Famílias se despedem do projeto PAF em encontro emocionante
No último mês, 20 famílias encerraram o seu ciclo no PAF – Plano de Ação Familiar, projeto desenvolvido no Polo Centro do Instituto C. Nele, os atendimentos são oferecidos a famílias em vulnerabilidade social que tenham crianças e adolescentes com questões de saúde. Depois de passarem por um ciclo de atendimentos e acompanhamentos multidisciplinares nas áreas de renda, serviço social, educação, nutrição e psicologia, essas famílias conseguiram solucionar suas demandas e conquistaram autonomia para seguirem seus caminhos. “É um dos momentos mais especiais do nosso trabalho, é quando temos a certeza que mudamos para melhor a vida de muita gente”, afirma Katia Moretti, coordenadora do PAF.
No dia do encerramento, em um primeiro momento, as famílias se sentaram com as técnicas para responderem uma avaliação do projeto – existe a opção também de escrever suas sugestões e considerações de forma anônima. Depois, elas pintam um azulejo que deixam como recordação para o Instituto C. Entre devaneios e olhos marejados, algumas das frases mais repetidas pelas famílias no dia foram “vou sentir muita saudade de vocês” e “eu só tenho gratidão pelo projeto” – além de agradecimentos pelas doações de alimentos e medicamentos que não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde. “Ter participado do projeto me deu mais independência e autonomia para buscar meus direitos. As rodas de conversa foram muito legais, principalmente aquela com a Defensoria Pública, que me deu informações que eu não sabia”, avaliou Jaciara Andrade.
Para Keyde Regina, que ficou no projeto por 3 anos, a avaliação teria que ser ainda maior que excelente. “Não é puxando o saco, mas vocês são a minha segunda família. Na verdade, vocês foram a minha primeira família. Não sinto que vocês estão aqui por obrigação do trabalho, é algo mais humano. Essa empatia e preocupação que vocês têm é extremamente valiosa. Vocês foram a mão que eu tive segurando a minha”, disse.
Após as avaliações e a pintura dos azulejos, há o momento da entrega do certificado – ponto alto do dia. As técnicas começam a ler um texto e cada família vai se reconhecendo na história e se emocionando. “Eu não queria chorar, mas tudo o que resumo hoje é gratidão a cada uma de vocês, que me abraçaram e me acolheram. No meu momento de maior desespero, vocês me ensinaram a ter força, fé, afeto e amor. Me ensinaram a nunca desistir”, disse Rosemary Andrade, mãe de Yasmin, que foi diagnosticada com um tumor, ao receber seu certificado.
“Os médicos falavam que meu filho não ia nem andar, e olha ele aí! Eu espero que todo mundo que passe por aqui consiga sentir esse amor humanitário, que nos ergue e nos mostra que não estamos sozinha”, disse Keyte. “O que eu não tive da minha família de sangue, eu tive de vocês. Só gratidão por tudo”, afirmou Ana Paula Santos, mãe de gêmeos.
Jilmara Lima, ao receber seu certificado, disse que já sabia que o PAF seria apenas um capítulo de sua vida: “Hoje, se encerra um ciclo. Que tudo o que passamos aqui seja apenas uma página de nossa história, e que a gente ainda possa escrever mais páginas bonitas como essa. A nossa jornada não acaba aqui. A gente tem muita luta pela frente. Continuamos a busca por melhorias para os nossos filhos, e isso nunca vai acabar. Eu recebi do Instituto C um abraço que não recebi da minha família e dos meus amigos. Um aplauso para nós!”, disse em um discurso emocionante e potente.
Depois de tantas histórias emocionantes, um lanche é servido e é chegada a hora de confraternizar e celebrar todos juntos tantas conquistas. “Vibramos por cada um de vocês, mas nosso coração também fica apertadinho. Nossas portas seguem abertas – é um encerramento de um ciclo de atendimento, mas queremos vocês para sempre por perto”, finaliza Kátia.