Categoria: Áreas de atendimento

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Conquistas importantes para as famílias do Educação em Rede

Apesar da taxa de desemprego ter alcançado nível recorde, mães atendidas pelo Educação em Rede comemoraram a conquista de empregos no último mês. O trabalho, ou a falta dele, é uma das principais questões trazidas pelas famílias durante o atendimento com a Assistente Social, Vanessa Gonçalves. “Eu fico sempre atenta às vagas de emprego quando passo em algum lugar e vejo a placa de contratação já anoto tudo para passar para as famílias”, explica.

 

Por este motivo, Vanessa acaba participando ativamente destes processos, com orientações e encaminhamentos, como o que aconteceu com Ana Cláudia, Lucinete e a Claudiane que estavam cheias de expectativas com relação aos processos seletivos. “Sempre falo palavras positivas e de incentivo quando elas me dizem que estão indo para processo seletivo, conversamos sobre a importância de correr atrás e não deixar a ansiedade tomar conta de tudo. Juntas conseguimos alcançar bons resultados.”. Outra demanda importante apareceu durante atendimento da Patrícia, mãe de Naryelle, que precisava de cinco indicações para serviço como diarista, sem vínculo empregatício, em residências na região do ABC e encaminhou outras cinco famílias que participam do projeto. 

 

A questão em torno do desemprego e de ocupação em atividades formais sempre esteve presente na rotina dos atendimentos do projeto, porém, diante do momento vivido, em decorrência da pandemia, este cenário se agravou, alcançando 14,4%, a maior taxa de desempregados desde 2012,  segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), números certamente refletidos nas famílias atendidas. “A falta de renda tem sido a principal demanda trazida pelas famílias que estamos atendendo. Com a pandemia, muitas famílias perderam seus empregos e quem já estava desempregado, viu sua situação se agravar ainda mais, dificultando a reinserção no mercado de trabalho. Hoje posso dizer que a maior demanda dos atendimentos é a busca por empregos.”, comenta Vanessa.

 

Nestes casos, Vanessa encaminha as famílias para o Posto de Atendimento ao Trabalhador da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo (PAT), localizado na Rua Boa Vista e para o Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo – Cate, na Avenida Rio Branco, ambos na região central de São Paulo. Sensível ao problema, ela passou a ficar ainda mais atenta a possíveis vagas de trabalho com o perfil destas famílias. “A todo instante eu faço a busca e seleção de vagas que atenda aos perfis profissionais das famílias, depois repasso esses dados para os interessados. Além dos responsáveis que buscam ativamente por essas oportunidades, também compartilho essas informações com as demais famílias por meio do grupo do WhatsApp. Repasso o link de grupo de empregos, o qual faço parte, para que possam ser adicionados, possibilitando o acompanhamento das vagas disponíveis.”.

 

“Estas conquistas são sempre muito importantes, não somente para as mães, mas para nós todas do projeto e o Instituto como um todo.”, finaliza Vanessa.

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Pausa para avaliação no Educação em Rede

Fazer a devolutiva para as famílias atendidas pelo projeto Educação em Rede é sempre um momento importante para todos os envolvidos. O momento, que acontecia sempre ao final do ciclo, em anos anteriores, ganhou outros dois encontros em 2020.

 Realizar mais de um encontro com os pais e responsáveis foi uma mudança definida no final de 2019 para o projeto em 2020, isto porque, a equipe identificou que muitas informações importantes apareciam neste momento, mas por ser o final do ciclo, acabavam não sendo trabalhadas pelas técnicas nos atendimentos. “Ouvir os responsáveis contando sobre as mudanças notadas por eles durante os atendimentos, nos possibilita obter novas informações importantes que irão auxiliar o nosso trabalho como um todo.”, explicou Vanessa Gonçalves, Assistente Social do Educação em Rede.

 Outro ponto é que os responsáveis acabavam procurando as técnicas de Psicologia e Pedagogia, antes ou depois dos atendimentos com as crianças, para falar coisas que eles achavam relevantes. “Todos os projetos do Instituto C sempre tiveram como norte, atender a família como um todo, apesar da porta de entrada ser a criança e o adolescente. Nos moldes anteriores, os pais só tinham contato com a Assistente Social e as outras áreas apenas com a criança. Ficava uma divisão muito cristalizada e fazia com que deixássemos algumas lacunas, de demandas das famílias, em aberto.”, explicou Talita Lima, Analista do Educação em Rede. 

  “Eu tenho muito contato com os responsáveis e achei incrível a mudança que houve no projeto, trazendo este olhar para a escuta da família não somente ao final do ciclo, mas sim durante o seu percurso.” comentou Vanessa, que participou pela primeira vez das devolutivas coletivas para cada família. “Participar da devolutiva com as outras áreas do projeto, mesmo num lugar de escuta, me ajudou a compreender ainda mais as crianças e os adolescentes que estamos atendendo.”, acrescentou. Isso porque, normalmente, o papel do Serviço Social é ouvir a devolutiva da família avisando se conseguiu acessar o serviço ao qual foi encaminhado durante as orientações.

 Independente do momento, a equipe do projeto organiza as informações com todo o cuidado para garantir uma conversa assertiva com os responsáveis. “Na ocasião, a equipe técnica divide com os pais e mães o percurso e desafios encontrados nos atendimentos com seus filhos, mas também acaba aprendendo muito sobre a dinâmica de cada família, calibrando os próximos encontros.”, finalizou Mariana Benedetti, Psicóloga do Educação em Rede. 

 

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Adaptações do Educação em Rede garantem atividades no remoto

Depois de 5 meses de atendimento exclusivamente remoto e com foco no social, ou seja, atendendo apenas as famílias do projeto que buscavam auxílio e apoio que se agravou por conta da pandemia, o projeto Educação em Rede precisou ser repensado para dar início efetivo às atividades e garantir assim o atendimento de famílias remotamente e presencialmente.

 Isso porque, depois de realizar uma sondagem com as famílias para saber sobre uma possível adesão ao atendimento presencial, a equipe do projeto constatou que uma parte delas estava disposta a voltar, uma vez que tinham muitas dificuldades em manter o atendimento de forma remota, seja por falta de espaço no local de moradia, internet ou até mesmo por não ter aparelhos eletrônicos.

 Com base nas respostas e nos protocolos de distanciamento social, as atividades multidisciplinares tiveram início este mês de forma híbrida (presencial e remoto). Para isto, as famílias que optaram pelo presencial, que representa 30% das famílias participantes do projeto, foram divididas em turmas (manhã e tarde) garantindo um intervalo maior entre os atendimentos que passaram a acontecer em dois dias da semana. Nos outros três dias a equipe técnica segue com atendimentos remotos de outros 40% das crianças. “Apesar do esforço da equipe em fornecer atendimento para todas as famílias inscritas no projeto, ainda há crianças das quais não conseguimos alcançar. Infelizmente, são os mesmos alunos que também não estão acessando as aulas remotas da escola, muitos deles não são nem localizados pelo simples fato das famílias terem trocado de número de telefone, outros pela falta de disponibilidade e condições de manter os atendimentos e as aulas à distância. Algumas famílias com a Pandemia acabaram se mudando de São Paulo.”, explicou a Analista do Projeto, Talita Lima.

 A retomada exigiu uma adaptação por parte da equipe que se viu diante de vários desafios a fim de garantir que todas as crianças pudessem acompanhar as atividades propostas pelas áreas técnicas. “Enviamos um kit com materiais escolares e material pedagógico desenvolvido pelo Instituto C para a residência dos alunos que optaram pelo atendimento remoto. Foi importante para que eles tivessem os meios necessários e se sentissem estimulados, desta maneira, a acompanhar as aulas e realizar as atividades.”, explicou a estagiária de Pedagogia, Tabata Cardenuto. “Nunca tínhamos feito nenhum tipo de trabalho à distância, as aulas de reforço aconteciam apenas dentro do nosso espaço. Proporcionar o reforço escolar remotamente representou um grande desafio, porque foi necessário identificar a necessidade de cada aluno e criar um material de acordo com cada criança. E tudo isso com o cuidado para que não fosse mais uma atividade que a sobrecarregasse a criança, mas que de fato pudéssemos auxiliá-los em suas dificuldades de aprendizagem.”, acrescentou Talita.

 No kit enviado também havia um material desenvolvido pela E. E. Conselheiro Antônio Prado, para que as crianças pudessem acompanhar os temas que estão sendo abordados em suas salas de aula. “Em contato com a escola parceira, nós soubemos que os alunos e as famílias estão encontrando certa dificuldade com as plataformas  Google ClassRoom ou Whatsapp, onde os professores disponibilizam o material que será trabalhado nas aulas. Muitas famílias que atendemos nem conhecem o aplicativo do Centro de Mídias, onde as aulas da rede de ensino estadual são disponibilizadas. Por isso, estamos atuando de forma a ajudá-los a acessar estes conteúdos.”, comentou a Psicóloga, Mariana Bennedeti. 

 Já a Assistente Social, Vanessa Gonçalves, continua atendendo as famílias em relação às suas necessidades. “O trabalho de agora é uma continuação do que venho fazendo com as famílias desde antes da pandemia. Inicialmente orientei muitas famílias em relação ao benefício emergencial oferecido pelo governo e entendia com cada uma delas quais eram as outras informações que elas precisavam, muitas famílias tinham dúvidas sobre como acessar o Merenda em Casa, benefício disponibilizado pelo Estado para as crianças que frequentam a rede de ensino estadual, por exemplo.”. Com o início do atendimento híbrido, a demanda das famílias mudou. “Aos poucos, a rede socioassistencial está abrindo e muitas famílias me procuram para saber onde podem buscar um emprego. Percebo que com a pandemia muitas ficaram desempregadas e agora querem retornar ao mercado de trabalho” finalizou Vanessa. 

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Primeira Infância encerra ciclo com escolas

Na sexta-feira, 26 de junho, o projeto Primeira Infância realizou a última capacitação com os profissionais da CEI Pinocchio IV, localizada no Pacaembu, caminhando assim para o encerramento do primeiro ciclo do projeto que trabalhou em 2019/2020 in loco em três Centros de Educação Infantil. Naquela mesma semana, em dias diferentes, também participaram das atividades a CEI Pinocchio III e CEI Sagrada Família.

Com início em maio de 2019, o ciclo que envolveu os profissionais e responsáveis pelas crianças nas três CEIs já haviam participado de outras 3 capacitações: Descobrindo o Saber, Explorando o Universo Infantil e Desvendando o Universo Infantil das Deficiências e Transtornos. Nesta quarta e última, chamada de Cuidando de quem cuida de mim, a equipe do Primeira Infância decidiu olhar com mais atenção aos educadores, abordando relações de trabalho, técnicas de relaxamento, o cuidado para consigo mesmo e desmistificando alguns tabus sobre alimentação.     

Para Talita Lima, analista do Primeira Infância, esse momento de finalização encheu a equipe de muito orgulho e gratificação. “Vi o projeto se reinventar e renascer. Foi um piloto e contamos com todo o apoio do Instituto Samuel Klein e das escolas parceiras que acreditaram na potência do nosso trabalho. Com a pandemia, tinha receio de perder a qualidade dos vínculos por conta da distância, mas pudemos constatar no olhar e na fala de cada profissional que conseguimos garantir a qualidade, confirmando, mais uma vez, a essência desse projeto: o poder de se reinventar!”.

O ciclo, que estava previsto para ser encerrado em  abril de 2020, precisou ter seu calendário totalmente readaptado por conta da pandemia do novo coranavírus. “Foi ótimo ver como conseguiram adaptar e encerrar o nosso projeto este ano com tanta propriedade! Parabéns a toda equipe do Primeira Infância por fazerem acontecer.”,  comemorou Nayara Bazzoli, gerente de projetos do Instituto Samuel Klein, patrocinador do projeto, que participou desta última capacitação via Meet. “O encerramento do ciclo, apesar de ter sido muito diferente do que esperávamos, foi com certeza muito gratificante. Um desafio pra nós todas, adaptar conteúdo e também a forma de se comunicar, mas que deu e tem dado bastante certo.”, acrescentou Ana Bueno, nutricionista do projeto.

Ainda como parte das atividades, mas, dessa vez, com foco nas famílias, que são outro pilar do projeto, a equipe se reuniu virtualmente com cada família atendida para checar as evoluções de cada criança e fazer as últimas orientações sobre o desenvolvimento infantil. “Foram significativos para nós por ouvir relatos de evolução das crianças e por notar que muitas famílias estão mais seguras na busca de seus direitos, no cuidado com a criança e mais seguras de si mesmas como pessoas.”, explicou Zelaine Anjos, Psicóloga do Primeira Infância. 

Agora a equipe do projeto se prepara para iniciar o ciclo com 3 novas escolas parceiras. “De um lado fica a saudade, gratidão e o carinho por todos que contribuíram e passaram pelo projeto nesse primeiro ciclo. Do outro, a expectativa de mais aprendizado e a certeza de que outras boas relações serão construídas com as novas unidades.” finalizou Cristiane Oliveira, assistente social do Primeira Infância.

Foto: Equipe da CEI Pinocchio IV durante capacitação com a nutricionista do Primeira Infância em fevereiro de 2020.

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A importância de estímulos para o desenvolvimento infantil

Em dois eventos realizados em agosto pela equipe do projeto Primeira Infância nas CEIs Pinocchio III e Pinocchio IV, foram abordados temas relacionados ao desenvolvimento infantil, como as fases da fala dos bebês e das crianças e sua relação com o meio onde crescem. Com o objetivo de elucidar principalmente os pais e responsáveis dos bebês e crianças, essa ação do projeto Primeira Infância, que tem o apoio do Instituto Samuel Klein, rendeu muita participação e aprendizado.

A ação envolveu um trabalho multidisciplinar realizado pela psicóloga, nutricionista e assistente social do projeto. Com início no café da manhã, as famílias e as crianças participaram de uma oficina de exploração de alimentos que teve o auxílio da equipe da escola e da Ana Luiza, nutricionista  do projeto; um momento de novas descobertas no campo da alimentação saudável para todos que participaram.

Com um material de comunicação com conteúdo sobre as questões do desenvolvimento infantil na faixa etária de 0 a 2 anos, os pais, responsáveis e professores participaram da roda de conversa mediada pela Zelaine, psicóloga do projeto.

Foi importante abordar com todos os presentes os principais pontos norteadores do desenvolvimento infantil, com dicas sobre como é possível auxiliar o bebê nessa fase. Em relação ao desenvolvimento da fala, dividimos dicas sobre como agir para estimular a comunicação do bebê com o mundo. Já no tema da psicomotricidade, dividimos dicas sobre ações que os pais e responsáveis podem realizar dentro e fora de casa para ajudar seus filhos com a noção de corpo, movimento e autonomia.

Para que as famílias possam ter mais acesso aos espaços públicos e conheçam lugares para o seu lazer, a Cristiane, assistente social, trouxe dicas de espaços onde todos podem aproveitar e ter mais oportunidades de conviver com seus filhos na região onde vivem, fazendo atividades que contribuem para uma melhor dinâmica familiar.

Ao final do dia, a equipe do projeto Primeira Infância, das CEIs Pinocchio III e Pinocchio IV e as famílias atendidas ficaram muito felizes pelo compartilhamento de saberes e ideias proporcionadas por este encontro.

CLIQUE AQUI para ter acesso ao material sobre o desenvolvimento infantil;

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“Meu filho não faz xixi e nem cocô na privada”

É com frequência que escutamos essa preocupação das mães de crianças de 0 a 6 anos que são acompanhadas pelo Projeto Primeira Infância. “Mas o que será que acontece? Por que será que esses filhos (danados!) não fazem xixi e cocô na privada?”. Tal preocupação é mesmo pertinente quando se trata de crianças na faixa etária na qual o desfralde é esperado  (18 a 24 meses), já que ele é um dos marcos que podemos utilizar como parâmetro para avaliar o desenvolvimento infantil.
Antes de partir para uma orientação a este respeito, em muitos casos, uma escuta mais atenta revela que o desfralde é, para uma grande maioria, compreendido como algo inato, que depende única e exclusivamente do desenvolvimento orgânico do bebê e de sua “vontade”. Isso pode acontecer, entre outros motivos, porque os “passos” para que uma criança desenvolva essa “habilidade” são tão sutis, quase imperceptíveis, que apenas um observador mais cuidadoso consegue notá-los.
Assim, o primeiro ponto a ser trabalhado é a noção de que o desfralde é um processo que só pode ser compreendido na articulação com outros aspectos do desenvolvimento infantil, todos eles em direção à autonomia da criança. O desfralde, juntamente com outras etapas do desenvolvimento infantil, funciona como ponto de referência para a inserção da criança na vida coletiva, afinal de contas, na cultura ocidental atual espera-se que as necessidades sejam feitas na privacidade de um banheiro e não em qualquer lugar, a qualquer momento, como acontece com as crianças que usam fraldas.
Vale resgatar que, a partir do primeiro ano de vida em diante, embora não apenas, a autonomia do bebê em relação a seus pais e principais cuidadores começa a ficar visível: ele já sustenta o próprio corpo, arrisca seus primeiros passos ou anda com certa desenvoltura, já não depende exclusivamente da amamentação para se alimentar e é capaz de fazer seu desejo ser compreendido através dos dedinhos que apontam e/ ou de algumas (ou muitas) palavras que pronunciam.
Todavia, todas essas conquistas também fizeram parte de um percurso que necessitou de adultos interessados em oferecer os recursos necessários para que elas fossem alcançadas e de etapas que se sucederam, nem sempre de forma cronológica. Por exemplo, para que os primeiros passos acontecessem, o bebê precisou primeiro sustentar a cabeça, sentar sem apoio, se esforçar para se virar/ rolar sozinho, se arrastar, engatinhar. Ou para aprender a falar de forma compreensível, foi necessário um adulto que o interpretou, numa conversa que à princípio poderia parecer um monólogo, mas que através do olhar, do sorriso e do balbucio do bebê vão contando para a gente que, na realidade, havia diálogo desde o início.
Para que o desfralde aconteça, é preciso então que essas outras áreas também estejam caminhando e é imprescindível que o bebê, através da sua relação com o mundo, vá se dando conta de que é um ser separado de seus cuidadores, se reconhecendo enquanto um “eu”.
Quando ele já consegue se reconhecer como uma unidade, fato que podemos contemplar quando vemos um bebê se reconhecer no espelho, ou quando o ouvimos dizer que tal brinquedo “é meu” ao invés de “ é do João”, podemos observar também sinais de que ele já possui alguns recursos para iniciar seu desfralde.
Nesse sentido é importante apontar que esse processo depende de uma participação ativa tanto da criança quanto dos adultos por ela responsáveis, como os pais e os educadores nas creches. Assim, do ponto de vista prático, considerando o desenvolvimento prévio da criança, quais seriam os comportamentos das crianças entre os 18 e 24 meses que nos contam que a vida sem as fraldas se aproxima?! Que perguntas os adultos podem se fazer para ajudá-los na observação e estimulação para contribuir para o sucesso deste processo?
Abaixo listamos algumas delas:
  • O momento das trocas de fralda costuma ser um momento prazeroso de interação entre o adulto e a criança? Há brincadeiras no trocador?
  • O adulto incentiva a criança, convidando-a a participar de alguma forma, por exemplo propondo à criança que jogue a fralda no lixo depois da troca?
  • A criança demonstra curiosidade em ver outras pessoas no banheiro (irmãos mais velhos, colegas de creche), brinca de trocar a fralda de bonecas? É convidada a sentar no penico/ privada mesmo que o adulto já saiba que as chances de fazer suas necessidades ali são remotas? Pode dar a descarga e dizer tchau as fezes?
  • A criança sabe identificar e nomear as partes de seu próprio corpo? Tem uma noção de onde sai o cocô e de onde sai o xixi? Onde se formam?
  • A criança sabe identificar quando ela sujou as fraldas? Ela avisa de alguma forma?
  • Ela é respeitada pelo adulto neste momento (sem piadas ou cobranças)?
  • A criança consegue identificar quando está fazendo suas necessidades? Sua privacidade é respeitada neste momento?
  • Se ela ainda não é capaz de reconhecer quando está fazendo, o adulto é capaz de ajudá-la a identificar, através de perguntas como: “Você tá fazendo careta de força, está com vontade de ir ao banheiro? ”, “Você está sentindo desconfortos em sua barriga”?
  • Quando o adulto percebe que a criança está com vontade ele a incentiva a ir ao banheiro?
  • O momento de espera pelo xixi/ cocô na privada/ penico é um momento prazeroso (com histórias e conversas) ou é um momento tenso (com pressa, expectativas e cobranças)?
Para finalizar, é preciso reforçar que, quando se trata do desenvolvimento infantil, somos todos responsáveis. Isso significa que o estabelecimento de relações saudáveis com os demais responsáveis pelos cuidados com a criança ao longo de seu desenvolvimento é fundamental: parcerias entre pais e educadores, educadores e profissionais da saúde e assim por diante garantem que todos os envolvidos no bem estar daquela criança estejam alinhados e se apoiando mutuamente formando uma rede que só traz benefícios aos futuros cidadãos. Já pensou em como você pode contribuir?!
Aqui no Instituto C, oferecemos uma roda de conversa sobre desfraldamento para os responsáveis de crianças que estejam iniciando esse processo ou crianças que vem apresentando alguma dificuldade relacionada a este tema. A roda funciona como um espaço para a reflexão e acolhimento das questões apresentadas por cada responsável, bem como proporciona a troca de experiências e informações entre os participantes ajudando-os a identificar que ações podem exercer diante dos obstáculos que atravessam no processo do desfralde, levando sempre em consideração sua dinâmica familiar e as particularidades de cada criança. Após a participação nas rodas, essa temática continua sendo acompanhada através dos atendimentos individuais que fazemos com os responsáveis ou com os responsáveis e a criança, até que o desfralde não seja mais uma demanda daquela família!
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