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Capacitismo: o que é? Como evitar?

Você já ouviu falar sobre o termo “capacitismo”? Ele não é muito conhecido, mas possui uma grande importância. Para entendê-lo, é simples, vamos fazer uma analogia com outros tipos de preconceitos: assim como o machismo se refere ao preconceito contra a mulher, e o racismo àquele que envolve a raça, o capacitismo significa a discriminação de pessoas com deficiência. 

“Essa palavra vem da ideia de enxergar o outro como incapaz, a partir de uma dedução de quais são as capacidades de uma pessoa que tem deficiência” – explica Giovana Santos, Analista de Geração de Renda do PAF – Plano De Ação Familiar.

O preconceito camuflado

É perceptível que falta muita atenção e debate sobre o capacitismo na sociedade. Isso dá abertura ao preconceito, que acaba sendo camuflado em atitudes e falas já enraizadas entre toda a população – inclusive, até mesmo entre as pessoas que convivem com alguma pessoa com deficiência.

 “Durante uma conversa com algumas mães, percebi que todas – apesar de já terem vivido situações de preconceito com seus filhos – não conheciam o termo”, afirma Giovana que, ao perceber essa demanda, decidiu levar o tema para as Rodas de Conversa do projeto:

“Fiquei refletindo sobre a importância que é dar nome àquilo que acontece conosco e, principalmente, saber reconhecer situações diárias que infelizmente são naturalizadas. Ter informação e debater sobre esses absurdos também é uma forma de combater ao preconceito”.

PAF e o combate do capacitismo

Roda de conversa capacitismo

PAF – Roda de conversa: capacitismo

Em fevereiro nossas rodas são dedicadas a esse tema, para Katia Moretti, Coordenadora do PAF, elas foram muito produtivas. “Poucas pessoas conhecem o termo capacitismo, mas elas sabem o que é, pois, o vivenciam na prática. Inclusive, muitas vezes, as próprias mães têm frases e/ou atitudes capacitistas sem nem perceber”, conta.

“Mais perdido que cego em tiroteio” e “dar uma de João sem braço” são alguns exemplos de frases que, mesmo sendo usadas diariamente, carregam preconceito por trás delas. “O capacitismo é um problema estrutural da sociedade, isso é fato, mas uma das formas de combater a ele é começar por nós mesmos”, diz Giovana. A analista também afirma que o objetivo das Rodas de Conversa é, não só explicar o termo, mas também o que fazer ao presenciar o preconceito.

Rodas do PAF

Geralmente, as Rodas do PAF não incluem as crianças – mas, dessa vez está sendo diferente. “As temáticas dos debates costumam ser voltadas mais para os responsáveis, enquanto as crianças ficam na brinquedoteca. Mas, para falar sobre o capacitismo incluímos os pequenos e tem sido muito bacana. Começamos a conversa de uma forma bem lúdica com imagens, onde as pessoas dão like ou dislike. Temos nos surpreendido com o olhar que as crianças têm sobre o tema, apesar de não saberem o que é”, celebra Katia.

E, apesar da palavra em si ainda ser desconhecida para grande parte das famílias, já é possível perceber que elas levarão o aprendizado à diante. “As discussões sobre outros tipos de preconceito estão mais acessíveis. Mas, sobre o capacitismo ainda não. A gente percebe que é um tema que as famílias não sabiam que existia, apesar de viverem ou até mesmo praticarem o preconceito com as próprias crianças. 

Então, tem sido muito relevante ter esse espaço com elas, no sentido de promover o conhecimento. Na minha percepção, é algo que elas vão transmitir. Não vai ficar só ali”, afirma a Coordenadora.

“No fim, a gente conclui que o capacitismo é quase que universal. Ele atinge de diferentes formas cada uma das famílias, seja com a falta de acessibilidade na cidade ou com o preconceito nas escolas ou hospitais, mas, no fim, se trata do mesmo problema”, reflete Giovana. “É uma questão estrutural, então se a gente não começar a nos policiar com as pequenas atitudes diárias, não vamos ver a diferença que queremos!”, finaliza Katia.

Como denunciar o capacitismo?

Apesar de aparentar naturalizado, capacitismo é crime!

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) garante os direitos das pessoas com deficiência – e um deles, previsto em Constituição, é o respeito. Assim, atitudes ou falas capacitistas são uma forma de violência e, para denunciar, basta ligar no Disque 100 ou fazer a denúncia na Delegacia Virtual do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O Disque 100 é um serviço de disseminação de informações sobre direitos de grupos vulneráveis e de denúncias de violações de direitos humanos, que incluem crianças e adolescentes, pessoas idosas e pessoas com deficiência.

 


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