A estrutura familiar – na maioria das vezes – conta com duas ou até mais crianças em casa e apenas um aparelho celular, para que todas tentem o acesso aos conteúdos educacionais. Todas essas dificuldades impactam diretamente na qualidade do ensino e aprendizagem desses alunos.

Neste sentido, a equipe multidisciplinar do projeto Educação em Rede, principalmente o eixo da educação, se dispôs para orientar e auxiliar as famílias e também as escolas no que fosse necessário em relação ao estudo remoto. Estamos sempre acompanhando as notícias e divulgações oficiais da Secretaria da Educação e repassando essas informações para as famílias, possibilitando que elas fiquem por dentro do que acontece nesse contexto educacional.

No início desse processo de mudança, do presencial para o virtual, a nossa ajuda foi importante para que os pais, responsáveis e as crianças conseguissem baixar e acessar o aplicativo e os canais da televisão para encontrar os conteúdos.

Durante essa transição, algumas famílias demonstraram certos níveis de ansiedade e insegurança. Foi possível notar também a frustração deles não disporem dos recursos necessários e adequados, percebendo que isso certamente irá impactar na aprendizagem de seus filhos.

Mas uma coisa me deixou muito feliz estes dias todos, é unânime que, todos os pais e responsáveis estão tentando resolver este problema, se adequando da melhor maneira, dentro de suas realidades, para ajudar os filhos a superarem esse momento atípico. O que, provavelmente, deixaria Kant mais aliviado.

Tabata Cardenuto é estagiária de Pedagogia no projeto Educação em Rede.

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Hábitos Alimentares na quarentena

Manter uma alimentação saudável em tempos de isolamento social é um desafio para a maioria das pessoas, afinal de contas, o misto de emoções neste período muitas vezes tem sido responsável pelo descontrole alimentar, e aí recorremos aos alimentos em busca de conforto.

Pensando nisso, a Nutricionista do Primeira Infância, Ana Bueno, preparou uma live com o assunto Hábitos Alimentares na Quarentena para professores das CEIs Pinocchio 3 e 4, Sagrada Família e Ana Claudina de Carvalho Ferraz de Camargo, equipe do instituto C, voluntários e todos os seguidores do perfil do Instituto C no Instagram. “Foi uma experiência super legal, uma forma de me acostumar com esta exposição via internet a interação foi ótima ver as pessoas que encontramos nas escolas e que neste momento estão tão longe poder responder as perguntas e tirar as dúvidas, promover a interação.”.

A live que aconteceu no dia 29 de abril foi assistida por 76 pessoas e abordou temas como comer bem sem gastar muito tempo no preparo, melhorar a imunidade por meio da alimentação, colocar as crianças no preparo das refeições e como lidar com o comer emocional em tempos de pandemia. “Eu sempre tomo muito cuidado com eu vou falar com muitas pessoas com hábitos diferentes, pensar na fala de maneira que não exclui e sim inclua um maior número de pessoas.”, comenta Ana.

Segundo Ana, o comer emocional é quando usamos a comida como recompensa, conforto, alívio de estresse ou qualquer outro motivo que não a fome. “Este tipo de comportamento tem se tornado cada vez mais comum entre as pessoas, mas o período de pandemia que vivemos pode torná-lo ainda mais intenso e difícil de lidar, por isso é importante entendermos “Por que” comemos “como”, “quando” e “o que” comemos. Assim é possível agir na raiz do problema, atenuando suas consequências”, explica.

O tema foi tão importante que amanhã, 15 de maio, Ana e a psicóloga Zelaine dos Anjos estarão, desta vez, juntas para mais uma rodada sobre o tema, intitulada Estresse Emocional e sua Influência na Alimentação durante a Quarentena, a live acontecerá às 14h via Zoom.

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Educação em Rede segue atuando antes do volta às aulas.

Ainda sem data prevista para retornar às aulas, a equipe do Educação em Rede está aproveitado o período de quarentena para garantir que o projeto volte com força total assim que estabelecida a normalidade e segue trabalhando ativamente em três ações.

 

A primeira parte deste esforço está nas discussões de casos de todas as famílias que serão atendidas no ciclo 1 do projeto, o qual foi interrompido logo após a realização das primeiras triagens. “Realizamos reuniões diariamente com toda a equipe, onde o caso é explicado e cada área (educação, psicologia e serviço social) fala sobre suas considerações e ações que serão realizadas com aquela criança e família”, comentou Mariana Benedetti, Psicóloga do projeto.

 

Outro ponto importante diz respeito ao atendimento das famílias do ciclo 1 remotamente. Mariana tem dedicado o período da tarde para realizar as atividades individuais na Psicologia, organizando os registros de atendimento, programando os encontros, atividades, brincadeiras e leituras que serão desenvolvidas com as crianças e seus familiares. “As famílias no geral, estão muito preocupadas com a situação do país e como isso poderá reverberar nelas e em seus filhos. Muita preocupação pelo grande período que as crianças estão fora da escola e como serão recuperadas essas defasagens que estão sendo criadas neste ano.”. 

 

Outro ponto importante é manter o Instituto CSHG, patrocinador do projeto, atualizado sobre todos os passos. “Alimentamos conjuntamente todos os registros e planilhas do projeto. Encaminhamos ao Instituto CSHG relatórios com todo o trabalho que tem sido feito com as famílias, mesmo de longe, como a escuta aos familiares, ajuda a acessar direitos e como manter os filhos empenhados no estudo.”, explica Mariana.

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Transparência |Prestação de Contas Plano Emergencial Covid19

No dia 19 de março, o Instituto C iniciou um Plano Emergencial | Covid 19 a fim de garantir a compra de alimentação, itens de higiene e medicamentos para 156 famílias atendidas pelo Plano de Ação Familiar (PAF) em abril.

A meta inicial era de R$ 37.750,00 reais, mas nestes 45 dias de isolamento social, a união de inúmeras pessoas, focadas em diminuir a desigualdade e oferecer dignidade para todos, fez com que alcançássemos um objetivo ainda maior – R$ 107.705,00 – garantindo a compra destes itens nos meses de junho e julho para 205 famílias, sendo 31 famílias do projeto Educação em Rede e 13 famílias do Primeira Infância.

Amigos e Parceiros maravilhosos como Instituto Credit Suisse Hedging – GriffoUna Capital, Instituto Antônio Carlos Pipponzi, Benfeitora, Movimento Família Apoia Família, Frangaria, Repassa, OVO, Ana Paula Vidigal, Inez Oliveira e mais centenas de pessoas que, materializaram a solidariedade, formaram uma poderosa rede capaz de impactar a vida de 943 pessoas.

Com o início do isolamento social na cidade de São Paulo, as famílias foram impossibilitadas de irem até a sede do Instituto C participar das rodas de conversa, atendimentos individuais e retirar as cestas básicas, fraldas, fórmulas infantis e remédios.Como forma de garantir que nenhuma família ficasse desamparada nestes dias tão difíceis, as equipes seguiram trabalhando via home office, sempre a disposição para enfrentar este momento junto às famílias atendidas. 

Durante o atendimento remoto as famílias podem conversar sobre as suas angústias, além de contarem com o auxílio da área de renda e serviço social. As profissionais estão em constante contato com as famílias para auxiliá-las em relação aos benefícios sociais e sobre as restrições que a pandemia trouxe, tudo por meio de mensagens de áudio e ligações ao longo do dia, cheias de atenção e afeto.

Hoje, nos unimos ao movimento #GivingTuesdayNow para celebrar as doações recebidas e mostrar o poder de transformação que o ato de doar tem. Por este motivo, disponibilizamos o Relatório de Prestações de Contas como forma de evidenciar a grandeza desta ação e deixar tudo transparente para que os doadores sintam-se seguros e tranquilos com as doações, além de estimular a doação de outras pessoas.

Clique aqui e confira o Relatório Completo!

Todo o esforço ainda é recompensado pelo sorriso no rosto de cada família, nos agradecimentos recebidos durante os atendimentos, fotos, áudios e mensagens cheias de carinho enviadas pelas famílias via whatsapp.

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Primeira Infância faz Live para CEI Pinocchio III e IV

Na última quinta-feira, a psicóloga do Primeira Infância, Zelaine dos Anjos, fez uma live para 36 professores das escolas CEI Pinocchio III e CEI Pinocchio IV com o tema Ansiedade, Isolamento Social e Teletrabalho, a roda de conversa também esteve aberta para participação da equipe do Instituto C.

A demanda veio por conta do início do teletrabalho no dia 15 de abril que liberou chamadas de vídeos e whastapp como canais de comunicação oficiais com os alunos durante a quarentena. “Foi uma conversa fluída e leve, compartilhei experiências e desafios. Além de profissional e trabalhar de casa, também sou mãe, então, a gente consegue se entender muito bem.”, comentou Zelaine. 

A ideia é fazer uma live por semana com temas enviados pelos próprios profissionais, além de estender o formato para o projeto Educação em Rede. “A quarentena trouxe impactos significativos na execução do nosso trabalho, principalmente nos projetos em que realizamos atividades in loco. Os medos e as incertezas de como seguiríamos trabalhando estavam presentes, mas ao longo dos dias, pudemos arregaçar as mangas e nos adaptarmos a essa realidade. Então, ver a concretização dos encontros que conseguimos fazer à distância com nossos parceiros tem sido extremamente significativo para nós, porque fortalece as nossas relações e permite que possamos nos sentir próximos, mesmo à distância.” explica a analista dos projetos Talita Lima. 

Para Zelaine, a proposta também é um aprendizado importante para as profissionais do Instituto C. “Como profissional, me sinto super realizada, apesar do frio na barriga, afinal de contas, foi a primeira vez que fiz algo neste formato. Fazer esta troca e estar neste lugar de acolhimento é muito rico para todos nós.”.

Hoje, 29 de abril, a nutricionista do Primeira Infância, Ana Luiza Cicolo, falará sobre Hábitos Alimentares na Quarentena às 15 horas.

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Atendimento às famílias participantes do Educação em Rede

Mesmo com o fechamento das escolas, anunciado pelo Governo do Estado e a Prefeitura da capital paulista no dia 13 de março, a equipe do Educação em Rede tem mantido contato com todas as famílias participantes e escolas parceiras do projeto a fim de seguir dando a assistência necessária em tempos de isolamento social e priorizando um atendimento humanizado e humanizante.   

 

“Desde o início as famílias trazem suas angústias, aflições e preocupações.” explica Vanessa Gonçalves, Assistente Social do projeto. “Enquanto profissional estava me sentindo impotente. Simplesmente porque eu amo minha profissão e não ter o atendimento presencial com as famílias no começo foi difícil. Entretanto, agora as coisas estão fluindo e estou orientando as famílias na garantia e efetivação do acesso aos seus direitos.”, acrescenta.

 

Além de terem acesso limitado a condições mínimas como saneamento básico e viverem em moradias precárias, as famílias atendidas pelo projeto agora precisam se preocupar diretamente com os estudos das crianças e adolescentes. “Durante este processo de isolamento social o contato via telefone está sendo essencial para manter o diálogo com as famílias e poder dizer: estamos junto com vocês.”, comenta Vanessa.

 

Vanessa cita uma reflexão da Maria Lúcia Martinelli como alento aos profissionais que, diante desse cenário mundial, atuam com trabalho social atendendo às famílias com clareza, eficiência e qualidade. "A nobreza de nosso ato profissional está em acolher aquela pessoa por inteiro, em conhecer a sua história, em saber como chegou a esta situação e como é possível construir com ela formas de superação deste quadro. Se reduzirmos a nossa prática a uma resposta urgente a uma questão premente, retiramos dela toda a sua grandeza, pois deixamos de considerar, neste sujeito, a sua dignidade humana".

 

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Atendimentos às famílias ganha ainda mais atenção e afeto.

Por Nayara Oliveira

Hoje, enquanto escrevo, penso que eu e você que lê, estamos frente a impotência de muitos desejos e diante muitos medos. Por isso, recorro a arte, para enfrentar um pouco a vida. Assim, empresto de Drummond de Andrade o trecho que diz “tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”. Uso esse “exagero” refletindo sobre meu lugar no mundo, minha força e minhas impossibilidades. Sinto, às vezes, que poderia ter muitas e muitas outras mãos, um coração maior pra caber mais alegrias e dar conta das dores, que houvesse mais horas no meu dia pro tanto que penso, sinto e quero. Tenho apenas duas mãos e o desejo de transformar o mundo. Agora, parece até que sai do poema para os desenhos em quadrinhos onde me imagino e me transformo naquela super-heroína que salva o dia.

Essa quarentena parece estar escancarando o que dissemos uns aos outros, independente da crença, que o amanhã não nos pertence. E como e o que fazer com o hoje, com o tanto de não saber e preocupações? Desde a vontade de sair de casa, até a de proteger dentro de um lugar bem, mas bem guardadinho, as pessoas que a gente ama, proteger da doença, do medo, da fome, do frio, da falta de emprego, e por aí vai, cada um, com seu mundo inteiro particular. 

O que fazer com nossas apenas duas mãos e o sentimento do mundo? Nem o Carlos, dono do poema, nem eu, temos boas respostas… pois estamos diante de uma situação nunca antes vivida, para aprendermos com o passado a enfrentar o presente.

Temos mudado nosso jeito de estar com o outro e conosco em todas as esferas, e nos atendimentos isso também está vigorando. Aquele abraço apertado depois da confiança de partilhar um momento difícil de sua vida, virou gesto em vídeo. Conversas que dependem do sinal telefônico, áudios cheios de afetos, dúvidas do que fazer com o tempo que já não gastamos mais no transporte público, como ensinar coisas da escola que já nem se lembra mais, ou outros novos desconhecidos ou antes experimentado.

O que está ao alcance das minhas mãos (e agora literalmente, rs) tem sido ouvir as aflições, a singularidade de suas histórias, acolher e estar, um dia de cada vez, juntos. Não sabemos mesmo o que virá amanhã, mas estamos pensando juntas e juntos maneiras de como retomar, inventar e reinventar as forças para suportar e estar no hoje. O que estamos ativamente fazendo, com os recursos e possibilidades que temos para informar e proteger quem amamos. O uso da máscara, por exemplo, é uma metáfora bonita sobre, quando a uso, protejo o outro, se o outro também usa, ele me protege. Ou seja, juntos, mesmo que distantes, somos mais fortes. Sinto isso, diariamente, quando mesmo sem respostas, sentimos que não estamos sozinhos, e é isso também que recebo das famílias. 

Nayara Oliveira é Psicóloga do Plano de Ação Familiar (PAF).