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Fechamento de ciclo do Educação em Rede

No dia 10 de outubro, o ciclo 3 do projeto Educação em Rede, que tem o apoio do Instituto Credit Suisse Hedging-Griffo, chegou ao final! A equipe do projeto preparou uma tarde repleta de conversas e dinâmicas além de uma confraternização com comes e bebes para todos. Os ciclos de atendimentos têm duração de oito semanas antes de cada a avaliação, sendo que dentro de cada área, como psicologia, serviço social e educação, os atendimentos são individuais e complementares.

 

A agenda desse encontro envolveu uma experiência sobre os 5 sentidos para interpretar os mais diversos estímulos e informações que as crianças e adolescentes captam, ressaltando que a leitura do mundo antecede a escrita e o quanto é necessário estar atento às diferentes formas de se comunicar e de aprender.

 

As famílias presentes também participaram de uma roda de conversa, para que pudessem significar em conjunto todas as trajetórias dentro do projeto, trocando ideias, conquistas e desafios. Foi um momento muito rico para que, a partir das reflexões e aprendizados construídos nesse percurso, todos pudessem esboçar um comparativo positivo entre o modo como entraram no IC e como estão hoje, pensando sobre o futuro e sobre os novos caminhos que pretendem trilhar em suas vidas.

 

No final da atividade foram entregues certificados de participação para as crianças, reforçando suas conquistas na participação do projeto.

 

O Projeto Educação em Rede foi iniciado em 2017 e tem como principal objetivo atender encaminhamento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social que recebem queixas escolares para potencializar o desenvolvimento destes em relação às dificuldades escolares, promovendo o fortalecimento dos vínculos familiares e o acesso aos seus direitos. Além disso, o projeto pretende construir articulações entre a escola, a família e a rede socioassistencial. Os atendimentos englobam as áreas da psicologia, serviço social e educação. Também são realizadas rodas de conversa periódicas que trazem temáticas que se relacionam com as áreas e as demandas das famílias.

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A história da Ana Cecília

Ana Cecília nasceu em Recife e em 1984 mudou-se para São Paulo com a família. Ela e Daniel, seu primeiro namorado, tiveram três filhas, Daniela Cristina, Queren e Késia, que, a partir dos dois meses de idade, teve broncopneumonias e outros problemas de saúde. Só quando ela completou nove anos é que se descobriu a origem de seus problemas: a diabetes. Ainda assim, passaram-se dois anos até que a família finalmente conseguisse o tratamento adequado no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.

 

Ana Cecília engravidou novamente e teve que interromper os processos de capacitação na área da saúde que havia iniciado para cuidar da nova gestação. Em 2008, Ana Vitória nasceu e após apresentar problemas respiratórios ficou internada na UTI e, lá mesmo, contraiu uma bactéria, o que lhe causou meningite. “Saí da maternidade arrasada, esperando o pior para minha filha”.

 

Ana Vitória se desenvolveu fisicamente dentro da normalidade. Porém, sempre apresentou problemas no seu desenvolvimento comportamental, já que quase não dormia e tampouco deixava os outros dormirem. Levada a vários neurologistas, nenhum descobria a causa de sua agitação. Só em 2015 foi fechado o diagnóstico: autismo.

 

Sozinha, já que havia se separado, e com duas filhas que solicitam muita atenção, Ana Cecília segue há tempos uma agenda rigorosa para que as consultas de uma não coincidam com as consultas da outra. Em 2017, Késia, com 17 anos, piorou muito e precisou de várias internações. “Eu ficava desesperada. Muitas vezes ela tinha alta de manhã e à noite precisávamos voltar para o hospital”, lembra ela. Sem entender a situação, Ana Vitória não se conformava em ficar longe da mãe, dando muito trabalho à irmã mais velha, que era a responsável pela casa nessas situações. No limite de suas forças, um dia Ana Cecília teve um ataque de nervos junto ao leito de Késia, que por sua vez não parava de vomitar sangue. Assustadas com o descontrole da mãe da paciente, as enfermeiras a acalmaram e a encaminharam para o Instituto C. “Realmente eu precisava muito de ajuda. Estava carregando o mundo sozinha nas minhas costas. Para sustentar as meninas, sempre que podia, fazia bicos de babá ou de cuidadora de idosos, mas nunca era o suficiente. Minha vida tinha virado um inferno”, desabafa.

 

Sem saber exatamente sobre todos os benefícios que teria no IC, Ana Cecília se surpreendeu pela abrangência de atendimento da ONG. Já no primeiro atendimento ela recebeu cesta básica e leite, inclusive o zero lactose para a Késia. “Cheguei em casa feliz. Ana Vitória também era uma alegria só. Abraçada às caixas de leite, ela dizia: ‘Nunca mais vou ficar sem leitinho.’” Percebendo as dificuldades da mãe em encontrar no SUS os remédios tarja preta das duas filhas, estes logo foram providenciados pela equipe do PAF – Plano de Ação Familiar, projeto no qual a família estava inserida.

 

Ana Cecília chegou completamente depressiva ao Instituto C. No início, não conseguia falar, só chorava. Aos poucos, acompanhada pela equipe da psicologia, ela foi se fortalecendo. Hoje, é outra pessoa, está sempre atenta às orientações das assistentes sociais, das nutricionistas e das equipes da renda e da educação. “Aprendi a economizar e a organizar minhas despesas mensais. Isso ajudou muito a melhorar minha vida. É reconfortante saber que posso contar com o Instituto C para esclarecer minhas dúvidas. Aqui todos são maravilhosos, há sempre um abraço apertado para nos incentivar”.

 

Acompanhada de Késia e Ana Vitória, Ana Cecília há dois anos não perde um atendimento no Instituto C. Para as três, é um momento precioso, já que elas aprendem, fazem amizades, se divertem, desabafam e ganham confiança para enfrentar o que vier pela frente.

 

Apoie famílias como a da Ana Cecília:

Por meio da ajuda de madrinhas e padrinhos que acreditam no nosso trabalho, conseguimos dar conta dos itens emergenciais básicos que entregamos às famílias atendidas, como alimentos, fraldas, fórmulas nutricionais infantis e remédios que o SUS não fornece, além do atendimento multidisciplinar. Tendo em vista o crescimento dos nossos atendimentos, atualmente as nossas doações cobrem 70% deste projeto. Ajude agora e faça parte dessa transformação social! CLIQUE AQUI

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Bate-papo marcou nova fase do PAF

No dia 23 de agosto foi realizado um encontro na sede do Instituto C com o intuito de divulgar para parceiros o novo escopo para encaminhamentos de famílias ao PAF – Plano de Ação Familiar. A partir de agora, com os novos critérios estabelecidos, no desejo de ampliar a rede parceira e os atendimentos realizados, qualquer entidade governamental ou não, além de pessoas físicas, podem identificar potenciais famílias para inclusão no ciclo de atendimentos do PAF.

 

O PAF – Plano de Ação Familiar, primeiro projeto realizado pelo Instituto C, tem sua metodologia licenciada pela Associação Saúde Criança e acontece desde 2011 em parceria com hospitais públicos da cidade de São Paulo. Ele tem como principal objetivo atender famílias de crianças e adolescentes que apresentem alguma doença grave ou crônica e que vivam em situação de vulnerabilidade social. O ciclo de atendimentos do projeto abrange as áreas da nutrição, psicologia, renda, educação e serviço social. Além disso, as famílias atendidas recebem uma cesta básica, fórmulas nutricionais e remédios que o SUS não fornece.

 

A partir de agora, o PAF inicia uma nova fase, recebendo famílias não só de hospitais públicos, como também por meio de indicações de outros parceiros, famílias que já passaram pelo ciclo de atendimentos ou mesmo famílias que conheceram o projeto de alguma forma e que se enquadram no perfil de atendimento.

 

Para Vera Oliveira, fundadora e gerente geral do IC “este é um momento muito importante, já que marca não só uma evolução estrutural do projeto, atendendo às demandas da rede socioassistencial, como também a ampliação do PAF, que agora vai atender ainda mais famílias”.

 

Você conhece famílias em situação de risco social que tenham uma criança ou adolescente em tratamento de doença grave ou crônica? Indica pra gente!

Basta a família comparecer na sede do IC das 10h às 16h, de 2ª a 5ª feira, ou agendar uma triagem pelo WhatsApp (11) 98172-6567 ou pelo telefone (11) 3459-1885. O Instituto C fica na Rua General Jardim, 633, 9º andar – Vila Buarque – São Paulo. CLIQUE AQUI para ser direcionado à página do PAF e conheça mais detalhes do projeto.

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Instituto C no Dia da Conscientização do Santa Bárbara

A escola Santa Bárbara, situada na Zona Norte de São Paulo, recebeu a equipe do IC no dia 11/09, dia em que a escola promove todos os anos o Dia da Conscientização, quando os professores e alunos dos ensinos fundamental e médio se mobilizam para realizar atividades que visam reflexões sobre o que se pode fazer para tornarmos o mundo e a nossa sociedade menos desiguais. Nesse ano, o intuito era levar aos alunos a noção sobre a atuação de uma ONG.

 

Desde cedo, com os preparativos para a atividade, tanto a equipe do IC quanto de professores da escola estava engajada e motivada a apresentar sobre como é o trabalho realizado na assistência social, contando para todos como o Instituto C atua para levar autonomia e autoestima a famílias em vulnerabilidade social.

 

Depois, os alunos divididos em grupos colaram dentro de letras, desenhadas em cartolinas, mensagens sobre as reflexões que haviam feito a partir da apresentação do trabalho que é desenvolvido no Instituto C e o desejo de uma sociedade mais igualitária. Com muito espírito participativo, fizeram da dinâmica proposta um verdadeiro momento de cooperação e reflexão. No final da atividade, todos juntaram as cartolinas e formaram as frases-chave do encontro do dia: O FUTURO É A GENTE QUE FAZ e COM A AÇÃO DE CADA UM A GENTE CHEGA LÁ! As frases formadas pelas mensagens coladas ficarão em exposição na escola para marcar o Dia da Conscientização 2019 e a participação do Instituto C.

 

Aproveitando o engajamento de todos, foi apresentada uma maneira muito especial de ajudar os projetos desenvolvidos pelo IC sem que ninguém precise colocar a mão no bolso, por meio da doação automática de cupons via Nota Fiscal Paulista.

 

Alunos e professores ficaram surpresos com o novo sistema da NFP, já que com um simples cadastro no website ou aplicativo oficiais, é possível que uma pessoa escolha uma ONG de preferência, como o Instituto C, e doe créditos automaticamente toda vez que fizer compras e informar o seu CPF. Ainda, todos ficaram sabendo que os créditos gerados para o consumidor agora são muito baixos e as ONGs recebem até 200 vezes mais créditos.

 

No final, os alunos, que se mobilizaram em uma campanha interna de doação de leite em pó, juntaram os 110 kg de leite que arrecadaram para a entrega à equipe do IC.

 

Se interessou também sobre o tema e quer entrar para o nosso time de doadores automáticos da Nota Fiscal Paulista? CLIQUE AQUI e veja como é simples e rápido.

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Evento do Instituto C no Blue Note

Que energia incrível! Tivemos uma noite muito especial no dia 03 de setembro! Estamos super felizes com o nosso evento e por tantos amigos do Instituto C se divertindo muito e cantando conosco no Blue Note SP.

 

Queremos agradecer os nossos sempre parceiros La Pastina e World Wine que com seus vinhos e espumante deixaram a noite ainda mais agradável! E a Della Via Pneus e todos parceiros que doaram prêmios para o evento: Bráz Trattoria, Clandestino da Chef Bel Coelho, Côl, Deli Garage, Fabiano Al Makul, Ici Brasserie, M.inq, Musicalize BR, NB Steak, Olivia Rios Fotografia, Palacio Tangará, Porcelanas Schmidt, QuiroVida, Raquel Correa Joias, Ryo Gastronomia, Tuca Lobo Vianna, Vinho de Quarta da Tathy Adjiman e Joiana Neuding e Vivara.

 

Nessa noite, arrecadamos o total líquido de R$ 168 mil que tornará possível o atendimento de 32 famílias no projeto PAF – Plano de Ação Familiar pelo período de um ano. Nosso trabalho fica muito melhor com tantas pessoas queridas nos apoiando!

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A história da Eliná

Dos cinco filhos, Eliná foi a única que manifestou a mesma anemia falciforme do pai. “Desde criança me trato na Santa Casa de SP. Apesar de ter uma forma branda da doença, passei minha infância e adolescência com problemas respiratórios, que geraram alguns quadros de pneumonia e de bronquite”, explica Eliná. Ciente da hereditariedade da enfermidade, nunca pensou em ter filhos. Aos 21 anos conheceu Caio, enquanto os dois faziam bico em campanhas na época das eleições. Três anos depois, em 2003, estavam casados. “Caio sabia dos riscos que corríamos caso eu engravidasse, e eu dava continuidade a tratamentos anticoncepcionais”.

O destino, porém, tinha outros planos. Um dia Eliná passou mal e foi internada no Hospital Central de Guaianases, que é próximo de onde morava. “Fui encaminhada à Santa Casa e lá descobri que eu simplesmente estava grávida de cinco meses. Dei início então ao pré-natal”, nos contou Eliná.

Apesar dos poucos recursos, Eliná e Caio administraram a gravidez da melhor forma possível. Para alívio dos pais, Maria Eduarda nasceu em perfeitas condições. Os dois ficaram muito felizes ao constatar a saúde da filha, já que ela não foi diagnosticada com anemia falciforme.

Um ano depois, porém, a criança teve um choque hemorrágico que a deixou desacordada. Sintoma típico das anemias falciformes, quando o baço destrói as hemácias do corpo. “Corremos para o Hospital do Campo Limpo, onde fomos informados da chance de a Maria Eduarda ter leucemia. Sem unidade de oncologia, preferimos levá-la para a Santa Casa. Pelo meu prontuário e também pelo resultado de outros exames, a leucemia foi descartada. Não restava dúvida, a menina era portadora da mesma anemia falciforme que eu tenho, porém em um grau mais agressivo”.

A pequena Maria Eduarda passou por uma cirurgia de retirada do baço e começou um tratamento para o fígado. “Os médicos não conseguiam acertar a medicação e minha filha continuava tendo crises, com fortes dores no corpo e desmaios devido à queda da hemoglobina. Só recentemente foi receitado um quimioterapêutico que vem lhe dando qualidade de vida. Mas aí enfrentamos outro problema”. Eliná refere-se ao preço do medicamento: “É muito caro e está sempre em falta na farmácia de alto custo do Governo”.

Para cuidar da filha, Eliná pediu demissão do emprego de cozinheira na APAE e Caio passou a sustentar a família com seu salário de técnico na área de saneamento. Eles não tinham a mínima condição de arcar com o remédio. Assim, sem a medicação, Maria Eduarda permaneceu tendo crises. “Numa delas, peguei minha filha desacordada e por uma hora fiquei no ônibus e no metrô para chegar de Guaianases até a Santa Casa. Chorando muito, fui socorrida por funcionários do metrô, que levaram a gente para o hospital”.

Observando as condições de Eliná e de sua família, uma assistente social da Santa Casa encaminhou-os para o Instituto C. “Em janeiro de 2018 a equipe do IC me recebeu de braços abertos. Tanto carinho me surpreendeu, pois já tinha pedido ajuda antes e nunca consegui nada”. Depois de conhecer mais sobre o trabalho feito pelo Instituto C, Eliná contou que as dificuldades de antes em comprar o remédio da filha haviam acabado: “Recebi um telefonema da equipe dizendo que eu podia buscar o medicamento”. Além do remédio, lhe foi fornecida uma cesta básica e o leite especial que Maria Eduarda precisava tomar.

Desde então, ela cumpre seu compromisso de comparecer aos atendimentos. “Às vezes fico triste por não ter dinheiro para chegar ao instituto. Até nisso eles são prestativos, pagam o bilhete único para que não percamos o dia”. Fã das rodas de conversa, ela conta que foi assim que perdeu a timidez de falar. “Devo muito também à psicóloga Mariana, sem seus conselhos ainda estaria com crises de pânico, que não me deixavam dormir devido ao medo de perder Maria Eduarda. Ela me explicou a importância de eu focar na minha vida, reavivar meus sonhos”. Agora, com a saúde da Maria Eduarda mais estabilizada, Eliná criou coragem e se matriculou em um curso técnico de recursos humanos. Não tem sido fácil conciliar estudo e os muitos exames que Maria Eduarda ainda precisa fazer, mas ela garante que está conseguindo seguir em frente.

Eliná cita ainda outras áreas do atendimento que fizeram toda diferença em sua vida: “com as meninas do Serviço Social aprendi sobre os direitos de minha filha e como e onde reivindicá-los. Nunca mais perambulei perdida nos postos do INSS. Agora sei quem devo procurar. Outra grande ajuda veio do pessoal da Renda, que, com paciência, me instruiu a criar meu currículo. Já a nutricionista Jordana foi fundamental na dieta equilibrada da Maria Eduarda. Montamos juntas um cardápio que supre todas as necessidades da minha menina, sem precisar do reforço de medicação. Tem dado muito certo, minha pequena vem ganhando peso pela primeira vez. E são sugestões saborosas, como os brigadeiros feitos com biomassa de banana verde”.

Basta olhar para Eliná para perceber o quanto ela progrediu nas áreas de atendimento do PAF – Plano de Ação Familiar. Bem orientada, hoje sabe se posicionar diante dos problemas e está mais forte emocionalmente para garantir o pleno desenvolvimento de sua filha. “Sou grata pela ajuda material que tenho tido, mas, sem dúvida, os ensinamentos que adquiri neste um ano e meio foram cruciais para meu progresso como mãe e mulher”, conclui.

Apoie famílias como a da Eliná:

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A história da Maria Rosimar

“Sou baiana, mas vivi em Alagoas desde criança. Aos 24 anos, fui morar com meu irmão em São Paulo, em busca de uma vida melhor. Foi aqui que conheci Ademar, meu primeiro companheiro. Resolvemos morar juntos e pouco tempo depois fui trabalhar como empregada doméstica para um casal. Nesse tempo, engravidei do meu primeiro filho, Davi, que nasceu aparentemente bem de saúde, apenas com algumas manchas no corpo. Mas eu não era feliz ao lado do pai dele, que bebia muito. Sentia-me só, sobrecarregada de trabalho. Decidi, então, voltar para a casa de minha mãe em Alagoas com meu bebê recém-nascido”.

Pouco tempo depois, devido à falta de oportunidades em Alagoas, Maria Rosimar resolve voltar a São Paulo para trabalhar como empregada doméstica por meio de uma indicação de amigos na capital paulista. O dinheiro que ganhava era pouco: quase não sobrava para comprar as fraldas de Davi, na época com dois anos, e menos ainda para as necessidades básicas. Além disso, nesse período, ela começou a perceber atitudes estranhas de seu filho, como bater nervosamente a cabeça na parede.

Um dia, Davi passou mal com falta de ar e Maria Rosimar o levou ao hospital. Quando a médica o examinou, percebeu as manchas no corpo do menino e explicou que se tratava de um problema grave, que precisava ser investigado imediatamente. No posto de saúde, o neurologista e a psiquiatra identificaram a neurofibromatose, além de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD), sendo os dois últimos problemas causadores de sua irritação e agressividade. Com o posterior encaminhamento para a Santa Casa de Misericórdia, Davi começou seu tratamento.

Na época, Maria Rosimar conheceu Roberto, seu segundo companheiro, que a acolheu em sua casa. Ela havia deixado o trabalho de empregada e estava sem dinheiro para se manter sozinha com seu filho. Com poucos recursos, Maria Rosimar e Davi se alimentavam com os restos de carne, frutas e verduras que Roberto pegava no final da tarde nos açougues e sacolões do bairro. Nessa época, Maria Rosimar engravidou de Roberto e deu à luz ao seu segundo filho, Igor. Em condições precárias e com muitas dificuldades, ela teria que cuidar de uma criança com sérios problemas e um bebê.

Numa tarde, Davi queixou-se de uma forte dor de cabeça e desmaiou. Terminaram na Santa Casa de São Paulo, onde foi feita uma ressonância magnética que detectou um AVC hemorrágico. Davi foi submetido a uma cirurgia e passou apenas um dia na UTI, sem sequela de visão e de movimentos. Enquanto acompanhava a recuperação de seu filho, Maria Rosimar conversava com a assistente social da Santa Casa, que a indicou para os atendimentos do Instituto C.

Muito abalada psicologicamente, mas com o intuito de procurar toda a ajuda possível para ela e para a sua família, Maria Rosimar aceitou a indicação e resolveu ir até o Instituto C. Com demandas significativas nas áreas de atendimento do PAF – Plano de Ação Familiar, tanto Maria quanto seus filhos receberam todas as orientações e o apoio necessários para se fortalecerem. “As psicólogas e as assistentes sociais conversaram muito comigo, me orientaram na maneira como eu deveria agir frente à violência doméstica que eu ainda sofria. Todas elas me diziam que acreditavam em mim e aos poucos eu aprendi a confiar no meu potencial”.

Ao iniciar os atendimentos no Instituto C, a família já possuía o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e com as orientações sobre planejamento financeiro começaram a se organizar dentro de casa. Depois de algum tempo, foram contemplados com um apartamento do programa “Minha casa, minha vida”, e Rosi não encontrou dificuldades para assumir as novas despesas, pois estava fazendo uma boa administração de sua renda com o auxílio da equipe do PAF. Depois de participar de uma roda de conversa sobre a importância do planejamento financeiro, ela se determinou a guardar dinheiro para fazer uma festa de aniversário para Davi e alcançou o seu objetivo; percebeu, então, que poderia reservar uma quantia todo início de mês. Nos últimos atendimentos na área da renda contou que se surpreendeu com sua capacidade, disse que nunca imaginou conseguir poupar dinheiro.

Prestes a encerrar seu ciclo no IC, Maria Rosimar diz que se sente outra mulher, mais confiante e sem medo de ir atrás de seus direitos. “Além das cestas básicas, dos leites e dos brinquedos, agradeço ao IC também pelo auxílio que me deu em relação aos direitos e aos medicamentos caros de Davi. Isso me deu forças para enfrentar as dificuldades, que são próprias da vida de qualquer pessoa. Não acho mais que os problemas do meu filho são os piores do mundo. Sem dúvida, o Instituto C passou a ser minha família. Aqui conquistei amor próprio!” conclui ela.

Apoie famílias como a da Maria Rosimar:

Por meio da ajuda de madrinhas e padrinhos que acreditam no nosso trabalho, conseguirmos dar conta dos itens emergenciais básicos que entregamos às famílias atendidas, como alimentos, fraldas, fórmulas nutricionais infantis e remédios que o SUS não fornece. Tendo em vista o crescimento dos nossos atendimentos, a nossa meta é atingir um volume mensal de R$ 40.000 em doações até o final de dezembro. Ajude agora e faça parte dessa transformação social! CLIQUE AQUI

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Qual é o segredo da sustentabilidade financeira das ONGs?

O que significa ser financeiramente sustentável para uma ONG? Segundo o João Paulo Vergueiro, diretor executivo da ABCR – Associação Brasileira dos Captadores de Recursos, isso significa basicamente gerar mais receita do que despesa durante o ano! João Paulo veio ao Instituto C no dia 02 de julho para conversar sobre as melhores práticas de gestão financeira e sobre a cultura de doação no Brasil. Para ele o Terceiro Setor despende muitos recursos, já que a energia desse setor é a geração e gestão de projetos, ou seja, sempre se fala e se pensa em despesas. Existe uma cultura de gestão dentro do Terceiro Setor, que cria a impressão de que é errado pensar em investir na geração de receita, muitas vezes porque sempre se pensa na ampliação dos projetos e não na manutenção da organização a longo prazo.

 

 

De uma forma geral, no Brasil, é muito mais comum pensar em despender os recursos do que gerir ou poupar os recursos dentro do Terceiro Setor. Numa análise histórica, é possível notar que na década de 90 havia muito mais facilidade para a obtenção de recursos, seja do setor público ou privado. Todavia, de 5 anos para cá, os recursos ficaram cada vez mais difíceis. Com a crise econômica, empresas e governo cortaram drasticamente os gastos com o social.

 

 

Do ponto de vista financeiro, a diversidade de fontes de receita e a constância do montante que é captado são os principais itens da sustentabilidade financeira. Para João Paulo, todas as organizações têm capacidade para gerir as suas contas e levar os projetos adiante de forma mais segura, de modo que isso viabilize a continuidade e a expansão do trabalho social que é realizado. Isso significa priorizar a geração de receita, ser tão bom em mobilizar recursos quanto em realizar o trabalho que transforma a vida das pessoas.

 

 

Nesse cenário, aprendemos que é preciso haver uma autocrítica dentro dos sistemas de gestão das ONGs para entender até onde será possível impactar as pessoas com o trabalho que é realizado sem ferir as estratégias de gestão financeira.

 

 

Cultura de doação:

 

 

Quando foi abordada a questão da cultura de doação, João Paulo frisou que é importante também que as equipes das ONGs sejam plurais, de modo que exista um corpo técnico preocupado com a sustentabilidade financeira e administrativa.

 

 

A cultura de doação está diretamente ligada à relação da causa, da atuação e do impacto que as pessoas percebem das organizações sociais. No Brasil, a cultura de doação ainda precisa enfrentar algumas barreiras, principalmente no que tange a ideia geral de que o governo é quem deveria manter as organizações sociais. Aprendemos que existe ONG para fortalecer a democracia, pois as ONGs não fazem o que o Estado não faz, mas são parceiras dele. Quando as pessoas entendem que são responsáveis pelo impacto que querem ver no mundo, elas começam a incentivar organizações sociais por meio de doações às causas que mais lhe interessam. No Brasil, muito embora exista a cultura de doação e ajuda entre comunidades, instituições religiosas, etc, ainda falta criar o hábito da doação referente às causas.

 

 

Segundo a World Giving Index, 30 milhões de brasileiros doam pelo menos uma vez ao ano. Ou seja, existe um potencial gigantesco de crescimento das doações no nosso país, analisa João Paulo. A importância do crescimento da cultura de doação é que muitas vezes os recursos advindos do governo e empresas é um recurso amarrado em determinadas ações e projetos, enquanto que as doações dos indivíduos são recursos livres, para que as ONGs consigam utilizá-los da melhor maneira e de forma diversa.

 

 

Para o palestrante, as ONGs têm que investir na área de captação de recursos e fazer disso um processo permanente, construindo uma dinâmica de geração de receita a partir das pessoas que acreditam na causa. Com profissionais voltados à captação de recursos, investindo em tecnologia, comunicação, metas, indicadores, etc.

 

 

Por fim, visualizamos que a doação é um ato de confiança, portanto a questão da transparência é algo essencial dentro da construção da cultura de doação. As ONGs precisam ser muito transparentes para que esse vínculo de confiança seja edificado e não seja quebrado. A transparência deve ser um princípio das doações.

 

 

Quer saber mais sobre o universo da captação de recursos? CLIQUE AQUI para ser direcionado ao site da ABCR.

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Você sabe dizer “não”?

Como nos sentimos quando dizemos ou ouvimos uma negativa?

Em junho, as famílias que são atendidas no PAF – Plano de Ação Familiar, participaram de rodas de conversas cujo tema abordou a relação interpessoal com a necessidade de dizer e ouvir “não”. Por se tratar de um tema que traz à tona várias questões da relação humana, os encontros foram repletos de interações e depoimentos.

De início, com a ajuda dos técnicos do Instituto C, os presentes puderam refletir sobre os sentimentos mais corriqueiros que surgem quando ouvimos uma negativa de alguém. Medo, raiva e insegurança foram as palavras que mais se destacaram pelas famílias que se manifestaram nesse momento. Foi muito importante notar o quanto esses sentimentos atrapalham as relações e o dia a dia de um modo geral, já que participam dos pensamentos e motivam ações ruins e desnecessárias. O cuidado com a qualidade do pensamento, além da iniciativa de se criar um hábito de reflexão diariamente foram itens apontados como sendo essenciais para uma melhora na qualidade das relações com as pessoas mais próximas.

Mas, afinal, por que sentimos o que sentimos? A sequência do encontro provocou os participantes na reflexão sobre as convenções sociais e a cultura, sobre os aspectos saudáveis na imposição de limites quando existe uma relação com o outro, principalmente na educação das crianças. Todos entenderam que negar algo não é necessariamente ruim, sendo que o respeito muitas vezes é ponderado pela negação, já que respeitar-se certamente estimula também as ações de respeito ao próximo.

No final das rodas, as famílias participaram de uma dinâmica em grupo, quando estouraram bexigas com pequenas histórias de situações familiares dentro. A partir dessas histórias todos puderam fazer considerações finais aplicando o que acabou de ser aprendido, relacionando os benefícios de saber dizer e ouvir um “não” com as situações familiares.

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“Escola, Família e Rede” foi tema do Educação em Rede

O Projeto Educação em Rede, que tem o apoio do Instituto Credit Suisse Hedging-Griffo, realizou encontros e dinâmicas com as crianças e adolescentes atendidos e suas famílias no mês de junho. Abordando o tema “Escola, Família e Rede”, os encontros tiveram o objetivo de trazer a reflexão e reforçar a necessidade de engajamento dos responsáveis no processo de aprendizagem de seus filhos, bem como o conhecimento sobre as diversas formas e o tempo de aprender.

Durante as atividades, na dinâmica chamada “Mito e Verdade”, os pais puderam discutir e trazer exemplos de como afirmações compreendidas como verdadeiras podem ser descontruídas, como nos exemplos: “Bom aluno é aquele que tira nota boa” ou “Tem gente que não adianta, não tem jeito para o estudo”. Todos foram unânimes em reconhecer afirmações desse tipo como mito.

Com a exibição do curta “Alike, uma reflexão de vida”, animação que propicia a oportunidade de refletir sobre os conceitos e visões de vida, os responsáveis aprenderam sobre a importância de se prestar mais atenção nos filhos e nos pequenos ganhos do dia a dia. Também trouxeram a observação de que é necessário algumas vezes fazer um esforço para sair da rotina e passar mais tempo com seus filhos.

Além das dinâmicas e encontros em grupo, as famílias vinculadas ao Projeto Educação em Rede são atendidas individualmente, recebendo apoio e orientação nas áreas de Psicologia, Educação e Cidadania e Renda.

Na Psicologia, os atendimentos são realizados com grupos de crianças e adolescentes, que têm possibilidade de refletir sobre as queixas escolares, ressignificando suas experiências e valorizando as conquistas individuais.

Na área de Cidadania e Geração de Renda os atendimentos favorecem o acesso das famílias a direitos sociais e garantem que desenvolvam a autonomia. Nessa área do projeto, o olhar e o cuidado com o adolescente também estão previstos no sentido de que ele comece a pensar o seu projeto de vida.

A área da educação, por sua vez, busca complementar as ações que já são desenvolvidas pela escola. Por meio de encontros semanais, as crianças e os adolescentes recebem apoio especializado que tem como propósito facilitar a superação das dificuldades de aprendizagem.

CLIQUE AQUI para assistir ao curta “Alike, uma reflexão de vida”, exibido para as famílias do Projeto Educação em Rede.