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História de Mulheres

Histórias de mulheres (Milena e Kelly) – Episódio 2

De tempos em tempos, ciclos se encerram no Instituto C e nos fazem lembrar de olhar para trás e enaltecer as histórias de conquistas dessas famílias. Pensando nisso, criamos a série “Histórias de Mulheres” no blog do IC, que traz memórias daquelas que ainda estão com o Instituto, ou já finalizaram seus ciclos, e que com força de vontade alcançaram seus objetivos e inspiram outras a fazerem o mesmo.

Milena e Kelly, ambas atendidas pela pedagoga Lualinda Toledo, são algumas das mulheres que agora seguirão seus caminhos sem os nossos atendimentos, mas com autonomia, coragem, resiliência e determinação fortalecidas aqui dentro.

 “Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça, é preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida” (Maria, Maria – Elis Regina) 

História de Mulheres

Milena Valentim Souza

Milena e seu filho Luã começaram seus atendimentos no Instituto C em julho de 2021, quando foram encaminhados por uma Unidade Básica de Saúde.

Luã tem o diagnóstico de paralisia cerebral, microcefalia e infecção por citomegalovírus – todos que já haviam sido identificados durante a gestação. Devido a atrasos intelectuais e motores, ele tinha pouca interação social.

Ela, formada em Turismo, parou de trabalhar para se dedicar a cuidar de Luã. Emocionalmente abalada,  na época, enfrentava questões em seu relacionamento e  contava apenas com o suporte de sua mãe e avó. No entanto, ao longo do tempo, pudemos observar o potencial admirável de Milena.

Milena se mostrou determinada em seguir nossas orientações, buscando formulários e relatórios médicos necessários, o que possibilitou a conquista do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a obtenção dos medicamentos necessários para o cuidado do pequeno. Além disso, fizemos encaminhamentos para parceiros que proporcionaram tratamentos especializados, como o cuidado da visão e o fornecimento de um aparelho para melhorar a postura de Luã.

Com perseverança e dedicação, Milena obteve muitos avanços e se fortaleceu. Ela se mostrou cada vez mais independente e sem precisarmos orientá-la, já corria atrás das soluções necessárias por conta própria. Como mãe, demonstrou um engajamento exemplar em garantir o melhor para o desenvolvimento de seu filho.

Mesmo que ele ainda não estivesse na idade obrigatória para frequentar a creche, incentivamos a ideia de educação inclusiva, e Milena, resistente no início por medo e insegurança, passou a entender a importância desse ambiente para o crescimento social e cognitivo de seu filho.

Em um período de tantas tristezas, a melhor coisa que me aconteceu foi conhecer o Instituto. Antes de chegar ao IC, eu me sentia perdida e não reconhecia nosso lugar no mundo. Aqui, ouvi tantos depoimentos que me fortaleceram e me esclareceram. Eu só tenho a agradecer”, disse Milena no dia do encerramento de seus atendimentos.

Kelly Cristina Silva do Prado

Kelly chegou à nossa instituição emocionalmente abalada. Seu filho Arthur nasceu com síndrome de Down, uma surpresa para ela – que já enfrentava o luto pela perda de outro bebê, que faleceu aos seis meses de idade devido a uma síndrome rara. A gestação de Arthur também foi considerada de alto risco, e, embora tenha sido acompanhada, a síndrome de Down não havia sido diagnosticada previamente, o que trouxe um novo desafio para ela.

Eles chegaram até o Instituto C por indicação de uma outra família, que conhecia nosso trabalho. Ao chegar, Kelly já buscava uma vaga na APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, e obteve outras conquistas durante o tempo que ficou conosco, como o apoio fonoaudiólogo, o Auxílio Brasil e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Arthur.

Além disso, compreendemos que Kelly precisava de apoio psicológico externo, e realizamos o pedido para que ela pudesse ser acompanhada por um profissional especializado. Nossos esforços se estenderam não apenas a Arthur, mas também ao seu filho mais velho, Cauã, que passou a participar de conversas e atividades adolescentes, graças a um olhar mais integral para a família.

 Há dois anos, quando eu cheguei, eu estava em um momento muito difícil psicologicamente… Eu chorava em quase todos os atendimentos. O Instituto me auxiliou em tudo – do psicólogo, tendo alguém de confiança para conversar, ao financeiro, nas orientações para as conquistas dos direitos que eu possuía. Foi muito bom esse período, foi uma experiência muito, muito boa”, celebrou Kelly também em seu encerramento.

São apenas duas narrativas emocionantes e inspiradoras dentre inúmeras que atravessam o Instituto C, enchendo-nos de orgulho e sensação de dever cumprido. Ansiamos pelas próximas histórias que virão!


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